Relatório CRI Minas 16/05/13 Inovação e Comportamento Humano Hérica Righi,Raoni Pereira e Flávia Carvalho
Relatório CRI Minas 16/05/13 Inovação e Comportamento Humano Muitos são os desafios encontrados pelas empresas que se propõe a ter a inovação como uma opção estratégica. Um deles é promover um ambiente e uma cultura corporativa que estimule a geração de novas ideias, produtos e processos. Para isso, é necessário entender melhor o comportamento humano, e suas variáveis que irão impactar no processo inovativo. Esse foi o mote do encontro do Centro de Referência em Inovação de Minas Gerais, CRI Minas, que aconteceu no dia 16 de maio com a presença de executivos e profissionais de Recursos Humanos das empresas associadas ao centro. O evento contou com a presença da prof a. Rosana Reis, professora visitante da FDC e titular do ISG (Institut Supérieur de Gestion) de Paris, que discutiu o tema com os presentes. Rosana destacou que inovação não é somente sobre novos produtos/processos, mas sobre mudanças de comportamento. A chave do fator competitivo para a empresa é a sua capacidade de inovar, que significa como fazer e não apenas o que fazer. Com grande experiência como gestora de RH e conhecimento da realidade de outros países a professora propôs uma reflexão de por que no Brasil o comportamento inovador nas empresas ainda é baixo. Rosana trouxe um pouco do que se tem discutido sobre o estudo do comportamento organizacional, como as pessoas se comportam nas organizações e como esse comportamento afeta o desempenho das mesmas. A professora destacou que habilidades comportamentais dos indivíduos são ingredientes da inovação; resiliência, empreendedorismo, a capacidade de gerir relacionamentos são atributos que diferenciam os indivíduos em sua capacidade de inovar. Logo em seguida, ela propôs uma atividade em grupos: a construção de uma torre com materiais recicláveis. O trabalho deveria ser realizado em três fases: processo criativo; planejamento e execução. 2
A reflexão trazida pelo exercício foi a de que são necessárias diversas competências para a realização de projetos inovadores: não se deve perder de vista as habilidades individuais, mas ao mesmo tempo, devem ser consideradas a vontade do cliente e as habilidades do grupo. Rosana ainda explicou que competência é o conjunto de conhecimento, habilidade e atitude. É necessário saber o que fazer, como fazer, mas igualmente importante é querer fazer. Outro ponto destacado foi o momento atual em que vivemos, de forte globalização, velocidade na geração e transmissão de informações, e que todo este contexto torna as competências humanas necessárias para a inovação bem mais complexas do que há anos atrás. Alguns dos desafios organizacionais criados pela realidade atual são: Necessidade de captar e entender as maiores tendências Reduzir a distância entre o pensar e o fazer Encarar os desafios como algo estimulante e como gerador de oportunidades Para Rosana, a força mais poderosa no mundo dos negócios é a cultura. É a cultura de uma organização o que leva a inovação adiante e a torna instrumento de sucesso da mesma. As empresas devem se perguntar quais são os fatores culturais que bloqueiam ou facilitam a inovação. Dentro desse contexto, a professora apresentou dados que mostram que a criatividade e a inovação são apontados como o desafio número 1 dos negócios. No entanto, apenas metade dos executivos de Recursos Humanos dizem estar fazendo algo a respeito. Comunidade de Prática Os presentes foram instigados/provocados por um vídeo de Dan Ariely, professor de Psicologia e Economia Comportamental, que mostra que somos vítimas constantes de ilusões cognitivas e visuais. A falsidade das últimas são facilmente demonstráveis, porém as ilusões cognitivas são mais dificilmente detectáveis. Em seguida, foi feita uma discussão em grupos sobre quais práticas gerenciais referentes ao comportamento humano para inovação podem ser desenvolvidas e implementadas amanhã na empresa? A partir da discussão foi elaborado o Cardápio da Inovação com ações que as empresas podem implementar para incentivar a inovação por meio de 3
ações em diversas áreas da organização: COMUNICAÇÃO Nivelamento de toda a empresa sobre a estratégia, drivers de tomada de decisão, conceito de inovação, etc. Sensibilização dos departamentos da empresa a respeito do conceito de inovação e da importância dessa estratégia para a organização. Comunicar de forma mais clara e abrangente do processo sistêmico Criar canais de conversa e interação entre os colaboradores e entre equipes de diferentes áreas. ROTINAS E PROCESSOS Registro compartilhado de ações e processos. Registrar a diferença de performance entre colaboradores para assim criar uma base com as melhores práticas. Realizar um Diagnóstico na empresa de pontos forte e fracos em relação ao ambiente de inovação e habilidades dos colaboradores. Promover a troca de pessoas entre áreas de forma a promover maior integração das equipes e proporcionar uma visão sistêmica do processo. Criar Programa de Geração de Ideias Identificar os participantes e promover ações de reconhecimento (comunicação interna, mural, email, etc). Separar as ideias por área de gestão e impacto para avaliação. GESTÃO DE PESSOAS Capacitar em gestão a equipe envolvida em projetos de inovação. Trabalhar com o RH da empresa para alterar a gestão de desempenho Inserir a inovação nas avaliações de desempenho Inserir um Monitoramento de Performance Criar na empresa um momento de inovação para que todos se familiarizem com o conceito e com a estratégia da empresa. COMPORTAMENTO Trabalhar com as equipes questões ligadas ao comportamento, como a confiança e a cooperação. Promover maior integração entre as áreas. Criar um grupo de trabalho multidisciplinar para a solução de problemas específicos (inclusive RH). As organizações que buscam a inovação como uma forma de se destacar no mercado devem desenvolver a capacidade inovadora dos seus colaboradores, criar um ambiente propício a novas ideias, reter e captar os talentos. As ações que foram levantadas pelos presentes servem de reflexão 4
para que as empresas implementem novas práticas e revejam as atuais para que incentivem o comportamento inovador em suas empresas. Métricas de Inovação Finalizando os trabalhos do dia no CRI Minas o professor Hugo Tadeu apresentou casos de empresas para demonstrar como estruturar métodos e processos é vital para as empresas que queiram inovar. A sistematização do processo de inovação vem levando empresas como Embraer, 3M, e outras a atingir um outro patamar no que diz respeito aos resultados alcançados através da inovação. Dentro dessa linha, o professor Hugo propôs que as empresas façam um acompanhamento mais sistematizado do processo de inovação. Ao longo de 2013 o professor Hugo e a professora Hérica Righi irão desenvolver esse trabalho junto as empresas associadas ao CRI Minas para que possam construir em conjunto conhecimento relevante que resultem em novas práticas e ferramentas de gestão. Até a próxima! Equipe CRI Minas Empresas Associadas: 5