ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO. Relação entre Produtividade Total dos Fatores e Investimento em Capital Fixo para a Economia Brasileira

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Transcrição:

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO André Ricardo Casale iahara Relação enre Produividade Toal dos Faores e Invesimeno em Capial Fixo para a Economia Brasileira SÃO PAULO 2007

André Ricardo Casale iahara Relação enre Produividade Toal dos Faores e Invesimeno em Capial Fixo para a Economia Brasileira Disseração apresenada à Escola de Economia de São Paulo da Fundação Geúlio Vargas, como requisio para obenção do íulo de Mesre em Economia Empresarial. Campo de Conhecimeno: Desenvolvimeno Econômico Orienador: Prof. Dr. Alexandre Lanhoz Mendonça de Barros SÃO PAULO 2007

André Ricardo Casale iahara Relação enre Produividade Toal dos Faores e Invesimeno em Capial Fixo para a Economia Brasileira Disseração apresenada à Escola de Economia de São Paulo da Fundação Geúlio Vargas, como requisio para obenção do íulo de Mesre em Economia Empresarial. Campo de Conhecimeno: Desenvolvimeno Econômico Daa de Aprovação: -------/------- /------- Banca Examinadora: Prof. Dr. Alexandre Lanhoz Mendonça de Barros Prof. Dr. Jorge Pires SÃO PAULO 2007

Agradecimenos Ao Prof., Douor Alexandre Lanhoz Mendonça de Barros e ao Prof., Douor Alexandre C. Nicolella pela orienação a paciência. À minha família pelo apoio e incenivo.

Resumo O presene rabalho uiliza a eoria do crescimeno econômico a fim de analisar a relação das axas de invesimeno em capial fixo e a evolução da produividade oal dos faores no Brasil a parir de 1950 ae 2005. A parir de pesquisas bibliográficas abordam-se os esudos de Romer, Arrow, Pires, Solow se apresena conceios como o learning by doing, spillovers e decomposição da produividade a fim de embasar eoricamene o esudo. As pesquisas aponam a imporância da variável eficiência sobre a produividade oal dos faores no caso brasileiro, principalmene durane os anos de incidência de inflação elevada. A meodologia aplicada no rabalho se uiliza dos dados coleados juno ao IPEAdaa e Pen World Tables para formação brua de capial fixo, produo inerno bruo e dados populacionais para o cálculo da produividade oal dos faores seguindo a meodologia proposa por Solow. Uilizam-se os dados calculados para se exrair uma relação maemáica enre a produividade oal dos faores e ao nível de esoque de capial físico. O esudo comprova a relação enre a produividade e o invesimeno em capial físico, ambém fica demonsrada a grande imporância da eficiência sobre a produividade no caso brasileiro. Palavras chave: Produividade oal dos faores, Eficiência, Learning by Doing, Spillovers, Formação brua de capial físico.

Absrac This work uses he heory of economic developmen o analyze he relaion beween capial invesmen and oal facor produciviy in he Brazilian economy from 1950 o 2005. Using bibliographic research are found sudies of Romer, Arrow, Pires, Solow and presen conceps like learning by doing, spillovers and decomposiion of produciviy aiming o creae some foundaion o he sudy. The research poin ou he imporance of he efficiency over oal facor produciviy in he Brazilian case, principally over he years of high inflaion raes. The applied mehodology uses daa colleced on he IPEAdaa daabase o physical capial formaion, gross domesic produc, and demographic daa o calculae he oal facor produciviy under Solow s mehod. The sudy uses daa calculaed o exrac a mahemaical relaion beween oal facor produciviy and he level of physical capial. The sudy shows ha in Brazil his relaion beween invesmen and produciviy do exiss and shows also grea relevance of efficiency over produciviy in he Brazilian case. eywords: Toal facor produciviy, Efficiency, Learning by Doing, Spillovers, Invesmen in physical capial.

Sumário Capíulo 1 Inrodução...1 Capiulo 2 - A Relação enre Invesimeno em Capial Fixo e a Produividade...2 Capiulo 3 - Revisão Teórica...5 3.1 Considerações Gerais a Respeio da Produividade Toal dos Faores (PTF)...5 3.2 Produividade, Eficiência e Nível Tecnológico...9 3.3 Modelo Arrow Romer...16 Capiulo 4 - Faos Esilizados de Crescimeno Econômico...24 Capiulo 5 - Esudos Empíricos Envolvendo PTF e Invesimeno...25 Capiulo 6 Meodologia...27 6.1 Cálculo da Produividade Toal dos Faores para a Economia Brasileira...27 6.2 A Consrução da Série de Esoque de Capial...28 6.3 Conrução da Série com Ajuse para Escolaridade...30 6.4 Resulados do Cálculo da PTF para a Economia Brasileira...31 6.5 Busca da Relação enre PTF e Invesimeno em Capial Fixo no Brasil...32 6.5.1 Tese de Raiz Uniária e Coinegração...33 Capiulo 7 Conclusões...34 Referências Bibliográficas...36 Apêndice Esaísico...37

Capíulo I - Inrodução Esse rabalho em como objeivo principal responder a seguine perguna: Há relação esável de longo prazo enre a produividade oal dos faores e o invesimeno na economia brasileira? Procura-se enender nessa disseração se o aumeno na axa de invesimeno (medido pela evolução do esoque de capial) pode levar a ganhos de produividade como prevê os esudos de: Arrow (1962), que susena a hipóese de a acumulação de conhecimeno (descobera de novos méodos para produção mais eficienes e o desenvolvimeno da habilidade necessária para sua aplicação na práica) ser um subproduo da mecanização (learning by doing); Romer (1986, 1987), assume que o conhecimeno écnico se espalha insananeamene e sem cuso algum pelo sisema produivo (spillover). Será usado o arcabouço da conabilidade do crescimeno para se auferir a produividade oal dos faores (PTF) usando a meodologia apresenada por Solow (1957) e o méodo de invenário perpéuo para a medida de esoque de capial. Será dado raameno economérico adequado às séries consruídas para o caso brasileiro. Os dados a serem usados no esudo foram levanados juno ao IPEAdaa, Penn World Table 6.1 e FAPESP. As séries levanadas foram de formação brua de capial fixo, produo inerno bruo, população residene, população economicamene aiva, reorno à educação e escolaridade. O rabalho resenha alguns resulados de rabalhos empíricos envolvendo a relação invesimeno e produividade para ouros países. O principal resulado do arigo é o de comprovar que exise uma relação de longo prazo enre a produividade e o invesimeno para o caso brasileiro. 1

Capíulo 2 - A Relação enre Invesimeno em Capial Fixo e a Produividade Toal dos Faores (PTF) De acordo com a eoria econômica a medida da PTF em como pono de parida o enendimeno da produção de bens propriamene dia. Dessa forma, pare-se de uma função de produção com reornos consanes em escala, quanidades de insumos e faores de produção e produo final, axas marginais de subsiuição de faores como a respeciva razão de preços enre os mesmos 1. Tendo isso em mene devemos diferenciar mudanças ao longo da função de produção de deslocamenos da função de produção. Sabe-se que mudanças ao longo da função de produção podem ser explicadas pela variação no esoque de insumos e faores de produção ou sua razão; já o deslocameno da função de produção é inerpreado como variações na PTF. Enende-se que a axa de crescimeno na PTF é definida como a diferença enre a axa de crescimeno de produo final e a axa de crescimeno dos insumos e faores de produção. No seu rabalho seminal, Arrow (1971) levana a discussão sobre a impossibilidade da alocação óima de recursos para a aividade inovaiva devido ao risco inerene a esa aividade. A aividade criaiva seja ela fomenada pela pesquisa ou invenção é uma aividade permeada por incerezas, de forma que é exremamene difícil se auferir os resulados dos mesmos a parir do seu insumo. De acordo com Arrow o cuso marginal da uilização da informação se aproxima do nulo, o que lhe confere a caracerísica de bem público. Dessa forma não exise nenhum incenivo para a firma o invesimeno em pesquisa básica para criação de novas ecnologias ou processos, uma vez que a informação gerada é um bem inangível e de difícil apropriação. Como se raa de uma aividade que gera economias exernas (uma vez que o benefício social marginal é maior que o benefício privado marginal), seria desejável que o governo financiasse iniciaivas de geração de novos conhecimenos. 1 Mais dealhes na seção Revisão Teórica 2

Nese rabalho será simplificada a realidade, uma vez que se sabe que exisem cusos para se adquirir alguns ipos de ecnologia aplicada à produção (paenes), eficiência gerencial (consulorias) e organização indúsrial; porém, nesse caso, será usado como definição para mudanças na PTF as mesmas usadas por Abramoviz 2 he effec of cosless` advances in applied echnology, managerial efficiency, and indúsrial organizaion (cos-he employmen of scarce resources wih alernaive uses-is, afer all, he ouchsone of an inpu`), ou seja, o crescimeno da PTF nada mais é do que a radução na práica dos efeios de avanços em ecnologias e processos denro das empresas. Logicamene, sabe-se que mudanças na PTF são geralmene acompanhadas ambém por mudanças da função de produção; por exemplo, uma ecnologia ou forma de se organizar a produção pode ser criada a parir do uso de uma nova máquina. Uma vez que ese rabalho visa explicar a relação enre invesimeno em capial físico e a PTF, se deseja enender aé que pono invesimenos em novas máquinas, por exemplo, são capazes de produzir novas ecnologias, novos processos ou novas écnicas gerenciais que elevam a eficiência das empresas de forma agregada. Em seu rabalho Pires (2004) decompõe a PTF em progresso écnico, eficiência écnica, mudança na escala de produção e eficiência alocaiva. No caso do progresso écnico e eficiência écnica é basane inuiivo que ambos são imporanes para a composição da PTF. Porém, no caso de mudança de escala da produção a sua imporância só se confirma caso exisam reornos não consanes em escala. De acordo com os resulados de seu rabalho para o Brasil o progresso écnico a eficiência écnica e a eficiência de escala conribuíram posiivamene para o crescimeno da PTF; por ouro lado, a PTF calculada sem eficiência alocaiva é geralmene superior à mesma quando calculada com a eficiência alocaiva o que daria indícios de má alocação de faores na economia brasileira. Têm-se ilusrado acima, nesa seção alguns indícios de que novos processos, novas ecnologias em impacos relevanes na produividade da economia. Resa agora esclarecer de que forma o invesimeno em capial físico em uma economia em influência sobre a 2 Abramoviz (1,p. 764) 3

criação de novas ecnologias e processos; dessa forma se erá encadeado o racional causal enre invesimeno em capial físico e produividade. De acordo com o modelo de Arrow e Romer 3 pode-se gerar conhecimeno écnico ou de processos via o processo de learning by doing esse processo nada mais é do que aprender com a práica, um caso real clássico desse processo de aprendizado foi descobero ao ser esudada a forma de produção de auomóveis pelas indúsrias japonesas que usavam os modelos de jus in ime, nos quais as máquinas eram despregadas do chão e os operários podiam definir o lay ou ideal na concepção deles, além dos mesmos serem responsáveis pela conservação, e ajuses das máquinas por eles operadas. Esse ipo de liberdade/arefa dado aos operários gerou arrumações de máquinas, processos e ecnologias diferenciadas que aumenaram de forma relevane a eficiência operacional dessas fábricas, sobrepujando em muio a produividade ocidenal na forma de produzir carros. Ouro pono imporane que pode ser comenado nesse exemplo específico é o de os cusos de ransmissão dessa ecnologia ou desses processos pôde ser ransmiida com cusos exremamene baixos, dado que esse ipo de conhecimeno écnico não é proegido por paénes. Na realidade, aualmene muio dessas écnicas é aplicada na fabricação de auomóveis no ocidene. Romer (1986, 1987) chamou esse processo de disseminação do conhecimeno sem cusos e de forma exremamene rápida de efeio spillover (ransbordameno). A figura abaixo, exraída de Rapping (1965) ilusram o quano o learning by doing influenciou a consrução de barcos no esforço produivo durane a segunda guerra mundial. Noa-se que o número de homens-hora por embarcação consruída cai veriginosamene conforme passa o empo e o aprendizado na consrução inroduz práicas óimas na produção. 3 Assim denominado por Valdés (2000) 4

Figura 1 Relação Homens Hora para Consrução de Barco Tipo Libery Ship Figura 2 Relação Homens Hora por Tipo de Embarcação Gráficos exraídos do rabalho de Leonard Rapping (1965) Learning and WWII Producion Funcions 5

Capíulo 3 - Revisão Teórica 3.1 Considerações Gerais a Respeio da Produividade Toal dos Faores (PTF) Medidas acuradas da eficiência com que são uilizados os recursos em uma economia são de suma imporância para os economisas no esudo do crescimeno econômico. Um dos principaís meios de medição de eficiência é a produividade oal dos faores ou PTF. Um méodo basane usado para esimação da PTF é o desenvolvido por Solow (1957). Esse méodo supõe que exise uma relação direa enre o volume de produo e os volumes dos insumos capial e rabalho empenhados na economia. Dessa forma ela é capaz de nos fornecer o produo poencial da economia dada a combinação de insumos. Ao aplicar essa meodologia é necessário quebrar a função de produção em rês componenes idenificáveis como conribuidores do crescimeno, ou seja, capial, rabalho e progresso écnico. Essa meodologia ambém é conhecida como Resíduo de Solow, pois a PTF é obida por resíduo após a reirada das porções de crescimeno econômico responsáveis pelos faores rabalho e capial. Procedimeno Maémáico do Modelo de Resíduo de Solow: (Valdés, 1999) Inicia-se com uma função de produção do ipo neoclássico aumenadora de rabalho: Y F(, E) F(, AL) (3.1) 6

Após derivar a equação obém-se: dy d F d. d F de. E d F d. d F dl.( A. E d da L. ) d Depois de alguma manipulação: dy d Y d dl da F d F E d F E...... d (3.2) Y E Y L E Y A Noa-se que E AL, e da equação (3.1) obém-se: Y L F E. E L F. A E (3.3) Seguindo: F E 1 F. A L (3.4) Trocando E e F da equação (3.2) por seus valores dados por A L e a E equação (2.4) respecivamene, obém-se: dy d dl da d F d Y L d Y L...... d (3.5) Y Y L Y L L Y A 7

Ou seja: Y k L L L A (3.6) Sendo que Y represena a axa de crescimeno da variável Y. Noa-se que k e L represenam a elasicidade do produo agregado com respeio ao capial e o rabalho, respecivamene. A equação (3.6) é chamada de equação da conabilidade do crescimeno e pode ser inerpreada da seguine forma: k é a conribuição do capial físico para o crescimeno no produo, L L é a conribuição do rabalho e L A é a conribuição do progresso écnico. Em uma economia compeiiva os faores de produção recebem como pagameno seus respecivos produos marginais, ou seja, Dessa forma: F PM e F L PMT. Y Y k. (3.7) e L W L. (3.8) Y Y ou seja, k e L coincidem com as paricipações relaivas aos lucros e relaivas aos salários no produo agregado. Uma vez essa equivalência é feia a equação (3.6) em grande uso 8

práico, pois permie calcular a conribuição de cada faor, seja ele rabalho, capial ou progresso écnico, no produo agregado. Parindo das equações (3.7) e (3.8) pode-se isolar a conribuição de crescimeno do produo agregado que é gerada pelo progresso ecnológico: L A Y ( k. L. L) (3.9) A equação (3.9) é chamada de equação de resíduo de Solow, uma vez que a conribuição de crescimeno no produo que é gerada pelo progresso ecnológico é obida por resíduo, subraem-se do crescimeno do PIB as parcelas correspondenes ao rabalho e ao capial. Parindo da equação (3.9) é possível compuar a axa de crescimeno do progresso ecnológico ( A ). k. L. L) Y ( A (3.10) L Na lieraura econômica A (nível de progresso ecnológico) é chamado de Produividade Toal dos Faores ou PTF, dessa forma A corresponde à axa de crescimeno da PTF. Consruindo a parir da equação (3.10): 1 L k Y A Y ( L) crescimeno econômico de ( ) k L L L. L 1 (3.11) 9

Concluindo: 1 L Y A (3.12) k L. L Dessa forma a equação (3.12) é usada como um índice para a produividade oal dos faores e a equação (3.10) responde pela axa de crescimeno da PTF. 3.2 Produividade, Eficiência e Nível Tecnológico Uma vez que se invesiga a imporância do progresso écnico no crescimeno econômico a perguna que surge é como produzimos progresso écnico? Como ele se propaga na economia? Que ipo de renda ele aufere? O modelo neoclássico assume que o progresso écnico se dá de forma exógena, ou seja, o modelo por si só não é capaz de explicar de onde ele surge. O arcabouço da conabilidade do crescimeno aqui descrio prevê que pare do crescimeno econômico é aribuído ao progresso écnico da economia; assim sendo, orna-se de suma imporância o enendimeno dos faores que regem e influenciam a mesma. O grande problema com a assunção de que o progresso écnico é exógeno não é o de não exisir necessariamene uma explicação plausível para o mesmo, que ele é criado fora da economia, mas sim a assunção de que o mesmo é dado fora do âmbio da economia de mercado, ou seja, fora do ambiene das firmas que auam em mercados compeiivos e pagam um preço pelas suas áreas de pesquisa e desenvolvimeno. Nesse senido pode-se considerar o progresso écnico como uma commodiy, significando na verdade que ele não é verdadeiramene exógeno. Nese rabalho será usado o modelo de Romer (1983) e Arrow (1962) para endogeinização do progresso ecnológico; esse processo será explicado com mais dealhes na próxima sessão. 10

Oura forma de encarar a PTF seria enendê-la como a medida da ignorância, dado que, por consrução, a produividade oal dos faores é exraída por resíduo a mesma mede a produividade que não é explicada pelo nível de capial ou rabalho segundo o rabalho de Solow; ambém seu enendimeno como reflexo do nível ecnológico da economia esaria equivocada. Como mencionado, o conceio que se pode usar na enaiva de explicar melhor a produividade da economia é o da decomposição da mesma. Weil (2005) aborda a decomposição da produividade em nível ecnológico e eficiência, enquano Bauer (1990) e umbhakar (2000) decompõe a PTF em progresso écnico, eficiência écnica, mudança na escala de produção e eficiência alocaiva. Traando da abordagem de Weil a eficiência seria definida como a efeividade pelo qual os faores de produção e a ecnologia aplicada se combinam para gerar produo, ou de oura forma, a eficiência seria a variável usada para capurar qualquer coisa que possa gerar diferenças na produividade além das diferenças em ecnologia para produção. A consideração dessa variável eficiência no compuo da PTF é raado por Weil e será descria a seguir. A produividade, como já descrio aneriormene, pode ser deerminada por duas coisas: ecnologia, que represena o conhecimeno de como combinar os faores de produção para produzir bens e eficiência, medida de quão efeivamene esão sendo usados os faores de produção dado um nível ecnológico. O modo naural de se pensar nessa relação em ermos maémáicos seria de que o produo enre o nível ecnológico e o nível de eficiência deerminaria a PTF. A = T x E (3.13) Onde A é a medida de produividade, T é a medida do nível ecnológico e E é a medida do nível de eficiência da economia. Weil (2005) em seu rabalho fez um esudo empírico usando dados para a economia Americana e a economia Indiana, a fim de enender se a variável eficiência poderia ser 11

responsável pela diferença de produividade enre os países. Weil abordou a quesão indagando o quão longe esaria a Índia em ermos ecnológicos da economia Americana, buscando saber em anos, qual seria a defasagem ecnológica enre os países esudados. Suponha que a Índia esá G anos arás dos Esados Unidos em nível ecnológico; dessa forma, o nível de ecnologia na Índia em 1998 seria o mesmo nível de desenvolvimeno ecnológico dos EUA no ano de 1998 menos G (anos). Maemaicamene: T 1998, India T 1998 G, EUA (3.14) Seja g a axa de crescimeno do nível ecnológico nos EUA. A relação da ecnologia nos EUA em 1998 e em 1998-G é dada pela equação: T ) G 1998, EUA T 1998 G, EUAX (1 g (3.15) Subsiuindo a primeira equação na segunda em-se: T ) G 1998, EUA T 1998, IndiaX (1 g (3.16) Finalmene rearranjando a equação obém-se: T T 1998, India 1998, EUA (1 g) G (3.17) A equação acima mosra a razão da ecnologia na Índia e a ecnologia dos EUA como sendo função da disancia da ecnologia enre os países em anos, G, e a axa de crescimeno do nível ecnológico americano, g. Por exemplo, suponha que a Índia se 12

enconre dez anos arás dos EUA em nível ecnológico e a axa de crescimeno do nível ecnológico nos Esados Unidos seja de 0,81% ao ano. Assim a razão da ecnologia enre os países é: T T 1998, India 1998, EUA 1,00081 10 0,92 (3.18) Ou seja, a Índia em nível ecnológico 92% do nível Nore Americano. Para ver como a equação (3.17) pode ser usada para inferir sobre as diferenças enre os dois países reorne-se à equação (3.13) que nos mosra a relação enre PTF, eficiência e ecnologia. As equações serão escrias separadamene: A A India EUA T T India EUA XE XE India EUA (3.19) Dividindo a primeira equação pela segunda emos: A A India EUA TIndia EIndia X (2.20) TEUA EEUA O ermo do lado esquerdo da equação, que significa a razão da produividade de Índia e EUA, é 0,35 segundo o rabalho de Weil; o primeiro ermo no lado direio, que é a razão de ecnologia enre os países pode ser calculada na equação (3.17). Tendo em mãos as duas razões, pode-se calcular o úlimo ermo à direia que mede a razão da eficiência enre os dois países. 13

Tabela 1 Decomposição da Diferença da Produividade enre Índia e Esados Unidos Decomposição da Diferença da Produividade enre India e Esados Unidos Anos de Araso enre India e EUA em Tecnologia (G) Nível de Tecnologia Relaiva enre India e EUA (T) 10 0.92 0.38 20 0.85 0.41 30 0.79 0.45 40 0.72 0.48 50 0.67 0.52 75 0.55 0.64 100 0.45 0.78 Nívelde Eficiência Relaiva enre India e EUA (E) Tabela Exraída de Weil (2005) A abela acima mosra a razão enre a eficiência na economia da Índia e a economia Americana seguindo a meodologia proposa por Weil e descria acima. Como não se sabe com exaidão o araso ecnológico da Índia em relação aos EUA a abela raz uma série variada de valores possíveis, lisadas no lado esquerdo. A grande idéia por rás dese exercício é de que, salvo por arasos ecnológicos exremados, muio da diferença de produividade enre Índia e EUA pode ser explicado por diferenças na eficiência com que operam cada uma das economias. Por exemplo, dado que a velocidade de propagação de muias das ecnologias avançadas da aualidade como os elefones celulares e a inerne é exremamene elevada, dificilmene a Índia se enconra rina anos defasada dos EUA em ermos ecnológicos; caso a diferença fosse dese amanho, a ecnologia na Índia corresponderia a 79% do nível Nore Americano enquano a eficiência produiva seria de apenas 45% da eficiência produiva Nore Americana, ou seja a eficiência ainda responderia pela maior pare da diferença da produividade enre os países. Como pode se viso na abela acima o break even poin enre eficiência e ecnologia se daria enre cinqüena e seena e cinco anos de defasagem, o que inuiivamene não é razoável de se supor. O gráfico abaixo foi consruído por Pires (2004) endo como base a abordagem de decomposição da produividade apresenada por Bauer-umbhakar, noa-se claramene que a quesão da ineficiência é relevane quando vamos esudar a produividade oal dos faores. 14

Figura 3 Decomposição da Produividade Gráfico exraído de Pires (2004) Tão necessário quano enender que a eficiência é uma variável relevane na composição da produividade das nações é enender quais são as fones de ineficiências em uma dada economia. Um ipo de ineficiência ocorre quando recursos são desviados de aividades produivas para ouras improduivas, ou seja, desperdiçadas em aividades sem fim econômico. Obviamene do pono de visa da sociedade quano mais dese ipo de disperdício ocorrer pior ela esará, uma vez que menos bens serão produzidos e menos bens esarão disponíveis para consumo. Por ouro lado, na perspeciva do individuo, algumas vezes se engajar em aividades improduivas pode ser uma decisão basane racional, as pessoas podem ganhar mais para elas mesmas se envolvendo com aividades improduivas do que rabalhando para gerar bens. Na verdade essa aividade envolve a redisribuição dos bens disponíveis na sociedade, exisem vários exemplos dese ipo de aividade improduiva, como: Roubo, furo, odo o ipo de gaso ou invesimeno em segurança (guardas, alarmes, ec), guerras, seqüesros. Exise oura forma de aividade improduiva na sociedade que envolve insiuições ligadas ao esado, onde o indivíduo busca seu bem pessoal, chamamos de ren seeking. 15

Esse ipo de aividade ocorre quando políicas governamenais criam um ipo de renda arificial. Um exemplo basane comum do ren seeking no Brasil é a corrupção que esá insalada no âmbio do Esado, o funcionameno de lobbies, a conraação de parenes e membros paridários para cargos públicos, o consane pagameno de propinas para funcionários públicos em roca de benefícios e a própria aração dos recursos humanos mais brilhanes para o seor público visando exrair pare dessa renda vinda de aividades improduivas geram uma alocação imperfeia que diminuem a capacidade da economia de gerar produo. Uma segunda forma de ineficiência ocorre quando rabalho ou capial simplesmene não é usado plenamene. Exemplos práicos para o caso do rabalho seriam o desemprego, o subemprego que ocorre quando o rabalhador usa apenas uma pare do seu empo no rabalho para produzir bens, o sobre emprego ambém ocorre quando um sindicao fore obriga a indúsria a não demiir ou a conraar resulando em mais mão de obra do que o economicamene razoável; exemplo práico para o capial seria o não uso da capacidade insalada de uma indúsria. Taxas de inflação e carga ribuária muio elevada ambém podem razer grande ineficiência para o seor produivo uma vez que arapalha a formação de preços na economia no caso da primeira e gera exrema compeição com o seor privado em busca de recursos escassos da economia no segundo caso, assim dificulando e induzindo a alocações economicamene não óimas. 3.2 Modelo Arrow-Romer Nesa seção se esará inroduzindo alguns conceios da eoria do crescimeno econômico que serão úeis para o desenvolvimeno desse rabalho. Será dada ênfase ao modelo Arrow-Romer, conforme Valdés (1999), ambém chamado de modelo a 4. O modelo a pressupõe que a acumulação de conhecimeno é um subproduo da acumulação de capial. Esse processo é ambém conhecido como learning by doing. 4 O modelo é baseado em Valdés (1999) 16

Como apona a eoria, cada nova máquina adquirida é capaz de modificar o ambiene produivo de forma que o aprendizado e a invenção recebem esímulos conínuos. Um exemplo pode ornar esse pono mais claro. Imagine uma firma com duas máquinas, 20 rabalhadores e uma máquina adicional é adquirida, elevando o nível de mecanização da empresa (relação capial rabalho mais elevada). Aconecerá que os rabalhadores operarão essa nova máquina e se ornarão cada vez mais acosumados a ela, conhecerão melhor seu funcionameno e serão capazes de irar o melhor proveio da mesma. Em ouras palavras, aprenderão as mais avançadas écnicas no uso práico do novo equipameno. Além disso, durane o processo de adapação à nova máquina os rabalhadores podem criar novas formas de organizar a produção ou er idéias para modificar e melhorar o equipameno. Dessa forma, pode-se afirmar que níveis mais elevados de mecanização e aumenos no esoque de conhecimeno são duas faces no mesmo processo de acumulação de capial. Seja A i o esoque de conhecimeno da firma i (i=1, 2,...N) no empo. A eoria descreve que sempre que a firma eleva seu grau de mecanização, seu esoque de conhecimeno crescerá pelo processo de learning by doing. A magniude pelo qual isso ocorre é uma quesão empírica, porém em consideração à eoria, posula-se que A i sobe por ceno para cada um por ceno de ala em i /L i, onde represena o capial e L represena a mão de obra, ou seja, a elasicidade de learning by doing de A i com relação a i /L i, é : log Ai, ( >0) log( i / Li) O que quer dizer: log Ai. log L i i 17

Essa é a curva de learning by doing. Ela pode ser descria em nível da seguine forma: L i d log Ai d log i log A i log log L i i log, Onde log e log são as consanes de inegração, as quais são represenadas em logarimo por conveniência. Dado que log - log =log =log, onde =, em-se: i log Ai log log Li Ai i Li,( 0) Para coninuar a revisão da eoria que nos auxiliará no decorrer dese rabalho levana-se a hipóese do efeio spillover. Esse efeio, segundo Romer (1986) implica na disseminação sem cuso e imediaa de odo e qualquer ipo de idéias ou ecnologias. É claro que esa é uma suposição exrema porque não se adquire conhecimeno insananeamene e o sisema de paenes privilegia o desenvolvedor de nova ecnologia ou écnica, de forma que o conhecimeno não se ransmie de graça pela economia. O conceio learning by doing de Arrow e a hipóese de ransmissão de conhecimeno insanânea e sem cuso proposa por Romer junos levam a imporanes implicações: a economia como um odo deverá apresenar um nível homogêneo de conhecimeno écnico em um dado empo. 18

Dessa forma em-se para a firma individual: Ai i A para odo i (i=1,2,...n) i L L i i A 1 i L i para odo i (i=1,2,...n) Olhando de forma agregada: N i N i1 i1 L i L Rearranjando: L i L para odo i (i=1,2,...n) i Conclui-se, assim, que a relação capial-rabalho será a mesma ano para a firma individual como para a economia como um odo. Dessa forma o nível ecnológico se dá da seguine maneira: A L 19

É imporane noar que A não é mais dada exogenamene: ela é dependene da alocação capial-rabalho das empresas. Dessa forma em-se um modelo endógeno de geração de conhecimeno. Torna-se relevane, enão, modelar a decisão do agene econômico quano à magniude da relação capial/rabalho. O modelo Arrow-Romer pressupõe um número grande de firmas idênicas i (i=1,2,...,n) que são omadoras de preço e operam numa função de produção aumenadora de rabalho. Assumindo a forma Cobb-Douglas para a função de produção por razão de simplicidade, em-se: Y ( i) 1 i i AL ; (0< <1) O modelo assume ambém que odo progresso écnico se dá por meio de learning by doing e que sua uilização pode ser feia sem cuso algum. Dessa forma, é usada a noação A na função de produção para demonsrar que o nível de ecnologia é dado. Se noa que a função descria possui reornos consanes em escala e seus produos marginais (quano a e L) são posiivos e decrescenes. Assim sendo o cálculo do lucro de uma firma individual será dado por: i Yi i WL i Subsiuindo a função de produção em Y i em-se: i i ( AL 1 i ) i WL i Dessa forma o problema da empresa é o de maximizar seu lucro quano se usar de i e de L i dados seus preços, ou seja: i escolhendo o 20

21 i i i i A i L L W A L MAX i i 1 ) ( ), ( A solução da condição de primeira ordem para a equação acima é: 1 1 i i L A i i L A W 1 1 Pode-se ober a função de produção agregada dessa economia simplesmene aplicando o somaório nas funções de cada empresa individual. i N i N i i i i i L L A Y 1 1 1 L L A Y 1 1 L A Y

22 A solução no esado esacionário é: L A L A Se R é consane A ambém é consane. L k k sy L L L R k 2 Da função de produção: 1 A L L Y y Sabe-se que: L A

23 Seja a 1, enão: 1 1 L L y 1 ak y, onde L k Ou seja: k sak k k 1 1 1 sak k k k Na expressão acima pode-se noar que k será consane, ou seja, exisirá crescimeno balanceado, apenas se 1 1 e, conseqüenemene, se 1. Assim, supondo 1 em-se a seguine função de produção agregada: a Y A fórmula acima mosra que, em nível agregado, o produo é proporcional ao esoque de capial. Pode-se esranhar na fórmula a ausência do faor rabalho. É imporane noar que os bens não podem ser produzidos sem rabalho.a equação agregada exprime que o nível de produo é proporcional ao esoque de capial.

É imporane enender a engenhosidade do modelo Arrow-Romer. As empresas individuais decidem o quano de capial e rabalho conraar omando por base os preços e o produo marginal dos faores. Ocorre que elas não enxergam que da decisão de acumulação de capial ocorrerá uma exernalidade posiiva (novas idéias) que elevarão o produo. Essa exernalidade rompe, em nível agregado, com os rendimenos marginais decrescenes dos faores, ornando a função agregada linear, função a. Capíulo 4 - Faos Esilizados de Crescimeno Econômico O modelo de Arrow-Romer reproduz os faos esilizados observados por aldor (1961) que a parir de dados empíricos percebeu ceras regularidades que qualquer modelo econômico que ene explicar crescimeno deve conemplar. É possível mosrar que o modelo a se encaixa nos pressuposos dos faos esilizados. Fao esilizado nº1: No longo prazo o produo per capia cresce a axas posiivas que não mosram endência a diminuir. Se 1, segue. k sa ( ), para k 0 sa ( ) Y a Se k 0 y 0 Fao Esilizado nº2: A relação capial produo não apresena endência no longo prazo, ela ende a se maner consane. 24

k Y k Y ce Fao Esilizado nº3: O reorno do capial físico, ou a axa de lucro não apresena endência no longo prazo, ela ende a se maner consane. ce A 1 L i i 1 i A para 1 Li 1 L i i (1 ) L i i 1 a ce Fao Esilizado nº4: Exise grande variedade no crescimeno do produo per capia denre os países do mundo. Como k sa ( ) é válido e os parâmeros s, a,, diferem muio enre os países pode-se afirmar que conemplamos ambém o fao esilizado nº4. 25

Capíulo 5 - Esudos Empíricos Envolvendo PTF e Invesimeno A eoria econômica em como um dos seus principais objeivos enar enender o porquê de alguns países apresenarem crescimeno econômico acelerado durane as úlimas décadas enquano ouros permaneceram na pobreza e subdesenvolvimeno. Diversos esudos na lieraura econômica focam esse fenômeno e denro do escopo de esudo sobre o crescimeno econômico é de suma imporância enender sua relação com variáveis como acumulação de capial, produividade, ciência e ecnologia. Denre esses esudos pode-se ressalar os rabalhos de Timmer e Van Ark (2000) e De Long e Summers (1991 e 1993). O esudo de Timmer e Van Ark (2000) a respeio de formação de capial e crescimeno de produividade da Coréia do Sul e Taiwan revelou que a parir de meados dos anos 50 aé os anos 90 o invesimeno em capial físico (máquinas) gerou crescimeno na PTF com alguma defasagem. A abela abaixo apresena resulados de crescimeno de esoque de capial, assim como o crescimeno da PTF. Tabela 2 Taxas de Crescimeno do Esoque de Capial e PTF Crescimeno no Coréia do Sul Esoque de Capial em % Crescimeno na PTF 1963-73 12,48 0,05 1973-85 13,17 0,17 1985-96 10,8 2,27 Taiwan 1963-73 12,58 2,14 1973-85 11,45 0,38 1985-96 8,35 1,91 Fone: Timmer e Van Ark (2000) Em seu rabalho De Long e Summers (1991 e 1993) mosram empiricamene com dados de países indusrializados e países em desenvolvimeno que a correlação enre o 26

invesimeno em máquinas e equipamenos e a PTF é posiiva. A figura abaixo represena a relação enre o crescimeno anual da PTF e a paricipação de maquinário no produo dos países esudados. Figura 4 Relação Crescimeno da PTF com paricipação de maquinário no PIB Fone: De Long e Summers (1993) Seguindo uma linha diferene o esudo de Easerly e Levine (1999) susena que o crescimeno na PTF e não a acumulação de faores são responsáveis pelas diferenças na renda per capia de diferenes países. O esudo de Blomsrom, Lipsey e Zejan (1996) mosra que o crescimeno na PTF Granger causa o invesimeno, resulados disinos dos esudos acima referidos. 27

Capíulo 6 - Meodologia 6.1 Cálculo da Produividade Toal dos Faores para a Economia Brasileira Nesse rabalho serão calculadas quaro séries de PTF para o Brasil a parir do ano de 1948 aé 2005. As séries hisóricas uilizadas no rabalho foram levanadas na base de dados do IPEA (ipeadaa) e Penn World Tables 6.1. A produividade oal dos faores foi medida segundo a meodologia apresenada por Solow (1957) e já descria nese rabalho. As medidas de produo escolhidas foram o PIB nominal dado pelo IPEAdaa, o PIB per capiã por PPP fixo de agoso de 2001 obido no Penn World Tables 6.1. A série de população residene foi esimada se valendo das axas de crescimeno populacional do IPEA de 1947 a 1979, a axa de crescimeno de 1980 foi de 2,41% aa que corresponde a média enre as axas de 1979 e 1981 e a parir de 1980 foi uilizado a população dada pelo IBGE. A série de invesimeno em capial físico uilizada foi a gerada pelo IBGE. O objeivo desse exercício foi esabelecer comparação enre os efeios de disinas séries de PIB e capial humano e os conseqüenes efeios sobre a produividade oal dos faores. As quaro séries de PTF uilizando diferenes referências de dados foram calculadas: PTF 1: Cálculo por PEA, PIB e Esoque de Capial PTF 2: Cálculo por PEA com ajuse para capial humano, PIB e Esoque de Capial PTF 3: Cálculo por População Residene, PIB e Esoque de Capial PTF 4: Cálculo por PEA, Esoque de Capial e PIB por PPP O cálculo das rês primeiras séries de PTF são basane inuiivas, suas diferenças esão apenas na forma de se compuar o faor rabalho no resíduo de Solow. O cálculo da série de PTF quaro mescla dados obidos por PPP e dados obidos nas séries de conas nacionais, que são gerados em valores nominais. 28

Pode se levanar a discussão de que a série de invesimeno não corrigida para paridade de poder de compra pode disorcer de forma relevane os preços relaivos e assim viesar os resulados para a produividade oal dos faores. Segundo o esudo de Cohen e Soo (2002) a uilização de PIB por PPP e série de invesimeno a valores nominais não induz a viés no cálculo de PTF, uma vez que as decisões de invesimeno são baseadas nos preços do mercado local e não em paridade de poder de compra. 6.2 A Consrução da Série de Esoque de Capial A consrução do esoque de capial físico foi feia seguindo a meodologia de invenário perpéuo, descrio na equação abaixo: 1 I 1 (6.1) Sendo que é a axa de depreciação do capial físico, I a série de invesimeno em capial físico no período e o esoque de capial físico no momeno. O méodo do invenario perpéuo requer que se enha o esoque de capial físico no momeno zero 0, que foi obido a parir da equação (6.1): 1 I 1 e 0 1 2 I 2 1 1 Segue-se que 29

I 2 0 I 1 1 1 2 Subsiuindo sucessivamene, em-se 0 1 1 I j j1 Supondo que a economia se enconra em crescimeno balanceado aé o insane =0, obémse. I j j 1 g n j I 0 1 Onde n represena o crescimeno da PEA e g a axa de progresso écnico, em-se enão 0 1 I 1 0 (6.2) 1 g 1 n j0 1 g1 n 1 Sabendo que 1 g1 n 1, omando-se o limie na equação (6.2) obemos: 0 I 1 g1 n 1 0 Considerou-se I 0 o dado de invesimeno no primeiro ano observado na série, a axa de progresso écnico g usado foi de 1,53% ao ano seguindo a meodologia adoada por 30

Gomes, Pessoa e Veloso (2003); como proxy de n uilizou-se a axa de crescimeno média da PEA no período esudado. As elasicidades do capial e rabalho e (1- ) na função de produção foram baseados nas pesquisas de Pires (2004), foi usado a elasicidade esimada para o meio do período e aplicada para oda a série esudada. Dessa forma será igual a 0,55 e (1- ) será igual a 0,45. 6.3 Consruindo a Série com Ajuse para Escolaridade Os impacos do nível educacional na produividade do rabalhador podem ser relevanes. Supõe-se que níveis de escolaridade mais elevados refliam em maior produividade por pare do rabalhador. Assim, supõe-se que o capial humano H seja dado por: H h Onde H é o dado de capial humano ajusado à escolaridade, h é o número médio em anos da escolariadade do brasileiro, dado obido juno ao banco de dados do IPEA; e corresponde à axa de reorno para a educação 5 exraído do rabalho de Lauro Ramos. Os dados referenes aos anos de escolaridade foram obidos na FAPESP. 5 Tabelas disponíveis no Apêndice Esaísico 31

6.4 Resulados do Cálculo da PTF para a Economia Brasileira Abaixo em-se ploados os gráficos das séries de PTF calculadas segundo cada base de dados descria no início desse capíulo. Os gráficos são expressos em índice, sendo que os gráficos 1,2 e 3 o ano de 1947 em como base 100, no caso do gráfico 4 a série começa em 1950 e sua base nese ano é 100. PTF 1 PTF 2 140 130 120 110 100 90 80 70 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 1947 1951 1947 1951 1955 1959 1963 1967 1971 1975 PTF 3 1979 1983 1987 1991 1995 1999 2003 1955 1959 1963 1967 1971 1975 1979 1983 1987 1991 1995 1999 2003 130 120 110 100 90 80 70 60 600 500 400 300 200 100 0 1947 1951 1955 1959 1963 1967 1971 1975 PTF 4 1979 1983 1987 1991 1995 1999 2003 1950 1954 1958 1962 1966 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 As séries de PTF 1, 2 e 3 que foram calculadas com dados exraídos do IPEAdaa em comporameno basane semelhane: a PTF exibe axas de crescimeno moderado desde o fim da decada de 40 aé 1963 com o período de grande crescimeno econômico que se obeve durane o plano de meas de Juscelino ubischek, e o enorme volume invesido em projeos de infra-esruura, principalmene a consrução de Brasília e projeos de consrução de rodovias, além da implanação de boa pare da indúsria auomobilísica brasileira. 32

A parir de 1964, aé meados da década de 70 noa-se um ciclo de crescimeno acelerado da PTF no Brasil, que coincide emporalmene ao Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) poso em práica pelos governos miliares. Após a segunda meade da década de 70 os gráficos começam a se diferenciar, de forma que a PTF calculada usando dados de PEA com e sem ajuse e escolaridade (PTF 1 e 2) mosram uma queda acenuada da produividade aé o inicio da década de 90. O gráfico consruído com base na população residene ambém apresena queda, porém menos acenuada. A parir da década de 90 aé hoje se noa cera esabilidade da PTF nos dados calculados sobre a base do IPEA sem ajuse para escolaridade (gráficos 1 e 3); na série ajusada para escolaridade a PTF coninua cadene inclusive após a década de 90. O gráfico calculado endo como base o PIB por PPP (gráfico 4) mosra uma série que em crescimeno durane praicamene odo o período de esudo mosrando maior aceleração durane a década de 70. 6.5 Busca da Relação enre PTF e Invesimeno em Capial Fixo no Brasil Uma vez que foram geradas as séries da PTF, procurou-se esabelecer uma relação enre a produividade oal dos faores e o invesimeno em capial fixo para a economia brasileira valendo-se do arcabouço economérico. As séries que serão usadas para essa pare do esudo são a Formação Brua de Capial Fixo (FBF) e as séries de PTF calculado com a PEA e a PTF calculada com PEA ajusada por escolaridade (PTF 1 e 2). Ese esudo não em como objeivo quanificar a relação enre PTF e invesimeno, mas sim buscar a exisência ou fala de exisência de uma relação de longo prazo enre as duas variáveis. Isso poso, a abordagem economérica no caso será a de se esar as séries para busca de raiz uniária e em seguida aplicação de ese de coinegração sobre as séries a fim de se comprovar relação de longo prazo enre as bases de dados, ou seja, se esará seguindo o proocolo economérico para a execução de uma regressão por mínimos 33

quadrados ordinários (OLS); porém, uma vez que não é do ineresse se quanificar a relação enre as séries, a pare da regressão esará sendo deixada de lado. 6.5.1 Tese de Raiz Uniária e Coinegração O ese para idenificação de raiz uniária é necessário a fim de se eviar fazer uma regressão espúria, ou seja, uma regressão sem nenhum senido econômico. As regressões espúrias são paricularmene comuns quando se raa de séries não esacionárias, como no caso dos dados que são usados no rabalho, elas esariam relacionando a endência da série alisa ou baixisa, podendo gerar alo R 2, porém sem nenhum significado econômico práico. Para miigar o risco de incorrer em regressão espúria é necessário avaliar se as séries possuem esacionaridade, isso pode ser realizado aravés de ese de raiz uniária. Uma vez o ese aplicado, mesmo se descobrindo que as séries não são esacionarias, é possível abrir mão da regressão via (OLS) caso as séries sejam coinegradas. O ese de raiz uniária aplicado nas séries foi o ese de Dickey Fuller (Dickey, Fuller 1979), pode-se ver os resulados do ese para cada uma das séries no apêndice esaísico e noar que em odas as séries em-se uma única raiz uniária. 34

A meodologia aplicada para o ese de coinegração foi o de Johansen, que pode ser enendida como uma generalização mulivariada do ese de Dickey Fuller Aumenado. Os resulados do ese sobre as séries pode ser viso no apêndice esaísico. No presene exercício, as séries são coinegradas, indicando que há relação de longo prazo enre invesimeno e PTF. Esse resulado sugere que o invesimeno em capial físico guarda relação com o avanço da produividade oal dos faores conforme sugere o modelo de Arrow-Romer. 35

Capíulo 6 Conclusões Como já expresso durane o rabalho, é correo afirmar, segundo a eoria de Arrow a Romer que invesimeno em capial físico é capaz de gerar conhecimeno écnico via o processo descrio como learning by doing e uma vez esse conhecimeno disponível a sua propagação para oda a economia se dá insananeamene e grauiamene, processo chamado de spillover. Esses processos combinados são capazes de elevar a produividade agregada da economia. Os esudos de Arrow e Romer ambém permiem um cero nível de absração, de forma a possibiliar o encadeameno do processo de invesimeno com o de aumeno da produividade oal dos faores para uma economia em específico, essa foi a abordagem desse rabalho focando especificamene os impacos do invesimeno na produividade da economia brasileira a parir do final da década de 50 aé o ano de 2005. Os esudos ecomoméricos aplicados às séries para a economia brasileira corroboram com as conclusões de Arrow e Romer, aponando que exise de fao uma relação de longo prazo enre as séries de invesimeno e produividade para o Brasil. Porém deve-se ressalar que exisem faores presenes na economia brasileira durane o período esudado que corrompem ou enfraquecem premissas eóricas e economéricas usadas para embasar o esudo. Alguns componenes da produividade, em essencial aqueles relaivos à eficiência podem complicar a relação enre PTF e invesimeno. Elevada axa de inflação 6, principalmene na década de 80, o que ceramene baixou o nível de eficiência alocaiva da economia brasileira durane o período, uma vez que o suro inflacionário brasileiro nesse período disorceu compleamene os preços relaivos para os aivos brasileiros. Baixo nível de FBF 7 durane odo o período esudado incluindo o período pos plano Real. 6 Dados relaivos a inflação brasileira enconram-se no apêndice esaísico 7 Dados relaivos a FBF brasileira enconram-se no apêndice esaísico 36

Elevadas axas de desemprego 8 para a economia brasileira, o modelo de Arrow e Romer em como pressuposo o esudo de uma economia em pleno emprego dos faores de produção. Nível de carga ribuaria 9 exremamene elevado durane odo o período, com desaque para o período pos plano Real, o que ambém leva a queda da eficiência da economia, uma vez que expulsa o seor produivo privado da economia, incenivando a informalidade; e impede ou prejudica de forma imporane a alocação óima dos recursos na economia. 8 Dados relaivos a desemprego no brasil enconram-se no apêndice esaísico 9 Dados relaivos a carga ribuaria brasileira enconram-se no apêndice esaísico 37

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Apêndice Esaísico IPCA IGP-M Indices de Inflacao (% am) 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0-10 Jan-80 Jan-82 Jan-84 Jan-86 Jan-88 Jan-90 Jan-92 Jan-94 Jan-96 Jan-98 Jan-00 Jan-02 Jan-04 Jan-06 Formacao Brua de Capial Fixo 28 26 24 em % do PIB 22 20 18 16 14 12 10 1947 1950 1953 1956 1959 1962 1965 1968 1971 1974 1977 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 39

Dados de Desemprego - IBGE 14 13 12 em % 11 10 9 8 1/10/2001 1/1/2002 1/4/2002 1/7/2002 1/10/2002 1/1/2003 1/4/2003 1/7/2003 1/10/2003 1/1/2004 1/4/2004 Carga Tribuária - SRF 1/7/2004 1/10/2004 1/1/2005 1/4/2005 1/7/2005 1/10/2005 1/1/2006 1/4/2006 1/7/2006 1/10/2006 em % do PIB 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 1947 1951 1955 1959 1963 1967 1971 1975 1979 1983 1987 1991 1995 1999 2003 40

41

Período Capial físico PIB PIB PPP População economicamen e aiva (PEA) - urbana Capial humano oal População Residene 1947 167.058.602 106.938.751 6.254.216 7.361.275 46.726.616 1948 176.038.267 117.311.810 6.451.371 7.607.029 47.938.329 1949 185.447.437 126.344.819 6.654.742 7.861.145 49.231.324 1950 195.583.982 134.936.267 15.819.223.253 6.864.523 8.123.913 50.609.692 1951 209.753.310 141.548.144 18.307.024.680 7.160.724 8.490.260 52.075.806 1952 225.474.060 151.881.159 20.239.952.237 7.469.706 8.873.310 53.625.165 1953 240.777.885 159.019.573 21.299.521.368 7.792.020 9.273.835 55.251.542 1954 260.921.239 171.423.100 23.346.688.697 8.128.242 9.692.643 56.948.716 1955 280.176.230 186.508.332 25.134.052.626 8.478.972 10.130.581 58.710.465 1956 298.066.549 191.917.074 26.775.467.483 8.844.836 10.588.534 60.530.563 1957 323.497.527 206.694.689 30.800.061.410 9.226.486 11.067.429 62.402.790 1958 353.766.130 229.017.715 33.514.040.193 9.624.605 11.568.239 64.320.921 1959 393.063.405 251.461.451 37.266.393.015 10.039.900 12.091.977 66.278.733 1960 426.092.524 275.098.828 40.476.901.810 10.473.120 12.639.717 68.270.004 1961 456.179.420 298.757.327 46.225.570.127 10.958.150 13.252.620 70.290.604 1962 496.564.385 318.475.310 48.403.985.175 11.465.630 13.895.548 72.344.767 1963 536.972.910 320.386.162 51.715.109.852 11.996.620 14.570.014 74.438.823 1964 574.021.009 331.279.292 54.891.121.075 12.552.200 15.277.577 76.579.102 1965 616.425.659 339.229.995 59.988.744.180 13.133.510 16.019.882 78.771.930 1966 661.581.816 361.958.405 64.111.340.474 13.741.750 16.798.668 81.023.639 1967 699.758.626 377.160.657 69.261.836.597 14.378.150 17.615.731 83.340.555 1968 753.844.832 414.122.402 80.010.735.837 15.044.020 18.472.986 85.729.008 1969 827.280.006 453.464.030 91.423.081.440 15.740.730 19.372.444 88.195.327 1970 901.170.533 500.624.289 105.891.958.800 16.469.700 20.456.607 90.745.840 1971 988.148.888 557.409.712 122.690.954.506 17.520.780 21.971.827 93.383.090 1972 1.085.897.876 623.966.372 142.767.988.442 18.638.930 23.609.281 96.094.466 1973 1.204.661.217 711.126.498 171.772.389.628 19.828.440 25.380.009 98.863.574 1974 1.349.480.287 769.111.317 198.369.989.880 21.093.870 27.296.177 101.674.018 1975 1.510.103.095 808.848.600 232.393.554.490 22.440.060 29.371.201 104.509.404 1976 1.662.743.675 891.813.248 271.295.128.297 23.872.150 31.619.895 107.353.333 1977 1.810.873.375 935.818.240 304.168.393.381 25.395.640 34.058.695 110.189.412 1978 1.973.754.273 982.327.449 332.216.470.640 27.016.360 36.705.784 113.001.244 1979 2.147.324.008 1.048.728.464 381.381.819.594 28.740.510 39.581.333 115.772.433 1980 2.346.995.677 1.145.211.482 448.614.397.760 30.574.700 42.814.202 118.562.549 1981 2.533.052.560 1.096.539.994 471.972.064.414 31.823.090 45.023.358 121.381.328 1982 2.694.616.048 1.105.641.276 510.928.813.346 33.122.470 47.361.427 124.250.840 1983 2.797.594.490 1.073.245.987 524.915.614.183 34.474.890 49.837.046 127.140.354 1984 2.899.130.426 1.131.201.270 581.042.138.895 35.882.540 52.459.607 130.082.524 1985 3.046.451.325 1.220.000.570 641.904.271.280 37.347.660 55.239.185 132.999.282 1986 3.202.650.247 1.311.378.612 697.660.049.615 38.872.610 58.186.697 135.814.249 1987 3.426.797.111 1.357.670.277 742.415.278.087 40.459.820 61.313.898 138.585.894 1988 3.630.188.095 1.356.855.675 777.229.294.936 42.111.840 64.633.529 141.312.997 1989 3.878.063.942 1.399.732.315 819.590.246.870 45.200.000 70.287.719 143.997.246 1990 4.012.331.102 1.338.843.959 812.378.483.800 49.210.172 80.915.594 146.592.579 1991 4.139.307.032 1.352.653.924 846.874.723.266 50.593.269 83.594.511 149.094.266 1992 4.249.158.726 1.345.301.170 863.084.941.587 51.994.309 86.331.458 151.546.843 1993 4.394.695.804 1.411.554.107 926.339.941.103 53.411.533 89.124.545 153.985.576 1994 4.571.773.953 1.494.170.652 993.840.624.822 54.844.017 91.973.249 156.430.949 1995 4.758.858.389 1.557.281.324 1.063.519.820.880 56.286.608 94.869.915 158.874.963 1996 4.926.764.137 1.598.683.044 1.111.443.188.565 57.733.762 98.718.034 161.323.169 1997 5.109.244.548 1.650.975.967 1.174.259.431.800 59.178.515 102.694.179 163.779.827 1998 5.279.529.977 1.653.153.871 1.165.653.185.046 60.613.542 106.793.102 166.252.088 1999 5.430.654.657 1.666.138.963 1.214.030.675.908 62.029.120 111.004.976 168.753.552 2000 5.615.185.821 1.738.782.622 1.319.745.052.260 63.418.686 115.325.108 171.279.882 2001 5.792.112.075 1.761.560.674 64.774.700 119.746.683 173.821.934 2002 5.944.161.780 1.795.558.795 66.092.930 124.268.618 176.391.015 2003 6.092.839.850 1.805.343.780 68.609.680 131.263.079 178.985.306 2004 6.283.414.017 1.894.460.294 69.805.574 135.958.369 181.586.030 2005 6.462.092.332 1.937.598.291 70.000.000 138.862.885 184.184.264 42