PÊNDULO ELÁSTICO. Fig. 1. Considere o sistema da figura 1. Quando se suspende uma massa, m, na mola, o seu comprimento aumenta de l 0

Documentos relacionados
PÊNDULO ELÁSTICO. Fig. 1. Considere o sistema da figura 1. Quando se suspende uma massa, m, na mola, o seu comprimento aumenta de l 0

MEDIÇÃO DA ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE COM UM PÊNDULO SIMPLES

Mecânica e Ondas 1º Ano -2º Semestre 1º Teste 04/05/ :00h

F-128 Física Geral I. Aula Exploratória 09 Unicamp - IFGW. F128 2o Semestre de 2012

Física Arquitectura Paisagística LEI DE HOOKE

Física. Física Módulo 1. Sistemas de Partículas e Centro de Massa. Quantidade de movimento (momento) Conservação do momento linear

ANÁLISE DE ERROS. Todas as medidas das grandezas físicas deverão estar sempre acompanhadas da sua dimensão (unidades)! ERROS

Módulo 4 Sistema de Partículas e Momento Linear

Flambagem por Compressão

Física I para Engenharia. Aula 7 Massa variável - colisões

MECÂNICA CLÁSSICA. AULA N o 8. Invariância de Calibre-Partícula em um Campo Eletromagnético-Colchetes de Poisson

Cœlum Australe. Jornal Pessoal de Astronomia, Física e Matemática - Produzido por Irineu Gomes Varella

Resoluções dos exercícios propostos

INTERPOLAÇÃO POLINOMIAL DE LAGRANGE E DE HERMITE INTRODUÇÃO

, para. Assim, a soma (S) das áreas pedida é dada por:

PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES

Resolução. Capítulo 32. Força Magnética. 6. C Para que não haja desvio devemos garantir que as forças magnética ( F M. ) e elétrica ( F E

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano

Métodos Numéricos no Traçado de Campos

Mecânica e Ondas 1º Ano -2º Semestre 2º Exame 06/07/2017 8:00h

2 Formulação do Problema

ESPECTROSCOPIA ROTACIONAL

Laboratório de Mecânica Aplicada I Estática: Roldanas e Equilíbrio de Momentos

DETERMINAÇÃO DAS CONSTANTES ELASTICAS DE MOLAS

Termodinâmica Exercícios resolvidos Quasar. Termodinâmica. Exercícios resolvidos

1º Exame de Mecânica Aplicada II

Experiência V (aulas 08 e 09) Curvas características

1. Obtenha o modelo de ½ carro:

Dinâmica Estocástica. Instituto de Física, novembro de Tânia -Din Estoc

Física I p/ IO FEP111 ( )

3. Um protão move-se numa órbita circular de raio 14 cm quando se encontra. b) Qual o valor da velocidade linear e da frequência ciclotrónica do

ESTUDO DA SENSIBILIDADE DA PROPAGAÇÃO DE UMA ONDA DINÂMICA EM RIOS, EM FUNÇÃO DO TEMPO DE BASE E DA DECLIVIDADE DE FUNDO.

Física Geral I - F -128

Electromagnetismo e Óptica

Roteiro-Relatório da Experiência N o 4 CARACTERÍSTICAS DO TRANSISTOR BIPOLAR

2a VERIFICAÇÃO REFINO DOS AÇOS I Julho Um aço é dessulfurado por uma escória, em condições desoxidantes.

ANEXOS REGULAMENTO DELEGADO DA COMISSÃO

Dinâmica de Estruturas MEC-EG, MIEC

2003/2004. então o momento total das forças exercidas sobre o sistema é dado por. F ij = r i F (e)

Departamento de Física Universidade do Algarve PÊNDULO SIMPLES

Sistema de Partículas e Conservação da Quantidade de Movimento Linear

Medida do campo magnético terrestre

Capítulo 24: Potencial Elétrico

4ª Aula do cap. 09 Colisões

NOTA II TABELAS E GRÁFICOS

Cap. 6 - Energia Potencial e Conservação da Energia Mecânica

Figura 7.1: O problema do ajuste de funções a um conjunto de dados

Radiação Térmica Processos, Propriedades e Troca de Radiação entre Superfícies (Parte 2)

5.1 Método de Ponderação da Linha de Rotação

2ª PARTE Estudo do choque elástico e inelástico.

1. ANÁLISE EXPLORATÓRIA E ESTATÍSTICA DESCRITIVA

( ) (8.1) ( ) v = 2v sen ω t ( ) ( ) = ω (8.4) v 3v cos t ( ) = ω (8.5) v 3v sen t

Programa de Certificação de Medidas de um laboratório

Laboratório de Mecânica Aplicada I Determinação de Centros de Gravidade

PARTE II EQUILÍBRIO DA PARTÍCULA E DO CORPO RÍGIDO

8 Soluções Não Ideais

3 Metodologia de análise

Leis de conservação em forma integral

Robótica. Prof. Reinaldo Bianchi Centro Universitário FEI 2016

A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

Física Geral I - F Aula 12 Momento Angular e sua Conservação. 2º semestre, 2012

Introdução às Medidas em Física a Aula

CAPÍTULO IV PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DA SEÇÃO TRANSVERSAL

Departamento de Informática. Modelagem Analítica. Modelagem Analítica do Desempenho de Sistemas de Computação. Disciplina: Medida de Probabilidade

NOTAS TEÓRICAS. Considere o circuito da Fig.1. A entrada é feita pela base e a saída pelo colector. Tratase de uma montagem de emissor comum.

Isostática 2. Noções Básicas da Estática

MECÂNICA CLÁSSICA. AULA N o 7. Teorema de Liouville Fluxo no Espaço de Fases Sistemas Caóticos Lagrangeano com Potencial Vetor

Análise de influência

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

D- MÉTODO DAS APROXIMAÇÕES SUCESSIVAS

Capítulo 2. APROXIMAÇÕES NUMÉRICAS 1D EM MALHAS UNIFORMES

Aula Características dos sistemas de medição

ESTUDO DA MÁQUINA SIMÉTRICA TRIFÁSICA

Aula 6: Corrente e resistência

Ajuste de um modelo linear aos dados:

Os modelos de regressão paramétricos vistos anteriormente exigem que se suponha uma distribuição estatística para o tempo de sobrevivência.

Noções Básicas de Física Arquitectura Paisagística LEI DE HOOKE (1)

X = 1, se ocorre : VB ou BV (vermelha e branca ou branca e vermelha)

3.6. Análise descritiva com dados agrupados Dados agrupados com variáveis discretas

CAP RATES, YIELDS E AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS pelo método do rendimento

FONTES DISCRETAS DE INFORMAÇÃO

Introdução. Uma lâmpada nova é ligada e observa-se o tempo gasto até queimar. Resultados possíveis

NEGOCIAÇÃO DE ÁGUA ENTRE DIFERENTES REGIÕES

Capítulo XI. Teste do Qui-quadrado. (χ 2 )

Cap. IV Análise estatística de incertezas aleatórias

CARGA E DESCARGA DE UM CAPACITOR

Física I. Aula 5 Energia Potencial e Conservação de energia

Mecânica Aplicada II MEMEC+LEAN e MEAER

DEFINIÇÃO - MODELO LINEAR GENERALIZADO

2 Incerteza de medição

c (1) OS PREÇOS E A RENTABILIDADE DOS INVESTIMENTOS NA ANÁLISE DE PROJETOS Benedito Silva Neto

Introdução a Processos Estocásticos:Exercícios

TEORIA DE ERROS * ERRO é a diferença entre um valor obtido ao se medir uma grandeza e o valor real ou correto da mesma.

Um modelo nada mais é do que uma abstração matemática de um processo real (Seborg et al.,1989) ou

3.1. Conceitos de força e massa

Proposta de resolução do Exame Nacional de Matemática A 2016 (2 ạ fase) GRUPO I (Versão 1) Logo, P(A B) = = = Opção (A)

CORRELAÇÃO E REGRESSÃO

Transcrição:

Protocoos das Auas Prátcas 7/8 DF - Unversdade do Agarve PÊNDULO ELÁSTICO. Resuo U corpo gado a ua oa é posto e ovento oscatóro. Deterna-se as característcas do ovento e estuda-se a conservação da energa ecânca.. Tópcos teórcos Y Fg. F r P r X Consdere o sstea da fgura. Quando se suspende ua assa,, na oa, o seu coprento auenta de para. À grandeza = dá-se o noe de ongação da oa. Quando o corpo se encontra e equíbro estátco, o seu peso é totaente copensado pa força ástca produzda pa oa, o que perte escrever a condção: g =, () onde g é a aceração da gravdade e a constante da oa. Esta equação estabece ua proporconadade drecta entre a ongação sofrda pa oa e a assa do corpo que na se suspende. Consdereos agora a stuação dnâca, sto é, a stuação e que o pênduo ástco não se encontra e equíbro (fg ). PE - 43

Físca Gera I MIEET, Físca Protocoos das Auas Prátcas 7 / 8 ADF - Unversdade do Agarve Y X Fg. F r P r Nesta stuação o peso ( P r ) e a força ástca ( F r ) não se anua entre s e as es da dnâca perte escrever: F = a () r F + P= a onde a r é a aceração adqurda po corpo. O desenvovento dos cácuos perte deternar a ongação da oa (desocaento do corpo) ratvaente à posção de equíbro estátco e função do tepo. No caso e que o pênduo ástco é posto e ovento partndo do repouso e co ua ongação nca, a e do ovento será: (3) ( t) = cos t onde as grandezas (t) e são eddas ratvaente à posção de equíbro estátco defnda por (). Verfca-se que o ovento adqurdo po sstea é u ovento oscatóro caracterzado por ua frequênca anguar própra de ω = e período: T = π (4) O período do ovento depende, desta fora, das característcas do pênduo ástco, noeadaente da sua assa e da constante da oa. Ua fora aternatva de abordar o estudo do pênduo ástco consste e verfcar que todas as forças que sobre e actua (força ástca e força gravítca) são conservatvas. Ao consderar apenas estas forças coete-se, obvaente, a aproxação de desprezar as forças de atrto de frcção e de resstênca do ar que actua sobre o sstea. Nesta aproxação pode-se escrever: QL - 44

Protocoos das Auas Prátcas 7/8 DF - Unversdade do Agarve te E p + Ep + Ec = c (5) g quando o corpo se encontra nua posção genérca de ongação. As grandezas E Pg, E P e E c tê, respectvaente, o sgnfcado de energa potenca gravítca, energa potenca ástca e energa cnétca. Defne-se a orge do referenca da fgura, ua vez as, na posção de equíbro estátco dada pa equação (). Consdera-se anda que essa posção defne a orge da energa potenca gravítca. Nestas condções, pode-se escrever a conservação da energa ecânca na fora: A + va = B + vb. (6) Se, e partcuar, o ponto A for o ponto de ongação áxa do pênduo e o ponto B for o de passage pa posção de equíbro estátco, tereos A =, v A = e B =. Resuta então: = v v= Esta equação estabece ua dependênca drecta da vocdade de passage pa posção de equíbro na aptude do ovento do pênduo. (7) 3. Probeas propostos Pretende-se, neste trabaho experenta: 3.. deternar a constante da oa; 3.. anasar o coportaento do período do ovento oscatóro e função da assa; 3.3. estudar a e de conservação da energa ecânca durante o ovento. 4. Matera Caha vertca co oa ncorporada. Massas arcadas. Rógo ectrónco. Detector fotoéctrco. Régua graduada co cursores. Fos de gação. PE - 45

Físca Gera I MIEET, Físca Protocoos das Auas Prátcas 7 / 8 ADF - Unversdade do Agarve 5. Procedento experenta Tenha o cudado de anotar os erros de etura de escaa assocados a todos os aparhos de edda que usar. 5.. Deternação da constante da oa. 5... Marque na régua graduada a posção de equíbro da oa na ausênca de assas. 5... Suspenda ua assa na oa e eça a nova posção de equíbro. 5..3. Repta o procedento vezes, auentando graduaente a assa suspensa (sugere-se que auente de g e g até 8 g), edndo, para cada vaor da assa, a posção de equíbro da oa. 5.. Estudo do ovento oscatóro do pênduo. 5... Estudo do período do ovento. 5... Escoha ua assa para o pênduo. Ponha o sstea e ovento, conferndo-he ua certa ongação e argando-o se vocdade nca. 5... Meça vezes o período do ovento se aterar as condções da experênca. Anote nua taba adequada a ongação nca (que poderá ser de cerca de c), a assa e os tepos eddos. 5...3. Repta para 5 assas dferentes (sugere-se que seja de 3 g e 3 g até perfazer 5 g). 5... Estudo da conservação da energa ecânca 5... Escoha ua assa para o pênduo (convé que seja grande para que o vaor nca da assa do pênduo tenha pouco sgnfcado) e ponha-o e ovento nas condções de 5... 5... Deterne a vocdade de passage do pênduo pa posção de equíbro, edndo vezes o tepo de passage da assa po detector fotoéctrco. Anote nua taba adequada a assa, a ongação nca e os tepos. 5...3. Repta a experênca 5 vezes auentando, e cada ua das, a ongação nca de c (coece, por exepo, por 6 c e prossga até c). QL - 46 6. Anáse dos resutados obtdos 6.. Deternação da constante da oa. 6... Eabore u gráfco da ongação sofrda pa oa e função da assa na suspensa.

Protocoos das Auas Prátcas 7/8 DF - Unversdade do Agarve 6... Deterne, a partr de ua regressão near dos resutados, a constante da oa. 6.. Estudo do ovento oscatóro do pênduo. 6... Estudo do período do ovento. 6... Cacue o vaor édo e o erro estatístco assocados às eddas do período do ovento. 6... Verfque a e de varação do período co a assa aborando u gráfco de T e função de e ajustando-he ua nha recta. 6... Estudo da conservação da energa ecânca. 6... Cacue os vaores édos e os erros estatístcos assocados aos tepos referdos e 5... Deterne, a partr desses vaores, as vocdades de passage da assa pa posção de equíbro. 6... Eabore u gráfco da vocdade e função da ongação nca. Procure verfcar a e de conservação da energa ecânca ajustando ua nha recta a este gráfco. PE - 47

Físca Gera I MIEET, Físca Protocoos das Auas Prátcas 7 / 8 ADF - Unversdade do Agarve Apêndce Estudo do pênduo ástco Y Fg A. F r P r X Consdere o sstea da fgura A.. Quando se suspende ua assa,, da oa, o seu coprento auenta de para. À grandeza = dá-se o noe de ongação da oa. Atendendo a que o corpo se encontra e equíbro, as es da ecânca perte escrever: r F F F = + P= P= (A.) já que a nha de acção do peso, P r, e da força ástca, F r, é a esa e segundo YY. Resuta, então, atendendo a = P= g F onde representa a constante da oa e g a aceração gravítca:, (A.) - = g = g g = Verfca-se por (A.3) que a ongação é ua função near da assa do pênduo. (A.3) Consdereos agora a stuação dnâca, sto é, a stuação e que o pênduo ástco não se encontra e equíbro (fg. A.). QL - 48

Protocoos das Auas Prátcas 7/8 DF - Unversdade do Agarve Y X F r P r Fg. A. Nesta stuação o peso e a força ástca não se anua entre s e as es da dnâca perte escrever: F = a r F + P= a (A.4) g = a ( + ) + g = a já que o ovento ocorre apenas segundo YY e se consdera a orge deste exo na posção de equíbro estátco, defnda pa equação (A.3). Atendendo anda a esta equação, pode-se escrever: = a d + = d t d + = d t (A.5) que é ua equação dferenca ordnára de ª orde, near, de coefcentes constantes e hoogénea. A sua soução é: ( t) t = c e + c t e (A.6) onde c e c são duas constantes de ntegração que deve ser deternadas pas condções ncas do ovento do pênduo. Ua vez que, nas experêncas a reazar, o pênduo será posto e ovento a partr do repouso, conferndo-se-he ua certa ongação nca,, as condções ncas são: ( ) = v( ) = e perte cacuar: c = c = /. Resuta então: (A.7) PE - 49

Físca Gera I MIEET, Físca Protocoos das Auas Prátcas 7 / 8 ADF - Unversdade do Agarve (A.8) ( t) = cos t onde as grandezas (t) e são eddas ratvaente à posção de equíbro estátco defnda por (A.3). Verfca-se que o ovento adqurdo po sstea é u ovento oscatóro caracterzado por ua frequênca anguar própra de ω =. O período do ovento, T, será dado por: ou seja, ( t+ T) = ( t) cos = t+ T cos t (A.9) T = π T = π (A.) O período do ovento depende, desta fora, das característcas do pênduo ástco, noeadaente da sua assa e da constante da oa. Ua fora aternatva de abordar o estudo do pênduo ástco consste e verfcar que todas as forças que sobre e actua (força ástca e força gravítca) são conservatvas. Ao consderar apenas estas forças coete-se, obvaente, a aproxação de desprezar as forças de atrto de frcção e de resstênca do ar que actua sobre o sstea. Nesta aproxação, e fazendo referênca à fgura A., pode-se escrever: QL - 5 E pg + E p + E g+ g+ c = c te ( + ) + v te ( ) + v = c = c te (A.) quando o corpo se encontra nua posção genérca de ongação e E Pg, E P e E c tê o sgnfcado de energa potenca gravítca, energa potenca ástca e energa cnétca, respectvaente. Consdera-se que a orge do referenca da fgura A. se encontra, ua vez as, na posção de equíbro estátco defnda pa equação (A.3). Consdera-se anda que essa posção defne a orge da energa potenca gravítca. Nestas condções, e fazendo uso novaente da equação (A.3), pode-se escrever a conservação da energa ecânca (soa da energa potenca co a energa cnétca) na fora: te ( + ) + v = c. (A.)

Protocoos das Auas Prátcas 7/8 DF - Unversdade do Agarve O facto desta quantdade se anter constante ao ongo de toda a trajectóra do corpo perte secconar dos pontos dessa trajectóra, A e B, para os quas se pode escrever: ( + ) + v = ( + ) + v A A B B. (A.3) Se, e partcuar, o ponto A for o ponto de ongação áxa do pênduo e o ponto B for o de passage pa posção de equíbro estátco, tereos A =, v A = e B =. Resuta então: v = v B = B (A.4) Esta equação estabece ua dependênca drecta da vocdade de passage pa posção de equíbro na aptude do ovento do pênduo. PE - 5