NECESSIDADE ENERGÉTICA DAS MATRIZES SUÍNAS NA FASE DE GESTAÇÃO Autores : Oliveira, Aline Tomasia 1 ; Onofre, Ana Paula, Bianchi, Ivan 2 ; Bako, Érica Marson 2 ; Twardowski, Cristiano 3 Oliveira Jr, Juahil 4 Identificação autores: 1 Alunos do Instituto Federal Catarinense - Campus Araquari, Curso técnico em Agropecuária; 2 Professores do Instituto Federal Catarinense - Campus Araquari; 3 Técnico em Agropecuária do Instituto Federal Catarinense Campus Araquari; 4 Professor Orientador do Instituto Federal Catarinense Campus Araquari. Email: juahil.oliveira@ifc-araquari.edu.br Introdução Devido a fatores como, a alta prolificidade e a produção de leitões em um espaço relativamente curto de tempo, a suinocultura tem condições de responder ao desafio de produzir proteína animal de alta qualidade, atendendo a demanda do crescimento populacional (SOBESTIANSKY et al. 1998). Geralmente o manejo nutricional das matrizes durante toda a fase de gestação é baseado nas condições de escore corporal dos animais (YOUNG E AHERNE, 2005). Como a gestação é dividida em três etapas, a primeira representa um período crítico para a sobrevivência embrionária e pequeno crescimento fetal (BIANCHI et al. 2009). Nesse primeiro terço podemos ter grandes perdas embrionárias, se forem fornecidos nutrientes em excessos. Segundo o mesmo autor, a segunda etapa é chamada de fase da correção corporal (que é quando adequamos a matriz ao escore ideal que é o (3 a 3,5), além de termos também o inicio do desenvolvimento das glândulas mamárias. Já finalmente no terço final da gestação, as exigências nutricionais da fêmea aumentam consideravelmente, pelo fato de estar ocorrendo o crescimento fetal que pode atingir níveis de até 70% nesses períodos (BIANCHI et al. 2009). Durante toda a gestação da matriz, a nutrição deve ser direcionada para um bom desenvolvimento embrionário e fetal (SOBESTIANSKY et al. 1998). Em geral, as matrizes durante toda a fase de gestação recebem uma quantidade de ração considerando-se apenas as condições corporais (escore corporal) individuais (YOUNG E AHERNE, 2005). Entretanto, as necessidades energéticas de matrizes em gestação dependem do peso vivo, estado nutricional, período de gestação, estação do ano e linhagem da porca (FERREIRA et al. 2006). Além disso, a necessidade das fêmeas gestantes também depende do gasto energético e esta interligado com variáveis ambientais como a temperatura (NOBLET et al. 2007) e a atividade física de cada porca (NOBLET et al. 1993).
Neste contexto, este trabalho tem como objetivo adequar o escore corporal e estimar a necessidade energética das matrizes suínas. Material e Métodos O projeto foi realizado no período de 12 de fevereiro de 2015 até o período de 24 de agosto de 2015,na Unidade de Ensino Aprendizagem Suinocultura- IFC Campus Araquari. As fêmeas são provenientes das linhagens comerciais(ld X LW),utilizada pela UEA para produção de suínos para abate. As avaliações por serem realizadas de maneira subjetiva foram efetuadas por três pessoas, sendo utilizada a avaliação visual, por meio de registros fotográfico e comparados posteriormente com o modelo de escore corporal conforme a imagem a seguir: Neste projeto foi realizado as avaliações entre 15 e 20 dias em 10 matrizes na fase de gestação e os resultados expressos em porcentagens. A partir das primeiras avaliações para adequar ao escore corporal desejado foram realizadas mudanças na quantidade de ração fornecida aos animais em Kg/Animal/Dia conforme o exemplo a baixo:adequação da Quantidade de Ração Conforme a Fase e o Escore corporal Kg/Animal/Dia Fase Condição Corporal da Matriz (EC) 1,0 1 Terço de Gestação Normal 1,8 1 Terço de Gestação Muito Magra (1ou 2) 1,5 2 Terço de Gestação Muito Gorda (5) 2.0 2 Terço de Gestação Normal(3 ou 4 2,5 2 Terço de Gestação Muito Magra (1 ou 2)
Resultados e discussão Os resultados estão apresentados nos gráficos, de acordo com o período gestacional de cada matriz e seu escore corporal. A avaliação esta relacionada aos índices de produtividade da matriz, sendo que ao ajustarmos seu escore corporal de acordo com a fase a matriz é possível obter uma boa leitegada e um bom desenvolvimento nas próximas fases. Para obter bom índice produtivo a fase gestacional até 85º dia é uma das melhores para realizar adequações. Este trabalho foi realizado ao longo do ano de 2015 e foi constatando uma melhora dos índices de escore corporal nas matrizes, sendo a maioria em escore 3 no mês de junho, teve ajustes no decorrer do projeto, conforme a tabela descrita no material e métodos. Em primeiro momento tivemos algumas dificuldades, pois estávamos sem ração adequada para a fase e passamos por reformas, que gerou em algumas matrizes estarem em baias coletivas. Após a reforma e a volta da ração adequada para as matrizes foi possível melhor adequação do escore corporal de acordo com sua fase, mas ainda sim havia matrizes em baias coletivas que onde o arraçoamento era fornecido simultaneamente em lugares opostos. Nos índices avaliados no ano passado (2014) as matrizes possuíam um escore corporal 3 adequado para fase, com uma média de 62,5%, com a otimização do manejo realizado conseguimos alcançar um melhoramento de 70% das matrizes em escore corporal 3,nenhuma matriz em 1 ou 5,apresentado assim uma melhora de 7,5%. 1 Avaliação do escore corporal
5 Avaliação do escore corporal Por conta da falta de ração e início do ciclo gestacional, um período de transição onde a matriz é submetida a se habituar a uma nova alimentação e condicionamento do local, por ser um fase delicada ambas as matrizes obtiveram escore 2. Após este período de transição que a matriz sofre, passa a ter uma reeducação alimentar, sendo realizadas pelos funcionários e alunos que ali permanecem. Para que os mesmos se orientem da quantidade exata a ser fornecida foram realizadas placas individuais e planilhas das matrizes. Com placas e planilhas o manejo torna se fácil e prático de ser efetuado, temos também uma melhora na condição corporal das matrizes. Conforme NOBLET et al. (1993), as necessidades de energia metabolizável (EM) de matrizes suínas pode ser estimada em relação ao peso metabólico pela equação EM=105kcal/kg PV 0,75 /dia. Dessa forma, matrizes com média de 240 kg de peso vivo tem uma necessidade diária de energia metabolizável para manutenção próxima a 6402 Kcal/dia. Neste contexto, como a ração formulada continham 3210 kcal/kg, o fornecimento para fêmeas em manutenção ficou próximo a 2,0 kg/dia (mesmo valor utilizado para as fêmeas em condição adequada de EC). Já as fêmeas consideradas excessivamente magras tiveram um aporte nutricional de mais 1605kcal/dia, e fêmeas acima do escore desejado receberam menos 1605kcal/dia em relação as fêmeas em condição corporal adequada. Conclusão Com a adequação do escore corporal e ajustamento da necessidade diária por matriz é possível melhorar o desempenho e suprir as necessidades de cada animal em diferentes fases da gestação.
Referências BIANCHI, I. et al. Manual PIGPEL de Suinocultura Intensiva. Ed Universitária, PREC/UFPEL, 2009, 264 p. FERREIRA A.S.; LOPES T.H.C., DONZELE J.L.; COSTA E.P., KIEFER C.; LIMA K.R.S. Níveis de proteína bruta na ração para porcas pluríparas em gestação. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 35, p. 761-767, 2006. NOBLET, J.; SHI, X. S.; DUBOIS, S. Energy cost of standing activity is sows. Livestock Production Science, Wageningen, v. 34, p. 127-136, 1993. NOBLET J.; DOURMAD J.Y.; ETIENNE M.; LE DIVIDICH J. Energy metabolism in pregnant sows and newborn pigs. Journal of Animal Science. v.75, p.2708-2714, 1997. SOBESTIANSKY, J. et al. Suinocultura Intensiva: Produção, Manejo e Saúde do Rebanho. Brasília, DF: EMBRAPA, SPI, 1998. 388p. ISBN 8573830360. YOUNG, M.; AHERNE, F. Monitoring and maintaining sowcondition. Advances in Pork Production, Edmonton. v. 16, p. 299-313, 2005.