ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE COMPETIÇÃO DO MERCADO DE GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO NO BRASIL:

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA MONOGRAFIA DE BACHARELADO ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE COMPETIÇÃO DO MERCADO DE GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO NO BRASIL: ADRIANO CAVALCANTE DE OLIVEIRA matrícula nº: ORIENTADOR: Prof. Edmar Luiz Fagundes de Almeida ABRIL 2006

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA MONOGRAFIA DE BACHARELADO ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE COMPETIÇÃO DO MERCADO DE GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO NO BRASIL: ADRIANO CAVALCANTE DE OLIVEIRA Matricula n o ORIENTADOR: Prof. Edmar Luiz Fagundes de Almeida ABRIL

3 As opiniões expressas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade do autor 2

4 Dedico esta monografia ao meu pai, Geraldo de Oliveira, a minha mãe, Maria José C. de Oliveira, meu irmão, Cristiano C. de Oliveira e a minha noiva Carla Cristophori que em todos os momentos me apoiaram e me compreenderam nos períodos de ausência. 3

5 AGRADECIMENTOS Este trabalho é resultado dos conhecimentos adquiridos através do Programa de Recursos Humanos da ANP que, através da parceria ANP/FINEP/UFRJ, forma profissionais especializados na área de Petróleo e Gás Natural. Este programa oferece disciplinas eletivas, capazes de fornecer uma maior compreensão das particularidades da indústria mundial do petróleo e gás natural, abordando ainda assuntos políticos e econômicos presentes na indústria de energia. Soma-se ainda a participação dos alunos bolsistas em congressos e seminários, contribuindo assim, para um maior contato dos alunos com a realidade das indústrias energéticas. Portanto, gostaria de agradecer ao Programa de Recursos Humanos da ANP, em especial ao PRH-21, pela oportunidade de aprimorar meus conhecimentos na indústria petrolífera e que foram de fundamental importância na conclusão desta monografia. Gostaria primeiramente de agradecer a todos do Instituto de Economia que de alguma forma contribuíram para o meu desenvolvimento profissional, em particular aos professores desta instituição que tanto agregaram para que pudesse construir uma visão crítica acerta das Ciências Econômicas. Também devo um especial agradecimento às secretárias do Grupo de Economia da Energia, Joseane e Daisy, que me deram todo o apoio e atenção no decorrer desta especialização. Agradeço ainda aos amigos da sala 105 pelos quais sempre terei um respeitoso carinho. Nestes dois anos de especialização em Petróleo e Gás tive uma constante e fraterna participação do meu orientador, o professor Edmar Luiz Fagundes de Almeida, com o qual tive o prazer de trabalhar em diversas pesquisas e que de forma bem clara e objetiva me orientou no decorrer do desenvolvimento desta monografia. Agradeço ainda a Carla Souza e Silva pelas conversas sempre construtivas que em muitos momentos foram fundamentais para escolhas decisivas que precisei fazer, além de todos os demais professores do Grupo de Economia da Energia que ministraram excelentes disciplinas na área. Finalmente, agradeço a toda a minha família, meus amigos de longa data e a minha noiva Carla Cristophori pela sua incansável compreensão em tantos momentos que estive ausente. 4

6 RESUMO Este trabalho tem como objetivo investigar a evolução dos padrões de competição no mercado de gás liquefeito de petróleo no Brasil entre 1990 e Com base em uma breve análise das formas de competição e de seus impactos na indústria e no sistema econômico como um todo irei analisar o desenvolvimento, o processo de formação dos preços, as formas de organização da cadeia produtiva, a questão da competitividade entre as firmas e a conduta das mesmas no mercado de Gás Liquefeito de Petróleo em particular. Visto isso, a análise de determinadas visões teóricas acerca da concorrência é o elemento estruturante do embasamento teórico. O GLP é amplamente utilizado, principalmente no setor residencial e atinge em sua grande maioria as classes sociais de baixa renda. A partir da década de 1990, a política de preços começou a ser adaptada para a introdução de uma economia de mercado, dando início a um processo gradual de liberalização dos preços. A liberação de preços ao consumidor, em contraste com o histórico de subsídios ao GLP vem causando fortes impactos na demanda deste derivado. O GLP vem apresentando uma inédita queda do consumo após este período de subsídios. Com o processo de abertura total do mercado, apesar de recente, o consumidor final vem sendo o maior prejudicado com o crescente aumento dos preços dos botijões. As fusões e aquisições e a conseqüente concentração do mercado aumentam o poder de mercado das firmas na determinação dos preços. Estes desdobramentos vêm alterando a estrutura do setor e colocando os concorrentes em diferentes patamares competitivos. Neste contexto, o objetivo desta monografia é fazer uma análise no que tange a evolução dos padrões de competição do setor de Gás Liquefeito de Petróleo no Brasil com enfoque em dois pontos principais: o primeiro diz respeito ao início da década de 1990, passando pelo processo de desregulamentação até a aquisição da Agip Liquigás pela Petrobras; e o segundo referente à configuração e desempenho do setor após esta aquisição, levando em consideração o importante papel da estatal no funcionamento do mesmo. Somado a esta análise tentarei verificar se a entrada da Petrobras maior fornecedora de GLP neste mercado - no setor de distribuição de GLP pode alterar a desempenho do setor. 5

7 ÍNDICE INTRODUÇÃO...8 CAPÍTULO I UMA ABORDAGEM TEÓRICA DOS MODELOS DE CONCORRÊNCIA NA ECONOMIA CAPITALISTA...10 I.1 A VISÃO NEOCLÁSSICA DA CONCORRÊNCIA I.1.1 A Tecnologia na visão Neoclássica...13 I.1.2 A Cadeia Produtiva na visão Neoclássica...15 I.1.3 Barreiras à entrada na visão Neoclássica...16 I.2 A VISÃO NEO-SCHUMPETERIANA I.2.1 Tecnologia na visão Neo-Schumpeteriana...18 I.2.2 A Cadeia Produtiva na visão Neo-Schumpeteriana...20 I.2.3 Barreiras à entrada na visão Neo-Schumpeteriana...21 I.2.4 Externalidades de rede...21 I.3 CONCORRÊNCIA EM OLIGOPÓLIO I.3.1 Competição em Oligopólio com Colusão...24 I.4 O PROCESSO DE CONCORRÊ NCIA E SEUS IMPACTOS PARA A ESTRUTURA INDUSTRIAL I.4.1 Modelo Estrutura, Conduta e Desempenho...27 CAPÍTULO II O USO DO GLP NO BRASIL E NO MUNDO...30 II.1 O GLP E SUA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO NO BRASIL II.2 HISTÓRIA DA INDÚSTRIA DE GLP NO BRASIL II.2.1 O Conselho Nacional do Petróleo...32 II.2.2 Contexto Histórico da Indústria...33 II.3 O MERCADO DE GLP NO BRASIL II.3.1 Segurança dos Recipientes, utilização da Marca e os Centros de Destroca...40 II.4 O GLP NO MUNDO II.4.1 Abordagem Histórica...42 II.4.2 A Participação do GLP no Mundo...43 CAPÍTULO III EVOLUÇÃO DAS FORMAS DE COMPETIÇÃO DO MERCADO DE GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO...46 III.1 EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA DA INDÚSTRIA DE GLP III.1.1 O Processo de Desregulamentação da Indústria...47 III.1.2 O Grau de Concentração da Indústria...50 III.1.3 Fusões e Aquisições...53 III.2 EVOLUÇÃO DA CONDUTA E DO DESEMPENHO DA INDÚSTRIA DE GLP III.2.1 A Inovação como diferencial Competitivo...57 III.2.2 O Papel da Logística na Redução dos Custos...57 III.2.3 O Papel da Demanda na Competição...60 III.2.4 O Papel da Oferta na Competição...61 CAPÍTULO IV O PAPEL DA REGULAÇÃO NA EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA DE GLP...65 IV.1 A ORGANIZAÇÃO REGULATÓRIA DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO NO BRASIL IV.2 POLÍTICA DE PREÇOS DE 1990 A IV.3 A FORMAÇÃO DO SISTEMA DE PREÇOS ATUAL CONCLUSÃO...76 BIBLIOGRAFIA...80 INDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS 6

8 Figura 1 Produção de Gás Liquefeito de Petróleo na cadeia de extração...29 Figura 2 Composição do Gás Liquefeito de Petróleo...30 Figura 3 Cadeia de Distribuição de GLP no Brasil...38 Figura 4 Forças que dirigem a concorrência na indústria...46 Figura 5 Composição do Preço do GLP em Gráfico 1 Participação de GLP por segmento: Gráfico 2 Total de Vendas de GLP no Brasil: (Milhões de Toneladas)...39 Gráfico 3 Produção Mundial de GLP: Gráfico 4 Demanda Mundial de GLP: Gráfico 5 Evolução do Consumo de GLP no Brasil: Gráfico 6 Vendas de GLP, pelas Distribuidoras, segundo Regiões em Gráfico 7 Evolução do Índice de Hirschman-Herfindahl (HHI) na Cadeia de Distribuição de GLP: Gráfico 8 Market-Share das Distribuidoras de GLP em Gráfico 9 Market-Share das Distribuidoras de GLP em Gráfico 10 Evolução da Composição do Preço do GLP: Gráfico 11 Evolução das Margens e dos Preços de Distribuição do GLP: Gráfico 12 Preços Médios Ponderados de Produtores e Importadores de GLP: Gráfico 13 Preço do GLP ao consumidor final: Gráfico 14 Consumo de GLP e Lenha no setor Residencial: Tabela 1 Empresas Distribuidoras de GLP associadas ao Sindigás em Tabela 2 Origem do GLP consumido no Brasil: Tabela 3 Participação das Distribuidoras nas vendas nacionais de GLP em Tabela 4 Participação das Distribuidoras nas vendas nacionais de GLP em Tabela 5 Incidência da CIDE sobre o GLP e limites para abatimento

9 Introdução O Gás Liquefeito de Petróleo é um hidrocarboneto derivado do petróleo. É composto por três ou quatro átomos de carbono (propano, propeno, butano e buteno), podendo apresentar-se misturados entre si. É o último produto comercial resultante da cadeia de extração por ser o derivado mais leve. Após o processo de liberalização dos preços na década de 1990, parte do consumo do GLP, presente na totalidade dos municípios brasileiros, foi substituída pela lenha, mais perigosa para o consumidor em termos de poluentes e de segurança, invertendo a tendência observada desde o início da utilização do GLP no Brasil. Nos últimos anos a lenha passou a ter uma participação mais expressiva no uso doméstico nacional. Este trabalho procurará analisar de que forma evoluiu a competição neste setor e suas peculiaridades. Para que pudesse ser formulada esta análise foram abordados no capítulo I fundamentos teóricos acerca da competitividade, particularmente as visões Neoclássica e Neo-Schumpeteriana. A visão Neoclássica devido a sua importância como teoria inspiradora da regulação nas indústrias de infra-estrutura. E a visão Neo-Schumpeteriana porque a mesma ganhou espaço e forneceu importantes avanços no que tange a visão do processo concorrencial. Para que pudesse ser feita uma análise detalhada das reais especificidades dos mercados, caracterizadas por grande variedade de estruturas industriais por setor, uma multiplicidade de condutas estratégicas das empresas e uma considerável quantidade de firmas e produtos no mercado, foram desenvolvidos estudos que resultaram, dentre outras, no paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho (Modelo E-C-D). Este será utilizado como referência para analisar a evolução dos padrões de concorrência do mercado de gás liquefeito de petróleo no Brasil entre 1990 e Também será contextualizada a definição e características da concorrência em oligopólio que se verifica neste mercado. 8

10 O capítulo II apresenta algumas características técnicas do setor de gás liquefeito de petróleo, tais como: a composição do GLP, o seu processo de obtenção na produção, seu papel nos diferentes setores da indústria etc. Este capítulo abordará a origem e o processo de disseminação do GLP no país, além das formas de comercialização do produto. Também será analisada a questão da marca, dos centros de destroca e da segurança dos recipientes. Por fim, chegamos à análise do participação do GLP no contexto mundial, através de algumas análises pontuais da oferta e demanda dos principais mercados. No capítulo III temos o cerne deste trabalho com a análise da evolução das formas de competição. Será feita uma breve introdução do modelo utilizado para esta abordagem modelo E-C-D - assim como indicadores de desempenho deste modelo concorrencial. Tanto o desempenho como a eficiência deste mercado em questão derivam da capacitação adquirida pelas empresas, que reflete as estratégias competitivas adotadas em função de suas percepções quanto ao processo concorrencial e ao ambiente econômico onde estão inseridas. Além disso, o desempenho dessas empresas depende das estratégias entre compradores e vendedores na política de preços, do nível de colusão entre as firmas, investimentos etc. Este capítulo também coloca em pauta as recentes fusões e aquisições entre as firmas do setor e, com isso, a evolução do grau de concentração deste mercado através da análise do market-share de diferentes períodos. Por fim, o capítulo IV analisará o papel da regulação no processo de evolução dos padrões de competição do mercado de GLP no Brasil. Políticas de preço a partir do início da década de 1990 e suas implicações na tentativa de implementação da competitividade no setor também estão explicitadas. 9

11 Capítulo I Uma abordagem teórica dos Modelos de Concorrência na Economia Capitalista A concorrência é considerada um processo em constante evolução e dinamismo na economia capitalista. Fatores endógenos ao sistema como as inovações adotadas pelas empresas com o objetivo de alcançar maiores lucros moldam o mercado concorrencial. Através da análise das formas de manifestação da concorrência e dos seus impactos no sistema econômico são construídas teorias para explicar o bem-estar econômico, o desenvolvimento, o processo de formação dos preços no setor industrial, as formas de organização da produção e a questão da competitividade entre as firmas. Neste sentido, podemos dizer que a noção de concorrência é o elemento estruturante das diversas teorias econômicas. Existem visões do processo de concorrência que resultam em enfoques teóricos muito divergentes. Este é o caso das visões Neoclássica e Neo-Schumpeteriana. A visão Neoclássica se baseia no processo de enfrentamento entre as firmas com capacidades idênticas onde a concorrência leva a uma convergência econômica, eliminando lucros extraordinários e levando a economia para um equilíbrio ótimo. Já a visão Neo- Schumpeteriana define a concorrência como um processo de disputa entre firmas com capacidades assimétricas, que buscam a diferenciação econômica promovendo assim, um processo constante de produção de desequilíbrios. Essas visões serão abordadas mais adiante no decorrer do trabalho. O modelo teórico utilizado no processo de concorrência na indústria resultou em diferentes percepções quanto a forma como o Estado intervêm na economia. A abordagem Neoclássica acabou por inspirar a regulação nas indústrias de infra-estrutura. Porém, a abordagem Neo-Schumpeteriana ganhou espaço e forneceu importantes avanços na análise do processo de concorrência ao fornecer novas visões acerca do problema; visões estas que serão abordadas a seguir. 10

12 I.1 A visão Neoclássica da Concorrência A abordagem Neoclássica teve como referência o modelo de Concorrência Perfeita. Neste modelo há um equilíbrio de mercado no longo prazo no qual são formados preços e quantidades justas e desejáveis pela sociedade. As empresas obtêm lucros normais, recebendo uma remuneração pelo capital empregado igual a remuneração recebida por qualquer outra empresa de outro mercado. Não existe qualquer tipo de coordenação entre as empresas que tomam suas decisões visando a maximização do lucro. Tal modelo se baseia nas seguintes hipóteses de que (i) os agentes querem maximizar lucros e possuem uma racionalidade perfeita, (ii) existe um grande número de empresas, (iii) o produto é homogêneo, (iv) há livre entrada e saída de empresas e (v) existe perfeita mobilidade dos fatores; Nesta estrutura de mercado qualquer lucro positivo atrai novas firmas. A concorrência, portanto, induz à convergência para um ponto de equilíbrio, ou seja, para um ponto de maior eficiência econômica. É o ponto onde o preço de mercado se iguala ao custo marginal da firma (ALMEIDA, 2002). Na análise econômica são utilizados basicamente três conceitos de eficiência: produtiva, distributiva e alocativa. A eficiência produtiva consiste na utilização da planta produtiva instalada e na sua respectiva tecnologia com o máximo rendimento e o menor custo possíveis. A eficiência distributiva tem a ver com a eliminação, através de meios competitivos ou de outros mecanismos, de rendas monopolísticas ou outros ganhos temporários por parte dos agentes individuais. A eficiência alocativa é o mais controvertido e será analisado mais adiante. A Teoria Neoclássica também demonstra que o equilíbrio de mercado na competição perfeita maximiza a função utilidade coletiva. Todos os agentes irão comprar os produtos de acordo com suas preferências e, portanto, vão maximizar suas funções de utilidade. Portanto, existe uma eficiência tanto na produção como no consumo. No ponto de equilíbrio de mercado existe eficiência máxima no que tange a produção porque não é possível aumentar a produção de um bem sem que diminua a produção de outro bem. Não é possível melhorar o 11

13 bem-estar de um produtor ou de um consumidor sem piorar o bem-estar de outro produtor ou de outro consumidor. Este ponto se caracteriza como ponto ótimo de Pareto. A eficiência alocativa, principalmente no que diz respeito à origem paretiana, tornou-se sinônimo de eficiência econômica. Entretanto, outras estruturas de mercado, podem obter pontos de equilíbrio, onde os preços não se igualam aos custos marginais, ou seja, existem equilíbrios de mercado que não são equilíbrios de Pareto do ponto de vista do bem-estar coletivo. Esta característica ocorre quando existem falhas de mercado derivadas das características da tecnologia de produção e de produto (economias de escala e escopo, externalidades e bens públicos) ou de comportamento das empresas (conluio e formação de cartel). Estas falhas de mercado são avaliadas como negativas para o bem-estar econômico uma vez que estão fora do ponto ótimo de Pareto. No mundo real, onde não se verificam situações de concorrência perfeita, o equilíbrio paretiano é perseguido através de ações regulatórias. Na abordagem Neoclássica, a regulação é vista como uma ferramenta para restabelecer a eficiência alocativa, com o objetivo de maximizar o bem-estar econômico. Tal medida pode ser aplicada através da criação de condições estruturais para que pressões competitivas sejam exercidas ou por meio de preços e tarifas administrados de forma direta ou indireta, quando no contexto da regulação exercida sobre monopólios ou oligopólios naturais, característicos dos setores de serviços públicos de infra-estrutura (utilities). Outro ponto que dever ser abordado e que não se aplica ao mundo real é que existe um traço comum nos modelos Neoclássicos de concorrência: a suposição de racionalidade perfeita das firmas. De acordo com essa suposição, as firmas são capazes de estruturar um conjunto de oportunidades relevantes e organizá-las de acordo com suas preferências. A partir daí as firmas são capazes de tomar a decisão ótima. As firmas têm em seu poder o conhecimento perfeito e a ausência de incertezas o que torna o seu processo de escolha de alocação de recursos puramente mecânico. 12

14 A visão Neoclássica é extremamente idealista em relação às firmas e ao mercado. De acordo com esta visão as empresas têm racionalidade perfeita e existe ampla liberdade de entrada e saída no seu mercado de atuação favorecendo a busca pela maximização do lucro. Isso produz uma situação de equilíbrio, ou seja, de eficiência alocativa. Esta eficiência alocativa é alcançada quando a concorrência elimina o poder de mercado das empresas. O equilíbrio é o ponto final do processo de concorrência, caracterizando-se como um modelo estático. O crescimento das firmas em termos de eficiência dinâmica não foi levado em consideração por este modelo, assim como a questão das inovações (os modelos Neoclássicos pressupõem que é possível inovar sem ter lucros normais). Portanto, podemos resumir as principais críticas à Teoria Neoclássica da seguinte forma: primeiramente, a noção de equilíbrio de mercado conduz a uma análise estática da eficiência econômica; em segundo lugar, o modelo adota hipóteses e simplificações que estão fora da realidade da indústria, resultando numa análise do tipo normativa. Tal análise tornarse pouco eficiente quando aplicada ao mercado de Gás Liquefeito de Petróleo. Esta abordagem estática da visão Neoclássica se contrapõe à visão Neo- Schumpeteriana que analisaremos com mais amplitude no tópico I.2. I.1.1 A Tecnologia na visão Neoclássica As possibilidades tecnológicas na Teoria Neoclássica são usualmente representadas pela função de produção, que especifica o resultado da combinação possível de fatores. De acordo com esta visão, a tecnologia é um fator exógeno disponível no mercado, seja através de bens de capital ou no âmbito do conhecimento incorporado pelos trabalhadores. A macroeconomia Neoclássica procurou medir os impactos do progresso técnico no funcionamento do sistema econômico. Porém, os avanços do conhecimento e da tecnologia não podem ser quantificados economicamente de forma direta, e, com isso, a alternativa foi medir a mudança tecnológica pelos seus impactos no crescimento econômico. O progresso 13

15 técnico era representado pela diferença entre o crescimento da produtividade e o uso dos fatores de produção. Para analisar a questão da tecnologia no âmbito do processo competitivo nos setores de infra-estrutura com ênfase em uma abordagem estática, temos que prover um tratamento especial às situações de monopólio natural. Neste caso, a tecnologia é incorporada na teoria através das funções de produção que são dadas e determinam o formato das curvas de custo de curto e longo prazos as economias de escala e escopo existentes. Juntamente com a dimensão do mercado consumidor, as curvas de custo definem a presença de monopólios e oligopólios naturais. É relevante ressaltar também alguns avanços importantes da Teoria Neoclássica no que diz respeito à visão da concorrência em oligopólios tipo de concorrência do mercado de gás liquefeito de petróleo. A Teoria dos Mercados Contestáveis (TMC) teve uma contribuição significativa porque procurou mostrar que era possível generalizar o modelo de concorrência perfeita, assim como seus resultados em termos de eficiência alocativa para estruturas de mercado concentradas. O modelo se sustentava nas hipóteses de (i) ausência de barreiras à entrada e à saída, (ii) perfeita racionalidade dos agentes e (iii) entrada de uma nova firma não provoca reação dos incumbentes em termos de reduções nos preços. A TMC de Baumol privilegiou através de uma visão mais moderna, a análise das condições de operação do mercado da seguinte forma: (i) presença de certo número de empresas e uma divisão de mercado que permita que todas produzam a custos médios mínimos no longo prazo, explorando economias de escala e escopo; (ii) identificação das condições de sustentabilidade (a entrada de uma nova empresa acarretará prejuízos para as empresas existentes) e factibilidade (nenhuma empresa participante do mercado tem prejuízo); (iii) verificação do grau de sustentabilidade do mercado para permitir a obtenção de uma alocação ótima dos recursos, assim como na concorrência perfeita. De acordo com as hipóteses acima, a TMC aponta para o fato de que as economias de escala e de escopo fazem com que alguns mercados sejam naturalmente concentrados. Esta 14

16 é uma condição necessária à eficiência produtiva. Esta concentração não resultará necessariamente em um poder de mercado. Tanto a presença de economias de escala como de ativos específicos (como os tecnológicos) implicam sunk cost 1 (custos irrecuperáveis), e, por conseguinte, barreiras à entrada e à saída. Os mercados oligopolísticos do mundo real, como é o caso do mercado de gás liquefeito de petróleo, não são contestáveis, e preços acima do nível competitivo (assim como as margens de lucro) são a situação normal e estrutural dos mesmos. I.1.2 A Cadeia Produtiva na visão Neoclássica No que tange a questão da Cadeia Produtiva, a teoria Neoclássica tradicional desenvolveu a idéia de que as fronteiras entre as interações dos agentes internalizadas nas firmas e aquelas que são processadas nos mercados são determinadas pelas características das funções de produção relevantes. A hipótese é que os mercados são eficientes na coordenação da interação entre os agentes, de maneira que sua substituição por algum tipo de coordenação administrativa é justificada pela presença de indivisibilidades tecnológicas. Porém, como existem ineficiências no mercado quanto aos modos de coordenação das atividades econômicas, estas levam as firmas a buscarem a verticalização ao longo de suas cadeias produtivas. De acordo com a teoria dos Custos de Transação, o argumento principal é que a organização das atividades econômicas determinação das fronteiras das firmas, mudanças na sua organização interna, estabelecimento de relações mercantis impessoais ou organizadas vem através da busca de economias de custo de transação, que são definidos como os gastos com recursos com a coordenação das interações entre os agentes em um contexto no qual a compatibilização ex ante das suas condutas é afetado pela presença de incertezas e oportunismos. 1 São custos que não podem ser recuperados quando a empresa decide sair do mercado. Os sunk costs dependem: do grau de especificidade do uso do capital; da existência de mercado para equipamentos usados; da existência de mercados para o aluguel de bens de capital; dos investimentos em distribuição do produto. 15

17 Segundo Possas, Fagundes e Pondé (1997): [...] os custos de transação resultantes são uma manifestação do fato de que os incentivos com os quais os mercados condicionam as condutas dos agentes enfrentam problemas na presença de ativos específicos, o que pode levar as empresas a aumentarem seu grau de verticalização como uma forma de incrementar sua eficiência na coordenação ou gestão de suas atividades ao longo de uma cadeia produtiva. (p.32) I.1.3 Barreiras à entrada na visão Neoclássica De acordo com o pensamento econômico Neoclássico, a noção de concorrência tem como ênfase a questão da Concorrência Potencial. Este tipo de concorrência relaciona-se à competição por lucros entre empresas já estabelecidas em certa indústria e novas empresas interessadas em iniciar operação nessa mesma indústria as chamadas empresas entrantes ou potencias. De acordo com esta corrente, quando uma indústria apresenta lucros elevados novas empresas tentarão se estabelecer nessa indústria na busca pelo compartilhamento destes lucros extraordinários. Analogamente, quando uma indústria tem um desempenho deficitário, determinadas empresas irão optar por encerrar suas atividades nesta indústria e se transferir para indústrias mais atraentes. Nos setores superavitários o aumento da oferta, devido à adição de capacidade, reduz os preços e contrai os lucros, enquanto nos setores deficitários a redução da oferta, devido á saída de certas empresas, contrai a oferta e eleva os lucros. Esta migração intersetorial somente cessaria quando as taxas de lucro se igualassem em todas as indústrias. Portanto, a concorrência é vista como um processo dinâmico, que tem como característica a livre entrada e saída de capitais da indústria e, levando em consideração toda a economia, pela tendência à igualação da taxa de lucro. Essa mobilidade de capitais é a força econômica que determina a dinâmica dos mercados. São essas interações entre empresas no processo econômico como um todo que devem ser a base para a teoria geral de preços e da produção. 16

18 Neste tipo de visão, uma indústria só poderá apresentar certa lucratividade, superior à média, durante certo período de tempo o tempo necessário para que uma decisão de construir capacidade se materialize. Logo, se uma indústria apresenta lucros extraordinários permanentes, existe então algum tipo de restrição à mobilidade de capital. Com isso, podemos afirmar então que existem barreiras à entrada nessa indústria. I.2 A visão Neo-Schumpeteriana A visão Neo-Schumpeteriana é uma alternativa conceitual ao critério paretiano estático. Tem uma noção de eficiência dinâmica que leva em consideração trade offs intertemporais entre preços e margens de lucro e entre eficiência produtiva e capacidade inovativa. Este tipo de visão aborda o mercado como ambiente seletivo, e com isso define seu atributo de eficiência seletiva, ou seja, sua capacidade enquanto ambiente competitivo de induzir e de selecionar inovações de produto e de processo que possam levar a uma redução futura de custos e de preços e a melhoria da qualidade dos produtos. Os Neo-Schumpeterianos aperfeiçoaram a teoria da concorrência formulada por J. Schumpeter, rompendo com a visão estática da concorrência abordada nos modelos Neoclássicos. Segundo J. Schumpeter, margens de lucro acima do nível competitivo podem ser toleráveis como também desejáveis, de forma a viabilizar investimentos em P&D e em outros ativos de menor ou maior risco. Ao serem introduzidos esse elementos dinâmicos deve-se levar em conta o trade off intertemporal entre rentabilidade (e consequentemente preços), eficiência (alocativa) presente, e eficiência (eletiva) futura, expressa na expectativa de novos e melhores produtos e processos. A concorrência na visão Schumpeteriana é vista como um constante processo de introdução e difusão de inovações no setor onde operam as empresas. Para Schumpeter a concorrência é caracterizada pela busca permanente por diferenciação por parte das empresas, através de estratégias deliberadas que têm como objetivos obter vantagens competitivas que proporcionem lucros de monopólio, mesmo que temporários (ALMEIDA, 2002). 17

19 As inovações tecnológicas, organizacionais, comerciais, contratuais e etc. são os instrumentos utilizados neste processo de diferenciação. Portanto, na visão Neo- Schumpeteriana, o poder de mercado não é uma falha de mercado, mas o incentivo para as empresas competirem. Ou melhor, o poder de mercado é o resultado da inovação e as firmas buscam adaptar-se às condições do mercado. A principal ruptura no que diz respeito à visão Neoclássica é o fato de que as transformações econômicas introduzidas pelas inovações são a regra do sistema econômico, e não apenas uma situação de desequilíbrio temporário. A regra do sistema econômico é evoluir destruindo equilíbrios, ou seja, a chamada Destruição Criadora. De acordo com a visão Neo-Schumpeteriana, as firmas buscam adaptar-se às condições do mercado. Estas empresas têm uma racionalidade limitada e estão sujeitas a um ambiente de constante incerteza. Não possuem informações suficientes para desempenharem um comportamento maximizador. Diante da racionalidade limitada, as firmas adotam mecanismos de coordenação das decisões diante de incertezas. Neste tipo de enfoque visualiza-se melhor a questão da eficiência dinâmica na concorrência. De acordo com Almeida (2002), a eficiência dinâmica pode ser vista como a capacidade das firmas para mudar suas funções de produção para direções que se mostram mais lucrativas (p.4). Desta maneira, o padrão de concorrência pode ser visto como um vetor particular resultante da interação das forças competitivas no espaço. Este modelo sugere a análise de algumas variáveis relevantes do padrão de concorrência dos setores de infraestrutura como: tecnologia, características da cadeia produtiva, barreiras à entrada e externalidades de rede. Tais variáveis serão analisadas adiante. I.2.1 Tecnologia na visão Neo-Schumpeteriana De acordo com a tradição Schumpeteriana a inovação é o elemento central do processo de concorrência, através do desenvolvimento, exploração e difusão de novas 18

20 tecnologias e formas organizacionais, capazes de proporcionar à empresa inovadora uma vantagem temporária em relação aos rivais existentes e potenciais. Esta visão considera que a dinâmica econômica se baseia em inovações em produtos, processos e nas formas de organização da produção. Ratifica a idéia de que as inovações não são necessariamente graduais, podendo ter um caráter radical. Neste caso, podem provocar uma grande instabilidade no ambiente econômico, modificando períodos de crise e prosperidade. A ação dos agentes vai se modelando ao logo do processo dos negócios e, portanto, não pode ser pré-definida. A capacitação de uma empresa em uma determinada indústria é resultado de um processo de aprendizado no decorrer das interações com o mercado e com novas tecnologias, permitido o estabelecimento de rotinas dinâmicas. Os mercados são dotados da capacidade de eliminar de forma eficaz as firmas incapazes de se comportar segundo o princípio da maximização de lucros. É necessário, portanto, conhecer a natureza das barreiras à entrada, da regulamentação, do grau de competição e das possibilidades de explorar economias de escala e escopo. Nos estágios iniciais de uma indústria, firmas tendem a ser pequenas e a entrada no mercado é relativamente fácil, o que reflete a diversidade de tecnologias empregadas e sua rápida mudança, o que não ocorre no mercado de GLP. No entanto, quando um padrão dominante emerge, e processos de produção especializados são desenvolvidos, barreiras à entrada começam a crescer e aumentam a escala e o capital necessários para produzir competitivamente. A inovação e a difusão tecnológica estão baseadas na concorrência que é fonte e resultado de assimetrias. A diversidade, pressuposto fundamental para o processo de geração e difusão de novas tecnologias, manifesta-se através de três dimensões: (i) assimetrias tecnológicas, (ii) variedade tecnológica e (iii) diversidade comportamental. Além disso, as especificidades da base de conhecimento tácito ou articulado; universal ou específico; privado ou público 2 - que informam o progresso técnico e os processo de aprendizagem (P&D, learning by doing, externalidades tecnológicas, etc.) também são fatores que geram 2 Estas características referem-se à diversidade das formas pelas quais o conhecimento é obtido e transmitido. 19

21 diversidade entre as firmas. Na medida em que os setores de atividade tenham características tecnológicas próprias, diferentes padrões de busca e inovações vão sendo determinadas. Portanto, a tecnologia não é um bem livre, pois envolve conhecimento específico e parcialmente apropriável, cujo acúmulo se processa ao longo do tempo (cumulatividade), mediante processo de aprendizado. As direções do progresso técnico dependem de sua base tecnológica. Por isso, a diversidade tecnológica deve ser preservada, posto que implica na abertura de novas possibilidades de experimentação e desenvolvimentos tecnológicos. As inovações tecnológicas podem gerar ganhos de produtividade e criar novos espaços econômicos, resultando na transformação da estrutura da indústria. A visão Neo- Schumpeteriana explicita que a inovação tecnológica é resultado da interação entre o processo de seleção e criação de diversidade tecnológica. A eficiência dinâmica pode estar associada com a seleção de determinadas trajetórias tecnológicas dominantes (busca de economias de escala), com o processo de aprendizado, com o processo de produção ou com a busca de maior variedade tecnológica. I.2.2 A Cadeia Produtiva na visão Neo-Schumpeteriana A visão Neo-Schumpeteriana contribuiu de forma significativa para a compreensão dos condicionantes de movimentos de verticalização que se focam nas dificuldades enfrentadas pelos mercados em realizar e compartilhar informações que são exigidas para o desenvolvimento de tecnologias que possuem uma dimensão sistêmica ao longo de uma cadeia produtiva. A integração vertical e a integração horizontal, à medida que resultam em poder de mercado e equilíbrios não paretianos, podem ser vistas como fontes de ineficiências estáticas. De outra maneira, a imposição de barreiras à integração vertical deve levar em conta as características da cadeia produtiva, dos custos de transação em função da necessidade de coordenação produtiva e de novos investimentos. A integração vertical é um dos principais mecanismos de coordenação de investimentos no caso de custos de transação elevados. 20

22 Portanto, os mercados frequentemente não possuem canais de transmissão e compartilhamento de informações/conhecimentos equivalentes aos que podem ser construídos dentro das próprias empresas. Um desverticalização, demasiadamente excessiva, pode interromper ou dificultar o aprendizado interativo ao longo das cadeias produtivas, gerando, assim, efeitos negativos sobre a introdução de difusão de novas tecnologias. I.2.3 Barreiras à entrada na visão Neo-Schumpeteriana No que diz respeito à eficiência dinâmica, segundo Possas, Fagundes e Pondé (1997) [...] as barreiras à entrada não devem ser tratadas como falhas de mercado a ser eliminada, mas como uma manifestação intrínseca da concorrência oligopolista (p.36). Tais barreiras refletem o esforço constante das firmas na criação de vantagens competitivas sobre as rivais existentes e potenciais. Portanto, para uma compreensão adequada de certas características da concorrência nos setores de infra-estrutura deve-se analisar mais especificamente os fatores que determinam o perfil das barreiras à entrada como: (i) diferenciação de produtos, onde os consumidores consideram mais vantajoso consumirem produtos de empresas já existentes do que de novas empresas; (ii) vantagens absolutas de custos, quando as empresas têm acesso exclusivo a recursos essenciais para a produção eficiente de determinados produtos; (iii) presença de economias de escala reais ou pecuniárias 3 ; (iv) presença de sunk costs ou custos irrecuperáveis. I.2.4 Externalidades de rede A existência de externalidades no que diz respeito às ações dos agentes nos mercados é tradicionalmente apontada como uma fonte de ineficiência no funcionamento do processo competitivo. Essas ineficiências paretianas dos mercados não se originam das externalidades 3 Economias de escala reais são aquelas derivadas de aumentos de produtividade cuja sua obtenção exige o aumento das dimensões da planta. E economias de escala pecuniárias são aquelas derivadas do pagamento de preços menores na aquisição de insumos, como também menores custos com transportes, propaganda etc. 21

23 em si, mas sim devido à presença de custos de transação que impedem os agentes de negociarem certa estrutura de direitos de propriedade que impeça que as externalidades gerem uma má alocação dos recursos. As externalidades de rede surgem através de interações entre um número razoavelmente grande de agentes nos quais as ações geram resultados interdependentes. Trata-se de um problema de falha de mercado, onde, como não há forma de um consumidor remunerar outro pelo benefício da adesão desse segundo à rede, existe a possibilidade de não se expandir a rede de forma eficiente. A necessidade de garantir um nível apropriado de interconexão pode exigir algum grau de regulação do setor. Além disso, o fato dessas redes terem uma conexão direta com os consumidores faz com que as empresas tenham um significativo poder de mercado, que quando associado com as vantagens derivadas de sua localização, acabam gerando rendas extraordinárias, sendo, portanto, mais um argumento favorável à regulação. Abordando os setores de infra-estrutura, as externalidade de rede podem surgir quando estão presentes alguns fatores como: (i) interfaces tecnológicas que exigem alguma padronização para garantir a compatibilidade entre as soluções técnicas adotadas pelos diferentes agentes; (ii) tecnologias cuja sua difusão se dá de tal maneira que os ganhos de cada agente com sua adoção dependem da quantidade de outros agentes que também a adotam; (iii) a presença de uma base produtiva no qual as empresas operem com fluxos e estoque dentro de um sistema interligado. Um problema clássico surge quando a busca de interesses próprios por parte de cada agente leva a um resultado não satisfatório para todos, no qual a teoria dos jogos denomina de Dilema do Prisioneiro. I.3 Concorrência em Oligopólio 22

24 Grande parte das premissas do Modelo de Concorrência Perfeita não é observada no mundo real. O mercado de GLP é um exemplo de ausência de concorrência perfeita. No que diz respeito à indústria de GLP, analisaremos os modelos de concorrência em oligopólio 4. Enquanto em um mercado de concorrência perfeita as empresas são tomadoras de preços, em um mercado oligopolista as empresas tornam-se inclusive fixadoras de preços e deverão agir de forma estratégica, levando em consideração a reação dos seus concorrentes. Os produtores manipularão as variáveis preço e quantidade com o objetivo de maximizarem os lucros, é que cada um adotará um comportamento estratégico (...). Isso faz com que p [preço] e/ou q [quantidade] sejam vistos como varáveis estratégicas pelos produtores (KUPFER E HASENCLEVER, 2002, p. 183). Na concorrência em oligopólio as decisões individuais passam a ter influência no mercado e os agentes passam a agir de forma estratégica. As decisões dependem da facilidade de entrada e de qual estimam seja o período de tempo que ocorra entre suas ações e as reações de seus rivais. Vários são os resultados possíveis neste tipo de mercado. O comportamento das firmas dependerá dos pressupostos em relação à estrutura de mercado, curvas de custo, barreiras à entrada etc. Algumas variáveis relacionadas à estrutura de mercado do setor de GLP serão analisadas mais especificamente no Capítulo II como: tecnologia, cadeia produtiva e barreiras à entrada. A grande contribuição deste modelo foi a introdução dos conceitos de concorrência potencial e de barreiras à entrada na análise da concorrência em oligopólio. Esta análise possibilita visualizar uma lógica econômica na formação de oligopólios, que vai além da idéia tradicional de falhas de mercado e conluio. O grande vilão nos mercados oligopolizados é a capacidade de uma firma fixar seus preços acima do custo marginal. Sucintamente, este modelo mostra que a entrada de uma firma em uma indústria pode ser barrada pela existência de barreiras à entrada. Os tipos de barreiras à entrada são (i) 4 Tipo de estrutura de mercado nas economias capitalistas, em que poucas empresas detêm o controle da maior parcela do mercado. 23

25 vantagem absoluta de custos: para as firmas incumbentes em função de patentes, posição favorável no mercado de trabalho, posição favorável em relação ao suprimento de matérias primas ou produtos intermediários, (ii) economias de escala em função das indivisibilidades do processo de produção e (iii) diferenciação de produtos, resultando em assimetria de preferência dos consumidores em favor das firmas incumbentes. As barreiras à entrada impõem custos elevados para os novos entrantes num mercado em oligopólio. A entrada de uma nova firma acontecerá apenas quando existir um potencial para a mesma realizar lucros extraordinários. Para isso, é condicionado que o preço do mercado fique acima do custo-médio do novo entrante. Caso existam barreiras à entrada, este preço estará bem acima do custo médio das firmas incumbentes. I.3.1 Competição em Oligopólio com Colusão Uma das formas de evitar a incerteza resultante da interdependência oligopolista é entrar em colusão. Para tanto, os oligopólios contam com duas opções, a formação de cartel (com duas subdivisões para a busca de maximização de lucros ou repartição de participação de mercado market-share) ou a aceitação de uma liderança de preços. Um Cartel é uma associação de firmas que coordenam suas atividades tendo como objetivo o aumento do lucro. É um acordo, formal ou informal, entre firmas concorrentes, que determina a política de preços para todos os seus membros. De acordo com Carlton e Perloff (1999): In any market, firms have incentive to coordinate their production and pricing activities to increase their collective and individual profits by restricting market output and raising the market price. An association of firms that explicit agrees to coordinate its activities is called cartel. (p. 121) Para alcançarem o seu objetivo, ou seja, a maximização do lucro, as empresas passam a coordenar suas ações com o objetivo de fixar o preço ou a quantidade no mercado. Para que seja possível a coordenação deve haver no mercado um pequeno número de empresas, ou um 24

26 grande número de empresas com participações divergentes. De qualquer forma, o que ocorre é um poder de mercado nas mãos de poucas firmas. De acordo com Porter, 1986: Quando as empresas são numerosas, a probabilidade de dissidência é grande, e algumas empresas podem chegar a acreditar que podem fazer movimentos sem serem notadas. Mesmo quando existem poucas empresas, se elas estiverem relativamente equilibradas em termos de tamanho e recursos aparentes, isto cria instabilidade porque elas podem estar inclinadas a lutarem entre si e têm os recursos para retaliações vigorosas. Por outro lado, quando a indústria é altamente concentrada ou dominada por uma ou poucas empresas, são poucos os enganos quanto à força, e o líder ou líderes podem impor disciplina, assim como desempenhar um papel coordenador na indústria através de meios como liderança de preço. (p.35) O cartel de divisão de mercado é o tipo de conluio mais popular entre as firmas. Neste caso, as firmas concordam em dividir mercado, embora mantendo a liberdade para determinadas decisões, como políticas comercias, quantidade de oferta, etc. Existem dois tipos de cartéis para divisão de mercado que são os cartéis em competição ex-preços e de determinação de cotas. No primeiro caso, competição ex-preços, as firmas acertam um preço comum, com o qual podem vender qualquer quantidade desejada, desde que o mantenham em prática. A determinação do preço ocorre através do mecanismo de barganha. As firmas com custos mais baixos pressionam por preços mais baixos enquanto as firmas com maiores custos procuram obter preços mais elevados. O ponto central neste questão é que o preço acordado deve proporcionar, em algum grau, lucros para todos os participantes do cartel. Porém, este cartel possui uma instabilidade inerente: as firmas de menor custo terão sempre um incentivo a burlar o cartel e cobrar um preço menor ou, pelo menos, a concederem vantagens confidencias a seus clientes. Já no cartel de determinação de cotas, as firmas chegam a um acordo a priori sobre a quantidade que cada um poderá vender ao preço acordado. Como os custos tendem a diferir entre as firmas, a solução de monopólio dificilmente seria obtida e assim mais uma vez 25

27 haveria o potencial de instabilidade no cartel. O cartel de determinação de cotas também dependerá do nível de custos de cada firma e de seu potencial de barganha. No modelo teórico de cartel, a concentração passa a ser uma premissa. Quanto menor o número de empresas no mercado, mais eficiente será o cartel. Carlton e Perloff (1999), afirmam que Oligopoly, of course, refers to a market structure with a small number of sellers (p.121). Entretanto, o cartel pode ocorrer com um grande número de firmas desde que exista concentração. O poder de mercado, seja ele de um mercado com poucas firmas ou com uma alta concentração, a firma deixa de ser tomadora de preços e passa a ter influência no preço e na quantidade ofertada. As firmas de um mercado caracterizado como cartel não irão ignorar que pertencem a tal mercado. Essas empresas irão atuar de forma estratégica sabendo que a decisão de uma influenciará a decisão das demais, e sabendo que as decisões do conjunto irão alterar os preços e as quantidades do mercado. Na colusão de liderança em preços, uma das firmas estabelece o preço e as demais seguem como dado. Isso elimina a incerteza quanto às reações das firmas rivais. Esta é uma atividade muito comum no mundo real, atraindo a atenção dos órgãos de regulação. Este tipo de colusão pode ser tácita ou formal. Portanto, ao contrário do que ocorre na concorrência pura, o mercado não é um bom alocador de recursos da sociedade. Cabe ao governo aplicar as medidas necessárias para defender a concorrência. I.4 O processo de concorrência e seus impactos para a estrutura industrial Diferentemente da visão Neoclássica, para uma análise detalhada das estruturas de mercado reais, caracterizadas por uma considerável quantidade de firmas e produtos no mercado, grande variedade de estruturas industriais por setor e uma multiplicidade de 26

28 condutas estratégicas das empresas, foram desenvolvidos estudos abordando questões como a concentração industrial, a promoção da concorrência e a introdução da concorrência em mercados regulados. Estes estudos resultaram em algumas teorias dentre as quais o paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho (Modelo E-C-D) que será utilizado como referência para analisar a evolução dos padrões de concorrência do mercado de gás liquefeito de petróleo no Brasil entre 1990 e Após abordarmos as visões Neoclássica e Neo-Schumpeteriana no tocante a concorrência, torna-se necessário estruturarmos a análise em questão com base em uma teoria mais dinâmica, apesar de cíclica que nos leve á uma análise o mais próxima possível do real funcionamento da forças que impulsionam a concorrência no mercado de GLP. Visto isso, será utilizado Modelo E-C-D para tal. I.4.1 Modelo Estrutura, Conduta e Desempenho No modelo E-C-D 5, a estrutura tem como papel descrever as características e a composição do mercado, como economias de escala, estrutura de custos, barreiras à entrada e à saída e a diferenciação de produtos. No que tange ao mercado de GLP, a estrutura é composta pela exploração da matéria-prima, o processo de produção e a distribuição do produto. A conduta (comportamento) das firmas é definida pela estrutura da indústria em questão, caracterizado pelo número e pelo tamanho relativo dos concorrentes, compradores e vendedores, pelo grau de diferenciação dos produtos, pela existência de barreiras à entrada de novas firmas, pelo grau de integração vertical (característica da Petrobras que será abordada mais adiante) etc. A conduta diz respeito às decisões que as firmas tomam como as relacionadas com investimentos em novas tecnologias, atividades de propaganda e marketing, expansão da capacidade produtiva ou de tancagem, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e em relação à política de preços. Finalmente, o desempenho gira em torno das eficiências produtivas e alocativas, do pleno emprego e da lucratividade. 5 Modelo microeconômico de organização industrial elaborado por Bain e Mason com o objetivo de definir o conceito de concorrência. A sigla E-C-D tem como significado os termos Estrutura, Conduta e Desempenho. 27

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