3 ā Prova de MAT Cálculo IV - IFUSP 2 ō semestre de /12/2009 Prof. Oswaldo Rio Branco de Oliveira

Documentos relacionados
Revisão do Teorema de Green

Prova Substitutiva de MAT Cálculo IV - IFUSP 2 ō semestre de /12/2009 Prof. Oswaldo Rio Branco de Oliveira

Revisão do Teorema de Green

21 de Junho de 2010, 9h00

Análise Complexa e Equações Diferenciais 2 ō Semestre 2009/2010

Análise Complexa e Equações Diferenciais 1 ō Semestre 2014/2015

(x, y) = 0. Análise Complexa e Equações Diferenciais 2 o Semestre 2016/ de abril de 2017, às 9:00 Teste 1 versão A

Exercícios de revisão

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS. Apresente e justifique todos os cálculos

ANÁLISE MATEMÁTICA IV FICHA 3 TEOREMA DOS RESÍDUOS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM

Análise Complexa e Equações Diferenciais Exame B de 30 de junho de 2014 Cursos: LEAN, LMAC, MEBiom, MEFT, MEMec

Análise Complexa e Equações Diferenciais 2 ō Semestre 2013/2014

Análise Complexa e Equações Diferenciais 1 o Semestre 2012/2013

Análise Complexa e Equações Diferenciais 1 ō Semestre 2013/2014

Funções analíticas LISTA DE EXERCÍCIOS

Análise Complexa e Equações Diferenciais 1 o Semestre de 2011/ o Teste - Versão A LEAN, LEIC-A, MEAer, MEEC, MEMec) 5 de Novembro de 2011, 10h,

ANÁLISE MATEMÁTICA IV LEEC SÉRIES, SINGULARIDADES, RESÍDUOS E PRIMEIRAS EDO S. disponível em

2 ā Prova de MAT0220 Cálculo IV - IFUSP 2 ō semestre de /11/09 Prof. Oswaldo Rio Branco de Oliveira

ACED Análise Complexa e Equações Diferenciais. 17 a Aula Teorema de Cauchy. Michael Paluch 1 o Semestre 2018/2019

PROVAS DE ANÁLISE COMPLEXA

RESOLUÇÃO DO PRIMEIRO TESTE 31 DE OUTUBRO DE 2015 MEMEC,LEAN. f(x + iy) = x + x 3 + i(1 + y + y 2 )

Análise Complexa e Equações Diferenciais Guia 6 João Pedro Boavida. 19 a 28 de Outubro

Fichas de Análise Matemática III

Justifique todas as passagens. Boa Sorte! e L 2 : = z 1 3

Análise Complexa e Equações Diferenciais 1 o Semestre 2012/2013

Invariância da integral por homotopia, fórmula de Cauchy e séries de Taylor

17 a Aula AMIV LEAN, LEC Apontamentos

1 a Lista de Exercícios de Métodos Matemáticos II

Cálculo de Resíduos AULA 12

ANÁLISE MATEMÁTICA IV

LEEC Exame de Análise Matemática 3

Total Escolha 5 (cinco) questões. Justifique todas as passagens. Boa Sorte!

Cálculo Diferencial e Integral I

PROFESSOR: RICARDO SÁ EARP

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula

ANÁLISE MATEMÁTICA IV

{ 1 se x é racional, 0 se x é irracional. cos(k!πx) = cos(mπ) = ±1. { 1 se x Ak

PROBLEMAS DE OLIMPÍADA UNIVERSITÁRIA

Exame/Teste (1) de Análise Numérica (LMAC, MEIC, MMA) Instituto Superior Técnico, 12 de Janeiro de 2011, 18h30-20h00 (1º Teste)

ANÁLISE MATEMÁTICA IV 1 o Teste (LEAM, LEBL, LEC, LEEC, LEM, LEGM, LEMAT, LEN, LEQ, LQ) Justifique cuidadosamente todas as respostas.

1 o Semestre 2018/2019 MEC

Lista 4 - Métodos Matemáticos II

LOM3253 Física Matemática 2017 S2

Análise Matemática IV

3 ā Prova de MAT Cálculo II - Química 2 ō Semestre - 11/12/2009 Prof. Oswaldo Rio Branco de Oliveira. Boa Sorte!

Total Escolha 5 (cinco) questões. Justifique todas as passagens. Não é permitido o uso de calculadoras. Boa Sorte!

Análise Matemática II - 1 o Semestre 2001/ o Exame - 25 de Janeiro de h

Séries de Laurent e Teoremas de Cauchy

Convergência, séries de potência e funções analíticas

Instituto de Matemática e Estatística da USP. Ano Professor Oswaldo R. B. de Oliveira. Capítulo 8 - Teorema de Cauchy Homotópico e Logaritmo

Convergência, séries de potência e funções analíticas

Cálculo Diferencial e Integral I

Justifique todas as passagens. f v (0,0) = f(0,0) v.

ANÁLISE MATEMÁTICA IV

MAT CÁLCULO 2 PARA ECONOMIA. Geometria Analítica

Introdução às superfícies de Riemann

Aplicações da Teoria dos Resíduos no Cálculo de Integrais Reais

ANÁLISE MATEMÁTICA IV

ln(x + y) (x + y 1) < 1 (x + y 1)2 3. Determine o polinômio de Taylor de ordem 2 da função dada, em volta do ponto dado:

SUMÁRIO CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2

Curso: MAT CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV Unidade: IFUSP - Instituto de FÍsica da USP Professor Oswaldo Rio Branco de Oliveira Período:

1 Séries de números reais

Análise Matemática IV Problemas para as Aulas Práticas

3 CONSEQUÊNCIAS DA TEORIA DE CAUCHY

Transformada Z. A transformada Z de uma sequência x n é definida como:

Fórmulas de Taylor. Notas Complementares ao Curso. MAT Cálculo para Ciências Biológicas - Farmácia Noturno - 1o. semestre de 2006.

MAP CÁLCULO NUMÉRICO (POLI) Lista de Exercícios sobre Zeros de Funções

Departamento de Matemática Escola Superior de Tecnologia de Viseu M.A.C. FORMULÁRIO. cos z = eiz + e iz. sinh z = ez e z 2

CURVATURA DE CURVAS PLANAS

Gabarito da Prova Final Unificada de Cálculo IV Dezembro de 2010

1 a Lista de Exercícios de Cálculo VIII

LISTA DE EXERCÍCIOS SOBRE TEOREMA DE GREEN, FLUXO (CONT.), DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL DE UM CAMPO ESPAÇO, LAPLACIANO, FUNÇÕES HARMÔNICAS (CONT)

Lista 2 - Métodos Matemáticos II Respostas

Prova: Usando as definições e propriedades de números reais, temos λz = λx + iλy e

1, se t Q 0, se t R\Q

4.1 Função Complexa de uma Variável Real. 4.2 Contornos. 1. Calcule as seguintes integrais: Z =4 e it dt. Z 1 e wt dt; (Re w > 0) (c)

Lista 3 - Métodos Matemáticos II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC. 1 Existência e unicidade de zeros; Métodos da bissecção e falsa posição

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

CÁLCULO I 1º Semestre 2011/2012. Duração: 2 horas e 30 minutos

exercícios de análise numérica II

ANÁLISE COMPLEXA E EQUAÇÕES DIFERENCIAIS AULA TEÓRICA 5 28 DE FEVEREIRO DE 2018

Introdução às superfícies de Riemann

Capítulo 2 Funções de uma variável complexa. A origem dos números complexos repousa na solução de equações algébricas

EN2607 Transformadas em Sinais e Sistemas Lineares Lista de Exercícios Suplementares 2 2 quadrimestre 2011

LISTA 7 DE GEOMETRIA DIFERENCIAL Vamos continuar o nosso estudo sobre superfícies de R 3. Vamos explorar

= 2 sen(x) (cos(x) (b) (7 pontos) Pelo item anterior, temos as k desigualdades. sen 2 (2x) sen(4x) ( 3/2) 3

Exercício 1 Dê o valor, caso exista, que a função deveria assumir no ponto dado para. em p = 9

Lista de Exercícios 1

II. REVISÃO DE FUNDAMENTOS

Apostila de Cálculo Diferencial e Integral 3 - Funções de uma Variável Complexa.

EN2607 Transformadas em Sinais e Sistemas Lineares Lista de Exercícios Suplementares 3 3 quadrimestre 2012

MAT CÁLCULO I - IOUSP 1 o semestre de 2010 Professor Oswaldo Rio Branco de Oliveira

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R.

Variável Complexa 1-6 a Lista de Exercícios Prof. Lineu da Costa Neto

Fórmulas de Taylor - Notas Complementares ao Curso de Cálculo I

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032

EXAMES DE ANÁLISE MATEMÁTICA III

Curso: MAT 221- CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV Professor Oswaldo Rio Branco de Oliveira Período: Segundo Semestre de 2008

Transcrição:

3 ā Prova de MAT0220 - Cálculo IV - IFUSP 2 ō semestre de 2009 - /2/2009 Prof. Oswaldo Rio Branco de Oliveira Nome : N ō USP : Q 2 3 4 5 E E2 Total N JUSTIFIQUE TODAS AS PASSAGENS BOA SORTE. Para cada n, seja f n (x) = nx, x R. Consideremos f(x) = lim f nx 2 + n(x). n + (a) Determine o domínio de convergência da sequência (f n ). (b) Esboce os gráficos das funções f n, n N, e de f. (c) A convergência é uniforme sobre [0, ]? (d) Mostre que [ lim f 0 n(x) ] dx lim f n + n + 0 n(x) dx. (a) Temos, lim f n(x) = f(x), com f(x) = 0 se x = 0 e f(x) = n + x Logo, o domínio de convergência é R. se x 0. (c) As funções são contínuas e o limite não é uma função contínua. Logo, a convergência não e uniforme.

2. Utilizando o logaritmo principal Log: a) compute i i e ( + i) +i b) mostre a regra: (α β ) = α β se α Dom(Log) e α β = e βlogα Dom(Log), com Log (z) o logaritmo principal. (a) Temos, por definição, i i = e ilog(i) e Log(i) = ln i + iarg(i) = 0 + i π 2 = iπ 2. Donde, i i = e π 2. Ainda, ( + i) +i = e (+i)log(+i) e Log( + i) = ln + i + iarg( + i) = ln 2 + i π 4, ( + i)log( + i) = ( + i)(ln 2 + i π 4 ) = ( 2 π 4 ) + i( ln 2 + π 4 ) e portanto, ( + i) +i = e 2 π 4 e i( ln 2+ π 4 ). (b) Temos, α β = e βlogα donde, ( ) Log(α β ) = Log e βlogα = (Log exp) (βlogα) = βlogα. Consequentemente, como α β pertence ao domínio de Log, (α β ) = e ) Log(αβ = e βlogα = α β

3. Compute f(z) d(z) onde: f(z) = z 3 8 e (t) = 2 + eit, 0 t 2π. Temos, z 3 8 = z 2 + 2z + 4 z 2, e os zeros de z 3 8 que não 2 estão no 2 o e 3 o quadrantes e não no interior da região limitada por. Logo, pela fórmula integral de Cauchy, dz z 3 8 = z 2 + 2z + 4 z 2 dz = 2πi 2 2 + 4 + 4 = πi 6

4. a) Se f é uma função inteira e existem M 0, R > 0, e n tais que f(z) M z n se z R, então f é um polinômio de grau menor ou igual a n. b) (Liouville) Se f é inteira e limitada então f é constante. (a) Vide Dicas-Lista 7, exercício 7. (b) A demonstração em (a) é também válida no caso n = 0 e um polinômio de grau zero é uma função constante

5. a) Seja f holomorfa num domínio Ω contendo a região fechada e limitada determinada por uma curva de Jordan suave por partes e z um ponto interior a esta região. Se K é o máximo de f ao longo de, δ é a distância mínima de z a e L() é o comprimento de então, f(z) K ( ) /n L(), n, 2πδ b) Utilizando a), enuncie e dê uma prova do Princípio do Módulo Máximo. Resolução comentada : (a) Para uma n-ésima potência arbitrária de f, n, temos f n ((t)) K n, t Dom () 0 < δ (t) z, t Dom() ((t)) fn (t) z Kn, t Dom (). δ Assim, pela Fórmula Integral de Cauchy aplicada à função f n, f n (z) = f n (w) 2πi w z dw, e f(z) n = f n (z) 2π e, extraindo a raíz n ésima, f(z) K Com isto provamos o item(a). Comentário Extra: Fazendo n tender ao infinito temos K n δ dw = 2π ( L() ) n, n. 2πδ ( ) L() n 2πδ K n δ L() e obtemos f(z) K = max f = max{ f((t)) : t Dom()}, z no interior de, ou seja, provamos que a restrição, que chamarei ϕ, de f a qualquer região, que chamarei O, limitada por uma curva de Jordan em Ω é uma função holomorfa cujo máximo ocorre na fronteira de O, que é a curva de Jordan. Assim o máximo, se existir, é assumido na fronteira e ainda mais forte, não existem máximos locais estritos. Por favor, esboce um desenho ilustrativo e veja a próxima página.

(b) (Princípio do Módulo Máximo) Seja Ω um aberto conexo e f H(Ω). Então, f(z) não pode assumir máximo em Ω a não ser que f seja constante. Primeira Prova: Seja z 0 Ω tal que M = f(z 0 ) f(z), z Ω. Pelas equações C-R: f = 0 nos pontos de máximo local de f (verifique). Donde f (z 0 ) = 0 e: ou f é identicamente nula ou z 0 é o único zero de f em algum D(z 0 ; r), r > 0, (por que?) e, neste caso, não há outros pontos de máximo em D r (z 0 ) e z 0 é ponto de máximo local estrito, o que é impossível. Portanto, temos f 0 e f é constante em Ω 2 a prova: Temos f = 0 em todo ponto de máximo local de f (verifique). Se z 0 D = D R (z 0 ) Ω é ponto de máximo de f, nos círculos de centro z 0, em D, f assume f(z 0 ). Donde, {ω D : f(ω) = f(z 0 ) } é infinito e f = 0 nos pontos deste conjunto. Logo, f 0 (por que?) e f = cte

Extra. Determine a expansão de Laurent da função f(z) = em torno de cada (z 2 4) 2 uma de suas duas singularidades, especificando a coroa circular (ou anel) em que cada uma das expansões é válida e explicite a parte principal de cada expansão. Temos, e derivando, Logo, para z 2 < 4 (z 2) 2 (z + 2) = + 2 z + 2 = + ( ) n (z 2) n, se z 2 < 4, 4 4 n n=0 (z + 2) = + 2 n=0 n=0 z 5 ( ) n (n + )(z 2) n 4 n+. ( ) n (n + )(z 2) n 2 4 n+ = = /4 (z 2) 2 + ( /8) (z 2) + + n=0 Por fim, devemos multiplicar a série acima por ( ) n (n + 3) 4 n+3 (z 2) n, z 2 < 4. z 5 = 32 + 80(z 2) + 80(z z2) 2 + 40(z 2) 3 + 0(z 2) 4 + (z 2) 5

Extra 2. a) Determine para as funções abaixo a ordem do polo de f em z 0 : i) f(z) = cosz z 3 (z ), z 0 = 0 ii) f(z) = e2z z 4 z 5, z 0 = b) Sabendo que o resíduo no ponto z 0 de uma série de Laurent em torno de z 0, f(z) = m b m (z z 0 ) m + n 0 a n (z z 0 ) n, indicado por Res(f; z 0 ) é o coeficiente b, determine nas funções dadas em a) e em seus respectivos dados pontos, seus respectivos resíduos : Res(f; z 0 ). (a) (i) Para f(z) = cosz, a = 0, como cos0 = e a função z não se anula z 3 (z ) em a = 0 é natural que 0 seja polo de ordem 3. De fato, lim z 0 z3 cosz z 3 (z ) = lim z 0 o que mostra que 0 é um polo de ordem 3. Para computar o resíduo temos Res (f; 0) = g (0) 2! cosz z = 0, onde g(z) = z 3 f(z) = cosz z, g (z) = sin z z cosz, (z ) 2 g (z) = cosz z + sin z (z ) + sin z 2 (z ) + 2 cosz 2 (z ) 3 e g (0) = e portanto, Res(f; 0) = 2. (b) é polo de ordem e Res(f; ) = e 2 pois, e 2z Res(f; ) = lim(z ) z z 4 z 5 e 2z = lim(z ) z z 4 ( z) = e2