1, 91 I, L.; Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D.

Transcrição

1 # 1' AC no / , 91 I, L.; Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira ACÓRDÃO 4110 APELAÇÃO Chi/EL No /001 - CAMPINA GRANDE RELATOR: Juiz Marcos William de Oliveira, convocado para substituir a Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira APELANTES: Cristina Gomes dos Santos Melo e Glênia Martins Gonzaga de Melo ADVOGADO: Helder Luís Henriques APELADA: Lojas Riachuelo S/A ADVOGADO: Daniel Farias APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. PRODUTO ADQUIRIDO EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL. AUSÊNCIA DE RETIRADA DO LACRE DE SEGURANÇA. DISPARO DO ALARME ANTIFURTO. ABORDAGEM GROSSEIRA SEM AS e, CAUTELAS NECESSÁRIAS. NÃO COMPROVAÇÃO. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO.?, DESPROVIMENTO. <, - O fato de o caixa da loja ter esquecido de retirar a t - etiqueta antifurto da mercadoria, ocasionando o ce_ disparo do alarme, por si só, não tem o condão de gerar dano moral indenizável. O que causa o dano moral é a forma grosseira de abordagem do cliente pelo segurança, submetendo-o a situação vexatória e constrangedora. Isso sim, configura ato ilícito capaz de ensejar direito à reparação (art. 187 do Código Civil), situação não comprovada nos autos. VISTOS, relatados e discutidos estes autos.

2 AC no /001 2 ACORDA a Segunda Câmara Especializada Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, negar provimento à apelação. Trata-se de apelação cível interposta por CRISTINA GOMES DOS SANTOS MELO e GLÊNIA MARTINS GONZAGA DE MELO em face de LOJAS RIACHUELO S/A, visando à reforma da sentença do Juízo de Direito da 6a Vara Cível de Campina Grande, que julgou improcedente o pedido formulado nos autos da ação indenizatória por danos morais. Os autos historiam que, em 13 de fevereiro de 2008, as autoras/apelantes, dirigiram-se ao estabelecimento comercial da apelada e, após efetuarem algumas compras e pagá-las, no momento de sua passagem pela porta principal, o alarme antifurto foi acionado. Diante de tal circunstância, foram abordadas pelos seguranças da loja, sendo obrigadas a mostrarem a sacola para a conferência do seu conteúdo, fato presenciado pelos demais clientes que se encontravam no recinto. Aduzem que fora constatada a falha da funcionária do caixa, que esqueceu de retirar o dispositivo antifurto dos produtos adquiridos. Irresignadas com a sentença, as apelantes manejaram o presente recurso, sustentando que, de acordo com as provas contidas nos autos, o dano moral restou caracterizado (fls. 64/69). 74/92). Contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença (fls. Neste grau de jurisdição, instada a pronunciar-se, a Procuradoria de Justiça, no parecer de fls. 100/105, opinou pelo desprovimento do recurso. a-. É o relatório. VOTO: Juiz MARCOS WILLIAM DE OLIVEIRA Relator As autoras/apelantes alegam que o disparo do alarme antifurto, em razão da culpa de funcionário da ré, que não retirou o dispositivo da mercadoria vendida, já é suficiente para a caracterização do dano moral. Asseveram, ainda, que a apelada deixou de fornecer as imagens das câmeras de monitoramento, enquanto elas comprovaram suas alegações, apresentando o cupom fiscal, boletim de ocorrência e depoimento pessoal.

3 AC no 001, /001 3 Sustentam que o simples fato do disparo do alarme antifurto, decorrente da culpa de funcionário da promovida, que não retirou o lacre da mercadoria vendida, já -é causa suficiente para a caracterização do dano moral. No caso dos autos, entendo que há uma fragilidade de provas de ambas as partes. Contudo há um ponto muito importante a ser analisado, que é o fato de as apelantes terem dispensado a produção de prova testemunhal (fls. 57), que, in casu, seria de grande importância, pois seria uma forma de comprovar ou não o modo grosseiro de abordagem das clientes pelo segurança. O fato de o caixa da loja ter esquecido de retirar a etiqueta antifurto da mercadoria, ocasionando o disparo do alarme, por si só, não tem o condão de gerar dano moral indenizável. O que causa o dano moral é a maneira grosseira de abordagem das clientes pelo segurança, submetendo-a a situação vexatória e constrangedora. Isso sim, configura ato ilícito capaz de ensejar direito à reparação (art. 187 do Código Civil), situação não comprovada nos autos. Além do mais, a apelada, ao abordar clientes em decorrência de disparo de alarme antifurto, por meio de seus funcionários, age em exercício regular de direito de defesa do seu patrimônio (art. 188, I, do Código Civil), não podendo tal conduta ser caracterizada corno fato a ensejar o pagamento de indenização por danos morais. Cito jurisprudência pátria nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. DISPARO DE ALARME ANTI-FURTO. ABORDAGEM DO CONSUMIDOR QUANDO DA SUA SAÍDA DE LOJA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE CONDUTA EXACERBADA POR PARTE DA DEMANDADA. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. MERO DISSABOR. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. A abordagem de cliente m decorrência de disparo de alarme anti-furto não pode s entendida como dano moral indenizável, mas sim, exercício regular de direito de defesa do patrimônio por parte do demandado, visando à segurança do estabelecimento como um todo. Para a configuração do dano faz-se necessário a comprovação de excesso na abordagem, situação não caracterizada no caso concreto. APELO DESPROVIDO.' APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIONAMENTO INDEVIDO DE DISPOSITIVO SONORO DE SEGURANÇA EM LOJA. AUSÊNCIA DE COMPORTAMENTO ABUSIVO DOS SEGURANÇAS. DANOS MORAIS. INEXISTÊNCIA. O disparo de alarme sonoro e a normal abordagem de funcionários do Apelação Cível no , Quinta Câmara Cível, Tráunal de Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em 23/11/2011.

4 ph. AC no /001 4 estabelecimento comerciai não são suficientes para a condenação ao pagamento de indenização, pois se trata de mero dissabor incapaz de ocasionar danos morais. 2 Nesse contexto, não constitui demasia reproduzir parte do parecer do Parquet Ora, diante desse quadro, não se pode inferir que a conduta da apelada tenha sido ilícita e, desse modo, capaz de ensejar uma reparação civil, pois, afinal, como por nós já mencionado alhures, ao proceder à revista da bolsa de compras, aquela agiu no exercício regular do direito de proteger seu patrimônio. E o simples disparo de alarme antifurto de estabelecimento comercial, por si só, desacompanhado de qualquer conduta exorbitante praticada por seus funcionários, não tem o condão de configurar abuso passível de reparação (fls. 103). Destarte, com base nos argumentos expendidos, provimento à apelação, mantendo a sentença em todos os seus termos. nego É como voto. Presidiu a Sessão a Excelentíssima Desembargadora MARIA DE FÁTIMA MORAES BEZERRA CAVALCANTI. Participaram do julgamento ESTE RELATOR (Juiz de Direito Convocado, com jurisdição limitada, para substituir a Excelentíssima Desembargadora MARIA DAS NEVES DO EGITO DE A. D. FERREIRA), a Excelentíssima Desembargadora MARIA DAS GRAÇAS MORAIS GUEDES, convocada para substituir a Excelentíssima Desembargadora MARIA DE FÁTIMA MORAES BEZERRA CAVALCANTI, e o Excelentíssimo Desembargador MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE. Presente à Sessão o Excelentíssimo Doutor FRANCISCO ANTÔNIO SARMENTO VIEIRA, Promotor de Justiça Convocado. Sala de Sessões Segunda Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, e ião 'essoa/pb, 30 de julho de Juiz MAR IAM DE OLIVEIRA R lator 2 Apelação Cível N /001, 16 8 Câmara Cível, Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Relator: Des. Wagner Wilson, Data do Julgamento: 25/08/2010 Data da Publicação: 24/09/2010.

5 TRIBUNAL BE JUS;IÇA Diretoria Judiciária Registrado e lalq:ep,