Grupo Bem-me-quero: Intervenção para pais na APAE em Juiz de Fora/MG

Transcrição

1 Apresentação em pôster Grupo Bem-me-quero: Intervenção para pais na APAE em Juiz de Fora/MG Júlia Magna Silva Teixeira¹; Laís Lage de Carvalho²; Ana Carolina da Silva Toledo³, Rafaela Toledo Dias 4 ; Giselle Barreto Teodoro 5 ; Bruna Carvalho Ruste 6 ; Luciana Grasiele Nogueira 5 ; Lucas Azevedo de Moura 6 & Marisa Cosenza Rodrigues 7. 1.Discente do curso de Psicologia da UFJF e Bolsista PET-Psicologia/UFJF;2. Discente do curso de Psicologia da UFJF e Bolsista PET-Psicologia/UFJF;3. Discente do curso de Psicologia da UFJF e Bolsista PET-Psicologia/UFJF; 4. Discente do curso de Psicologia da UFJF e Bolsista PET- Psicologia/UFJF;5. Discente do curso de Psicologia da UFJF e Bolsista PET-Psicologia/UFJF; 6. Discente do curso de Psicologia da UFJF e Bolsista PET-Psicologia/UFJF; 7.Docente do curso de Psicologia da UFJF e Tutora PET-Psicologia/UFJF. Palavras-chave: família; deficiência; APAE, autoestima A família constitui o primeiro universo de relações sociais da criança, podendo proporcionar-lhe um ambiente de crescimento e desenvolvimento, especialmente em se tratando das crianças com deficiência mental, as quais requerem atenção e cuidados específicos (Silva &Dessen, 2001). Devido a esses cuidados especiais, pais de crianças com deficiência possuem maiores chances de desenvolver problemas relacionados à saúde, depressão, ansiedade, baixa auto-estima e angústia, comparado aos pais de crianças com desenvolvimento típico (Lima, 2006). Barros & Leonardo (2013), apontam que o cansaço, o nervosismo, a irritabilidade, a ansiedade, a depressão, as alterações no sono e até a perda de peso são sintomas frequentes aos cuidadores de crianças com desenvolvimento atípico, em consequência do estresse causado pela rotina. Este envolvimento com as tarefas diárias do filho pode culminar em sobrecarga física e emocional. Contudo, mesmo diante de tais dificuldades os familiares demonstram, por vezes, grande desejo de ajudá-los a terem um desenvolvimento mais satisfatório e saudável. Para isso são capazes de abandonar seus planos de vida e passam a viver em função dos filhos, podendo ficar mais vulneráveis ao adoecimento físico e emocional (Silva e Ribeiro, 2012). Muitos desses pais, buscando o desenvolvimento de seus filhos, procuram instituições cujo objetivo principal é a integração e inclusão dos alunos na sociedade, através de um processo educacional e terapêutico para atender suas necessidades, destacando-se, dentre elas, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Em 2012, o Programa de Educação Tutorial (PET) realizou uma visita técnica na APAE, sendo essa sua primeira atividade na instituição,e meses depois, ministrou uma palestra durante a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, participação que também ocorreu em Durante estas

2 atividades, o grupo observou uma demanda de trabalho voltada às famílias dos alunos da instituição, e visando aprimorar os projetos já realizados com essa parceria, desenvolveu no ano de 2015, sob orientação tutorial, o projeto Grupo Bem-me-quero. O referido projeto objetivou oferecer aos familiares dos alunos um espaço para reflexão, troca de experiências, valorização e/ou manutenção da autoestima dos mesmos, a partir do suporte teórico oferecido pelo conhecimento psicológico. Inicialmente organizou-se um grupo de estudos a fim de estudar as características do público-alvo da intervenção, bem como os temas dos encontros, com a finalidade de buscar evidências empíricas para a ação. O contato com a instituição foi retomado e em uma reunião mensal, procedeu-se o convite aos familiares. O projeto foi desenvolvido mediante 4 encontros, com 90 min de duração cada, contando com 16 participantes, sendo 3 pais e 13 mães. As temáticas abordadas foram: Autoconhecimento, auto-estima, emponderamento e estresse. Os encontros foram estruturados a partir de um material teórico-prático, utilizando-se de recursos audiovisuais, dinâmicas, momentos de reflexão, técnica de respiração e técnica de relaxamento, além da aplicação, no primeiro encontro e no último, de um questionário, adaptado do instrumento World Health OrganizationQualityof Life for OlderPersons (WHOQOL-OLD, 1998) que aborda questões sobre a satisfação e qualidade de vida dos participantes. Os resultados do questionário apontaram que 47% dos pais estavam satisfeitos com sua qualidade de vida, sendo que a mesma porcentagem se apresentava parcialmente satisfeita. A reaplicação deste questionário no último encontro indicou, quanto à satisfação com a qualidade de vida, que 80% dos participantes se sentiam satisfeitos, enquanto apenas 20% encontraram-se parcialmente satisfeitos. Ademais, o feedback oral por parte dos pais foi positivo durante os quatro encontros, os quais proporcionaram aos familiares dos alunos da APAE de Juiz de Fora um ambiente positivo de reflexão e problematização das questões referentes a si próprias e a dedicação e zelo para com os filhos, além de compartilhamento de experiências. Conclui-se que o projeto contribuiu para o fomento de uma visão de singularidade dos participantes e ampliação da percepção acerca de seus valores pessoais, sobretudo no que tange ao ambiente familiar. Destaca-se a importância da manutenção do vínculo com a instituição para o desenvolvimento de novos projetos petianos voltados a esse público, os quais focalizem, em uma ótica proativa, a promoção de saúde psicológica.

3 Referências: Barros, M. F. F. & Leonardo, M. A. (2013). Stress parental em mãe cuidadora de criança com Síndrome de Down: Relato de caso clínico. O Portal dos Psicólogos. Disponível em Lima, R. A. B. C. (2006). Envolvimento materno no tratamento fisioterapêutico de crianças portadoras de deficiência: compreendendo dificuldades e facilitadores. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG. Silva, E. B. A. & Ribeiro, M. F. M. (2012). Aprendendo a ser mãe de uma criança autista. Estudos Goiânia, 39(4), Silva, N.L.P &Dessen, M.A. (2001). Deficiência Mental e Família: Implicações para o Desenvolvimento da Criança. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 17(2), The WHOQOL group. (1998). The World Health Organization Quality of Life assessment (WHOQOL): developmentand general psychometricproperties, SocSci Med.46:

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