Processo no /001

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1 Processo no /001 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Desembargador Marcos Cava lcanti de Albuquerque Acórdão Embargos de Declaração - no /001 Relatora: Dra. Vanda Elizabeth Marinho - Juíza convocada 1 0 )Embargante: Danone LTDA - Adv. Adriano Paulo Almeida de Melo,20 )Embargantes: João de Carvalho Costa Filho e Marcela Aragão de Carvalho Costa - Adv. Em causa própria Embargados: Os mesmos EMENTA: ACORDÃO - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - DIVERGÊNCIA ENTRE A EMENTA, A PARTE DISPOSITIVA DO ACÓRDÃO E A DECISÃO VOTADA EM SESSÃO - ERRO NA LAVRATURA - INCIDÊNCIA - EMBARGOS ACOLHIDOS. - O ato de prolação do acórdão é uma formalização onde há a escrituração, a documentação do que fora decidido em sessão, devendo por isso mesmo ter fundamentos equivalentes ao que se foi votado. - Vislumbrando que, no acórdão redigido, a parte dispositiva do voto, bem como a ementa do acórdão não correspondem ao julgamento ocorrido, evidenciando-se que houve equívoco devido a problema no programa de computador no momento da lavratura do mesmo, cabe os aclaratórios para corrigir este erro material. Acolhimento dos embargos. Dr" 1. anda Ehzabeth Marinho (luzi:-.a Convocado) 1

2 identificados. Vistos, relatados e discutidos estes autos acima Acorda a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, em ACOLHER os embargos. RELATÓRIO Trata-se de Embargos Declaratórios opostos pela Danone LTDA e João de Carvalho Costa Filho e Marcela Aragão de Carvalho Costa, contra Acórdão proferido pela Segunda Câmara Cível que, negou provimento a Apelação Cível manejada pelos segundos embargantes. Alega o primeiro embargante, que a ementa e o Acordão embargado, padecem de contradição, já que tratam de danos morais decorrentes da inscrição de nome de pessoa física em cadastro de inadimplentes, fatos estes contrários a lide. Alega ainda que, como se observa da inicial e da sentença, a demanda trata de danos morais decorrentes do consumo de produto supostamente impróprio. 11, Ao final, pugna pelo acolhimento dos embargos. Os segundos embargantes alegam que após a publicação do Acordão embargado, restou verificado que a ementa e o conteúdo da decisão colegiada não condizem com a matéria discutida nos autos, haja vista o mérito da demanda versar acerca de vício de produto e não de matéria contratual. Ao final, pugnam pelo acolhimento dos embargos declaratórios, para a correção do erro material. É o relatório. Dr' i ānda Elizaheth Alarinho (.Juízo Convocado)

3 VOTO embargantes. Verifica-se, "in casu",. _ que assiste razão aos A certidão de julgamento, contida às fls. 189, informa que, naquela sessão ordinária realizada em 30 de agosto de 2011, os integrantes desta Douta Câmara decidiram julgar o recurso "Desprovido, unânime". Pela leitura das notas taquigráficas, fica irrefutável que a Egrégia Segunda Câmara Cível deste Tribunal de Justiça decidira em desfavor dos segundos embargantes, mantendo na integralidade da sentença vergastada, dando desprovimento ao recurso, conforme a certidão de julgamento contido nos autos às fls O ato de prolação do acórdão é uma formalização onde há a escrituração, a documentação do que fora decidido em sessão, devendo por isso mesmo ter fundamentos equivalentes ao que se foi votado. Vê-se que, no acórdão redigido e acostado às fls. 190/193, a parte dispositiva e a ementa não correspondem ao julgamento ocorrido, houve equívoco no momento da lavratura do mesmo, pois devido a um problema no programa de computador (BROFFICE), o Acordão salvo no sistema de rede interna não corresponde à minuta votada e decidida na,:sessão do dia 30 de agosto de Assim, vislumbra-se que o Acórdão correto deveria ser lavrado da seguinte forma: EMENTA: - APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - "FIO DE CABELO" ENCONTRADO EM RECIPIENTE DE IOGURTE - NÃO COMPROVAÇÃO - SENTENÇA JULGADA IMPROCEDENTE - IRRESIGNAÇÃO - APELO - Dr' linda Elizaheth Marinho (Juíza Convocado' Q. 3

4 identificados. EMBALAGEM VIOLADA - IMPOSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO DE QUE O PRODUTO CONTINHA "FIO DE CABELO" DESDE A FABRICAÇÃO - PRODUTO EXPOSTO A TEMPERATURA AMBIENTE DURANTE VÁRIOS DIAS - PRODUTO PERECÍVEL - IMPRÓPRIO PARA O CONSUMO - LAUDO PERICIAL COMPROMETIDO - DANO MORAL E MATERIAL NÃO CARACTERIZADOS - DESPROVIMENTO DO APELO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos acima Acorda a Segunda Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta por João de Carvalho Costa Filho e Marcela Aragão de Carvalho Costa contra sentença de fls. 135/138, na qual o Douto Juízo da 2a Vara Cível da Capital julgou 1110 improcedente os pedidos dos autores, ora apelantes, nos autos da Ação de indenização por Danos Materiais e Morais movida contra Danone LTDA. Em sede de inicial os apelantes afirmaram que adquiriram um iogurte da marca Danone, chamado de "Activia", e que ao consumi-lo encontraram um corpo estranho (fio de cabelo) dentro do produto. Assim, pleitearam indenização por dano moral e material. Ocorre que o Juiz Primígeno, julgou improcedente o pedido por considerar que os apelantes não comprovaram que o ato ilícito foi cometido pela apelada e ainda não mostraram o efetivo dano material e moral sofrido. Em sede de recurso apelatório, os apelantes afirmaram. Dr Valido Elizabeth Marinho (Juiza Convocada) (tik 4

5 que o ato constitutivo de seu direito restou evidentemente comprovado. Afirmaram ainda que no processo houve o pedido de inversão do ônus da prova, cabendo assim a apelada comprovar que realmente não cometeu ato ilícito. Pleitearam ainda os benefícios da justiça gratuita, em sede recursal. Contrarrazões apresentadas ás fls. 158/164, pugnando pela manutenção da sentença. Instada a se manifestar, a Procuradoria de Justiça emitiu parecer (fls. 172/181) opinando pelo provimento parcial do recurso apelatório, com a declaração de nulidade da sentença a fim de que seja retomada a instrução processual, posto que os apelantes requereram a inversão do ônus da prova que não foi analisada pelo Juiz Primígeno. É o relatório. VOTO Inicialmente, vale ressaltar que_ os apelantes ingressaram com Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais, contra a apelada, buscando reparação por ter comprado um iogurte "Activia" da marca fabricada pela apelada e ter encontrado um "fio de cabelo" dentro do recipiente do iogurte. As fls. 34/36, consta cópia de laudo elaborado pela Vigilância Sanitária do Município de João Pessoa-PB, de onde se extrai o seguinte: " 3. CONDIÇÕES DE RECEBIMENTO DO PRODUTO: 3.1 A consumidora alega que adquiriu o produto e após aberto observou um corpo estranho (fio de cabelo); Um pote do produto violado, três com as embalagens integras e em Dr anda Elizabeth Marinho (Juiza Convocada)44-isy-- 5

6 condições inadequadas de conservação (temperatura ambiente) 6. CONCLUSÃO: Produto impróprio para o consumo humano (pote aberto) por apresentar matérias macroscópicas detectadas por observação direta (olho nu) sem auxílio de instrumentos ópticos..." Os apelantes juntaram às fls. 37/39 _ fotos de um recipiente aberto de iogurte contendo um "fio de cabelo" dentro do produto. Os documentos juntados pelos apelantes são insuficientes para caracterizar a existência de dano moral e material a ser reparado. A simples demonstração de fotografias do pote de iogurte aberto com um "fio de cabelo" dentro, não comprovam que mencionado fio encontrava-se dentro do produto desde a data de fabricação do iogurte, além do que as imagens mostram que a embalagem está violada, restando desta forma impossível averiguar a veracidade das afirmações dos apelantes. O laudo da Vigilância sanitária é bastante claro ao afirmar que a bandeja de iogurtes entregue pelos apelantes para análise estava em condições inadequadas de conservação, o que obviamente iria gerar um resultado de produto impróprio para o consumo. Para a existência de dano moral é necessário que o abalo psíquico seja suficiente para causar dor no âmago do indivíduo. Segundo ensinamento do eminente civilista SÍLVIO DE SALVO VENOSA, em sua obra Direito Civil Responsabilidade Civil, vol.iv, ed. Atrlas, 2003: "Dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima. (...) Dr" Vinda ElLabeth Marinho (Juíza Convocada)a- A - 6

7 r - Processo no /001 Não é também qualquer dissabor comezinho da vida que pode acarretar a indenização. Aqui, também é importante o critério objetivo do homem médio" Deveras, não há registro nos autos de constrangimentos ou restrições capazes de abalar seriamente o ânimo psíquico dos apelantes, pois para a configuração do dano moral é necessário que a conduta tenha trazido sofrimento e humilhação ao indivíduo, não sendo suficiente as provas carreadas nos autos para caracterizá-lo. Com relação aos danos materiais, entendo também que as provas constante nos autos são insuficientes para caracteriza-lo. adota o seguinte entendimento: O Tribunal de Justiça do Rio Grande Grande do Sul, Ementa: REPARAÇÃO DE DANOS EXTRAPATRIMONIAIS. ALIMENTAÇÃO. FIO DE CABELO NO PRATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA. - Merece ser mantida a sentença que julga improcedente o pleito atinente a dano extrapatrimonial, diante da parca produção de prova que embase as alegações da autora. - Afirmação de existência de fio de cabelo no prato quando da refeição servido no estabelecimento comercial demandado. Ausência de prova. Testemunha que não presenciou o fato, afirmando apenas que viu comentário (fl. 20). - Dano moral não configurado, diante da inexistência de comprovação do. pressuposto da responsabilidade civil ato ou conduta ilícita. - Sentença que resta mantida, conforme Dra Vanda Elizabeth Marinho (Juiza Convocada)

8 autoriza o art. 46 da Lei no 9.099/95. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. (Recurso Cível No , Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Heleno Tregnago Saraiva, Julgado em 11/12/2008) Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO À APELAÇÃO, para manter a sentença combatida em todos os seus termos. É como voto. Presidiu a sessão a Exma. Sra. Desembargadora Maria das Neves do Egito Araújo Duda Ferreira. Participaram do julgamento este Desembargador relator Marcos Cavalcanti de Albuquerque, Ricardo Vital de Almeida (Juiz Convocado com jurisdição limitada para substituir a Exma. Des. Maria das Neves do Egito Araújo Duda Ferreira) e Marcos William de Oliveira (convocado para compor quórum em razão da ausência justificada da Desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti). Presente ao julgamento o Excelentissímo Dr. Francisco Sarmento Vieira, Promotor de Justiça convocado. Sala de Sessões da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, 30 de agosto de Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque ; RELATOR Isto posto, ACOLHO OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, dando-lhes efeitos modificativos para anular o Acórdão embargado de fls. 190/193, devido ao patente erro material, bem como para que seja Dr Vanda Elizabeth Marinho (Juíza Convocado) 8

9 L_ Processo no /001 - lavrado corretamente e lançado aos autos o Acordão acima exposto, conforme o julgamento realizado na sessão do dia 30 de agosto de É como voto. 111 Presidiu a sessão a Excelentíssima Desembargadora Maria das Neves do Egito Araújo Duda Ferreira. Participaram do julgamento esta Relatora Vanda Elizabeth Marinho (Juíza convocada para substituir o Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque), Maria das Neves do Egito Araújo Duda Ferreira e Alexandre Targino Gomes Falcão (Juiz convocado para substituir a Desembargadora Maria Fátima Morais B. Cavalcanti). Presente à Sessão a Dra. Lúcia de Fátima Maia de Farias, Procuradora de Justiça. Sala de Sessões da Segunda Câmara Cível "Desembargador Luiz Silvio Ramalho" do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba em João Pessoa, 20 de outubro de Dra. Vanda Elizabeth Marinho Relatora nr"1. 7nda F,lizaheth A farinho (Juíza Convocada) 9

10 TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ Coordenadoria Judiciária ; Regístrado e g /