VISTOS, relatados e discutidos, os autos

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1 f ST. *!Yont',.> ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho ACÓRDÃO 00 APELAÇÃO CÍVEL N / Campina Grande RELATOR: João Benedito da Silva (Juiz convocado) APELANTE: João Messias Gomes ADVOGADOS: Tanio Abílio de Albuquerque Viana e Ingrid Albuquerque Viana APELADA: Companhia de Tecidos Norte de Minas - COTEMINAS ADVOGADO: Fernando Gondim Ribeiro Júnior. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL Apelação Cível Reparação de danos resultantes de relação de trabalho Alegação de perda da capacidade auditiva Não demonstração do nexo causal Ausência de dolo ou culpa da empresa Inexistência do dever de indenizar Desprovimento do Recurso. O - Não restando provado o nexo de causalidade entre a lesão ocorrida e a sua atividade laborai, bem como a conduta dolosa ou culposa por parte da empresa apelada, não há que se falar em dever de indenizar. acima. VISTOS, relatados e discutidos, os autos ACORDAM os integrantes da Terceira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, em desprover o recurso apelatório, nos termos do voto do Relator e da certidão de julgamento de fl RELATÓRIO Cuida-se de Ação de Indenização Por Danos Pessoais ajuizada por João Messias Gomes em face da empresa Companhia de Tecidos de Norte de Minas - COTEMINAS, aduzindo, em síntese, que foi admitido na empresa ré no dia 22 de abril de 1999, para o cargo de Serviços Gerais, laborando na mencionada empresa -até 06 de agosto de 2001, sendo submetido no momento da sua 1( admis dão a uma bateria de exames, dentre eles, a avaliação audiológica, que atesto a ormalidade na sua audição. Diz que durante

2 os dois anos e quatro meses que trabalhou na COTEMINAS, laborou como operador de máquinas em ambiente extremamente ruidoso e insalubre, alegando ainda que nunca recebeu o adicional de insalubridade. Afirma que, após ser demitido, foi submetido a um novo exame audiológico no momento em que buscava ingressar na empresa VITAMILHO ALIMENTOS E BEBIDAS DO NORDESTE LTDA, no qual ficou constatada a perda da capacidade auditiva, culminando na sua não admissão. Requereu o benefício da justiça gratuita e, em virtude do ocorrido, pleiteou a procedência da ação, objetivando a condenação da empresa COMPANHIA DE TECIDOS DE NORTE DE MINAS COTEMINAS ao pagamento da indenização pelos danos materiais e morais causados à sua pessoa, bem como, a condenação em custas e honorários advocatícios. Com a inicial, vieram documentos. Contestação apresentada às fls Audiência de conciliação, sem êxito. Fixados os pontos controvertidos pelo juiz a quo, foi determinada a realização das perícias a serem realizadas nas instalações da empresa promovida e na pessoa do autor da demanda, bem como a designação da audiência de instrução para oitiva das 111 testemunhas, do autor e do representante legal da ré. O laudo referente à perícia realizada no local de trabalho foi apresentado às fls 310/336. O laudo pericial resultante do exame realizado no promovente encontra- se às fls. 290/295. As razões finais foram apresentadas pelos promovente e promovido às fls. 366/369 e 361/365, respectivamente. Conclusos, o MM. Juiz proferiu sentença, julgando improcedente o pedido inicial do autor, cuja parte final da decisão, transcrevo in verbis: "Pelo exposto e o mais que dos autos constam, rejeito as preliminares argüidas e, no mérito, JULGO improcedente a Ação de Indenização de fls. 02/11, condenando a parte autora em custas e honorários advocaticios que arbitro em R$ 500,00 (quinhentos reais ), ficando a mencionada condenação 111 suspensa por 5 (cinco) anos, por ser a parte autora beneficiária da assistência judiciária gratuita"(fls. 382/389). Inconformado, o autor interpôs recurso de apelação, pedindo, em síntese, a reforma da sentença (fls. 391/398). Contra-razões às fls. 401/405. Nesta instância, a douta Procuradoria de Justiça não opinou sobre o mérito recursal. Esta Relatoria proferiu decisão monocrática às fis.417/419, anulando a sentença proferida pelo Juízo "a quo", por ter sido esta prolatada após a vigência da Emenda constitucional n 45/2004, que ampliou a competência da Justiça Laborai. A promovida int rpôs agravo interno frente à decisão que anulou a sentença. (fls.421/423)

3 Quando do julgamento do agravo interno n , este Tribunal anulou a decisão monocrática proferida às fls.417/419, mantendo a competência da Justiça Comum Estadual, para o processamento e julgamento da presente demanda, em conformidade com o entendimento recente do STF, zelando pelos princípios da economia e celeridade processuais. (fls.427/429). É o relatório. VOTO Em respeito ao princípio do duplo grau de jurisdição, passarei a analisar o recurso apelatório n de fis.391/398. O apelante pugna pela reforma integral da sentença, no sentido de que a empresa apelada seja condenada ao pagamento de uma indenização pelos danos morais sofridos. O Inicialmente, devemos ressaltar que cabe ao autor da demanda, ora apelante, a prova do fato constitutivo do seu direito, conforme dispõe o art.333, inciso I, do CPC: "o ônus da prova incumbe: 1 ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito." Portanto, cabe ao apelante demonstrar o dano sofrido, a culpa ou dolo da apelada, bem como o nexo causal, para que fique configurada a responsabilidade civil. Da simples análise dos autos, podemos observar que foram realizadas duas perícias, sendo uma no local de trabalho e outra na pessoa do apelante. I) O laudo referente à perícia realizada no local de trabalho às fls 310/336, demonstra que a empresa apelada cumpria todas as normas de segurança exigidas, não só fornecendo os protetores auriculares, mas sobretudo, realizando o treinamento adequado ao seu uso, não apresentando o local de trabalho risco de insalubridade. Da análise dos autos não se depreende uma atividade negligente ou dolosa por parte da apelada para que se possa cogitar do seu dever de indenizar. Por outro lado, a perícia realizada na pessoa do apelante apesar de aferir uma certa perda auditiva, não a vinculou ao trabalho realizado nas dependências da empresa apelada, de forma que o nexo causal não restou devidamente comprovado. Não há prova nos autos que demonstre a perda auditiva como conseqüência do laboro desenvolvido na empresa apelada. do Estado da Paraíba: Vejamos urisprudência do Tribunal de Justiça

4 "RESPONSABILIDADE CIVIL. Acidente de 1 trabalho. Morte. Culpa exclusiva da vitima. Não comprovação do nexo causal. Inocorrência de obrigação de indenizar pelo empregador. Exclusão da responsabilidade. Recurso provido para reformar a sentença. Não tendo sido comprovada a culpa ou dolo de qualquer natureza do empregador pelo acidente ocorrido com seu empregado durante o trabalho, não pode este responder pelo alegado dano., tendo em vista ter a vitima sido a única responsável pelo acidente, por agir imprudentemente /001.02/09/2005.des. ANTONIO ELIAS DE QUEIROGA. (Grifo nosso)". Essas provas periciais, de caráter técnico, apesar de não vincularem o julgador, oferecem um campo de apreciação mais objetivo e de difícil deturpação, sendo um excelente elemento de convicção, principalmente, quando em harmonia com os demais elementos probatórios, como no caso dos autos. Depreende-se dos autos que a apelada forneceu os protetores auriculares, fiscalizando e controlando as condições de segurança de trabalho, mantendo vigilância sobre os seus operários, no tocante ao uso correto dos equipamentos obrigatórios de segurança. Portanto, não restando provado o nexo de causalidade entre a lesão ocorrida e a sua atividade laborai, bem como a conduta dolosa ou culposa por parte da apelada, não há que se falar em dever de indenizar. Por todo o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso apelatório mantendo a sentença em todos os seus termos. É como voto. Presidiu os trabalhos o ínclito Desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos. Participaram do julgamento, além do Relator, o Excelentíssimo Juiz com jurisdição limitada Dr. João Benedito da Silva, o Excelentíssimo Desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos e o Excelentíssimo Juiz convocado Dr. Carlos Neves da Franca Neto. Presente o parquet Estadual, na pessoa do Dr. Marcus Vilar Souto Maior, Procurador de Justiça. Sala a essões da E. Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Par-'. - Pdép;,, 'aoa, aos trinta,dé maio de Á d r,,,,~,.,oão :enedito : Silva 7 elator : onvocado f

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