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Transcrição:

l ; ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DO DES. GENÉSIO GOMES PEREIRA FILHO ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N 025.2009.006.912-8/001 3a Vara da Comarca de Patos RELATOR: Dr. Aluizio Bezerra Filho, Juiz de Direito convocado para substituir o Des. Genésio Gomes Pereira Filho APELANTE: Jadson Luiz Medeiros Carneiro ADVOGADA: APELADA: ADVOGADO: Raimundo Medeiros da Nábrega Filho Márcia Maria Souto Costa Francisco José Urquiza Rodrigues PROCESSO CIVIL E CIVIL APELAÇÃO CíVEL AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C DIVISÃO DE BENS IMÓVEL E AUTOMÓVEL EXCLUÍDOS DA PARTILHA ALEGAÇÃO DE AQUISIÇÃO ONEROSA AUTOR QUE DEIXOU DE PROVAR SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A AQUISIÇÃO DOS BENS, BEM COMO QUE A OBTENÇÃO SE DEU NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO BENS DOADOS PELA GENITORA DA APELADA INCOMUNICABILIDADE MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DESPROVIMENTO DO RECURSO. A dissolução da união estável a partilha de bens refere-se ao patrimônio comum formado pelo casal, devendo-se excluir da comunhão o patrimônio que sobrevier por doação ou sucessão, consoante expressa disposição do art. 1659, inciso I, do Código Civil.

Se o autor/apelante não provou que os bens foram adquiridos da convivência da união estável e a título oneroso, em seu favor, como lhe competia, não há como aqueles integraram a partilha, ainda mais quando os documentos dos autos evidenciam a doação dos mesmos apenas em favor da apelada. VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os integrantes da Terceira Câmara Cível deste Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade. de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator e da certidão de julgamento de fl. 192. RELATÓRIO Cuida-se de apelação cível interposta por JADSON LUIZ MEDEIROS CARNEIRO em face da sentença (fls. 157/161) que julgou parcialmente procedente a ação de reconhecimento e dissolução de união estável cic divisão de bens, por ele ajuizada em face de MÁRCIA MARIA SOUTO COSTA, ora apelada, e que, ao reconhecer a união estável, determinou a partilha apenas do veículo VVV/Fusca, excluindo dos demais bens citados na inicial. Em suas razões (fls. 165/171), o apelante aduziu, em síntese, que todos os bens que pretende partilhar foram adquiridos por compra e venda durante a convivência dos companheiros, inclusive o apartamento e o veiculo GM/Celta excluídos pela sentença recorrida. Disse, ainda, que a apelada não provou que os bens foram doados pela sua genitora, porquanto nos autos não existe nenhuma escritura pública ou instrumento particular de doação. Por esses motivos, sustentou que todo o patrimônio apontado na exordial deve ser partilhado, independente de ter sido adquirido em nome de um ou de outro. Ao final, pediu o provimento do recurso e a consequente reforma da sentença a fim de ser julgado procedente os pedidos inciais, com a inversão do ônus sucumbencial. opinou pelo desprovimento do recurso. A douta Procuradoria de Justiça, em parecer de fls. 185/186, É o relatório. VOTO

O recurso apresenta-se tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, razão porque merece ser conhecido. Ab initio ressalte-se que na hipótese a existência da união estável é fato incontroverso, havendo divergência tão somente com relação à partilha do imóvel e do veículo celta, bens objetos do presente recurso e que pretende o apelante partilhá-los. Contudo, sem razão. Analisando as razões recursais, tem-se que o pedido de inversão do ônus não pode prosperar. Ocorre que em casos como o dos autos caberia ao autor/apelante provar a aquisição onerosa dos bens na vigência da união ou até mesmo a doação dos mesmo em favor do casal, o que não restou demostrado nos autos. Ora, como é sabido, na constância da união estável a partilha de bens só pode ocorre se ficar provado que os companheiros participaram ou concorreram, conjuntamente, da aquisição ou composição do patrimônio. Por outro lado, tal como ocorre no regime legal, ficam excluídos'cla partilha aqueles bens que cada convivente possuía antes de iniciada a união, bem como os adquiridos a titulo gratuito, mediante doação ou herança a um dos conviventes. É o que dispõe o art. 1.659, inciso 1, do Código Civil: Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; (destaquei) Com estas considerações, em que pese nas uniões estáveis incidir, salvo contrato escrito, as regras do regime da comunhão parcial de bens, atente-se que a regra do art. 1.660, 111 1, do mesmo diploma legal, é no sentido de que os bens doados, durante o período da união, só serão incluído na meação se houver demonstração cabal de que a doação tocou ambas as partes. Assim, como exceção que é à regra da exclusão da comunhão, a doação para favorecer o par deve estar expressamente declarada, e nada há nos 1 M. 1:660. Entram na comunhão: (...) III - os' bens adquiridos por doação, herança ou lega em favor de ambos os cônjuges;

autos nesse sentido. Com efeito, tal prova era o ônus que competia ao autor, e do qual não se desincumbiu, a teor do disposto no art. 333, I, do CPC 2. Em hipóteses idênticas a dos autos, cito os seguintes julgados, que da mesma forma assim concluíram: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. PARTILHA DE BENS. ALEGAÇÃO DE QUE O IMÓVEL FORA ADQUIRIDO ONEROSAMENTE DURANTE A CONSTÂNCIA DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS. SENTENÇA PARCIALMENTE PROCEDENTE. INCONFORMISMO. IMÓVEL DOADO PELO GENITOR DO VARÃO. INCOMUNICABILIDADE. AUTORA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DE SEU ÔNUS PROBATÓRIO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. - Os bens doados a um dos conviventes, durante o período da união, só será incluído na meação se houver demonstração cabal de que tal doação beneficiaria a ambas as partes? APELAÇÃO CIVEL. UNIÃO ESTÁVEL. PARTILHA DE BENS. IMÓVEL. AUTOMÓVEL. DOAÇÃO PELO PAI DA COMPANHEIRA. CADEIA DE AQUISIÇÃO PATRIMONIAL QUE.COMPROVA O ALEGADO EM DEFESA. EXCLUSÃO DA PARTILHA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. 1. Às uniões estáveis, salvo estipulação em outro sentido, incide o regime da comunhão parcial de bens. Quanto às doações, a regra do regime é no sentido de excluir da comunhão o patrimônio que sobrevier por doação (inc. I do art. 1.659 do CCB). Adiante, o inc. III do art. 1.660 ressalva que entram na comunhão os bens adquiridos por doação em favor de ambos. 2 Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; 3 AC 200948 Sc 2010.020094-8, Rel. Victor Ferreira, Quarta Câmara de Direito Civil d SC, julgado em 14/07/2011.

2. Assim, como exceção à regra da exclusão da comunhão, a doação, para favorecer o par, deve estar indubitavelmente declarada. E nada nos autos aponta nessa direção, devendo ser mantida a sentença que afastou da divisão patrimonial o automóvel e o imóvel recebidos pela demandada de seu pai.' (destaques de agora) Ao revés do sustentado pelo apelante, do exame de toda documentação acostada aos autos, tudo leva a crer que os bens (apartamento e veículo) foram, de fato, doados pela genitora da demandada a esta. Isto porque, não obstante a ausência de instrumento formal de doação, nota-se do contrato de fls.56/71 que a compra do apartamento foi realizada pela mãe da ré no ano de 2002, ou seja, três anos antes do inicio da reconhecida união que teve início em 2005. De igual sorte, na escritura pública de compra e venda do referido imóvel (fl.. 81) constam como compradores a apelada e seu irmão, bem como usufrutária vitalícia a mãe destes. Assim sendo, nexiste nos autos qualquer indício de colaboração comum dos conviventes na aquisição do apartamento, nada tendo afirmado o apelante a respeito de eventual contribuição indireta. Com relação ao veículo GM/Ceita, da mesma forma o recorrente deixou de provar que contribuiu para sua aquisição. Ademais, como muito bem 'destacou a decisão a quo, "também restou comprovado que foi doado pela genitora da ré, posto que ela efetuou o saque do valor necessário para á compra do carro em conta bancária de sua titularidade no dia anterior a emissão da nota fiscal de compra (fls. 16 e 84)" do carro, fato este corroborado, inclusive, pelos depoimentos testemunhais de fls. 133 e 136. Portanto, não tendo o recorrente demostrado sua contribuição onerosa na aquisição dos bens durante a convivência conjugal, bem como da análise das provas que apontam em sentido contrário, conclui-se que tanto o imóvel como o veículo em questão derivaram de doação da genitora da ré/apelada e, por conseguinte, não se mostram passíveis de comunicação ao apelante. DECISÃO Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO AO AGRAVO INTERNO para manter a decisão objurgada em todos seus termos. É com voto. 4 AC 70039522081 RS, Rel. Luiz Felipe Brasil Santos, Oitava Câmara Cível do TJRS, public em Diário da Justiça do dia 07/01/2011.

4 ^ Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos. Participaram do Julgamento, o Juiz Convocado Aluízio Bezerra Filho, em substituição ao Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho, o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos e o Exmo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides Presente ao Julgamento o Exmo. Dr. Marcos Vilar Souto Maior, Procurador de Justiça. Sala de Sessões da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, João Pessoa, 27 de março de 2012. ALUI EZERr FILHO Juiz convocado/relator

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