VISTOS, relatados e discutidos os autos acima

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1 $4,4, s ff kiffunat de jtotiça da 9-)cvtaitta ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL: N /002 - Sapé RELATOR: Miguel de Britto Lyra Filho, Juiz de Direito convocado APELANTE: Município de Sapé, representado por seu Prefeito PROCURADOR: Marconi Gonzalez Silva APELADO: Cassiano Manoel Bendito DEFENSORA PÚBLICA: Marizete Coriolano da Silva APELAÇÃO CIVIL. Embargos de terceiro. Bem móvel. Propriedade. Aquisição pela tradição. Anterioridade ao registro. Assinatura da transferência. Momento anterior à determinação da penhora. Desprovimento do apelo. -A propriedade de bem móvel transmite-se a partir da -- tradição, não se fazendo necessária a transferência ' perante o órgão encarregado. -A fraude à execução somente ocorrerá quando a alienação do bem constrito tenha ocorrido posteriormente ao registro da penhora. VISTOS, relatados e discutidos os autos acima referenciados. ACORD A, a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, conhecer e pegar provimento ao recurso apela tório. Tratam-se os autos de EMBARGOS DE TERCEIROS, apresentados por CASSIANO MANOEL BENDITO em face da FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SAPÉ, sob a alegação de que o bem penhorado, qual seja, uma motocicleta Honda CG 125 TITAN, placa MMX 7361, cor verde, ano/modelo 1999, era de sua propriedade, já que, apesar de estar em nome do executado, quem mantinha a posse e efetuava o pagamento das parcelas era o embargante, inclusive estando com o recibo de transferência assinado desde Citado, o embargado apresentou resposta (fls. 43/45), aduzindo, em suma, a existência de fraude à execução, já que o bem penhorado fora alienado em momento posterior ao do ajuizamento da execução fiscal. Às fls. 99/100, julgou-se procedente o pedido, para declarar proprietário da motocicleta o embargante, amparado nos depoimentos

2 prestados em juízo, uma vez comprovada a tradição do bem anteriormente à constrição. Insatisfeito, o embargado apresentou apelação (fls. 104/107), asseverando que o bem indicado à penhora encontrava-se registrado em nome do executado, no momento do ajuizamento da execução fiscal, o que configuraria a fraude à execução. recurso (fls. 120/122). Contrarrazões ao apelo (fl. 111). Parecer ministerial opinando pelo desprovimento do É o breve relatório. VOTO: Juiz MIGUEL DE BRITTO LYRA FILHO Relator Nos autos principais, observa-se que a inicial fora distribuída em , vindo a ser o executado citado em (fl. 29), enquanto que o bloqueio da motocicleta, objeto dos embargos somente fora realizado em (fl. 116), com a penhora em Destaque-se, ainda, que a autorização para transferência do bem, conforme documento de fl. 131v, dos autos em apenso, fora concedida em Pois bem. Indiscutível é a existência mínima de prova documental, a comprovar a autorização para transferência da motocicleta, datada de , sendo possível, portanto, a apreciação do mérito com base, também, na prova testemunhal coletada. Durante a instrução probatória, os depoimentos prestados pela parte e pelas testemunhas foram fundamentais para comprovar a data da tradição do bem móvel: (...) que pouco tempo depois que ele comprou a moto nova ele contou a depoente que a moto havia sido comprada no nome de João, mas a moto era dele e ele era quem pagava as prestações; que sempre via ele trabalhando como mototaxista na moto; que nunca viu João rodando na motocicleta; que depois que terminou de pagar as prestações e:e comentou esse fato e a depoente aconselhou a passar logo a moto para a seu nome, porém ele disse que não tinha dinheiro e acabou protelando a transferência (...). Ou seja, a tradição do bem ocorrera tão logo adquirida a motocicleta em nome do executado, em (fl. 85), prova documental esta corroborada pelo depoimento prestado pela testemunha em juízo. Neste sentido, já se vislumbra manifestação de outros Tribunais de 2a Instância, afirmando ser a tradição o momento inicial da aquisição da propriedade de bem móvel, e, consequentemente, para averiguar a validade, ou não, da constrição: EMBARGOS DE TERCEIROS. PROPRIEDADE DE BENS MÓVEIS. VEICULO A propriedade dos bens móveis se transfere pela simples tradição. Circunstância que também se aplica aos veículos Estando o devedor na posse do automóvel

3 quando da constrição mostra veemente indício da titularidade do veículo. Negaram provimento ao recurso.' No mesmo diapasão: APELAÇÃO CÍVEL. AGRAVO RETIDO. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. EMBARGOS DE TERCEIRO. Pzrjullicado o agravo retido que trata de matéria probatória, analisada no julgamento do apelo. Considerando-se que a transferência da propriedade de bens móveis se dá pela tradição e que não existe regra específica para a formalização deste tipo de negócio, tampouco um registro especial para anotações de aquisições e transferências de máquinas agrícolas, não há porque negar credibilidade à declaração de venda juntada pelo enzbargante. O autor, com a juntada da declaração de venda das máquinas agrícolas penhoradas assinada pelo executado, conzprovou o fato constitutivo do seu direito, como exige a regra do art. 333, I do CPC. Ao réu, portanto, cabia provar a existência de fato impeditivo, extintivo ou modificativo do direito do autor (art. 333, II CPC), ônus do qual não se desincumbiu. Embargos de terceiros julgados procedentes. AGRAVO RETIDO PREJUDICADO. APELO PROVID0. 2 (grifo nosso) Outrossim, mesmo que não se pudesse afirmar as fundamentações declinadas, mas sim a celebração de um contrato de compra e venda entre o embargante/ apelado e o executado, pode ser observar que a transferência do documento, ocorrerá em , enquanto que o bloqueio da motocicleta ocorrera em Adoto o posicionamento de que não há fraude à execução quando o contrato de compra e venda fora firmado antes do registro da penhora, momento em que se torna pública a constrição. Neste norte: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA REALIZADA SOBRE IMÓVEL ADQUIRIDO POR TERCEIRO. AUSÊNCIA DE REGISTRO DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA NO RESPECTIVO CARTÓRIO DE IMÓVEIS. TERCEIRO POSSUIDOR DE BOA-FÉ. SÚMULA N 84 DO STJ. DA PENHORA. 1.A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem admitido a defesa da posse, por meio de embargos de terceiro, com base em compromisso de compra e Venda de imóvel sem registro no cartório competente. Súmula n" 84 do STJ. 2. Comprovado nos autos que, por ocasião da celebração do compromisso de compra e venda, não havia registro de nenhum gravame que onerasse o imóvel, há presunção de boa-fé do adquirente. 3. In casu, o embargante comprovou que detinha a posse do bem imóvel antes do ajuizamento da execução fiscal e da citação do executado, de forma que a penhora deve ser desconstituída. 4. Remessa oficial não provida. 3 (grifo nosso) (Recurso Cível N , Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em 01/07/2008) (Apelação ave! N , Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudio Baldino Maciel, Julgado em 28/08/2008). (TRF 1' Região, REO /RR; REMESSA EX-OFFICIO Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL ANTÔNIO EZEQUIEL DA SILVA Convocado: JUÍZA FEDERAL ANAMARIA REYS RESENDE (CONV.) Orgão Julgador: SÉTIMA TURMA Publicação: 19/12/2006 DJ p104 Data da Decisão: 21/11/2006 Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento à remessa oficial.)

4 i ' Por todo o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso interposto pela embargante. É como voto. Presidiu a sessão o Excelentíssimo Desembamador com e MANOEL SOARES MONTEIRO, que participou do julgamento com este Relator. designado em razão do afastamento do Desembargador MARCOS A. SOUTO MAIOR. o Excelentíssimo Desembargador JOSÉ DI LORENZO SERPA. Presente à sessão a douta Procuradora de Justiça OTANILZA NUNES DE LUCENA. e Sala das Sessões da Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa/PB, 04 de junho de / 7 ator /Juiz yll i,:e 1E B.)2. ' O LYRA Fl LH e

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