Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho. PJe-AGRAVO DE INSTRUMENTO
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- Wagner Amaral Canedo
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1 Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho PJe-AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRTE REPTE ADV AGRDO ORIGEM RELATOR : TIHAGO PEREIRA DOS SANTOS : MARIA DE FÁTIMA PEREIRA LIMA : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF : 3ª VARA FEDERAL - SE : DES. FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO- 2ª TURMA (Relatório) O desembargador federal Vladimir Souza Carvalho: Agravo de instrumento movimentado contra decisão, proferida em ação ordinária, que indeferiu o pedido para que a Caixa Econômica Federal custeie, no Instituto de Neurologia de Goiânia, integrante da rede conveniada, a cirurgia de epilepsia, nos moldes descritos nos relatórios médicos acostados, com a cobertura de todos os procedimentos cirúrgicos e hospitalares necessários ao correto tratamento do autor, na qualidade de dependente da genitora no Plano de Assistência à Saúde Caixa. O agravante alega que o agravado incidiu em erro ao indeferir decisum o pedido liminar fundado na não existência do procedimento vindicado nas Resoluções Normativas da Agência Nacional de Saúde Suplementar, posto que, conforme Resolução nº 349/2014, da referida, no item 63, há previsão de cobertura obrigatória de tratamento cirúrgico da epilepsia, quando for comprovada refratariedade ao tratamento medicamentoso, estabelecida pela comprovação da persistência das crises ou de efeitos colaterais intoleráveis após o uso de, no mínimo, três antiepilépticos em dose máxima tolerada por, no mínimo, dois anos de epilepsia. Afirma que os relatórios médicos, elaborados por dois especialistas, indicam a refratariedade da doença do autor e os muitos tratamentos medicamentosos a que foi submetido, sem sucesso, de modo que é evidente a necessidade do postulante em realizar o procedimento cirúrgico em discussão. Sustenta, ainda, que, em audiência, realizada no Ministério Público Estadual de Sergipe, houve a constatação de que a própria Saúde Caixa reconhece que o citado procedimento está previsto e coberto no rol de procedimentos da referida Agência Nacional de Saúde Suplementar.
2 Por fim, pugna pela concessão de efeito suspensivo ativo ao presente agravo de instrumento, determinando que a Caixa Econômica Federal custeie, no Instituto de Neurologia de Goiânia, a cirurgia de epilepsia, nos moldes descritos nos relatórios médicos acostados, com a cobertura de todos os procedimentos cirúrgicos e hospitalares necessários ao correto tratamento do autor. Liminar recursal deferida, em 14 de outubro de 2015, conferindo efeito suspensivo ativo à decisão agravada, a fim de determinar que a Caixa Econômica Federal autorize, no prazo de dez dias, a realização da cirurgia de epilepsia, nos moldes descritos nos relatórios médicos acostados, com a cobertura de todos os procedimentos cirúrgicos e hospitalares necessários ao correto tratamento do agravante. Parecer da Procuradoria Regional da República opinando pelo conhecimento e provimento do presente agravo de instrumento. É o Relatório. Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho PJe-AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRTE REPTE ADV AGRDO ORIGEM RELATOR : TIHAGO PEREIRA DOS SANTOS : MARIA DE FÁTIMA PEREIRA LIMA : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF : 3ª VARA FEDERAL - SE : DES. FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO- 2ª TURMA (Voto) O desembargador federal Vladimir Souza Carvalho: Agravo de instrumento movimentado contra decisão, proferida em ação ordinária, que indeferiu o pedido para que a Caixa Econômica Federal custeie, no Instituto de Neurologia de Goiânia, integrante da rede conveniada, a cirurgia de epilepsia, nos moldes descritos nos relatórios médicos acostados, com a cobertura de todos os procedimentos cirúrgicos e hospitalares necessários ao correto tratamento do autor, na qualidade de dependente da genitora no Plano de Assistência à Saúde Caixa.
3 Por não haver razões para adotar posicionamento diverso da decisão liminar do presente recurso de agravo de instrumento, reitero o que ali foi aclamado: No presente caso, o agravante é portador de problemas mentais, CID 10: G.40, F.20, F.07, apresentando quadro de graves crises epilépticas, inclusive com tentativa de suicídio e risco de autoagressão, e está internado desde 02 de setembro de 2014 no Instituto de Neurologia de Goiânia, aguardando a autorização da agravante para a realização de procedimento de Lobectomia Cerebral. Conforme registrado nos autos, Tihago Pereira dos Santos já realizou dois procedimentos cirúrgicos no Instituto de Neurologia de Goiânia, mesma unidade médica onde se encontra internado, as expensas do Plano de Saúde, medidas obtidas pela via judicial. Nesta nova demanda, porém, pretende o autor obter autorização para realização de uma terceira cirurgia, com base em indicação de especialistas médicos que o acompanham. Na decisão atacada, consta ter a parte ré argumentado que esse terceiro procedimento cirúrgico, assim como o primeiro já realizado no autor, é objeto de severas restrições por parte do Conselho Federal de Medicina, não constando do rol dos procedimentos da ANS e nem entre aqueles previstos pelo plano "SAÚDE CAIXA". No tocante à previsão de tal procedimento na resolução da ANS, alega o demandante que há autorização para sua realização, de acordo com o disposto no item 63, da Resolução Normativa - RN nº 338, de 21 de outubro de 2013, alterada pela RN nº 349, de 9 de maio de 2014, a disporem: 63. Tratamento Cirúrgico da Epilepsia 1. Cobertura obrigatória quando preenchido pelo menos um dos seguintes critérios: a. pacientes portadores de epilepsia com comprovada refratariedade ao tratamento medicamentoso, estabelecida pela comprovação da persistência das crises ou de efeitos colaterais intoleráveis após o uso de, no mínimo, três antiepilépticos em dose máxima tolerada por no mínimo dois anos de epilepsia; b. pacientes portadores de epilepsias catastróficas da infância, quando comprovada a deterioração do desenvolvimento psicomotor, independente da duração da epilepsia. Por outro lado, há nos autos relatórios médicos, o mais recente datado de 10 de outubro de 2014, elaborados pelos especialistas que acompanham o demandante, diagnosticando-o como portador de agressividade refratária relacionada à epilepsia focal sintomática, em que afirmam a necessidade de novo procedimento cirúrgico, para ampla desconexão do lobo frontal esquerdo. Com efeito, o objetivo é tão somente decidir se o recorrente possui o direito à realização do tratamento requerido, não sendo razoável questionar a indicação de especialistas que apontam para a eficácia do procedimento médico indicado. Ademais, apesar de alegar-se que há "severas restrições por parte do Conselho Federal de Medicina", não há nos autos nenhuma comprovação de que sua proibição ou contraindicação.
4 Destarte, ao menos, nessa análise inicial, tenho que a natureza da patologia que acomete o autor requer efetivamente o tratamento indicado, ao qual ele faz jus, diante da sua previsão na Resolução Normativa nº 338, da ANS. Por esse entender, defiro o pedido de efeito suspensivo ativo, para determinar que a Caixa Econômica Federal autorize, no prazo de 10 dias, a realização da cirurgia de epilepsia, nos moldes escritos nos relatórios médicos acostados, com a cobertura de todos os procedimentos cirúrgicos e hospitalares necessários ao correto tratamento do autor. Assim, em virtude da patologia que acomete o agravante reclamar, efetivamente, o referido tratamento cirúrgico, não lhe o deve ser negado, sobretudo diante da sua previsão da Resolução Normativa nº 338, da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Por este entender, dou provimento ao agravo de instrumento, ratificando o aclamado já em decisão liminar. É como voto. Tribunal Regional Federal da 5ª Região Gabinete do Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho PJe-AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRTE REPTE ADV AGRDO ORIGEM RELATOR : TIHAGO PEREIRA DOS SANTOS : MARIA DE FÁTIMA PEREIRA LIMA : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF : 3ª VARA FEDERAL - SE : DES. FEDERAL VLADIMIR SOUZA CARVALHO- 2ª TURMA (Ementa) Processual Civil e Administrativo. Agravo de instrumento movimentado contra decisão, proferida em ação ordinária, que indeferiu o pedido para que a Caixa Econômica Federal custeie, no Instituto de Neurologia de Goiânia, integrante da rede conveniada, a cirurgia de epilepsia, nos moldes descritos nos relatórios médicos acostados, com a cobertura de todos os procedimentos
5 cirúrgicos e hospitalares necessários ao correto tratamento do autor, na qualidade de dependente da genitora no Plano de Assistência à Saúde Caixa. Agravante portador de problemas mentais, apresentando quadro de graves crises epilépticas, inclusive com tentativa de suicídio e risco de autoagressão, estando internado desde 02 de setembro de 2014 no Instituto de Neurologia de Goiânia, aguardando a autorização da agravada para a realização de procedimento de Lobectomia Cerebral. Paciente que já realizou dois procedimentos cirúrgicos no Instituto de Neurologia de Goiânia, mesma unidade médica onde se encontra internado, às expensas do Plano de Saúde, medidas obtidas pela via judicial. Nesta nova demanda, porém, pretende o autor obter autorização para realização de uma terceira cirurgia, com base em indicação de especialistas médicos que o acompanham. Na decisão atacada, consta ter a parte ré argumentado que esse terceiro procedimento cirúrgico, assim como o primeiro já realizado no autor, é objeto de severas restrições por parte do Conselho Federal de Medicina, não constando do rol dos procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar e nem entre aqueles previstos pelo plano "SAÚDE CAIXA", no entanto, não há nos autos nenhuma comprovação de sua proibição ou contraindicação. Pelo contrário, constam nos autos relatórios médicos, o mais recente datado de 10 de outubro de 2014, elaborados pelos especialistas que acompanham o demandante, diagnosticando-o como portador de agressividade refratária relacionada à epilepsia focal sintomática, em que afirmam a necessidade de novo procedimento cirúrgico, para ampla desconexão do lobo frontal esquerdo. Com efeito, o objetivo é tão somente decidir se o recorrente possui o direito à realização do tratamento requerido, não sendo razoável questionar a indicação de especialistas que apontam para a eficácia do procedimento médico indicado. A natureza da patologia que acomete o autor requer efetivamente o tratamento indicado, ao qual ele faz jus, diante da sua previsão na Resolução Normativa nº 338, da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Agravo de instrumento provido. (Acórdão) Vistos, etc. Decide a Egrégia Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do voto do relator. Recife, 01 de dezembro de (Data do julgamento)
6 Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho Relator \jvdsp
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