' r, ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. JORGE RIBEIRO NÓBREGA

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1 t ' r ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. JORGE RIBEIRO NÓBREGA ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N /001 Oriundo da 7a Vara Cível da Comarca de Campina Grande-PB RELATOR : Dr. Carlos Eduardo Leite Lisboa Juiz convocado para substituir o Exmo. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega. APELANTE : Bradesco Vida e Previdência S/A ADVOGADOS : Anna Carmem Medeiros Cavalcanti e outro APELADO : Manasses Monteiro ADVOGADOS : José Dinart freire de Lima e Outros PROCESSO CIVIL Ação de Indenização por danos morais. Ato ilícito. Culpa concorrente. Pedido julgado procedente. Irresignação. Alegação de negativa de provas do ilícito. Ocorrência de dano moral. Recurso desprovido. - No que tange à responsabilidade do recorrido pelo suposto dano experimentado pela I apelante faz-se necessário para sua caracterização a presença cumulativa dos seguintes requisitos: a) ato ilícito do agente; b) efetivação do evento danoso; c) o nexo causal entre a conduta ilegal e o prejuízo sofrido pela vítima. A indenização tem o condão de compensar o dano moral sofrido bem como desiderato punitivo e pedagógico impondo-se cautela na quantificação indenizatória de modo a evitar perspectiva de lucro fácil e generoso enfim o locupletamento indevido. Mantém-se o valor estipulado pela julgadora a quo pois fixado em consonância com o grau de culpabilidade a robustez do resultado danoso e o fim pedagógico da indenização. ')y

2 .. " Vistos relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível em que figuram como partes as acima nominadas. Acorda a Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba na conformidade do voto do relator e da súmula de julgamento de fls. 173 por unanimidade DESPROVER A APELAÇÃO CIVEL em harmonia com o parecer ministerial. RELATÓRIO 111 Trata-se de Apelação Cível interposta contra decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da 7a Vara Cível da Comarca de Campina Grande que nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais proposta por Manasses Monteiro em face do Bradesco e Vida Previdência S/A julgou procedente o pedido exordial condenando a promovida ao pagamento da importância de R$ ( Um mil e quinhentos reais) a título de indenização por danos morais sofridos pelo autor. Irresignada a promovida interpôs o presente recurso apelatório aduzindo em síntese que a sentença de primeiro grau encontra-se equivocada vez que o promovente não se desincumbiu do dever de comprovar os fatos constitutivos do seu direito em razão da falta de provas do referentes danos morais sofridos. Requer ao final provimento do apelo para reformando a sentença julgar improcedente o pedido indenizatório (fls. 136/149). Contra-razões do apelado refutando em todos os termos as razões da apelação (fls. 152/154). Instada a se pronunciar a douta representante da Procuradoria de Justiça emitiu parecer opinando pelo desprovimento do apelo (fls. 159/167). Em síntese é o relatório. VOTO: O Exmo. Dr. Carlos Eduardo Leite Lisboa (relator) Nos presentes autos verifica-se que o autor já havia ajuizado uma ação de obrigação de fazer c/c Danos morais firmando acordo no qual ficou estabelecido que o promovido ora apelante efetuasse o pagamento do valor de R$ através de Tickets de alimentação. No entanto ao tentar efetuar compras com os referidos Tickets o apelado não obteve êxito vez que estes já estavam vencidos antes mesmo da audiência de instrução e julgamento que homologou o acordo. (47.

3 _.. ; Nestes autos alega a apelante que não há o que indenizar pois sendo o autor um comerciante deveria ter notado quando do recebimento dos Tickets que estes já estavam vencidos. Todavia em audiência restou provado que o recorrente praticou ato ilícito tendo em vista que mesmo ciente da expiração do prazo de validade dos tickets entregou-os ao promovente como forma de adimplemento do acordo. No que tange à responsabilidade da apelante pelo suposto dano experimentado pela recorrente faz-se necessário para sua caracterização a presença cumulativa dos seguintes requisitos: a) ato ilícito do agente; b) efetivação do evento danoso; c) o nexo causal entre a conduta ilegal e o prejuízo sofrido pela vítima. 11 Com efeito o agente somente será obrigado a reparar a vítima se entre seu comportamento culposo e o dano experimentado por ela houver uma relação de causalidade que por sua vez vem a ser o liame entre a conduta censurável do agente e a avaria suportada pelo ofendido. Atente-se portanto que na hipótese vertente se verifica a presença de tais requisitos. E que conforme já afirmado a recorrente tendo conhecimento do vencimento dos tickets utilizou-os como forma de pagamento ocasionando para o autor constrangimento de cunho emocional vez que este ao tentar pagar as mercadorias no caixa do supermercado teve que devolvê-las pois recebeu a informação de que os tickets estavam vencidos. Pois bem. Compulsando os autos detidamente verifico que decidiu com acerto o - magistrado singular visto que restou sobejamente provada a existência dos danos perseguidos pelo recorrido. No tocante à indenização pelos danos morais o quantum fixado na sentença deve ser mantido. Importa destacar que a indenização tem o condão de compensar o dano moral sofrido bem como desiderato punitivo e pedagógico impondo-se cautela na quantificação indenizatória conforme os parâmetros pautados pelo postulado da razoabilidade de modo a evitar situações de locupletamento indevido. Em suma o valor da indenização deve ser proporcional ao dano moral efetivamente sofrido pela parte lesada conforme leciona com Paulo de Tarso Vieira Sanseverinol " O importante é que no arbitramento da indenização se parta do bem jurídico efetivamente lesado (vida integridade física liberdade honra imagem). Em segundo momento devem-se considerar as circunstâncias do fato como a sua gravidade a intensidade da culpa a eventual participação culposa da vítima a condição econômica das partes envolvidas.". 'Responsabilidade Civil no Código do Consumidor e a Defesa do Fornecedor Saraiva São Paulo 2002 p. 232.

4 Inegável pois se torna concluir pela ocorrência dos danos perseguidos. Com essas considerações NEGO PROVIMENTO AO RECURSO mantendo a sentença em todos os seus termos em harmonia com o parecer ministerial. É o meu voto. Presidiu o julgamento com voto o Exmo. Sr. Des. Luiz Silvio Ramalho Júnior. Dele participando além de mim relator o Exmo. Dr. Alexandre Targino Gomes Falcão e o Exmo. Des. Luis Sílvio Ramalho Júnior. Presente à sessão o Exmo. Sr. Dr. José Raimundo de Lima Procurador de Justiça. Sala das Sessões da Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba em João Pessoa 21 de outubro de Dr. Carlos E. uard Lei Lisboa Rei or 111

5 TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordonadoria Judiciária ReOsirrr ' 'n e-r2-7._//daj01(