METODOLOGIA PROJEÇÃO DE DEMANDA POR TRANSPORTE AÉREO NO BRASIL
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- Gilberto Capistrano Amaral
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1 METODOLOGIA PROJEÇÃO DE DEMANDA POR TRANSPORTE AÉREO NO BRASIL 1. Inrodução O presene documeno visa apresenar dealhes da meodologia uilizada nos desenvolvimenos de previsão de demanda aeroporuária no Brasil no âmbio do Esudo do Seor Aéreo. Esudos de demanda de cunho economérico vêm sendo hisoricamene realizados pelo sisema desde a época do Deparameno de Aviação Civil, com os esudos de Demanda Dealhada e Demanda Global do ranspore aéreo, realizadas pelo Insiuo de Aviação Civil, IAC. O presene esudo buscou seguir a radição da abordagem op-down da demanda, adoada pelo IAC. Uilizou-se, de forma complemenar, uma abordagem boom-up, com previsões de demanda das ligações aéreas, como forma de promover um maior embasameno das projeções realizadas na abordagem radicional. Esa meodologia, boom-up em como principal função dar visibilidade sobre o crescimeno da demanda em roas específicas. No âmbio do presene projeo, foram realizadas projeções de demanda fuura aé 2030, com ênfase nos anos de 2014, 2020 e Ambas as modelagens, op-down e buom-up, apresenam premissas quano à evolução de PIBs e preços e, no caso da primeira, ambém incorpora esimaiva do efeio conjuno do amanho médio das aeronaves e do load facor médio praicado pelo mercado.
2 2. Meodologia Abaixo são descrios os procedimenos meodológicos uilizados no âmbio da previsão de demanda do presene esudo. 2.1 Abordagens Desenvolvidas Foram uilizadas duas abordagens no esudo de demanda: op-down (TD) e boom-up (BU): Top-down: Nesa abordagem, assume-se que exise uma demanda global, de onde será exraído um comporameno médio do consumidor: uma elasicidade-preço média e uma elasicidade-pib média, ambas obidas por esimação de modelo economérico de demanda global. Boom-up: Nesa abordagem, as elasicidades são configuradas por meio de paramerização por casos semelhanes. Exisem inúmeras possibilidades de elasicidades-preço e PIB, de acordo com a segmenação de passageiros do aeroporo. Foi uilizado o esudo de Gillen e al (2006) para a configuração das elasicidades da demanda. 2.2 Abordagem Top-Down O esudo de demanda em sua abordagem op-down uilizou dados reais do ranspore aéreo brasileiro na esimação de um modelo economérico. Foram esimadas duas equações de demanda global, uma para o mercado domésico e oura para o mercado inernacional. i. Mercado Domésico Para o mercado domésico, a equação uilizada foi a seguine: ln( PAX _ DOMÉSTICO ) = β + β ln( YIELD _ DOMÉSTICO ) + + β ln( PIB _ BRASIL ) + β ( DUMMY _ LIBERALIZAÇÃO) + e Onde ln( ) é a ransformação logarímica da variável, PAX_DOMÉSTICO é o movimeno global de passageiros nos 20 aeroporos da amosra, no ano, YIELD_DOMÉSTICO é o yield receia médio domésico brasileiro deflacionado pelo IPCA no ano, PIB_BRASIL é o produo inerno bruo brasileiro, a preços de 2008, no ano, DUMMY_LIBERALIZAÇÃO é uma variável binária represenaiva dos anos a parir de 1998, e e são os resíduos da regressão. 2
3 Os dados uilizados foram provenienes dos esudos de Demanda Dealhada e Global do Insiuo de Aviação Civil, e dos Anuários Esaísicos da Agência Nacional de Aviação Civil. Os dados macroeconômicos foram exraídos da base de dados IPEADATA. Os resulados da esimação da demanda global domésica foram os seguines: Variável ln (PAX Domésico) ln (PIB Brasil) ln (Yield Domésico) Dummy de Liberalização (1998-) Consane R 2 Ajusado ii. Mercado Inernacional Para o mercado inernacional, a equação uilizada foi a seguine: ln( PAX _ INTERNACIONAL ) = β + β ln( YIELD _ INTERNACIONAL ) + + β ln( PIB _ BRASIL PIB _ RESTO _ DO _ MUNDO ) + e Onde ln( ) é a ransformação logarímica da variável, PAX_DOMÉSTICO é o movimeno global de passageiros nos 20 aeroporos da amosra, no ano, YIELD_DOMÉSTICO é o yield receia médio domésico brasileiro deflacionado pelo IPCA no ano, PIB_BRASIL é o produo inerno bruo brasileiro, a preços de 2008, no ano, PIB_RESTO_DO_MUNDO é o produo inerno bruo mundial, a preços de 2008, no ano, e e são os resíduos da regressão. Os dados uilizados foram provenienes dos esudos de Demanda Dealhada e Global do Insiuo de Aviação Civil, e dos Anuários Esaísicos da Agência Nacional de Aviação Civil. Os dados macroeconômicos foram exraídos da base de dados IPEADATA e do FMI. Os resulados da esimação da demanda global domésica foram os seguines: 3
4 Variável ln (PAX Inernacional) ln (PIB Brasil x PIB Reso do Mundo) ln (Yield Inernacional) Consane R 2 Ajusado As projeções de demanda, ano no mercado domésico quano inernacional, levaram em consideração yields e preços fuuros, a parir de premissas de crescimeno econômico e compeiividade do ranspore aéreo enradas no modelo. iii. Share das Áreas de Capação (AC) Anes de se explicar a meodologia aqui aplicada, faz-se necessária a inrodução do conceio de área de capação. Área de capação (AC) se refere a um ou mais aeroporos capazes de aender a demanda por ranspore aéreo de uma mesma região meropoliana. O úlimo caso ocorre nas regiões meropolianas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizone. Para efeios da disribuição da demanda global ao longo dos 20 aeroporos considerados na amosra, uilizou-se uma equação de marke share das respecivas áreas de capação. Um modelo economérico de marke share das áreas de capação foi desenvolvido. As projeções de share fuuro foram desenvolvidas levando-se em cona o princípio de proporcionalidade dinâmica, ou seja, os shares variam ao longo do empo, de acordo com os regressores. Mercado Domésico Os shares dos PIBs das UF em relação ao PIB do Brasil são as variáveis explicaivas de share de passageiros das áreas de capação. Modelo economérico: logi (SHARE_AC) = f(share_pib_ac_uf, um inercepo para cada AC) 4
5 Resulados: Variável logi Share PAX Domésico Share PIB UF Consane R 2 Ajusado Mercado Inernacional No caso do inernacional, foi adicionado o share de PAX da AC no domésico como regressor adicional: logi (SHARE_AC)= f(share_pib_ac_uf, SHARE_PAX_DOMÉSTICO, um inercepo para cada AC) Resulados: Variável logi Share PAX Inernacional Share PIB UF Share PAX Domésico Consane R 2 Ajusado
6 Foi gerada a projeção do share usando a projeção de share de PIB por UF. No inernacional, foi usada ambém a projeção de share de pax no domésico. iv. Share de Aeroporos denro de ACs com Múliplos Aeroporos Para a disribuição de ráfego enre aeroporos denro de ACs com múliplos aeroporos, foram usados shares obidos a parir da abordagem boom-up de cada AC. Com esse procedimeno, foi possível, por exemplo, efeuar a disribuição do movimeno oal projeado da área de capação do Rio de Janeiro enre os aeroporos do Galeão e do Sanos Dumon. A demanda projeada foi, enão, conrasada com a capacidade projeada dos aeroporos, de forma a permiir um levanameno das necessidades de expansão do sisema aeroporuário. 2.3 Abordagem Boom-Up Na abordagem boom-up a demanda das ligações aéreas brasileiras foi projeada endo como base elasicidades-preço e elasicidade-pib esimadas pela lieraura inernacional do ranspore aéreo. Foram usados os valores das elasicidades enconradas da survey realizada por Gillen, Morrison e Sewar (GMS, 2006). 6
7 No cômpuo das elasicidades ligação-por-ligação, foi uilizada a seguine segmenação de passageiros: Corporaivo: Viajane a Negócio, frequene, pouco sensível a preço e muio sensível ao empo de viagem e à aividade econômica. Pessoal: Viajane a Lazer, Turisa, ec. Viajane por moivos pessoais, mais sensível a preço e menos sensível ao empo de viagem e à aividade econômica. Novao: passageiro Evenual, ou de 1ª Viagem. Demanda nova advinda do modal rodoviário (compeição inermodal) ou de um início de hábio de consumo. Cada segmeno apresena elasicidade-preço e elasicidade-pib próprios, exraídos do esudo GMS, O mix percenual de paricipação de cada segmeno no fluxo da ligação foi exraído da Pesquisa Origem-Desino FIPE,
8 Com base nas informações de elasicidade-preço e elasicidade-pib, e a parir das premissas de crescimeno econômico e compeiividade do ranspore aéreo inseridas no modelo, foi possível efeuar a previsão de demanda fuura das ligações brasileiras, nos segmenos domésico e inernacional. 2.4 Conciliação enre Abordagens Houve um desenvolvimeno de conciliação das projeções enre as abordagens BU e TD, calibrando-se alguns parâmeros obidos no esudo GMS, 2006, de forma que a diferença enre elas não ulrapassasse 10%. 3. Considerações Finais O presene documeno visou a dealhar os passos desenvolvidos na meodologia do presene esudo de demanda do Esudo do Seor Aéreo. Opou-se por um desenvolvimeno de abordagem op-down conjunamene a um exercício boom-up de projeção de demanda. A abordagem op-down baseou-se em modelagem economérica com uilização de dados agregados do seor. Esses dados foram inicialmene compilados pelo anigo Insiuo de Aviação Civil e foram aualizados aé Dois modelos de regressão de demanda foram esimados, um para o ranspore aéreo domésico de passageiros e ouro para o ranspore aéreo inernacional de passageiros. Em ambos os casos, foram esimadas as elasicidadespreço e PIB da indúsria. Eses parâmeros foram aplicados na projeção da demanda oal fuura dos 20 aeroporos à luz de projeções de PIB e de preços fuuros. Para se chegar à demanda por cada aeroporo, uilizou-se uma segunda regressão, de marke share aeroporuário. Essa regressão foi desenvolvida a parir de um painel de dados de aeroporos, sendo o share do PIB do esado do aeroporo a principal variável explicaiva. O nível de agregação das esimaivas foi o da região meropoliana, sendo os dados desagregados ao nível do aeroporo a parir de esimaivas de share denro da área de capação com múliplos aeroporos, obidos na abordagem boom-up. A abordagem boom-up pariu de dados desagregados ao nível das ligações aéreas brasileiras. Foram selecionadas as 658 principais ligações não-direcionais domésicas (pares de aeroporos) e as 100 principais ligações não-direcionais inernacionais (aeroporo-país de desino). Uilizando-se esimaivas de elasicidade-preço e elasicidade-pib obidas em esudos inernacionais desagregados ao nível das roas, foi realizada a projeção de demanda para cada uma das ligações consideradas, à luz de projeção de preços e PIB fuuros. Os resulados finais 8
9 foram agregados ao nível dos aeroporos e das áreas de capação, sendo conciliados com as projeções op-down. 9
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