HIDROCEFALIA. LAUDO MÉDICO QUE COMPROVA A NECESSIDADE DO PROCEDIMENTO. DECISÃO DETERMINA A REALIZAÇÃO, SOB PENA DE MULTA



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Transcrição:

DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0022741-44.2014.8.19.0000 AGRAVANTE: MUNICÍPIO DE ARRAIAL DO CABO AGRAVADO: BRYAN RODRIGUES ALVES PINTO REP/S/MÃE NATALY RODRIGUES ALVES DES. RELATOR: FLÁVIA ROMANO DE REZENDE SAÚDE. AÇÃO VISANDO COMPELIR O MUNICÍPIO A REALIZAR EXAME EM CRIANÇA PORTADORA DE HIDROCEFALIA. LAUDO MÉDICO QUE COMPROVA A NECESSIDADE DO PROCEDIMENTO. DECISÃO ANTECIPATÓRIA DOS EFEITOS DA TUTELA QUE DETERMINA A REALIZAÇÃO, SOB PENA DE MULTA DIÁRIA. DIREITO QUE DECORRE DE MANDAMENTO CONSTITUCIONAL. SOLIDARIEDADE ENTRE OS ENTES DA FEDERAÇÃO. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NESTE TRIBUNAL E NOS TRIBUNAIS SUPERIORES. INTELIGÊNCIA DO VERBETE DE SÚMULA 59 DESTE TRIBUNAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO, COM FULCRO NO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC. D E C I S Ã O Cuida-se de agravo de instrumento interposto pelo Estado do Rio Janeiro contra decisão unipessoal do Juízo da Vara Única de Arraial do Cabo, que assim dispôs: Bryan Rodrigues Alves Pinto, representado por sua genitora Nataly Rodrigues Alves, propôs ação em face do Município de Arraial do Cabo e do Estado do Rio de Janeiro e requereu, em antecipação de tutela, que seja determinado que os réus providenciem a realização de exame de eletroencefalograma sob sono induzido em hospital público capacitado e, ainda, os procedimentos médicos necessários, ou, caso não haja vaga, em hospital da rede privada a expensas dos réus, tendo em vista que apresenta quadro de hidrocefalia com crises com convulsões controladas, conforme fls. 10. A representante legal do menor aduz ainda que não possui condições 1

financeiras para arcar com os custos do exame. É o breve relatório. Passa-se à decisão. Os documentos acostados à inicial dão conta de que o autor apresenta quadro de hidrocefalia com crises de convulsões controladas, conforme fls. 10, e necessita do exame referido com os procedimentos médicos pertinentes, sob pena de dano de difícil reparação. Constam, ainda, nos autos documentos indicativos da impossibilidade financeira da representante legal do autor arcar com as despesas do exame. Presente, portanto, o requisito previsto no caput do artigo 273 do CPC, qual seja, a verossimilhança das alegações autorais. Constata-se, ainda, a urgência da medida. A saúde é direito constitucionalmente assegurado, conforme artigo 196 da Carta Magna. É admissível, portanto, que se sobreponha aos interesses patrimoniais que possam envolver a questão. Evidente, deste modo, o receio de dano irreparável ou de difícil reparação, requisito previsto no artigo 273, I do CPC. Em razão do exposto, defere-se a antecipação de tutela para que os réus, Município de Arraial do Cabo e Estado do Rio de Janeiro, providenciem, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, o encaminhamento do autor para a realização do exame de eletroencefalograma sob sono induzido, bem como os procedimentos médicos necessários em hospital público capacitado ou, em caso de não haver hospital conveniado ao SUS, em hospital particular a expensas dos réus, sob pena de multa diária de R$ 200,00 (duzentos reais), limitada em R$ 5.000,00. Defiro JG ao autor. Citem-se e intimem-se. O agravado é uma criança de 9 (nove) anos, portador de hidrocefalia, que necessita da realização urgente de eletroencefalograma, sob sono induzido. Ao apresentar a inicial, a genitora da criança informou que o Hospital Geral de Arraial do Cabo os encaminhou para o Hospital da Criança, em Cabo Frio. No entanto, já naquele hospital, foi informada acerca do encerramento do convênio com o Município de Arraial do Cabo há mais de 03 anos. Voltando ao Hospital Geral de Arraial do Cabo, o então secretário de saúde se comprometeu a custear o exame. Ocorre que, logo após a promessa, o mesmo deixou o cargo e nada foi feito. Argumenta a postulante que a demora na realização do exame pode trazer ao seu filho sequelas irreversíveis. Após exame da inicial o magistrado de 1º grau deferiu o pedido, nos termos da decisão hostilizada, contra a qual se insurge o Município, sustentado que não há provas da recusa no fornecimento do tratamento; que o Juízo de 1º 2

grau não fixou prazo para cumprimento, sendo a multa diária de R$ 200,00 excessiva e desproporcional. Dispenso as contrarrazões e informações. É o relatório. Passo a decidir. O direito ao fornecimento de medicamento e insumos necessários à garantia da saúde pelos entes públicos decorre de mandamento constitucional, nos termos de reiteradas decisões dos Tribunais pátrios, os quais ainda estabelecem a solidariedade entre os entes federados. 1. O artigo 196 da CF impõe o dever estatal de implementação das políticas públicas, no sentido de conferir efetividade ao acesso da população à redução dos riscos de doenças e às medidas necessárias para proteção e recuperação dos cidadãos. 2. O Estado deve criar meios para prover serviços médico-hospitalares e fornecimento de medicamentos, além da implementação de políticas públicas preventivas, mercê de os entes federativos garantirem recursos em seus orçamentos para implementação das mesmas. (arts. 23, II, e 198, 1º, da CF). 3. O recebimento de medicamentos pelo Estado é direito fundamental, podendo o requerente pleiteálos de qualquer um dos entes federativos, desde que demonstrada sua necessidade e a impossibilidade de custeá-los com recursos próprios. Isto por que, uma vez satisfeitos tais requisitos, o ente federativo deve se pautar no espírito de solidariedade para conferir efetividade ao direito garantido pela Constituição, e não criar entraves jurídicos para postergar a devida prestação jurisdicional. RE 607381 AgR / SC - SANTA CATARINA. Min. Luiz Fux. DJe-116 DIVULG 16-06- 2011 PUBLIC 17-06-2011. No caso, a hipossuficiência do autor e a necessidade do exame pleiteado foram constatadas pelo Juízo de 1º grau. Ademais, a decisão proferida, que não merece retoques, está em consonância com inúmeras outras prolatadas por este Tribunal, o que autoriza seja negado seguimento a este recurso. 0003159-50.2013.8.19.0014 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO DES. MARCIA ALVARENGA - Julgamento: 29/04/2014 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL 3

Apelação cível/reexame necessário. Município de Campos dos Goytacazes. Autora que requereu a sua internação imediata em clinica especializada, para que o devido tratamento lhe seja assegurado. Portadora de dependência química, decorrente do uso abusivo de múltiplas drogas psicoativas. Direito à saúde fundamental e que deve ser assegurado a todos. Procedência do pedido. Possibilidade de fornecimento de passe livre para fins de transporte gratuito municipal para a mesma e seu acompanhante. Vale social. Recurso a que se nega seguimento, na forma do art. 557, caput, do CPC. 0058668-08.2013.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO DES. ELTON LEME - Julgamento: 22/01/2014 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. TRATAMENTO DE OXIGENTOTERAPIA HIPERBÁRICA. TUTELA ANTECIPADA DEFERIDA. PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS. APLICAÇÃO DO VERBETE 59 DA SÚMULA DO TJRJ. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. 1. Interposição de recurso contra decisão singular que deferiu a antecipação dos efeitos da tutela para garantir o fornecimento, pelos entes municipal e estatal, do tratamento de oxigenoterapia hiperbárica necessário à sobrevivência do autor, diante da presença dos requisitos autorizadores entendidos como a plausibilidade do direito alegado e a probabilidade de dano. 2. Pretensão deduzida que encontra amparo constitucional, consoante o disposto no art. 196 da Constituição Federal. 3. Responsabilidade solidária dos municípios na garantia do direito à saúde, com aplicação da Súmula 65 do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 4. Princípios da reserva do possível e da isonomia não violados, conforme enunciado nº 04 do Aviso 83/2009 do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 5. Decisão que não se mostra teratológica, contrária à lei ou à evidente prova dos autos. Aplicação do verbete da súmula 59 do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 6. Recurso a que se nega seguimento, nos termos do art. 557, caput, do CPC. O Município contesta que tenha se negado a fornecer o exame. Portanto, a multa fixada não lhe trará qualquer prejuízo, na medida em que deve cumprir a decisão, dentro do prazo fixado pelo Juízo de 1º grau, sob pena não só de pagamento da multa, como de sua majoração. No dizer do Ministro Teori Albino Zavascki 1 : O decurso do tempo, todos o sabem, é inevitável para a garantia plena do direito à segurança jurídica, mas é, muitas vezes, incompatível com a efetividade da jurisdição (...) Em nosso sistema, como em muitos outros, a fórmula para viabilizar a convivência entre a segurança jurídica e a efetividade da jurisdição é a da outorga de medidas de caráter provisório, que sejam 1 Antecipação da Tutela. Ed. Saraiva. 2009. 7ª edição. 4

aptas a superar as situações de risco de perecimento de qualquer um desses direitos. Finalize-se com o verbete de súmula 59 deste Tribunal que orienta a modificação de provimento de natureza antecipatória de tutela, apenas nos casos em que a mesma se mostre teratológica, contrária a lei ou a prova dos autos. seguimento ao recurso. Isto posto, com fulcro no artigo 557, caput, do CPC, nego Rio de Janeiro, 20 de maio de 2014. FLÁVIA ROMANO DE REZENDE Desembargadora Relatora 5