ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho

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1 1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL n /001 RELATOR: Juiz Aluízio Bezerra Filho (convocado em substituição ao Des.'. Genesi. Gomes Pereira Filho APELANTE: SINDIJUF/PB -Sindicato clos Trabalhadores do Judiciário Federal da Páralba ADVOGADO: Carmem Rachel Dantas Mayer APELADA: TIM Celular S.A ADVOGADOS: Christianne Gomes da Rocha e outros _CIVIL E CONSUMIDOR Apelação cível Ação de Obrigação de Fazer Contrato Prestação de Serviço Vantagens Preço Expiração Não Renovação Notificação lndemonstrada. Plano Normal Oneroso Petição Inicial Ressarcimento Diferença de Valores Descabimento Desprovimento do Apelo Expirado o contrato pelo período pactuado, no qual se apresentavam vantagens de preços pela chamada telefônica, a cobrança de valores no plano normal não enseja o direito ao ressarcimento pretendido, ainda mais, quando não ficou evidenciado qualquer ato notificatório formal que resultasse na interrupção do serviço ou manter o preço vantajoso anterior ao término daquele pacto celebrado. Desprovimento do apelo. VISTOS, relatados e discutidos os autos acima, ACORDAM os integrantes da Terceira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator e da certidão de julgamento de fl RELATÓRIO - SINDJUF/PB 'Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal da Paraíba ajuizou Ação de Obrigação de Fazer c/c pedido cominatório e antecipação de tutela em face da TIM Nordeste Telecomunica.\ es S/A

2 1 e OMEGATI Comércio de Informática Ltda alegando que, firmou um contrato de prestação de serviços telefônicos em Maio de 2006, 'no qual seils associados passariarh a ser usuário-s da TIM. Tal serviço trariam vários benefícios para os usuários, e teria a validade de 24 meses. Ficou acordado que após este termo final do contrato, o plano passaria a ser diferente e as tarifas seriam cobradas de acordo com o NOSSO MODO. Ocorre que em meados de abril de 2008 mais ou menos.dois meses antes do termo final do contrato, o autor entrou em contato com a consultoria da -T1M, no caso a OMEGATI, solicitando que o Piano continuasse com a mesma oferta contratada, ou seja, com as mesmas vantagens e descontos. Mesmo após duas tentativas não obteve resposta, -sendo informado erri.agosto de 2008, que os benefícios fof -árn. retirados da conta do,áitor:: no tempo certo e klue o valor atual da fatura é devidofé não há posibilidade:ide desconsiderar este valor. - Aduz o autor que as faturas Começa -ram a chegar sem os descontos téndo em vista a omissão dás rés em prestar as devidas informações," e em virtude deste comportamento, a prestadora do serviço não tem permissão de onerar o consumidor.' _ Ao final requer o autor a total procedência do pedidb para exigir o cumprimento forçado da obrigação nos termos da oferta,, e aindà a restituição das quantias cobradas excessiva e indevidamente nas faturas posteriores a Maio de 2008, finalizando com o pedido da reácisgo imediata do contrato, reconhecendo o direito a repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que foi pago em excesso. Juntou documentos às fls.14/55. indeferido o pedido liminar (f1.57). Deferido o pedido de assistência judiciária gratuita e Na contestação da OMEGA TI Comércio de Informática Ltda. de fis.59/71, a empresa alegou preliminarmente que é parte ilegítima da relação jurídica requerendo sua exclusão, pois perante a lei não é responsável pelo ressarcimento de danos não possuindo qualquer ingerência administrativa sobre a TIM sendo apenas sua representante comercial. No mérito, aduz que inexiste qualquer dever de indenizar. Na contestação de fls. 94/110, a TIM alega que jamais houve oferta de renovação do contrato nos moldes anteriores e esclarece que não houve cobrança indevida tendo em vista tudo esta sendo feito conforme o contrato. Argumenta por fim, que em momento algum o autor informou o interesse em rescindir o contrato na hipótese da não manutenção das condições inicialmente contratadas. autoral. Por fim, requereu a improcedência do pedido Impugnação as contestações (fis.163/176). Realizada audiência de conciliação, esta não logrou êxito. Conclusos, o M.M. Juiz a quo julgou improcedente o. pedido autoral por entender que as cobranças são legais e foram devidas, respeitando os termos do acordo firmado entre as partes, razão pela qual não há que se falar qualquer atitude ilícita por parte das rés, julgou o processo extinto com lgamento o

3 mérito (fls.206/209), e condenou a parte autora no pagamento de. custas e honorários advocaticios que fixou em um mil reais, suspendendo sua exigibilidade face o art.12 da Lei n 1.060/50. Inconformado, o autor apelou alegando que resta comprovado em sede de inicial que o recorrente foi vitimado pela má prestação do serviço das Apeladas, pois estas em momento algum se empenharam no sentido de dar uma resposta em tempo hábil aos questionamentos do consumidor, Pra apelante. - Alega que restam evidentes as cobranças indevidas e a má prestação dos serviços, bem como a falta de clareza na relação contratual argumentos estes capazes de comprovar a existência de dano e suficientes para ensejar a nulidade da sentença para que seja finalmente julgada procedente a demanda.(fls. 210/216). Contrarrazões às fls.218/224. A Procuradoria de Justiça não vislumbroú necessidade de intervenção do Ministério Público (fis.235/237):' É o relatório. VOTO Trata-se de apelação cível interposta contra sentença que julgou improcedente o pedido inicial formulado pelo autor. Entendeu o magistrado "a quo" que a legitimidade da cobrança das faturas após o prazo final do contrato é legítima, tendo a promovida agido no exercício regular de direito e conforme previsão contratual. No caso em tela, aduz o autor que em maio de 2006 firmou contrato de serviços telefônicos com a operadora TIM, ficando ajustadas algumas vantagens que importariam numa mensalidade de R$ 8.245,00(oito mil duzentos e quarenta e cinco reais), com validade de 24 meses. Restou também acordado que após este prazo de 24 meses, o valor mensal a ser cobrado seria o referente ao plano Nosáo Modo. Aduz que após várias tentativas de renovar o contrato com as mesmas vantagens anteriores, não obteve resposta pela apelada o que acarretou na cobrança de faturas com valores exorbitantes, e que em função disto, faz jus a manutenção do valor anteriormente previsto para a mensalidade, bem como a restituição dos valores cobrados a maior e a rescisão do contrato. Razão não assiste ao Apelante. Ocorre que ao firmar contrato com a Empresa T1M, desde maio de 2006, o autor tinha 'ciência de que este contrato oferecia preços promocionais e que após os 24 meses, as condições de pagamento seriam alteradas, e as vantagens inicialmente contratadas seriam retiradas, podendo_ a ré cobrar os preços normais pelos seus serviços. Embora o apelante alegue que, por telefone, teria interesse em renovar o contrato, desde que com as mesmas vantagens pbtidas anteriormente, deixou de formalizar o pedido e deixou de constar principalmente ue em

4 4 não sendo possível a renovação nos termos iniciais, o serviço deveria ser suspenso, o que o resguardaria de tais cobranças ditas a maior. No entanto, não há provas nos autos de nenhuma notificação do autor neste sentido, passando somente a demonstrar sua insatisfação ante a uma demora das empresas rés em responder se seria possível atender sua solicitação ou não. Ou seja, o autor mesmo estando ciente que seu contrato iria terminar no prazo de 24 meses, e que as cláusulas seriam alteradas, deixou de informar por escrito à Empresa que ré que em não sèritit) possível a renovação do contrato com todas as vantagens iniciais, deveriam ser cancelados seus serviços... Não é novidade para os consumidores de uma forma geral que as empresas de telefonia não fornecessem o atendimento esperado quando necessitamos resolver problemas relacionados aos serviços. Todavia, cómo já salientado acima, só se pode falar em aborrecimento que exorbita a normalidade. 'e afeta a esfera subjetiva do autor se a empresa de telefonia não atender o que formalmente o cliente solicita. Logo, considerando que as cobranças realizadas nas faturas de telefonia juntadas aos autos foram devidas, pois foi respeitado os termos do acordo firmado entre as partes, razão pela qual não há que se falar em qualquer atitude ilícita por parte das rés. - Saliente-se que.não há que se falar em inversão do ônus da prova, pois cabe ao autor provar fato constitutivo do seu direito, *e como não comprovou que requereu o cancelamento dos serviços após a mudança de suas condições, não há como deixar de considerar como devidas as cobranças realizadas com base no novo plano, tudo isto devidamente comprovado pela previsão contratual. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO À APELAÇÃO, mantendo inalterada a sentença em todos os seus termos. É como voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos, presidente - em exércício. Participaram do Julgamento, o Juiz Convocado Aluízio Bezerra Filho, em substituição ao Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho, o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos e o Exmo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. Presente ao Julgamento o Exmo. Dr. Marcos Vilar Souto Maior, Procurador de Justiça. Sala de Sessões da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, João Pessoa, 20 de março de Aluízio Bezerra Filho Juiz convocado Relator

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