JI WrIlei. ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho

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1 ).,, JI WrIlei ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho ACÓRDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO n /001 RELATOR: Eduardo José de Carvalho Soares - Juiz Convocado em substituição ao Des. Genésio Gomes Pereira Filho AGRAVANTE: Município do Conde representado por seu Prefeito ADVOGADO: Marcos Antonio Leite R. Junior, Gustavo Lima Neto e outros AGRAVADO: Maria Cristina da Silva PROCESSUAL CIVIL Agravo de 1 Instrumento Execução fiscal interposta com base no art.578, parágrafo único, parte final ("a ação poderá ser proposta no foro do lugar onde se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à dívida) Magistrado que declinou da competência de ofício Impossibilidade Competência relativa Inexistência de exceção argüida pelo executado Provimento parcial do agravo. Embora o art. 578, do CPC, prescreva que a execução fiscal deve ser proposta no domicílio do réu, também é sabido que se trata de 4111 hipótese de competência relativa, cuja incompetência só poderá ser provocada por intermédio de exceção argüida pelo interessado/executado, não se admitindo reconhecimento ex officio pelo magistrado. Sendo a competência relativa, esta só poderia ser declarada mediante manifestação expressa da parte a quem cabe ingressar com a competente exceção declinatória de foro (CPC, arts. 112 e 304). A decisão do magistrado singular foil e equivocada, porquanto se tratando de j à- competência relativa e não tendo a agravada, ao tomar conhecimento da execução fiscal, --..e.51 interposto incidente processual apto a modificar Lio foro, não poderia o juiz ter declinado da - competência de ofício.

2 VISTOS, relatados e discutidos, os autos acima. ACORDAM os integrantes da Terceira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, dar provimento ao Agravo de Instrumento, por unanimidade, nos termos do voto do Relator e da certidão de julgamento de f1.44. RELATÓRIO O Município do Conde interpôs agravo de instrumento nos autos da Execução Fiscal ajuizada em face da Maria Cristina da Silva contra decisão do MM. Juiz que declinou a competência do juízo por entender que o processo deve tramitar na comarca onde se situa o domicílio do devedor. Disse o agravante que a decisão de primeiro grau merece ser reformada tendo em vista que o legislador deixou ao alvedrio da Fazenda Pública escolher o local para o ajuizamento da execução fiscal. Cita, ainda, precedentes jurisprudenciais que denotam o entendimento de que é vedado ao órgão julgador declarar, de ofício, a incompetência relativa, pois esta somente poderá ser reconhecida por meio de exceção oposta pelo executado. Por fim, requer o recebimento do recurso na forma regimental e atribuição de feito suspensivo ativo para, ao final, seja reformada a decisão agravada com a conseqüente declaração da competência do juízo da Comarca de Alhandra. O recurso veio instruído com as cópias da decisão agravada (f1.10),procuração do agravante (f1.09), da prova da intimação (f1.11), não existido procuração da agravada por esta ter sido citada por edital sem ter constituído advogado nos autos. Deferido o pedido de efeito suspensivo ao agravo (fls.21/23). Informações prestadas pelo Juízo a quo às fls. 30/31. Não foi possível a intimação do agravado, como se observa da certidão de fl. 26 verso, por não residir no imóvel. Instada a se manifestar, a douta Procuradoria de Justiça opinou pelo provimento do recurso, a fim de que seja declarada a competência da vara única da Comarca de Alhandra para processar e julgar o feito (f Is. 33/26). É o relatório. VOTO Insurge-se o agravante contra a decisão judicia de -I g grau que declinou a competência do juízo por entender que o processo deve tramitar na comarca onde se situa o domicílio do devedor. Compulsando os autos, verifica-se que razão assiste ao agravante, conforme foi mencionado quando apreciado o pedido,:51 liminar. Vejamos: N

3 1 1 i "Embora o art. 578, do CPC, prescreva que a execução fiscal deve ser proposta no domicilio do réu, também é sabido que se trata de hipótese de competência relativa, cuja incompetência só poderá ser provocada por intermédio de exceção argüida pelo interessado/executado, não se admitindo reconhecimento ex officio pelo magistrado. Sendo a competência relativa, esta só poderia ser declarada mediante manifestação expressa da parte a quem cabe ingressar com a competente exceção declinatório de foro (CPC, arts. 112 e 304)." O M.M. Juiz singular quando prestou as informações não disse que o executado tomou conhecimento do ajuizamento da execução fiscal. Deste modo, consequentemente, se até o momento inexiste qualquer exceção declinatória de foro, não poderia o magistrado declinar da competência, pois esta só poderia ser proposta pelo réu, conforme Súmula n 2 33 do STJ. Ressalto que não é absoluta e sim relativa a competência do foro do domicílio do réu para processar e julgar o executivo fiscal. Logo, o reconhecimento de eventual incompetência condiciona-se à argüição da respectiva exceção pelo interessado, o que não ocorreu no caso em tela, pois o executado sequer tomou conhecimento da ação ajuizada pelo Estado da Paraíba. Importante transcrever recente decisão da 12 Câmara Cível deste Tribunal, que, à unanimidade, deu provimento ao recurso de agravo de instrumento, em caso similar ao dos autos. Vejamos: "AGRAVO DE INSTRUMENTO. Execução Fiscal. Executada sediada em outro foro Incompetência relativa reconhecida de oficio pelo Magistrado. Impossibilidade. Provimento do agravo. Sendo relativa a incompetência em razão do lugar, ela não pode ser reconhecida de oficio pelo juiz, dependendo de argüição da parte, por meio de exceção (arts. 304 a 311, do CPC), sob pena de prorrogação..a incompetência relativa não 1111 pode ser declarada de oficio. (Súmula 33, STJ). Provimento do agravo. Acorda a Egrégia 1 Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, em DAR PROVIMENTO AO AGRAVO. (7'J-PB, Agravo de Instrumento n /001, Rel. Des. Manoel Monteiro Soares, 1 Câmara Cível, Diário da Justiça Pub. 13 de junho de 2006)" de outros tribunais: Corroborando o entendimento, cito precedentes "PROCESSUAL CIVIL AGRAVO DE INSTRUMENTO,etr7.- EXECUÇÃO FISCAL COMPETÊNCIA JUÍZO FEDERAL Hipótese em que o MM. Juiz a quo declinou da competência para conhecer e julgar execução fiscal, e,... em seguida determinou sua remessa para a Comarca do 4 domicílio do réu; - O art. 578, do CPC, prevê a propositura da execução fiscal no domicílio do réu. Todavia, sendo a hipótese de competência relativa, a '-.." incompetência só poderá ser provocada por intermédio de exceção, não se admitindo reconhecimento ex officio.

4 No caso, proposta a execução fiscal perante o juízo federal, é ele competente para conhecê-la e julgá-la.. Precedentes do STJ; - Agravo de instrumento provido."" "PROCESSUAL CIVIL CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA EXECUÇÃO FISCAL COMPETÊNCIA RELATIVA DECLINATÓRIA EX OFFICIO IMPOSSIBILIDADE SÚMULA 33/STJ ART. 112, DO CPC 1- Dispõe o art. 578 e parágrafo único do CPC, que a execução fiscal (art. 585, VI) será proposta no foro do domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência ou no lugar onde for encontrado, podendo a Fazenda Pública escolher o foro de qualquer um dos devedores, quando houver mais de um, ou o foro de qualquer dos domicílios do réu e, ainda, no foro do lugar em que se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à dívida, embora nele não mais resida o réu, ou, finalmente, no foro da situação dos bens, quando a dívida deles se originar. II - Segundo a jurisprudência pátria, trata-se de hipótese de competência territorial relativa, que só admite declinatória através de incidente de exceção (art. 112, do mesmo diploma processual civil c/c Súmula 33/STJ). Precedentes colacionados. IV - Conflito de competência conhecido, para declarar competente o juízo federal da 1" vara de execução fiscal do Rio de Janeiro, o suscitado." 2 "PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETENCIA. EXECUÇÃO FISCAL. PRERROGATIVA DE FORO DA FAZENDA PUBLICA. MUDANÇA DE DOMICILIO DO DEVEDOR: SUMULA N 58/STJ. COMPETENCIA TERRITORIAL RELATIVA: SUMULA N. 33/STJ. I - A FAZENDA PUBLICA GOZA DA PRERROGATIVA DE FORO, CONFORME DISPOSTO NO ART. 578 DO CPC. TODAVIA, UMA VEZ AJUIZADA A AÇÃO EXECUTIVA, A MODIFICAÇÃO DA COMPETENCIA TERRITORIAL DAR-SE-A SOMENTE ATRAVES DA EXCEPTIO DECLINA TORIA FOR! PELO EXECUTADO (ART. 112 DO CPC, E SUMULA N. 33/STJ). PRECEDENTE. II- DESPICIENDA A MUDANÇA DE DOMICILIO DA EMPRESA DEVEDORA (SUMULA N. 58/STJ). III - CONFLITO CONHECIDO E DIRIMIDO EM FAVOR DO SUSCITADO (JUIZO DE DIREITO DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ES) "3 Diante do exposto, entendo que a decisão do magistrado singular foi equivocada, porquanto se tratando de competência relativa s. e não tendo a agravada, ao tomar conhecimento da execução fiscal, interposto incidente processual apto a modificar o foro, não poderia o juiz ter declinado da, competência de ofício. (..eqr, ez 'S..., I (TRF 5' R. AGTR r T. Rel. Des. Fed. Petrucio Ferreira DJU p. 1409) 2 (TRF r R. CC T.Esp. Rel. Des. Fed. Benedito Goncalves DJU p. 114) `-7! 3 (STJ, CC SP, Rel. Ministro ADHEMAR MACIEL, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em , DJ p )

5 Deste modo, declaro a competência do Juízo da Comarca de Alhandra para processar e julgar o presente feito. Isto posto, DOU PROVIMENTO AO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO, em harmonia com o Parecer Ministerial. É como voto. Presidiu os trabalhos o ínclito Desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides. Participaram do julgamento, além do Relator, Eminente Dr. Eduardo José de Carvalho Soares, Juiz convocado para substituir o Exmo. Desembargador Genésio Gomes Pereira Filho, o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos, e o Exmo. Presidente da Câmara acima mencionado. Presente o "parque!" Estadual, na pessoa do Dr. Marcus Vilar Souto Maior, Procurador de Justiça. Sala de Sessões da Egrégia Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça da Paraíba, em João Pessoa, aos quatorze de outubro de V Eduardo José de Carvalho Soares Relator-Juiz Convocado 41,

6 TRIBUNAL D2 JUSTIÇtN Coordenadarla Judiciária ) ilegiatradd eivaetr.w.c2g 110