DISCUSSÃO, MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DO GOODWILL: DA QUESTÃO TEÓRICA À PRÁTICA EMPRESARIAL



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Transcrição:

DISCUSSÃO, MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DO GOODWILL: DA QUESTÃO TEÓRICA À PRÁTICA EMPRESARIAL Carlos Albero Serra Negra Rua Padre Anchiea, 373 - Bom reiro Ipainga/MG CEP: 35.160-213 - Telefone: (31) 3823-2918 E-mail: casene@erra.com.br Elizabee Marinho Serra Negra Rua Von Goehe, 336 - Cidade Nobre Ipainga/MG CEP: 35.162-378 - Telefone: (31) 3826-1119 - Fax: (31) 3826-1119 E-mail: lizserra@erra.com.br Marco Anonio Amaral Pires Rua dos Timbiras, 3.109, conjuno 304 Barro Preo Belo Horizone/MG CEP: 30.140-062 - Telefone: (31) 3295-2178- Fax: (31) 32952178 E-mail: maap@periosconabeis.com.br Nourival de Souza Resende Filho Rua dos Timbiras, 3.109, conjuno 304 Barro Preo Belo Horizone/MG CEP: 30.140-062 -Telefone: (31) 3291-8486 - Fax: (31) 3291-8486 E-mail: noumar@uai.com.br Walmir Moreira Lage Rua Av. Magalhães Pino, 1529/01, bairro Sano Eloy, Coronel Fabriciano/MG CEP: 35.170.097 - Telefone: (31) 3841-2227 - Fax: (31) 3841-3938 E-mail: walmir@lageaudioria.com.br Waler Roosevel Couinho Rua Califórnia,933 ap. 600 Belo Horizone/MG CEP: 30.315-500 Telefone: (31) 3221-4297 - Fax: (31) 3222-2470 E-mail: waler@jurisplan.com.br APROVADO E PUBLICADO NOS ANAIS DO CLADEA-2004, REPÚBLICA DOMINICANA E NO 17º CBC-2004, SANTOS.

2 DISCUSSÃO, MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DO GOODWILL: DA QUESTÃO TEÓRICA À PRÁTICA EMPRESARIAL 1 INTRODUÇÃO As expecaivas de mercado e as poencialidades geradas pelo expansionismo empresarial, cada vez menos mercanil e mais informacional, razem inúmeros desafios e conrovérsias para a Teoria Conábil em relação aos aivos inangíveis. E, em paricular, o Goodwill passa a ser o cenro de debaes de seminários, congressos, apresenações e pronunciamenos inernacionais, endo em visa a necessidade de valores reconhecidos em ransações de compra e venda sejam regisrados pela Conabilidade de forma a poder permiir uma idenificação mais adequada que os auais padrões de regisro conábil. A perda da qualidade da informação é prejudicial a odos, e a sua mensuração disane da realidade é uma evidência que deve ser minimizada. No senido de permiir aos agenes que uilizam os demonsraivos conábeis a visualização mais próxima da real valorização da enidade. Os debaes sobre o Goodwill, em regisros de língua inglesa, que daam do século XIX. Pino (2003) cia pronunciamenos e publicações daados de 1891, onde Francis More lia um arigo perane a Charered Accounans Sudens Soceiy of Edinburg, na Escócia, publicado na revisa The Accounans e em 1897, Lawrence Rober Dicksee publicava em Londres: Goodwill and Is Treamen in Accouns, onde aborda os problemas do reconhecimeno do goodwill nos regisros conábeis, propondo a sua imediaa liquidação conra o líquido nos casos em que ele obrigaoriamene ivesse que ser conabilizado. O auor nos relaa que Haifield, grande esudioso dos aivos inangíveis em geral, em 1909, inroduz uma nova maneira de cálculo do goodwill em sua obra Modern Accouing; Is Principles and Some of Is Problems, publicado em Nova York. O ilusre cienisa conábil Lopes de Sá (2000) descreve que desde o reinado de Luiz XIV, na França, ornou-se obrigaório o regisro de udo o que fosse possível ou capaz de influenciar o comporameno da riqueza (Ordenanças de Colber, no século XVII) e foi iso que deu origem às conas de compensação ou de ordem como regisros de poencialidades compeenes para a ransformação parimonial. Giovanni Ferrero apud Lopes de Sá (2000) ensina que o capial da empresa não represena apenas um agregado de elemenos auônomos, variáveis por acréscimos ou redução, mas, sim, manifesa-se como um complexo econômico deerminado em função não somene dos seus elemenos consiuivos, mas, ambém, das relações que são de naureza complemenar e que se agregam às funções insrumenais. Esa explicação de Sá pode ser verificada na Tabela 1 da obra de Booh apud Wernke (2003), onde os aivos conabilizados são comparados aos valores de mercado e o cuso de reposição esimado dos aivos. As demonsrações conábeis enconram-se, porano, sob esa comparação, disorcidas da verdadeira e real posição financeira das empresas.

3 TABELA 1 Valor de mercado, aivos conabilizados e cuso de reposição esimado Empresa Valor de mercado Aivos líquidos Cuso de reposição esimado Valor oculo US$ bilhões US$ bilhões US$ bilhões % Coca-Cola 148 6 15 90 Microsof 119 7 18 85 Inel 113 17 43 62 General Eleric 169 31 77 54 Exxon 125 43 107 14 Fone: Adapado de Booh apud Wernke (2003) O mercado avalia, de forma diferenemene dos aponados pela Conabilidade. Esa diferença é pare do desenvolvimeno dos conceios e argumenos dese rabalho, levando-se em consideração os aspecos inernacionais em vigor, manifesados pelo FASB. 2 CONCEITOS E PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS INERENTES AO GOODWILL SOB ÓTICA DE VÁRIOS AUTORES Fundo de Comércio é a expressão em nosso vernáculo que corresponde ao que os ingleses denominam de Goodwill, os alemães de Firmenwer, os ialianos Aviameno, e os franceses de Fond de Commerce. Grande pare dos auores brasileiros uilizam a expressão inglesa em derimeno da nacional. A palavra inangível deriva do laim angere é definida por Ferreira (1986), dicionário Aurélio, como em que não se pode ocar; impalpável, ináil, inocável. Obsane, não pode ocar, mas imperaivo e necessário a mensuração deses aivos que passam a er valor superior a oda soma de aivos angíveis. Nese caso, ressala-se que reconhecemos como Goodwill a soma posiiva e de Badwill a soma negaiva. Sá (2002) define Aivos Inangíveis como sendo os valores incorpóreos como por exemplo Fundo de Comércio, Paenes, Invenções. Eses aivos podem ser chamados ambém de Aivo Imaerial ou Aivo Incorpóreo, conabilmene são classificados no Aivo Permanene, em Invesimeno. Idenificá-los é uma oura preocupação, uma vez que, são bens incorpóreos. Alguns aivos inangíveis são facilmene idenificados como as marcas e as paenes, porém há ouros não idenificáveis como o capial inelecual e faores ligados a qualidade, confiança, ecnologia, lealdade dos clienes, enre ouros. Reporamo-nos a vários auores para uma fundamenação cienífica sobre o que é Goodwill.Os clássicos de nossa dourina em Conabilidade, como Masi (1957), Collei (1964), D Auria (1953), D ippolio (1963), Ferrero (1965) e Tourinho (1954), denre ouros, consideram como imaerialidades os elemenos que sem possuírem forma física são, odavia, agenes produores de lucros duradouros. O esudo do imaerial agregado à riqueza, já era feio com grande seriedade, pelas correnes dourinárias ialianas e Fábio Besa (1909), em sua obra, já as definia como sendo: o valor que a empresa próspera em por si mesma independenemene dos seus bens, ou seja, um maior valor que ela adquire. Logo, não basa, no caso, admiir um lucro fuuro, mas, ambém necessário é considerar o faor de coninuidade. Esses dois elemenos são funções dos sisemas parimoniais da resulabilidade e da economicidade apresenados no conjuno dos sisemas de funções parimoniais da Teoria Geral do Conhecimeno Conábil por Sá (1997) e são deveras imporanes para a busca da avaliação do aivo inangível.

4 Afirma Iudícibus (1993) que o Goodwill não deixa de ser aquele algo a mais pago sobre o valor de mercado do parimônio líquido das enidades adquiridas a refleir uma expecaiva (subjeiva) de lucros fuuros em excesso de seus cusos de oporunidade. Sá (1999a) permie fazer incluir nesa discussão a afirmação que os aivos inangíveis ambém parem dos agenes inangíveis (forças inernas e exernas que não podem ser idenificadas isoladamene), quase sempre não possuindo uma evidência real em balanço, mas que são as forças dos mesmos que se podem considerar como um aivo imaerial, em condições naurais, já que são os formadores do capial inelecual, parcela que ende a ser mensurada pelos invesidores como a expecaiva de se gerar lucro acima do valor que podem dispor para adquirir a enidade. Essa forma de enender foi a que defendeu o mesre Giovanni Ferrero em suas obras, mais, especialmene, em Le deerminazioni economico-quaniaive d azienda, edição Giuffré, Milão, 1965. O grande inelecual ialiano defendeu com ardor a idéia de que não é só a formação do lucro fuuro o deerminane, mas, a permanência da enidade em coninuidade. Com iso consagrou a ese da prosperidade, aquela que jusifica o valor da força agene sobre a riqueza, viso que o parimônio não se move por si mesmo na direção do lucro e da sobrevivência, mas depende da ação do ser humano. A riqueza parimonial das células sociais ransforma-se, consanemene, sob a ação de agenes inernos, denro da célula. Sá (2002) represenou uma idéia gráfica das relações ambienais endógenas. Figura 1. Figura 1 Relações ambienais de uma célula social. Pode-se idenificar como zona inermediária imaerial agregável a da auação da capacidade dos elemenos provenienes da ineligência humana e que é incorporada à riqueza, odos advindos dos agenes inernos da enidade e que se ende a ser valorizada pelos invesidores como a parcela do Goodwill. Os esudos volados à análise e avaliação do capial inelecual afirmam ou enam induzir ao pensameno que a produção desa mais valia nas organizações se dá pela força deses, sendo desaque que o capial humano é a fone de inovação das empresas, sendo formado o Goodwill consruído, diferene do adquirido. Sewar apud Sraioo (2000) diz: o Capial Inelecual corresponde ao conjuno de conhecimenos e informações, enconrado nas organizações, que agrega valor ao produo e/ou serviços, mediane a aplicação da ineligência, e não de capial moneário, ao empreendimeno.

5 Nese senido, afirma que poencialidade de um elemeno parimonial é o poder de função ou a uilidade que ele acumula e que pode converer-se em eficácia ou ineficácia, perane a aividade de uma célula social, conceiuação dada na eoria neoparimonialisa ao ermo enidade. Quer angível, quer inangível, desde que componene da riqueza ou agene de influência sobre a mesma, desde que ransformação possa produzir sobre esa, uma função possui poencialidade. A análise, pois do fenômeno da poencialidade parimonial, precisa ser feia, basicamene, sob rês prismas: 1) o cienífico, que é o que os méodos esaísicos, maemáicos buscam quanificar, 2) o dos efeios negociais, que fica no domínio do arbírio enre as pares ineressadas e 3) o da evidência compulsória que é aquela imposa por força de leis e normas. Na visão deses auores fica evidene a dificuldade para a Teoria da Conabilidade ao abordar o Goodwill. Obsane, há um consenso geral no que ange ao reconhecimeno deses aivos, desde que enha definição apropriada, seja mensurável, seja relevane e preciso. É nese desafio e urbulência que surgem várias faceas de mensuração e definição dos aivos inangíveis, cada vez mais susceíveis a proposas maemáicas e modelos esaísicos. Obsane, a cereza absolua não haverá de exisir, aé mesmo porque as empresas endem a ocular a realidade dos aivos inangíveis, haja visa que os fiscos, de forma geral, ornam-se faminos por novas formas arrecadaórias ou aé mesmo confiscaórias. Com isso, a conabilidade sofre desas deformidades pelo não cumprimeno de seus princípios. No campo dos inangíveis verificam-se aqueles de origem radicional (nomes dos produos, franquia, ec.) e Goodwill (marcas de comércio, paenes, licenças, ec.). Em qualquer origem é reconhecido como aivo inangível se aender os seguines criérios: benefícios econômicos fuuros prováveis, obidos ou conrolados pela enidade em conseqüência de ransações ou evenos passados. O American Insiue of Cerifed Public Accouning (AICPA) esclarece em definiivo as dúvidas de mensuração de inangíveis, mesmo nos casos de doações, quando publicou, ciado por Hendriksen e Brenda (1999): O monane inicial aribuído a odos os ipos de inangíveis deve ser o cuso [...]. No caso de aquisições sem pagameno em dinheiro, como, por exemplo, inangíveis adquiridos em roca de íulos, o cuso pode ser represenado pelo valor juso dos íulos, o cuso pode ser represenado pelo valor juso dos bens ou direios adquiridos, qualquer que seja o mais evidene. Evidene, que oda vez que houver uma oura meodologia que melhor rerae a realidade financeira e parimonial, esa deve ser adoada. No caso de aquisição os aivos inangíveis são regisrados da mesma forma que os aivos angíveis, pelos cusos individuais ou coleivos. No caso de desenvolvimeno, prevalecem as despesas conjunas incorridas, aravés de avaliações. A dificuldade reside na separabilidade dos aivos inangíveis dos aivos angíveis quando objeo de uma avaliação para submeer ao mercado a valorização da enidade, em razão das dificuldades em idenificar consisenemene as variações econômicas fuuras prováveis. Para enumerar apenas algumas premissas que provocam alerações significaivas no resulado do aivo inangível, pode-se ciar a axa de ajuse para valor presene dos efeios calculados no fuuro e o comporameno do mercado globalizado. O primeiro em razão dos aspecos regionais de cada pare do mundo e o segundo pela volailidade do mercado financeiro, agene mais ineressado na mensuração do Goodwill.

6 Quano ao processo de aivação, dos adquiridos aos gerados inernamene pelas empresas, deve-se ou não amorizá-los? Ese debae foi reforçado pelo pelos pronunciamenos do FASB. O processo de capialização e amorização fica coerene ao processo de não geração de despesas que influem nos resulados e disribuição de dividendos, de única vez. No processo de amorização deve-se levar em consideração: a vida úil e o rimo de alocação aos períodos desa vida úil. 3 MÉTODOS DE MENSURAÇÃO DO GOODWILL Como o Goodwill, corresponde ao valor o maior pago pela aquisição de um parimônio ou de pare dele, sempre que se vai apurar o seu valor, deve-se parir do Goodwill subjeivo, que corresponde ao valor aual dos lucros esperados desconados pelo cuso de oporunidade, conforme aneriormene raado nese arigo. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), aravés da Norma Brasileira Regisrada (NBR)14653 sobre Avaliação de Bens, pare 4 Empreendimenos, que enrou em vigor no dia 30 de janeiro de 2003, rouxe uma norma bem dealhada para cálculo do Goodwill com a seguine definição: Fundo de Comércio e Goodwill: a idenificação deverá considerar a previsibilidade de rendas líquidas a serem auferidas pelo empreendimeno, durane sua vida econômica e corresponderá à diferença enre o valor econômico e o parimonial. Em caso de apuração de valor negaivo, configura-se uma perda econômica. Denre vários méodo de uilizados para o cálculo do goodwill analisou-se os seguines: Méodo Lawrence R. Dicksee, Méodo New York, Méodo de Hafield, Méodo do Valor Aual dos Superlucros, Méodo de Cuso de Reposição ou Cuso Correne, Méodo do Valor Econômico e Méodo do Valor de Realização. Para a verificação na práica dos see modelos apresenados rabalhou-se no caso em que coube com a base de dados mosrados no Tabela 2. TABELA 2 Dados do Exemplo Teórico Iens Nomenclauras Valores Lucro Líquido do Exercício LL 150.000,00 Lucro Líquido Médio LLm 103.250,00 Remuneração do Adminisradores RA 30.000,00 Taxa de Juros Aplicada ao Imobilizado Tangível (TJLP) i 8% Faor de Muliplicação para ober o valor do Goodwill F 45,28% Aivos Tangíveis AT 850.000,00 Duração dos Superlucro - em anos 4 Taxa de Capialização dos Lucros - ao ano j 10% Taxa de Reorno de um invesimeno de risco zero - ao ano R 8% Taxa de Descono Aribuído aos Superlucros - ao ano r 12% Lucro Líquido no momeno '' decrecene LL 130.000,00 Parimonio Líquido a Cusos Correnes PLcc 1.700.000,00 Valor Econômico do Aivo Ai 1.500.000,00 Valor Residual do Aivo V 15.000,00 Resulado Econômico produzido pelo Aivo RT 150.000,00 Parimônio Líquido a valores de realização - período n PLn 1.000.000,00 Lucro Projeado Ln 228.941,25 Parimônio Líquido a valor de realização - período n-1 PLn-1 780.000,00

7 Méodo Lawrence R. Dicksee: baseado no lucro líquido do período anerior à sua apuração, o que leva a disorções quando as empresas, apresenam uma variabilidade de resulados ao longo de cero período. Ese méodo é calculado pela fórmula: Onde: G = (LL RA I x AT) x F G = valor do Goodwill a ser enconrado LL = Lucro Líquido do Exercício RA = Remuneração dos Adminisradores I = axa de juro aplicável ao Imobilizado Tangível AT = Aivos Tangíveis F = faor de muliplicação para ober o valor do Goodwill G = (LL RA I x AT) x F G = (150.000,00 30.000,00 0,08 x 850.000,00) x 0,4528 G = 23.544,79 Considerou-se a Remuneração dos Adminisradores (RA) como sendo os dividendos disribuídos, ano para acionisas adminisradores como acionisas invesidores, ou seja, é a remuneração do capial. E para se para achar o Faor de Muliplicação fez-se necessário calcular o Lucro Normal, que é a média dos lucros dos anos aneriores. A diferença do período analisado em relação a média, lucro normal, será o faor muliplicador (F). Méodo New York: a fórmula é a mesma apresenada aneriormene, apenas alerando o lucro líquido que passa a ser adoada a média dos úlimos cinco anos. Onde: G = (LL m RA I x AT) x F G = valor do Goodwill a ser enconrado LL m = Lucro Líquido médio úlimos dos exercícios RA = Remuneração dos Adminisradores I = axa de juro aplicável ao Imobilizado Tangível AT = Aivos Tangíveis F = faor de muliplicação para ober o valor do Goodwill G = (LL m RA I x AT) x F G = (103.250,00 30.000,00-0,08 x 850.000,00) x 0,4528 G = 2.377,12

Méodo de Hafield: o méodo Hafield inroduz a visão do goodwill como resíduo em relação aos ouros aivos. Onde: 8 G = LL RA AT j G = valor do Goodwill a ser enconrado LL = Lucro Líquido do Exercício RA = Remuneração dos Adminisradores AT = Aivos Tangíveis j = axa de capialização de lucros. G = LL RA AT j 150.000 30.000 G = 850.000,00 0, 10 G = 350.000,00 Méodo do Valor Aual dos Superlucros: ese méodo apura o valor aual dos superlucros, não incluindo quaisquer aivos inangíveis no cálculo. Onde: k LL RA i. AT G= = 1 (1+ r) G = valor do Goodwill a ser enconrado = duração dos superlucros k = limie de duração dos superlucros LL = Lucro Líquido no momeno decrescene RA = Remuneração dos Adminisradores i = axa de juro aplicável aos Aivos Tangíveis AT = Aivo Tangível r = axa de descono aribuída aos superlucros k LL RA i. AT G= = 1 (1+ r) 130.000,00 30.000,00 0,08 850.000,00 G = (1 + 0, 12) 4 G = 20.336,58 Méodo de Cuso de Reposição ou Cuso Correne: o méodo de cuso de reposição ou cuso correne é considerado um processo miso, que consise na mensuração do aivo oal por seu valor econômico e seus respecivos componenes pelo cuso correne.

9 Onde: n LL G = + 1 (1 + j) PL cc G = valor do Goodwill a ser enconrado = duração do lucro n = limie de duração do lucro LL = lucro líquido no momeno PLcc = Parimônio Líquido a Cusos Correnes j = cuso de oporunidade correspondene a invesimeno de igual risco n LL G = + 1 (1 + j) PL cc 130.000,00 G = + 1.700.000,00 (1 + 0,10) 4 G = 1.820.370,37 Méodo do Valor Econômico: ese méodo foi elaborado por Marins apud Ornelas (2001), enreano apresena-se como de difícil implemenação. Onde: Ai= V + n R ( 1 + j) 1 (1 + j) Ai = Valor Econômico do Aivo V = Valor Residual do Aivo j = cuso de oporunidade de emprésimo de igual risco = duração do lucro n = horizone de empo RT = Resulado Econômico produzido pelo Aivo Ai = Ai = V + n R ( 1 + j) 1 (1 + j) 15.000,00 150.000, 00 + ( ( 1+ 0, 10) 4 1 + 0,10) 4 Ai = 112.697,22 Méodo do Valor de Realização: ese modelo foi desenvolvido por Iudícibus (1993) e raa o Goodwill pelo seu valor líquido de realização, ou seja, o lucro líquido projeado para exercícios fuuros, pelo cuso de oporunidade, razido a valor presene por uma axa de reorno desejada.

10 Onde: G = G = L 1 L 1 ( PL R) (... + Ln PL R) o 1 + j + ( 1 + j) n n 1 ( PL R) (... + Ln PL R) o 1 + j + ( 1 + j) n n 1 PL = Parimônio Líquido a valores de realização R = axa de reorno de um invesimeno de risco zero Ln = lucro projeado j = axa de reorno desejada. G = 150.000,00 (1.000.000,00 0,08) (780.000,00 0,08) + 4 1 0,10 + (1 + 0,10) G = 119.892,77 Observou-se que em odos os méodos mosrados há uma disorção de resulados, por ese moivo a mensuração do goodwill deve ser rabalhado individualmene, ou seja para cada empresa ou seguimeno de aividade deve-se buscar a melhor maneira de calcular. Nese senido o Esudo de Caso dese arigo raz uma oura meodologia não ciada aneriormene, mas foi considerado o mais adequado a siuação. 4 MÉTODO DO QUOCIENTE DE RENTABILIDADE AJUSTADO - ESTUDO DE CASO Perícia de avaliação de empresa para fins de reirada de sócio discidene - O desenvolvimeno de avaliação de uma empresa para fins judiciais busca eliminar o efeio do benefício financeiro e almeja raduzir o que efeivamene a empresa ende a valer no mercado, considerando a sua esruura parimonial e poencialidade de produção de lucros prospecivos, Sá (1998) define lucro prospecivo da seguine forma: resulado posiivo que se projea ou se admie poder realizar no fuuro. Lucro eórico calculado em orçamenos ou em previsões financeiras e que deverá promover ingresso de recursos na empresa, no fuuro. Lucro esperado, previamene calculado. Expecaiva de lucro decorrene de cálculos conábeis. Para ese caso uilizou-se o Méodo do Quociene de Lucraividade Ajusado. Esa asseriva pare da própria experiência de um dos ariculisas (PIRES, 2001) em processo de reirada de sócio dissidene em empresa do ramo gráfico, em Belo Horizone. O objeo da perícia foi desenvolver cálculo de liquidação de senença com apuração de haveres devidos à pare auora, deerminado em senença ransiada em julgado. Senença Transiada em juízo : na senença do douo juízo julgou-se procedene, o pedido, ornando definiiva a anecipação da uela concedida, condenando os réus a pagarem a auora o valor de suas quoas sociais a ser apurado mediane a apuração dos haveres na forma do conrao social vigene ao empo da aberura da sucessão, conforme pedido na inicial, aravés de perícia, decoando-se o valor recebido na anecipação da uela. Para condenar os réus a pagarem aravés de arbirameno o valor apurado pela uilização parimonial indevida pela oura sociedade conforme pedido.

Verificação da escria conábil: soliciou-se à Gráfica São Pedro Lda. os livros Diário e Razão Auxiliar referene aos exercícios de 1990 a 1995. Cerificou-se por procedimeno de audioria que os saldos das conas inegrais e diferenciais apresenados enre 1990 e 1995, em especial a posição de dezembro de 1995, refleiam adequadamene a movimenação parimonial-financeira da empresa. Foram desprezados os anos aneriores em virude de serem eses exercícios sociais os períodos que a empresa ainda dispunha dos documenos que davam lasro à escria conábil. Do ajuse dos bens móveis e imóveis: Para apuração do valor real do imobilizado écnico, fora deerminado a realização de perícia de engenharia.o cálculo apurado foi de R$1.644.592,21. Analisando o procedimeno desenvolvido pelo Perio engenheiro, idenificou-se que o cuso de aquisição considerado pelo mesmo para a impressora comprada em 06/12/95 fora somene o valor desembolsado pela empresa relaivo a 15% do valor oal que oaliza R$118.948,01. O resane (85% que em ermos de moeda de curso forçado oaliza R$674.038,69) fora financiado. O Perio ajusou o valor apurado pelo Perio engenheiro, considerando como cuso de aquisição o valor oal da impressora, ou seja, R$792.986,70 em observância ao Princípio da Compeência e da Coninuidade, esabelecidos pela Resolução 750/93 do Conselho Federal de Conabilidade, uma vez que al equipameno já esava escriurado pelo valor oal em cona de aivo imobilizado, bem como iria conribuir direamene pelos resulados da empresa em períodos subseqüenes. Desa forma, o imobilizado écnico da Gráfica São Pedro Lda. em 31/12/95 fora ajusado para R$2.318.630,90 (R$1.644.592,21 + R$674.038,69). O oal do imobilizado écnico ranscrio no Balanço Parimonial levanado em 31/12/95, fora de R$1.615.912,41. Ou seja, em-se que o imobilizado écnico a preços de mercado em dezembro de 1995 represenava R$702.718,49 à mais que o indicado nos regisros comerciais da Gráfica São Pedro Lda.. Da apuração dos lucros prospecivos: Para a apuração do resulado em senido amplo parimonial e lucros prospecivos, omou-se os valores apresenados nas demonsrações dos resulados dos exercícios em moeda de curso forçado à época dos anos de 1990 a 1995 para a idenificação da lucraividade anual. A Tabela 3 apresena o esqueleo das conas ranscrias: TABELA 3 Conas ransiadas no processo Hisórico da Cona Ano (Ex. 1990) Análise Verical (%) Receias de Vendas 75.538.117,17 100,00 (-) deduções das vendas (3.679.720,30) (4,87) Receia Liq de Vendas 71.858.396,87 95,13 (-) cuso de vendas (36.977.360,21) (48,95) (=) Lucro Bruo 34.881.036,66 46,18 (-) Desp. Adminisraivas (6.942.565,65) (9,19) (-) Desp. Financeiras (1.168.267,25) (1,55) (+) Rec. Financeiras 6.630.401,15 8,78 (+) Ouras Receias 795.949,61 1,05 (=) Resulado Operacional 34.196.554,52 45,27 (-) CM do Balanço (4.986.513,33) (6,60) (=) Lucro Anes IR 29.210.041,19 38,67 (-) Conribuição Social (2.655.458,29) (3,52) (-) Provisão para IR (7.966.374,87) (10,55) (=) Resulado Liquido 18.588.208,03 24,61 11

Para eviar uma exensão das premissas e ampliação do universo de variáveis independenes, ese Perio opou por exrair dese demonsraivo somene a receia de vendas deduzidos os ribuos e deduções declaradas pela empresa - e o resulado líquido depois do imposo de renda, sem nenhum ajuse do Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Com ese procedimeno, apurou-se a renabilidade líquida em cada ano. Como a empresa não rabalhava pelo regime do Lucro Real, nem ampouco exisia uma conabilidade gerencial que permiisse a apuração mensal da lucraividade com base na receia de vendas, procedeu-se a quanificação média, por ano, dos resulados líquidos mensais a parir do percenual de renabilidade líquida obida no Tabela 3. Em virude da condição do demonsraivo de resulado idenificar valores hisóricos sem considerar o efeio da perda do poder aquisiivo da moeda (princípio da aualização moneária disciplinado na Resolução 750/93 do Conselho Federal de Conabilidade), e nos anos em análise erem sido impacados por elevados níveis de inflação, ese Perio procurou evidenciar mensalmene o valor do faurameno mensal que era conabilizado para dele calcular o valor em moeda da lucraividade. Após ese passo, para que odos os dados se apresenassem em uma única daa base (01-02- 2001), evidenciando um cuso corrigido denro da eoria da conabilidade de cusos, procedeuse a correção pelo índice adoado pelo Tribunal de Jusiça de Minas Gerais, mediane a aplicação de sua abela, cumprindo o disposo na Resolução já ciada quano ao índice eleio denro do Poder Judiciário. Não houve conesação das pares, razão pela qual, ficou pacífico a uilização dese aualizador. Ao final de cada ano procedeu-se a somaória que cerificava o valor declarado no abela 3 - Valores Hisóricos. O objeivo de aualizar os valores para uma única daa (01-02-2001) visava proporcionar condições para desenvolver comparações emporais como se demonsrará. Para se ober um dos parâmeros para aplicar sobre a rea de regressão linear lucraividade e ober o valor da lucraividade fuura, desenvolveu-se a apuração de uma média ponderada, para que o percenual enconrado pudesse conemplar as influências advindas da variação do faurameno em cada ano e sua respeciva margem de lucro. A lucraividade média ponderada do período fora de 7,43%, equivalene à 13,45 anos, ou seja,13 anos e 5 meses para que o capial invesido pudesse ser odo reornado em forma de lucro. Ese foi um ouro parâmero para o desenvolvimeno da projeção de vendas, considerando ese lapso de empo como medida da emporalidade para a apuração da lucraividade do período. Desa forma, promoveu-se a projeção das receias de vendas, consoane função esaísica denominada de Previsão uilizando para iso o Excel. Como se raa apenas de ferramena que apresena um cálculo baseado em uma endência dos dados que esão inseridos, a parir de um referencial seqüencial (0 a 72 meses de 1990 a 1995), sem buscar uma relação de dependência, já que não exise, cerificou-se que a rea de regressão apresenasse um faor de significação menor que 0,05 para o coeficiene angular. O resulado dese ese pode ser observado na Tabela 4: 12

13 TABELA 4 Resulado do faor de significação gl F de significação Regressão 1 0,000000092 Resíduo 70 Toal 71 Tipo Valores Valor P Linear 127.671,1783 0,000000040 Angular 2.938,9304 0,000000092 A própria ferramena calculou os períodos subseqüenes mediane a equação: Venda mês/ano x1 = 127.671,1783 + 2.938,9304 x1 (fórmula 1). Onde x1 é o número da seqüência dos meses apurados. O primeiro da série foi o número 73 e o úlimo 233. A parir dos valores projeados para o período de 1996 à maio de 2009, aplicou-se o percenual da lucraividade ponderada apurada no Tabela 5 para se ober o valor da margem de lucro em cada ano. No enano, era necessário apurar o efeio da perpeuidade da Gráfica São Pedro e conseqüenemene a parcela advinda do lucro a ser ambém disribuído, já que a empresa coninuava e coninuaria a funcionar, nos ermos do princípio da coninuidade, de acordo com a Resolução 750/93 do Conselho Federal de Conabilidade. Ese efeio foi apurado promovendo os seguines passos: 1. Apuração do valor presene do oal das vendas projeadas somadas da pare ranscria acima consoane uilização de equação financeira de valor presene líquido, onde se em a série emporal de enradas receia de 1996 a 2009 e uma axa de descono esimada 10,6046% -, apurando-se R$44.085.156,91 (VPVPs); 2. Cálculo das enradas médias advindas do valor presene enconrado em 1, para o período projeado - 13 anos e 5 meses -, endo enconrado R$ 6.298.754,15; 3. Apuração do empo de perpeuidade a parir da axa de descono esimada de 10,6046%, já que esa emporalidade busca idenificar o lapso de empo que a fórmula permie se influenciar com o valor fuuro, já que uma axa de descono ende a raduzir um valor fuuro em praicamene zero quando ese empo for muio disane. No caso em ela, valores poseriores à 68 anos e 7 meses resulariam em influências inferiores à R$0,01 no valor presene. 4. De posse dos dados dos iens aneriores, calculou-se o valor presene inegral, incluindo o período de projeção da rea de regressão e a perpeuidade, considerando: Taxa de descono= 10,6046%; Valor média das receias = R$ 6.298.754,15; Tempo de recebimeno = 68 anos e 7 meses, equivalene à 68,535 (número ordinal); Valor presene inegral (VPI) = R$59.337.000,22; Valor da perpeuidade = VPI VPVPs Valor da perpeuidade = 59.337.000,22-44.085.156,91 = 15.251.843,30. 5. Por fim, aplicou-se o percenual médio ponderado de lucraividade para se ober o valor a ser incorporado à base de cálculo para a disribuição à sócia discidene: R$15.251.843,30 x 7,43% = R$1.133.717,03.

Considerando que o valor de R$6.909.243,15, a base de cálculo foi de R$ 8.042.960,18. Por opção conservadora, ese Perio aplicou uma axa de descono SELIC menos PIB do ano 2000 (1,1525/1,0420) objeivando calcular os valores com posição para 01/02/2001, parindo do que seria a axa de juros básica da economia. Evidenemene que não seria esa a axa que o mercado omador obém para se financiar. A indicação desa axa é mais uma referência do que o mercado aplicador poderia ober como ganho excluso o efeio, no caso, do crescimeno do produo inerno bruo. O ano considerado foi em virude da enrega do laudo pericial er se realizado em fevereiro de 2001. Esa pare, indiscuivelmene, foi subjeiva e buscava minimizar os efeios da complexidade do mercado brasileiro em definir uma axa de descono aceia por omador e aplicador. No caso, a endência foi de demonsrar que a auora, pare discidene da empresa, considerando o aspeco do produo advindo de sua saída, se ornar aplicadora no mercado e perceber o equivalene ao ESTIMADO na época de elaboração do laudo. TABELA 5 Apuração dos Lucros Prospecivos Ano Referência Receias de Vendas Aualizadas Índice de Renabilidade Lucraividade Calculada Toal 1990 2.833.587,97 Toal 1991 1.651.636,33 Toal 1992 1.690.662,04 Toal 1993 2.719.477,52 Toal 1994 3.306.064,92 Toal 1995 4.714.405,08 Toal 1996 4.300.526,55 7,43% 319.671,54 Toal 1997 4.723.732,53 7,43% 351.129,76 Toal 1998 5.146.938,50 7,43% 382.587,97 Toal 1999 5.570.144,48 7,43% 414.046,19 Toal 2000 5.993.350,45 7,43% 445.504,41 Toal 2001 6.416.556,42 7,43% 476.962,63 Toal 2002 6.839.762,40 7,43% 508.420,85 Toal 2003 7.262.968,37 7,43% 539.879,07 Toal 2004 7.686.174,35 7,43% 571.337,29 Toal 2005 8.109.380,32 7,43% 602.795,50 Toal 2006 8.532.586,30 7,43% 634.253,72 Toal 2007 8.955.792,27 7,43% 665.711,94 Toal 2008 9.378.998,24 7,43% 697.170,16 Toal 2009 4.032.820,48 7,43% 299.772,11 Toal do lucro prospecivo para o período 6.909.243,15 Perperuidade do resulado 15.251.843,30 7,43% 1.133.717,03 Base de Cálculo para apuração de haveres devido à auora 8.042.960,18 Paricipação da Auora no Capial Social 9,27356% Monane apurado com posição para 01/02/2001 745.868,95 Taxa descono SELIC - líquido ano Taxa de juros aplicada para a apuração do valor presene do lucro prospecivo 01/02/2001 15,25% axa SELIC Juros reais projeados ao ano 4,20% PIB 2000 10,6046% Valor presene do fluxo de caixa em real para 01-02-2001 Vendas anuais Média ano Perpeuidade Valor presene para valor inegral presene 14 Prazo da prepeuidade em anos 10,6046% 44.085.156,91 6.298.754,15 15.251.843,30 59.337.000,22 68,535 Da base de cálculo e percenual de paricipação acionária: a paricipação da auora na composição acionária da Gráfica São Pedro Lda. informada na 13ª Aleração Conraual era de 9,2735627%. Para apurar ese percenual fez-se a divisão do número de quoas da auora

pelo número oal de quoas da enidade. Apresena a apuração do monane devido à auora, demonsrando o valor uniário da quoa da Gráfica São Pedro Lda., quadro1. Quano a deerminação da senença em condenar os réus à pagarem verba indenizaria relaivo a uilização parimonial indevida por oura sociedade, ese Perio relaa que não promoveu al disposiivo da senença, endo em visa que a empresa Novo Forms Serviços e Informáica Lda. eve o regisro de seu ao consiuivo formalizado em 19/11/1996, daa poserior ao ermo de aberura da sucessão, momeno especificado para a apuração do valor de mercado da empresa Gráfica São Pedro Lda.. diferença do valor real do imobilizado em 31-12-1995 702.718,49 índice de dez/95 para aualização aé 01/02/2001 1,364319748 valor da diferença em 01/02/2001 958.732,71 valor calculado do lucro prospecivo oal 8.042.960,18 valor oal 9.001.692,95 quanidade de quoas da Gráfica Valéria 774795 valor uniário da quoa 11,61816080 paricipação da auora 71851,1 valor devido à auora (a) 834.777,63 valor já recebido deposiado em 9/11/98 88.894,62 índice de nov/98 para aualização aé 01/02/2001 1,153008358 valor em 01/02/2001(b) 102.496,24 VALOR DEVIDO À AUTORA EM 01/02/2001 (a - b) 732,281,39 Quadro 1 Apuração do monane devido. Após a manifesação dos assisenes écnicos das pares, o MM. Juiz homologou o cálculo desenvolvido pelo Perio do juízo. O assisene écnico da pare auora manifesou favoravelmene, enquano o assisene écnico dos réus, conesou os cálculos alegando que não esavam sendo desenvolvidos denro de uma realidade, argumenou que falava previsão legal para os cálculos apresenados e que não poderiam ser considerados. Por falar consisência e base cienífica no parecer que mais pareceu uma peça jurídica nada foi acolhido. Ao ser desenvolvido ese arigo, pesquisou-se a movimenação do processo e consaou-se que as pares compuseram, realizando acordo que foi homologado pelo MM. Juiz, pondo fim à demanda. Em 11-2003 a pare auora esá concluindo o recebimeno de pequenas diferenças que ainda resavam pela liquidação parcelada acerada enre os mesmos. 15 5 PROCEDIMENTOS INTERNACIONAIS DE CONTABILIZAÇÃO E AMORTIZAÇÃO DO GOODWILL O processo global da economia com quanidade enorme de fusões, incorporações, cisões, associações de ineresses, envolvendo valores cada vez maiores, com inúmeras empresas de países diversos de odos os coninenes, exigiu que houvesse o pronunciameno do FASB pela sua imporância no eixo anglo-saxônico e com influência em odo o mundo. Aravés do pronunciameno 142 do FASB de junho de 2001 ficou alerado o criério que imperava desde 1970, com a imposição de amorização máxima dos aivos inangíveis em 40 anos, sendo levada em consideração uma média de anos de oporunidades deses aivos.

16 Souza (2003) afirma que nos processos de aquisição de empresas, quando o valor da operação realizada é superior ao valor parimonial (Parimônio Líquido) da empresa adquirida, emos um ágio na negociação. Ese ágio pode ser decorrene de rês faores isolados ou combinados: ágio gerado pela diferença enre o valor de mercado dos bens angíveis (esoques, errenos, consruções, máquinas e equipamenos, compuadores e periféricos, móveis e uensílios, ec.); ágio gerado pela renabilidade fuura (expecaiva de resulados a serem realizados no fuuro); e ágio gerado pela exisência de Goodwill (valor de aquisição excedene ao valor líquido de bens, direios e obrigações) e ouros aivos inangíveis (aivos não financeiros sem represenação física). Enendemos que a expressão de Souza ao considerar rês faores é na realidade, fruo apenas dos dois primeiros, já que a explicação do erceiro é uma redundância daquilo que é o mais conroverso e complexo para sua mensuração. Ouro aspeco que deve ser considerado na formação do lucro uilizado como parâmero para a quanificação do inangível é saber se o mesmo possui boa qualidade para que se verifique a endência de seu acréscimo no empo. Esa cerificação assegura esabelecer um dos elemenos básicos de uma fórmula de cálculo de fundo de comercio imaerial, repasse ou aviameno. A análise dos faores que produzem o resulado eficaz, só pode er valor cienífico se parir dos esudos das relações lógicas responsáveis pela produção do fenômeno parimonial. Percebe-se que os padrões para o raameno de Goodwill e demais aivos inangíveis adquiridos vêm raificar a aual e crescene imporância deses aivos nas empresas e consolidar as manifesações dos dourinadores ialianos e brasileiros já ciados. Os analisas de mercado, invesidores gerenes das empresas precisam cada vez mais de melhores informações sobre as empresas e seus mercados de auação. Sob FASB 141, é requerido esimar o valor juso de aivos inangíveis adquiridos da seguine maneira. Primeiro, os recursos inangíveis devem ser caegorizados pelo ipo, ais como: marcas regisradas, paenes, sofware, propriedade inelecual, ec. Em segundo, os aivos inangíveis com uma vida úil definida devem ser separados daquelas com uma vida úil indefinida. Os úlimos são classificados como o Goodwill e devem ser sujeios a um ese de dois passos. Os aivos inangíveis devem ser submeidos para apurar a deerioração a deerioração de goodwill é definida como a diferença enre o valor conábil do goodwill e o valor juso subjeivo de goodwill. Diferenemene de ouros aivos, goodwill não pode ser definido como um aivo auônomo e deve ser avaliado como um valor residual dos demais aivos. Conseqüenemene a esimação da deerioração do goodwill não é ão simples quano medir a diferença enre o valor de mercado da empresa e valor líquido regisrado nos livros conábeis. Há uma ênfase maior na avaliação de aivos ao deerminar segundo a FASB 142, cuja adoção foi deerminada a parir de janeiro de 2002.

A mudança principal de FASB 142 é que a amorização do Goodwill não será mais por empo, embora ainda se reconheça como um recurso. A visão aual considera que eses aivos não perdem valor obrigaoriamene, podendo ser uilizados pela empresa por empo indeerminado. Ou seja, eles deixam de ser amorizados, mas êm seu valor conábil verificado pelo menos anualmene, para deecar possíveis perdas e desvalorizações. Eses aivos adquiridos devem ser individualizados, avaliados pelo valor juso de mercado e classificados quano a vida úil. Ao invés de amorizar o goodwill deverão esar ao menos uma vez por ano, para deerioração apresenando relaórios de ese, com o desenvolvimeno dos méodos de avaliações idenificando valores subjeivos para os aivos inangíveis. FASB 142 requer que seja realizado um Tese Transiório das Deeriorações, em odos os goodwill denro de 06 meses. Os monanes calculados devem ser mensurados como os do primeiro dia do ano. Se ese passo indicar que o goodwill esá deeriorado, qualquer perda resulane da deerioração deve ser calculada e regisrada assim que possível anes do fim do ano. Os aivos inangíveis que apresenam uma vida úil deerminada, coninuam a ser amorizados. A mudança é feia em relação prazo de amorização, que deve ser compaível com o aivo em esudo e não mais será adoado o prazo arbirário de 40 anos. O Goodwill e os aivos inangíveis represenam, freqüenemene, uma parcela considerável do valor líquido de uma empresa, e as mudanças recenes às novas regras do FASB podem er um efeio imporane na avaliação das empresas. As implicações para o passado, presene os negócios fuuros, são significaivas, assim que é imporane que odos esejam familiarizados com as indicações 141, associações e combinações de negócios, e 142, Goodwill e recursos inangíveis. É considerado como vida úil, o período durane o qual o aivo poderá conribuir direa ou indireamene para o fluxo de caixa fuuro da empresa. Para esa deerminação são considerados os faores perinenes ais como: expecaiva de uso do aivo e de demais grupo de aivos correlaos; prazos legais esipulados em conraos; expecaivas de obsolescências ecnológicas; resrições ambienais; viabilidade nos gasos de manuenção; enre ouros. Na inexisência deses faores limianes, a vida úil deverá ser considerada indeerminada. Para os bens de vida úil deerminada, a amorização deverá ser feia na mais precisa esimaiva de sua vida úil e no mesmo padrão de realização de seus benefícios econômicos. Caso não seja possível deerminar ese padrão, poderá ser adoada a amorização linear. Para os aivos inangíveis não sujeios a amorização, as alerações do arigo dealham os criérios de verificação do valor conábil dos aivos inangíveis adquiridos. Eses aivos deverão ser analisados pelo menos uma vez ao ano, em duas eapas. Inicialmene é verificada a possibilidade da perda de valor. Apenas se consaada a possibilidade de variação de valor, deverá ser realizada uma avaliação para a sua comparação aos auais valores de mercado. As perdas devem ser consideradas se julgadas irreversíveis e quando represenaiva no valor do aivo e ficam proibidas reversões subseqüenes. Fica definido como valor de mercado, o valor pelo qual o bem pode ser comprado ou vendido, numa operação correne enre as pares ineressadas, sem venda forçada ou liquidação. As melhores evidências para a deerminação do valor de mercado serão levanadas pelo méodo comparaivo, quando disponíveis. 17

Além deses novos raamenos, odas as informações relaivas aos aivos inangíveis adquiridos deverão ser apresenadas dealhadamene nas demonsrações financeiras da empresa. Tano Iudícibus (1993) e Lopes de Sá (2000), com visões disinas, desacam igualmene que o Goodwill deveria ser descarregado ao resulado à medida que houvesse a perda da subsância econômica que ese consignava. 18 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As dificuldades de regisro, mensuração e raameno conábil do Goodwill coninuam sendo um desafio ao debae para aqueles que esudam e pesquisam a Teoria Conábil. O pronunciameno do FASB vem, de cera forma, corroborar na inerpreação defendida por cienisas da conabilidade no Brasil, que jusificam que o Goodwill, como qualquer ouro aivo deve ser amorizado, quando houver perda econômica. Não havendo perda econômica os seus valores sendo manidos ao longo dos anos, deve-se apenas manê-los. O que deve ser observado, acima das disorções provocadas pelas normas e leis que, na maioria das vezes carregam vícios de origem ou de ineresses, é a poencialidade e a mensuração dos aivos inangíveis. Todos os méodos de avaliação do Goodwill e de ouros aivos inangíveis não desroem, de forma alguma, as funções da riqueza parimonial das enidades. Conforme Lopes de Sá (2000): O que poderá exisir é a maior ou menor precisão das medições de ais influências requeridas, criando, no caso dos erros dos diversos sisemas, reservas oculas (no caso de subavaliação), ou um capial ficício (no caso de superavaliação). De al forma que se é verdadeiro a exisência do Goodwill devemos reconhecê-lo, no monane que o represenar, de forma a capializá-lo, e quano ao diferimeno e à amorização, devemos seguir o cienífico de vida úil e períodos para sua apropriação aos resulados, raduzindo maior rigor à Conabilidade, quano à forma e à essência. A análise de uma busca da origem do inangível nos leva a refleir que a exisência do ser humano como agene endógeno da enidade, elemeno que provoca a funcionalidade dos meios parimoniais para a eficácia quano ao cumprimeno do objeivo proposo para a maerialização da mesma, é o responsável pela diferença idenificada por Sraioo (2000). No enano, podem ser observados nos pronunciamenos do FASB, dos dourinadores nacionais e na lieraura americana e européia, que as disposições para o procedimeno de amorização do Goodwill ou Badwill são esabelecidas de forma a se ornarem válidas, assim como as siuações onde se adquire eses inangíveis. No enano, não foi idenificado na pesquisa desenvolvida para ese arigo, a apresenação de um méodo que seja suficienemene consisene para ser aplicado de forma cienífica, ou seja, aplicável a qualquer enidade em qualquer país e em qualquer empo. Mas o que vai diferenciar o Goodwill de demais aivos inangíveis ou angíveis? Nese aspeco raando-se especificamene do Goodwill como valor de empresa Neiva (1999) desaca os seguines faores:

- O valor do Goodwill, não pode ser relacionado aos cusos que possam er incorridos para sua criação. - Faores inangíveis individuais, que podem conribuir para a formação do Goodwill, não podem ser avaliados. - O Goodwill perence a empresa como um odo, porano, não exise como um valor separado dos ouros aivos. É uma pare inseparável da empresa, não podendo ser vendido separadamene. - O Goodwill pode e deve fluuar por causa dos inúmeros faores que influenciam seu valor. - O Goodwill não é uilizado ou consumido na produção de rendimenos. - O Goodwill é um elemeno de valor que perence ao invesidor ou proprieário de uma empresa. Somene eles poderão er ineresse em deerminar o seu valor, mediane a avaliação da empresa como um odo. Cremos que seja indiscuível que a valoração dos aivos inangíveis sejam advindos do capial inelecual e que ende a exigir a elaboração de procedimenos maemáicos e esaísicos consisenes. É nese conexo que a ciência conábil erá que produzir fórmulas paraméricas que possibilie a mensuração do aivo inangível em condições de permiir aos agenes exernos, que esejam examinando os valores apurados pelo méodo, possam se conenar com as premissas, direivas e considerações quano aos elemenos uilizados para quanificar o Goodwill da enidade. A conribuição de uma susenação dourinária quano aos elemenos que a conabilidade dispõe para poder esabelecer méodos de mensuração específicos para ipos de empresas e seores, de forma que possa aingir um grande número de países, ende a gerar um campo de esudos para os pesquisadores e cienisas conábeis que seguramene irão raduzir na demonsração clara da inovação, capacidade de adapação e espírio de pioneirismo de nossos esudiosos para ese ramo de nossa ciência. 19 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653: Avaliação de Bens: pare 4: empreendimenos. Rio de Janeiro, 2003. BESTA, Fábio. La Ragioneria. Milão: Vallardi, v. I, 1909. COLLETTI, Nicola. Conribuo alla deerminazione del valore di quoe parimoniali di aziende avviae.roma: Abbaco, 1964. D AURIA, Francisco. Variação do valor efeivo do capial. São Paulo: Alas, 1953.

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