ANÁLISE DAS EMISSÕES DE GEE NO BRASIL (1970-2013) E SUAS IMPLICAÇÕES PARA POLÍTICAS PÚBLICAS



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Transcrição:

documnto sínts ANÁLISE DAS EMISSÕES DE GEE NO BRASIL (1970-2013) E SUAS IMPLICAÇÕES PARA POLÍTICAS PÚBLICAS rdação organização tasso rznd d azvdo agosto, 2015

Coordnação Gral do SEEG Tasso Rznd d Azvdo Coordnação Técnica Enrgia Procssos Industrais: IEMA Instituto d Enrgia Mio Ambint Agropcuária: Imaflora Instituto d Manjo Crtificação Florstal Agrícola Rsiduos: ICLEI Govrnos Locais para Sustntabilidad Mudança d Uso da Trra: Imazon Instituto do Homm Mio Ambint da Amazônia Equip Técnica dst rlatório Obsrvatório do Clima (coordnação) Tasso Rznd d Azvdo (rdação organização) Rvisão Carlos Ritll Claudio Anglo Est rlatório foi rvisado também plas quips rdatoras dos rlatórios analíticos storiais d organizaçõs mmbros do Obsrvatório do Clima Facilitação GVcs Produção ditorial Walkyria Garotti (dsign) Sandro Falstti (infografia) José Julio do Espirito Santo (rvisão d txto) Ralização Apoio Documnto sínts [rcurso ltrônico] : anális das missõs d GEE no Brasil (1970-2013) suas implicaçõs para políticas públicas / Govrnos Locais pla Sustntabilidad (ICLEI)... [t al.]. São Paulo : Obsrvatório do Clima, 2015. 52 p. 1. Efito stufa (Atmosfra). 2. Brasil Indústrias Aspctos ambintais. 3. Política ambintal. 4. Enrgia Aspctos ambintais. 5. Solo uso. 6. Agropcuária.7. Políticas públicas. I. Govrnos Locais pla Sustntabilidad (ICLEI). II. Título. CDU 551.588 Ficha catalográfica laborada pla Bibliotca Karl A. Bodckr da Fundação Gtulio Vargas - SP. EMISSÕES DE GEE SÍNTESE 2

Sumário 1 Introdução 2 Panorama Gral das Emissõs Brasiliras 2.1 Emissõs nos difrnts stors da conomia 2.1.1 Agropcuária 2.1.2 Enrgia 2.1.3 Procssos Industriais 2.1.4 Rsíduos 2.1.5 Mudança d Uso da trra 2.2 Emissõs por difrnts gass d fito stufa 2.3 Emissõs por atividad conômica 2.4 Emissõs alocadas nos Estados 3 Anális do panorama atual d missõs, tndências dsafios 3.1 Emissõs brasiliras no contxto global 3.2 Projção das missõs até 2020 3.3 Evolução das políticas públicas d mudanças climáticas 3.3.1. Plano Nacional d Mudanças Climáticas 3.3.2. REDD+ 3.3.3. Mrcado Brasiliro d Rdução d Emissõs 3.3.4. Grupo Excutivo sobr Mudanças Climáticas 3.3.5. Invntários d Emissõs Rmoçõs d GEE 4 Rcomndaçõs 5 ANEXOS ANEXO 1 Proposta para uma INDC para o Brasil laborada plo Obsrvatório do Clima (lançada m 26 d junho d 2015) ANEXO 2 Documnto d sustntação da proposta d INDC do Obsrvatório do Clima (lançado m 26 d junho d 2015) ANEXO 3 Emissõs d GEE no Brasil, por font d missão, ntr 1970 1989 (t CO 2 ) todos os stors xcto mudança d uso da trra ANEXO 4 Emissõs d GEE no Brasil, por font d missão, ntr 1990 2013 (t CO 2 ) ANEXO 5 Rmoçõs d GEE no Brasil ntr 1990 2012 (t CO 2 ) ANEXO 6 Fators d quivalência m carbono GWP GTP 5 7 10 10 11 15 17 18 20 23 24 26 26 27 31 32 32 33 33 33 34 36 36 43 49 50 51 51 Emissõs d GEE sínts 3

Índic d Figuras Figura 1: volução das missõs brutas d GEE no Brasil ntr 1990 2012 ( )... 7 Figura 2: missõs d GEE no Brasil (xcto mudança d uso da trra) ntr 1970 2013...8 Figura 3: missõs médias d GEE por stor pra príodos slcionados ntr 1970 2013 (t CO 2 ) (ntr 1970 1989, não inclui mudanças d uso da trra)... 9 Figura 4: missõs d CO 2 por substor da agropcuária brasilira... 10 Figura 5: missõs da agropcuária brasilira por substors fonts missoras m 2013... 11 Figura 6: missõs d CO 2 do stor d nrgia por font primária... 12 Figura 7: missõs d CO 2 do stor d nrgia por sgmnto d atividad... 13 Figura 8: volução da participação das fonts primárias na gração d EE... 14 Figura 9: missõs d CO 2 m atividads industriais... 15 Figura 10: missõs d CO 2 m atividads industriais por ramo industrial... 16 Figura 11: missõs por tratamnto d rsíduos (1970-2013)... 17 Figura 12: missõs brutas d tonladas d dióxido d carbono (GWP) do stor d mudança d uso da trra no príodo 1990-2013... 18 Figura 13: missõs brutas, líquidas rmoçõs d GEE do stor d mudança d uso da trra (1990-2013)... 19 Figura 14: volução da participação dos difrnts GEE nas missõs brasiliras ntr 1990-2013 (% total m CO 2 )... 20 Figura 15: participação dos difrnts GEE nas missõs brasiliras m 2000 2013 (% total m CO 2 )... 21 Figura 16: missõs d GEE no Brasil, por stor gás, m 2005 ( )... 22 Figura 17: missõs d GEE no Brasil, por stor gás, m 2013 ( )... 22 Figura 18: missõs d GEE no Brasil, por atividad conômica, m 2013 ( )... 23 Figura 19: stimativa das missõs d GEE (CO 2 ) m 2013 alocadas nos stados brasiliros... 24 Figura 20: stimativa das missõs d GEE (CO 2 ) m 2013 alocadas nos stados brasiliros xcluindo as missõs por mudança d uso da trra..25 Figura 21: stimativa d missão pr capita nos stados brasiliros m 2013 (t CO 2 /habitant)... 25 Figura 22: missõs d GEE no Brasil no mundo ntr 1990 2013 ( )... 26 Figura 23: volução das missõs pr capita no Brasil no mundo (1990-2012)... 27 Figura 24: projção d missõs d GEE no Brasil até 2020 (Gt CO 2 )... 28 Figura 25: proposta d mta d rdução d missõs d GEE do Brasil m 2030 2050... 29 Índic d tablas Tabla 1: volução das missõs brutas líquidas d GEE no Brasil por stor ntr 1970 2013 ( )... 8 Tabla 2: volução das missõs brutas d GEE no Brasil por tipo d gás (t)... 20 Tabla 3: volução das missõs brutas d GEE no Brasil, por tipo d gás, m carbono quivalnt GWP GTP... 21 Emissõs d GEE sínts 4

1 introdução A anális d impactos das políticas, mdidas açõs para a mitigação das mudanças climáticas dpnd fundamntalmnt da xistência d dados consistnts, d boa qualidad atualizados sobr missõs d gass d fito stufa (GEE). O govrno brasiliro já produziu dois Invntários Brasiliros d Emissõs Rmoçõs Antrópicas d Gass d Efito Estufa Não Controlados plo Protocolo d Montral: o Primiro Invntário 1, lançado m 2004, aprsntou informaçõs sobr missõs brasiliras d gass d fito stufa para os anos d 1990 1994, o Sgundo Invntário 2, lançado m 2010, contém dados sobr missõs brasiliras para os anos d 1990, 1994, 2000 2005. Está prvisto para 2015 3 o lançamnto do Trciro Invntário, com dados d 2010 a rvisão da séri histórica dsd 1990. Além disso, m 2014, o Ministério d Ciência Tcnologia Inovação publicou as Estimativas Anuais d Emissõs d Gass d Efito Estufa no Brasil 4 para o príodo d 1990 a 2012. Em 2009, o govrno brasiliro adotou, pla primira vz, compromissos para a rdução d missõs d GEE 5, m 2010, um dcrto prsidncial dfiniu qu stimativas d missõs oficiais sriam publicadas anualmnt a partir d 2012 6. A produção d invntários stimativas oficiais plo govrno fdral é fundamntal tanto para cumprir as obrigaçõs do país junto à Convnção-Quadro das Naçõs Unidas sobr a Mudança do Clima (UNFCCC) quanto para avaliar o status das missõs d gass d fito stufa gradas plas difrnts fonts a progrssão dssas missõs ao longo do tmpo, a fim d subsidiar políticas públicas qu objtivm sua rdução su control.no ntanto, o lapso d tmpo ntr o ano da publicação dos dados oficiais o ano dos dados mais rcnts, bas dos invntários stimativas oficiais, é ainda significativo 7. Ess intrvalo impd a idntificação imdiata d novas tndências d mudanças rápidas nos padrõs d missõs, totais storiais, o qu sria fundamntal para a adoção d mdidas corrtivas, dfinição d prioridads, aprimoramnto d políticas públicas dircionamnto d invstimntos públicos privados para promovr a ncssária rdução d missõs. 1 Disponívl m: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0004/4199.pdf, acssado m 11/03/2015. 2 Disponívl m: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0214/214061.pdf, acssado m 11/03/2015. 3 Entr novmbro d 2014 janiro d 2015 foram colocados m consulta publica por príodos d uma a três smanas os rlatórios storiais parciais qu no conjunto comporão o trciro invntário d missõs. 4 Disponívl m: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0235/235580.pdf, acssado m 11/03/2015. 5 Entr 36,1% 38,9% m rlação a missõs projtadas até 2020 (Li nº 12.187, d 29 d dzmbro d 2009). 6 Dcrto nº 7.390, d 9 d dzmbro d 2010, disponívl m http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/dcrto/d7390.htm, acssado m 09/03/2015. 7 O tmpo dcorrido ntr a publicação do trciro invntário ano d rfrência (2010) srá d quas cinco anos. E as stimativas d 2012 foram publicadas no final d 2014. EMISSÕES DE GEE SÍNTESE 5

Além d sr muito important tr disponívis dados d missõs d gass d fito stufa mais rcnts, xist um grand dsafio rlacionado aos invntários stimativas oficiais, qu é o da dmocratização do su acsso. As bass d dados oficiais dvm prmitir a qualqur intrssado o xam dos dados qu subsidiam o cálculo das missõs d gass d fito stufa, bm como o dtalhamnto das missõs por gass, stors atividads. O Dcrto 7.390/2010 8, qu rgulamnta a Política Nacional sobr Mudança do Clima, stablc qu as stimativas anuais d missõs d gass d fito stufa no Brasil dvm sr publicadas m formato apropriado para facilitar o ntndimnto por part dos sgmntos da socidad intrssados. No ntanto, os invntários stimativas oficiais já publicados são disponibilizados somnt m formato portabl documnt fil (pdf), o qu dificulta bastant o uso dos dados. Diant disso, m 2013, a rd d organizaçõs da socidad civil Obsrvatório do Clima, juntamnt com parciros, dsnvolvu o Sistma d Estimativa d Emissõs d Gass d Efito Estufa (SEEG) 9, produzindo stimativas d missõs dsss gass para o Brasil para o príodo d 1990 até 2012, tndo como bas a mtodologia adotada m invntários nacionais d missõs, dfinida plo Painl Intrgovrnamntal sobr Mudanças Climáticas (IPCC) os fators d missão aplicados no Sgundo Invntário Brasiliro d Emissõs Rmoçõs Antrópicas d Gass d Efito Estufa. Em novmbro d 2014 foi lançada a sgunda vrsão da plataforma SEEG, ampliada aprofundada. Os dados agora cobrm o príodo d 1970 a 2013 (xcto para mudança d uso da trra, qu tm dados d 1990 a 2013) os dados também são aprsntados alocados nos 27 stados da fdração também por atividad conômica, prmitindo um novo olhar sobr as missõs brasiliras. O SEEG Brasil inspirou a criação da iniciativa SEEG Pru, qu publicou, no início d 2015, as stimativas d missão d gass d fito stufa no Pru ntr 1990 2013 também m plataforma publica na intrnt. Iniciativas similars stão m avaliação m outros paíss. O SEEG, além d important sob a prspctiva do acsso à informação d qualidad atualizada sobr missõs brasiliras d gass qu provocam o aqucimnto global, possibilita a laboração d um important conjunto d análiss avaliaçõs sobr os principais stors missors no Brasil no contxto d políticas públicas fdrais qu s rlacionam com a mitigação das mudanças climáticas. Est documnto aprsnta a sínts das avaliaçõs storiais, idntificando alguns dos principais dsafios para o país numa trajtória d dsnvolvimnto com rduçõs progrssivas d missõs d gass d fito stufa.no sit do SEEG (http://sg.obsrvatoriodoclima.co.br) podm sr acssados os rlatórios spcíficos para agropcuária, procssos industriais, nrgia, rsíduos mudanças d uso da trra. 8 Disponívl m: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/dcrto/d7390.htm, acssado m 09/03/2015. 9 Os dados do SEEG as rspctivas notas mtodológicas análiss podm sr consultadas m: http://sg.obsrvatoriodoclima.co. br EMISSÕES DE GEE SÍNTESE 6

2 Panorama Gral das Emissõs Brasiliras Entr 1990 2013, as missõs brutas d GEE brasiliras passaram d 1,83 bilhão d tonladas d gás carbônico quivalnt (Gt CO 2 ) para 1,59 Gt CO 2 uma quda d 15%. A trajtória das missõs, contudo, tv príodos distintos d crscimnto rdução d missõs, suprando 2,8 Gt CO 2 m 1995 2004, caindo quas à mtad dss valor (1,4 Gt CO 2 ) m 2012. Entr 2012 2013, houv um aumnto d 8% das missõs apsar da quas stagnação da conomia (crscimnto do PIB mnor qu 1,5%, sgundo IBGE). No msmo príodo (1990-2013), as missõs globais crscram d forma quas contínua mais d 35%, alcançando crca d 52 bilhõs d tonladas (Gt CO 2 ) m 2013. No Brasil, as variaçõs ao longo do tmpo são xplicadas spcialmnt plas altraçõs do uso da trra, m spcial o dsmatamnto na Amazônia, qu já chgaram a rprsntar mais d dois trços das missõs brasiliras atualmnt caíram para um trço do total. Quando considradas as missõs brutas, as mudanças d uso da trra rprsntam ainda a maior font d missõs d gass d fito stufa no Brasil. 3.500 Mudança d uso da trra Rsíduos Procssos industriais Agropcuária Enrgia 3.000 2.500 Milhõs 2.000 1.500 1.000 500 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Figura 1: volução das missõs brutas d GEE no Brasil ntr 1990 2012 ( ) Emissõs d GEE sínts 7

Quando considradas as rmoçõs d CO 2 da atmosfra por manutnção d florstas naturais 10, obsrva-s qu as missõs líquidas d GEE partiram d 1,53 Gt CO 2 m 1990 chgaram a 1,15 Gt CO 2 m 2013 uma rdução d 24% no príodo. Os picos d missõs líquidas acontcram m 1995, quando las alcançaram 2,5 Gt CO 2, 2005, quando chgaram a quas 2 Gt CO 2. Entr 2012 2013, o aumnto da missõs liquidas foi d 11%. Stors 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012 2013 Enrgia 114 172 212 201 221 241 297 312 367 380 416 449 Agropcuária 161 206 240 256 287 317 328 392 406 418 413 418 Procssos industriais 14 22 39 46 51 65 76 83 95 101 101 99 Rsíduos 16 19 22 25 29 33 38 41 49 48 48 49 Mudança d uso da trra n.d n.d n.d n.d 1.247 2.204 1.458 1.506 599 568 466 542 Total * 305* 418* 512* 529* 1.835 2.860 2.197 2.335 1.515 1.515 1.443 1.558 Rmoçõs (florstas m áras protgidas) -304-305 -327-374 -409-409 -409-411 Emissõs líquidas * 305 418 512 529 1.531 2.555 1.870 1.961 1.106 1.106 1.034 1.147 *n.d.: não foram stimadas as missõs d mudança d uso da trra para o príodo d 1970 a 1989. Tabla 1: volução das missõs brutas líquidas d GEE no Brasil por stor ntr 1970 2013 ( ) O lvantamnto das missõs nos difrnts stors prmit obsrvar dois comportamntos. Enquanto no caso d mudanças d uso da trra, as missõs têm grands oscilaçõs ao longo do tmpo, acompanhando a dinâmica do dsmatamnto (figura 1), no caso d nrgia, agropcuária, procssos industriais rsíduos, as missõs têm tido um crscimnto contínuo dsd o anos 1970 como s pod obsrvar na Figura 2. 1.200 Rsíduos Procssos industriais Agropcuária Enrgia 1.000 Milhõs d t CO 2 800 600 400 200 0 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Figura 2: missõs d GEE no Brasil (xcto mudança d uso da trra) ntr 1970 2013 10 A mtodologia do IPCC prmit aos paíss incluírm como rmoçõs antrópicas o aumnto d stoqus d carbono d florstas naturais qu stão protgidas pla ação humana, sndo a dfinição das msmas um atribuição d cada país. No caso brasiliro foram considradas as Unidads d Consrvação as Trras Indígnas. Apsar star d acordo com as dirtrizs do IPCC, o Obsrvatório do Clima considra qu ssa dfinição nacional d rmoção tnd a distorcr os dados d missõs brasiliras portanto stima, mas rporta m sparado dados d rmoçõs pla manutnção d florstas m áras protgidas. Quando s subtrai as rmoçõs das missõs s obtém as missõs líquidas. Emissõs d GEE sínts 8

No ntanto, quando considrada a volução dos stors sparadamnt, o stor d mudanças d uso da trra aprsntou uma quda d 56% nas missõs no príodo d 1990 a 2013 nquanto os dmais dmonstraram uma tndência nítida d aumnto. O stor d nrgia foi o qu aprsntou maior prssão, com incrmnto d 103%, sguido d procssos industriais rsíduos, com aumntos d missõs m 93% 68%, do stor agropcuário, cuja alta rgistrada foi d 46% no príodo d 1990 a 2013. 2.500 Mudança d uso da trra Rsíduos Procssos industriais Agropcuária Enrgia Milhõs d t CO 2 2.000 1.500 1.000 500 0 1970/75 1975/80 1980/85 1985/89 1990/95 1995/00 2000/05 2005/10 2011 2012 2013 Figura 3: missõs médias d GEE por stor para príodos slcionados ntr 1970 2013 (t CO 2 ) (ntr 1970 1989, não inclui mudanças d uso da trra) Quando s xclum as missõs d mudança d uso da trra m todo o príodo d 43 anos ntr d 1970 a 2013, somnt houv quda d missõs m quatro anos d cris conômica: 1981, 1983, 1991 2009 ainda assim, qudas pqunas, d 1% a 2%. Mas, já no ano sguint, as missõs voltavam a subir. Como consquência, a mudança d uso da trra (rsultant spcialmnt do dsmatamnto), qu durant os anos 1990 chgou a 70% das missõs brasiliras, caiu para 35% m 2013. As missõs d agropcuária também tivram crscimnto continuo, mas mnor qu o d nrgia. Como rsultado, as missõs d nrgia supraram as missõs d agropcuária pla primira vz m 2012 ampliaram ssa difrnça m 2013. Quando considradas as missõs líquidas, a nrgia já é a principal font d GEE do Brasil, com 39% das missõs, sguida da agropcuária, com 36%. Entr 1970 2013, houv um crscimnto d quas 300% nas missõs d nrgia. Emissõs d GEE sínts 9

2.1 Emissõs nos difrnts stors da conomia 2.1.1 Agropcuária Dpois d nrgia mudança do uso da trra, o stor agropcuário é o qu mais mit no país. As missõs do stor 11 corrspondm às missõs dirtas da atividad agrícola pcuária (uso d frtilizants, manjo d djtos animais, tc.). As missõs da agropcuária crscram 160% dsd 1970, mas nos últimos três anos têm s mantido praticamnt stávis na casa d 406 milhõs a 418 milhõs d t CO 2. Os principais contribuints para missõs no stor são o mtano mitido pla frmntação ntérica na pcuária no manjo d djtos animais, o uso d frtilizants nitrognados, atividad qu aprsnta a maior taxa d crscimnto. Entr 1970 2013, o aumnto das missõs por uso d frtilizants foi d 1.240%. Apnas ntr 2000 2013, o aumnto foi d mais d 122%. Emissão d GEE ( ) 450 375 300 225 150 75 0 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2013 Solos agrícolas Quima d rsíduos agrícolas Manjo d djtos animais Frmntação ntérica Cultivo d arroz Figura 4: missõs d CO 2 por substor da agropcuária brasilira Quando s analisam as missõs por tipo d atividad agropcuária, a pcuária d bovinos rprsnta mais d 75% das dscargas d gass-stufa do stor. Na pcuária prdominam as missõs d mtano provnints da frmntação ntérica dposição d strco m pastagns. Já as missõs por quima d cana-d-açúcar caíram à mtad nas últimas décadas nquanto a produção dobrou. Isso acontc plas divrsas iniciativas lgais storiais para rduzir (com vistas a liminar) a quima d cana pré-colhita manual, qu tm sido majoritariamnt substituída pla mcanização. 11 Acss m http://sg.co.br a bas d dados complta o rlatório analítico dtalhado sobr as missõs no stor agropcuário. Emissõs d GEE sínts 10

Frmntação ntérica 236 57% 64% 267 Bovinos d cort Solos agrícolas Manjo d djtos Quima d rsíduos Cultivo d arroz 150 17 5 10 36% 4% 1% 2% 12% 2% 2% 4% 7% 1% 4% 50 10 9 15 31 5 15 Bovinos d lit Suínos Avs Outros animais Frtilizants Solos orgânicos Rsíduos agrícolas 1% 5 Cana-d-açúcar 2% 10 Arroz Figura 5: missõs da agropcuária brasilira por substors fonts missoras m 2013 As grands oportunidads d rdução d missõs dirtas da atividad agropcuária stão no manjo das pastagns, qu, quando m stado d dgradação, prdm biomassa do solo mitm carbono, quando bm manjadas, tornam-s sumidouros d carbono qu podm compnsar as missõs d mtano. O aumnto da prcocidad do abat dos animais adaptaçõs na dita animal também podm contribuir para rduzir as missõs. A fixação biológica d nitrogênio é outra grand oportunidad d mitigação, uma vz qu rduz as missõs por frtilizants nitrognados ainda absorv nitrogênio, um dos gass d fito stufa com maior potncial d aqucimnto global (1 t d N 2 O quival a 310 t CO 2 ). Rcntmnt, a EMBRAPA dsnvolvu a tcnologia para ampliar a fixação biológica d nitrogênio das gramínas (cana-d-açúcar, trigo, arroz, capim). Até ntão, ssa tcnologia s rstringia às lguminosas (soja fijão). 2.1.2 nrgia O stor d nrgia 12 incluindo produção consumo d combustívis nrgia létrica rprsnta a sgunda maior font d missõs d GEE no Brasil, com 29% das missõs m 2013, atrás apnas d mudança d uso da trra, com 35% das missõs. Ess é o stor ond mais crscm as missõs nos últimos anos. Entr 1970 2013, as missõs s multiplicaram por quatro. Nos últimos cinco anos, portanto após aprovação da Política Nacional sobr Mudança do Clima, as missõs d nrgia aumntaram 34%, spcialmnt dvido à quda da participação do tanol ao aumnto do consumo d gasolina disl, além do aumnto d gração trmolétrica no Brasil. 12 Acss m http://sg.co.br a bas d dados complta o rlatório analítico dtalhado sobr as missõs no stor d nrgia. Emissõs d GEE sínts 11

500 450 400 Milhõs d tonladas d CO 2 350 300 250 200 150 100 50 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 1% 2% 2% 6% 17% 2013 72% Consumo d biomassa* Outros** Produção consumo d carvão minral Produção consumo d gás natural Extração d ptrólo gás natural Produção consumo d ptrólo *As missõs d CO 2 gradas plo consumo d biomassa corrspondm às missõs d CH 4 N 2 O (as missõs líquidas d CO 2 dsss combustívis são considradas nulas). **Tratam-s das missõs d CH 4 N 2 O das misturas d gasolina automotiva com tanol anidro (gasolina C) d disl minral com biodisl (ólo disl). Figura 6: missõs d CO 2 do stor d nrgia por font primária A participação d fonts rnovávis na matriz nrgética brasilira, qu nos 1990 chgou a suprar 50%, caiu para 41% m 2013 m 2014 ficou abaixo d 40% pla primira vz dsd qu o Ministério d Minas Enrgia comçou a fazr os lvantamntos. O Gráfico 1 mostra a volução das missõs por font primária, com amplo prdomínio do ptrólo (72% m 2013), sguido do gás natural (17%) do carvão (6%). Entr 2000 2013, o crscimnto mais xprssivo s du no gás natural, qu triplicou as missõs no príodo, sguido do ptrólo. EMISSÕES DE GEE SÍNTESE 12

Quando obsrvadas as missõs por difrnts atividads, o transport lidra as missõs, com 47% m 2013 (ss prcntual ra 38% m 1990). A partir d 2009, houv fort crscimnto das missõs dss stor, m spcial no transport d cargas no transport individual d passagiros. O consumo d gás natural também du um salto, na stira do aumnto d gração létrica a partir d térmicas dvido à cris das hidrlétricas. No caso dos vículos d passagiros, o crscimnto das missõs s du por dois fators. Primiro, o fort aumnto da quilomtragm rodada por carros d passio motos, qu crscu, rspctivamnt, 68% 120% ntr 2006 2013, sgundo dados laborados a partir do Invntário Nacional d Emissõs Atmosféricas por Vículos Automotors Rodoviários 2013 (MMA, 2014). O sgundo fator foi a quda da participação do consumo d álcool o aumnto da dmanda por gasolina a partir d 2009 dvido a dsquilíbrio d prços. Essa tndência comçou a s rvrtr m 2013, quando o consumo d gasolina dsaclrou o consumo d álcool voltou crscr, rtornando aos nívis d 2010. Transports Industrial Gração d ltricidad Produção d combustívis Agropcuário Rsidncial Comrcial Público 250 Milhõs d tonladas d CO 2 200 150 100 50 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 4% 5% 38% 4% 5% 47% 17% 1990 11% 2013 20% 11% 4% 15% 17% Figura 7: missõs d CO 2 do stor d nrgia por sgmnto d atividad EMISSÕES DE GEE SÍNTESE 13

O transport d carga rprsnta 46% das missõs do stor d transport psa bastant dvido à prdominância do sistma modal rodoviário no Brasil (58%). Na Rússia nos EUA, por xmplo, o transport rodoviário não passa d 8% 32%, rspctivamnt. O transport d cargas plo modal rodoviário mit quatro vzs mais CO 2 por tonlada transportada/km do qu o modal frroviário cinco vzs mais do qu o modal hidroviário. As missõs do stor létrico só m 2013 crscram 20 milhõs d t CO 2 m comparação ao ano antrior. Isso quival quas às missõs d toda a frota d ônibus do Brasil (23 ) m 2013. A Figura 8 mostra a quda da gração d nrgia m hidrlétricas o aumnto da gração m trmlétricas. É possívl notar qu o crscimnto da gração trmlétrica s iniciou bm ants da cris dos rsrvatórios das hidrlétricas, iniciada m 2013. Hidráulica Térmica a combustão Térmica nuclar Eólica 450 400 350 300 TWh 250 200 150 100 50 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 1% 6% 1% 2% 69% 1990 93% 2013 28% Figura 8: volução da participação das fonts primárias na gração d EE Font: laborado a partir do BEN 2014, Ano-Bas 2013 (EPE, 2014) EMISSÕES DE GEE SÍNTESE 14

No ritmo atual d crscimnto das missõs d nrgia, a tndência é qu o stor s torn a maior font d missõs brasiliras nos próximos anos s os nívis d dsmatamnto form mantidos ou rduzidos. No SEEG 2.0 foram stimadas também as missõs dos chamados bunkr fuls, ou missõs qu ocorrm m spaços intrnacionais, não podndo sr alocadas dirtamnt ao Brasil, qu corrspondm ao transport intrnacional d carga passagiros (aéro marítimo). Essas missõs crscram d 11 milhõs para 19 milhõs d t CO 2 ntr 2000 2010, atingiram um pico d 20 m 2011 caíram nos últimos dois anos, atingindo 18 m 2013, o qu quivalria a 4% das 449 d missõs associadas ao stor d nrgia do Brasil. 2.1.3 Procssos industriais O Stor d procssos industriais 13 qu inclui missõs dirtas dcorrnts d procssos d transformação química /ou física d matriais, xcluindo missõs d nrgia tratamnto d rsíduos qu contam nos stors spcíficos tm acompanhando d forma mais próxima as variaçõs do dsmpnho da conomia (PIB). As missõs mais do qu triplicaram ntr 1970 1990 (d 14 para 51 ), dsd ntão, quas dobraram, alcançando 100 ntr 2011 2013. Em 2013, ss foi o único stor a rduzir missõs quando comparado com 2012, num cnário m qu, apsar do fraco dsmpnho da conomia, as missõs do país subiram 8%. Procssos industriais Consumo final nrgético 120 Milhõs d tonladas d CO 2 100 80 60 40 20 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2013 57% 43% Figur a 9: missõs d CO 2 m atividads industriais 13 Acss m http://sg.co.br a bas d dados complta o rlatório analítico dtalhado sobr as missõs no stor d nrgia procssos industriais. EMISSÕES DE GEE SÍNTESE 15

As atividads industriais rprsntam o sgundo maior consumo d combustívis fóssis no país, atrás apnas dos transports. No qu diz rspito ao consumo d nrgia létrica no país, a indústria é rsponsávl pla maior parcla, com 41%, sguida do stor rsidncial, com 24%, comrcial, com 16%. Quando somados os procssos industrias a quima d combustívis, as missõs associadas à atividad industrial supram 174. Os sgmntos qu mais contribum para as missõs na indústria são a sidrurgia (produção d frro-gusa aço) a produção d cimnto. Juntos, sss stors rprsntaram 52% das missõs da indústria m 2013. O principal fator qu xplica a rdução d missõs d procssos industriais foi a quda d produção na sidrurgia, consquência da rdução d dmanda da matéria-prima pla China, cuja conomia sofru fort dsaclração. 60 Frro-gusa aço Cimnto Química Não frrosos outros da mtalurgia Minração plotização Alimntos bbidas Crâmica Papl clulos Têxtil Frroligas Outras indústrias Milhõs d tonladas d CO 2 50 40 30 20 10 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 17% 1% 1% 3% 3% 3% 4% 8% 2013 25% 27% 8% Figura 10: missõs d CO 2 m atividads industriais por ramo industrial O sgmnto d cimnto continuou com missõs m alta, apsar d dsaclrar m 2013. A produção d cimnto passou por uma rdução d missõs por tonlada ntr 2000 2004 dvido ao aumnto do uso d aditivos (rdução do uso d clínqur). Com o aqucimnto da construção civil na ultima década, as missõs voltaram a subir. EMISSÕES DE GEE SÍNTESE 16

A quda das missõs no stor industrial dpnd d aumntos da ficiência nrgética inovaçõs m procssos industriais, como a xpansão das possibilidad d uso d carvão vgtal na sidrurgia, altrnativas técnicas para rduzir ainda mais o uso d clínqur na produção d cimnto ainda procssos d captura armaznamnto d carbono. Uma rflxão adicional ncssária é quanto ao tipo d indústria d transformação qu s prtnd para o futuro no Brasil. Há qu psar, stratgicamnt, as vantagns dsvantagns da prmanência /ou altração d sgmntos ltrointnsivos. 2.1.4 rsíduos O stor d rsíduos 14 rspond pla mnor parcla d missõs no Brasil, com 48,7 milhõs d t CO 2 m 2013. Msmo assim, ssa cifra rprsnta um crscimnto d 300% dsd 1970 50% ntr 1990 2013. O tratamnto d sgoto doméstico a disposição d rsíduos tm uma rlação bastant dirta com a população urbana do país. O tratamnto corrto dsss rsíduos tnd, no primiro momnto, a aclrar as missõs, por nvolvr procssos anaróbicos qu potncializam as missõs d mtano (d lixão para atrro controlado, por xmplo). Mas, no longo prazo, a implmntação d sistmas d tratamnto complto (como atrro sanitário com rcupração quima do mtano) tnd a rduzir as missõs. A proporção d colta tratamnto d sgoto rsíduos sólidos ainda é baixa no Brasil. Portanto, a trajtória d missõs ainda srá d subida nos próximos anos. 50 CO 2 (t GWP) Tratamnto d flunts industriais Tratamnto d flunts domésticos Disposição d rsíduos Incinração d rsíduos Milhõs d tonladas 40 30 20 10 0 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010 Figura 11: missõs por tratamnto d rsíduos (1970-2013) As stimativas d missõs nss stor stão associadas a políticas públicas d rsponsabilidad municipal são prjudicadas pla dficiência nas informaçõs disponívis sobr sistmas d colta tratamnto d sgoto rsíduos sólidos. A implmntação complta do Sistma Nacional d Informaçõs sobr Sanamnto (SNIS) do Sistma Nacional d Informaçõs sobr a Gstão dos Rsíduos Sólidos (SINIR) é fundamntal para mlhor stimar as missõs dst stor. 14 Acss m http://sg.co.br a bas d dados complta o rlatório analítico dtalhado sobr as missõs no stor d rsíduos. Emissõs d GEE sínts 17

2.1.5 Mudança d Uso da trra O stor d mudança d uso da trra corrspond às missõs por altraçõs da cobrtura vgtal (dsmatamnto ou rflorstamnto) d altraçõs no uso da trra, incluindo variaçõs d culturas aplicação d calcário. Ess foi o único stor para o qual não foi possívl stimar as missõs ntr 1970 1989 dvido à falta d informaçõs sobr altraçõs do uso da trra nss príodo. Entr 1990 2013, as missõs d gass d fito stufa do stor rprsntaram a maior parcla das missõs brasiliras, chgando a mais d 70% m alguns anos. Em 2012, las atingiram su valor mais baixo, 32% das missõs, m 2013 voltaram a subir, atingindo 35% do total. O principal motivo foi o aumnto do dsmatamnto na Amazônia. Altraçõs d uso da trra (CO 2 ) Calagm (CO 2 ) Quima d rsíduos (CH 4 N 2 O) 2.500 Milhõs d t CO 2 (GWP) 2.000 1.500 1.000 500 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Figura 12: missõs brutas d tonladas d dióxido d carbono (GWP) do stor d mudança d uso da trra no príodo 1990-2013 Emissõs d GEE sínts 18

Ess é único stor m qu são calculadas as parts das rmoçõs d gass d fito stufa m sparado. No caso, as rmoçõs por altração na cobrtura do solo (como rcupração d florstas nativas), foram capturadas indirtamnt no fator d missão agrgado associado às taxas d dsmatamnto m cada bioma, ou sja, para cada hctar dsmatado m cada bioma, s associa um fator d missão qu considra as rmoçõs na msma proporção do último invntário d missõs disponívl. 2.500 Emissão Rmoção Líquido 2.000 Milhõs d t CO 2 1.500 1.000 500 0-500 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Figura 13: missõs brutas, líquidas rmoçõs d GEE do stor d mudança d uso da trra (1990-2013) Já para rmoçõs produzidas plas florstas qu prmancm florstas m áras protgidas, dfinidas como rmoçõs antrópicas plo invntário nacional d missõs rmoçõs d GEE produzido plo Ministério d Ciência Tcnologia, os cálculos são fitos rportados m sparado por padrão no SEEG. As rmoçõs são aumntadas conform crscm as áras protgidas. Diz-s qu as missõs são líquidas quando considram as rmoçõs 15 brutas quando não considram. Quando s computam missõs líquidas, o stor d mudança do uso da trra dixa d sr a principal font d GEE no Brasil a partir d 2009. 15 Esss trmos foram acordados com o Ministério da Ciência, Tcnologia Inovação para vitar comparaçõs quivocadas m difrnts xrcícios d stimativa d missõs. Emissõs d GEE sínts 19

2.2 Emissõs por difrnts gass d fito stufa Três gass dióxido d carbono (CO 2 ), mtano (CH 4 ) óxido nitroso (N 2 O) prfazm 99% das missõs brasiliras m CO 2. O CO 2 isoladamnt rprsnta 66% das missõs totais d gass d fito stufa tm como principais fonts a quima d combustívis fóssis as mudanças d uso da trra. Já o CH 4 rprsnta 22% das missõs totais m CO 2 tm como principais fonts a produção pcuária (77%) o tratamnto d rsíduos (13%). O N 2 O rprsnta 11% das missõs tm como principal font (87%) a adubação d solo tanto por djtos animais quanto por frtilizants nitrognados. A Tabla 2 mostra a volução das missõs por tipo d gás a Figura 14 mostra a volução da participação dos gass nas missõs d GEE brasiliras. Outros N 2 O CH 4 CO 2 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Figura 14: volução da participação dos difrnts GEE nas missõs brasiliras ntr 1990-2013 (% total m CO 2 ) As missõs d CO 2 chgaram a rprsntar mais d 80% das missõs m 1995 2004, quando ocorrram picos no dsmatamnto, principalmnt na Amazônia. Stors 1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012 2013 CH 4 13.393.643 16.310.795 15.573.469 17.638.517 16.133.031 16.229.491 15.884.531 16.131.772 CO 13.811.747 13.041.460 11.221.066 12.566.561 13.612.693 13.099.178 12.639.969 12.196.300 CO 2 1.406.457.298 2.350.915.083 1.713.980.867 1.778.388.920 994.420.305 987.008.599 923.968.650 1.027.282.598 N 2 O 462.866 522.273 492.134 575.972 545.159 565.547 557.679 575.039 NMVOC 3.591.226 3.295.613 3.706.811 3.631.891 5.492.366 5.724.077 5.557.470 5.834.715 NO X 1.792.279 2.118.712 2.471.209 2.586.062 2.824.785 2.829.544 2.923.561 3.018.425 CF 4 306 306 147 124 77 67 70 62 C 2 F 6 27 26 12 10 6 5 5 5 HFC-23 120 153 HFC-134a 1 291 1.709 4.051 7.034 6.258 6.671 7.083 HFC-125 7 125 501 468 515 561 HFC-143a 8 93 467 433 476 520 HFC-152a 0 175 SF 6 10 14 15 25 7 8 8 8 HFC-32 106 114 128 143 Tabla 2: volução das missõs brutas d GEE no Brasil por tipo d gás (t) Emissõs d GEE sínts 20