CAP. 16 GESTÃO DO CONHECIMENTO E DO CAPITAL INTELECTUAL

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Transcrição:

CAP. 16 GESTÃO DO CONHECIMENTO E DO CAPITAL INTELECTUAL Para ser líder em seu segmento de mercado e garantir vantagem competitiva, as organizações têm que trabalhar com outros recursos valiosos: o conhecimento e a inovação. O conhecimento faz parte do interior de cada pessoa e pode ser extraído do que foi experimentado ou vivenciado por alguém, ele não pode ser descrito, o que se descreve é a informação, o conhecimento é subjetivo. Podemos subdividi-lo de acordo com a forma que ele é adquirido, assim têm-se as seguintes classes: intelectual, popular, científico, filosófico, teológico e intuitivo. Obtido através do desenvolvimento das potencialidades ou aptidões, inerentes a qualquer pessoa, o nível ou grau de conhecimento que um indivíduo apresenta pode-se denominar de inteligência. Sendo assim, inteligência é o conjunto de habilidades para a resolução de problemas, ou se preferir, a capacidade que uma pessoa tem de criar alternativas que visem alcançar seus objetivos. Os fenômenos que ocorrem hoje sejam eles de escala social, político ou econômico repercutem mundialmente, tornando-se responsáveis pela reestruturação do ambiente de negócios. E é dentro desse cenário que o conhecimento se transforma em um valioso recurso estratégico para as pessoas e empresas. Entretanto, apenas saber muito sobre alguma coisa não proporciona, por si só, maior vantagem sobre outra organização, é ai que entra e Gestão do Conhecimento e da Inovação que é de fundamental importância para sobrevivência e manutenção de uma vantagem competitiva sustentável. As organizações precisam investir mais em seu quadro de pessoal, é esperado que neste século as empresas evoluam em virtude do conhecimento adquirido e gerenciado, preparando-se para mudanças rápidas e que às vezes são inesperadas. O ato de agregar conhecimento é contínuo, principalmente na era em que vivemos, a Era da Informação, o capital intelectual é um diferencial e condição de sobrevivência para um mundo tão competitivo. Assim, a gestão do conhecimento atrai mudanças para as empresas e propõe a implementação de processos simples e ágeis no qual o conhecimento esteja registrado e disponível a todos os envolvidos. Ela precisa funcionar como um canal de compartilhamento e disseminação da informação.

Para Lacombe e Heilborn (2003), o Capital intelectual é a soma dos conhecimentos, informações, propriedade intelectual e experiências de todos em uma organização, que podem ser utilizados para gerar riquezas e vantagens competitivas. O Capital Intelectual é uma realidade da qual não se pode mais fugir. A sua influência na gestão empresarial fez surgir um novo código de comportamento e uma nova atitude em relação ao mesmo. Os ativos intelectuais tornaram-se elementos importantes no mundo dos negócios. A necessidade de extrair o máximo valor do conhecimento organizacional é maior agora do que no passado. Cada vez mais, líderes e consultores de empresas falam do conhecimento como o principal ativo das organizações e como a chave da vantagem competitiva sustentável. (STEWART, 1998 apud SOARES et al, 2008, p.05) Já Chiavenato (2004, apud SOARES et al, 2008, p.05) dialoga com a seguinte ideia As organizações bem-sucedidas são aquelas que sabem conquistar e motivar os funcionários para que eles aprendam e apliquem seus conhecimentos para resolver os problemas na busca de inovações rumo a excelência. Gestão da Inovação A inovação é o uso de novas ideias e tem por finalidade melhorar ou diferenciar os processos, produtos ou serviços das empresas com o objetivo de agregar valor. Partindo do pré-suposto que a gestão da inovação é uma área multidisciplinar que abrange desde pesquisas até o desenvolvimento organizacional, ela é fundamental no desenvolvimento dos negócios da empresa e o gestor empreendedor ou da inovação é fundamental nesse processo. Podemos assim afirmar que a gestão da inovação é primordial para desenvolver os negócios da empresa. Diferentemente da gestão de negócios, a qual está relacionada à qualificação e ao treinamento nos processos corporativos, a gestão de inovação é mais profunda, ela exige uma associação do gene da inovação com o dos negócios. Portanto, inovar torna-se essencial para a sustentabilidade da empresa, é desta forma que a empresa soma vantagens competitivas sobre a concorrência. É preciso ter em mente que as pessoas são peças chaves para inovação, porque são elas que executam os processos e preparam o ambiente para que as coisas

fluam. Deve-se estimulá-las quanto à sua participação, motivação e criatividade e, ao mesmo tempo, delimitar focos para sua atuação. Quando se fala em inovação no processo corporativo, a qual visa melhorias nos processos ou redução de custos, fala-se exatamente sobre o modo com que vamos realizar a inovação. Da mesma maneira que a empresa possui um modo de vender para aumentar sua receita, ela deve possuir um modo de inovação como ponto chave para o crescimento dos seus negócios. Ou seja, o modo com que ocorre a inovação da empresa é o processo pelo qual elas evoluem, conquistam novos mercados e criam barreias estratégicas. Talento Humano Gerir talento humano está se tornando indispensável para o sucesso das organizações. Ter pessoas não significa necessariamente ter talentos. E qual a diferença entre pessoas e talentos? Um talento é sempre um tipo especial de pessoa. E nem sempre toda pessoa é um talento. Para ser talento a pessoa precisa possuir algum diferencial competitivo que a valorize. Hoje, o talento envolve quatro aspectos essenciais para a competência individual: 1. Conhecimento. É o saber. Constitui o resultado de aprender a aprender, aprender continuamente e o conhecimento é a moeda mais valiosa do século XXI. 2. Habilidade. É o saber fazer. Significa utilizar e aplicar o conhecimento, seja para resolver problemas ou situações ou criar e inovar. Em outras palavras, habilidade é a transformação do conhecimento em resultado. 3. Julgamento: É o saber analisar a situação e o contexto. Significa saber obter dados e informação, ter espírito crítico, julgar os fatos, ponderar com equilíbrio e definir prioridades. 4. Atitude: É o saber fazer acontecer. A atitude empreendedora permite alcançar e superar metas, assumir riscos, agir como agente de mudança, agregar valor, obter excelência e focar resultados. É o que leva a pessoa a alcançar autorrealização do seu potencial. Talento era o nome dado a uma moeda valiosa na antiguidade. Hoje, é preciso saber atrair, aplicar, desenvolver, recompensar, reter e monitorar esse ativo precioso para as organizações. E quem deve fazê-lo? Esse é um desafio para toda a

organização e não apenas para a área de GP. Trata-se de um ativo importante demais para ficar restrito a uma única e exclusiva área da organização. Capital Humano O conceito de talento humano conduz necessariamente ao conceito de capital humano o patrimônio inestimável que uma organização pode reunir para alcançar competitividade e sucesso. O capital humano é composto de dois aspectos principais: 1. Talentos. Dotados de conhecimentos, habilidades e competências que são constantemente reforçados, atualizados e recompensados. Contudo, não se pode abordar o talento isoladamente como um sistema fechado. Sozinho ele não vai longe, pois precisa existir e coexistir dentro de um contexto que lhe permita liberdade, autonomia e retaguarda para poder se expandir. 2. Contexto. É o ambiente interno adequado para que os talentos floresçam e cresçam. Sem esse contexto, os talentos murcham. O contexto é determinado por aspectos como: A. Arquitetura organizacional com um desenho flexível, integrador e com uma divisão do trabalho que coordene as pessoas e o fluxo dos processos e das atividades de maneira integrada. A organização do trabalho deve facilitar o contato e a comunicação com as pessoas. B. Cultura organizacional democrática e participativa que inspire confiança, comprometimento, satisfação, espírito de equipe. Uma cultura baseada em solidariedade e camaradagem entre as pessoas. C. Estilo de gestão baseado na liderança renovadora e no coaching, com descentralização do poder, delegação e empowerment. Assim, não basta ter talentos para possuir capital humano. É preciso ter talentos que sejam integrados em um contexto acolhedor. Se o contexto é favorável e incentivador, esses talentos podem se desenvolver e crescer. Se o contexto não é

adequado, os talentos fogem ou ficam amarrados e isolados. O conjunto de ambos continente e conteúdo proporciona o conceito de capital humano. Isso tem um significado importante para a GP: não se trata mais de lidar com pessoas e transformá-las em talentos apenas, mas também do contexto onde elas trabalham. Este é o novo papel da GP: lidar com pessoas, com a organização do trabalho delas, com a cultura organizacional que as envolve e com o estilo de gestão utilizado pelos gerentes como gestores de pessoas. E principalmente o fato de que o conceito de capital humano conduz ao conceito de capital intelectual. Aliás, o capital humano é a parte mais importante do capital intelectual. Capital Intelectual É um dos conceitos mais discutidos recentemente. Ao contrário do capital financeiro que é basicamente quantitativo, numérico e baseado em ativos tangíveis e contábeis, o capital intelectual é totalmente invisível e intangível. Daí a dificuldade em geri-lo e quantificá-lo adequadamente. O capital intelectual é composto de capital interno, capital externo e capital humano. A GP mais do que nunca está agora focada no capital humano e nas suas conseqüências sobre o capital intelectual da organização. Assim, o campo de influência da GP se estende não somente as "nossas pessoas", como também a "nossa organização" e aos "nossos clientes".