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PROBLEMAS DE INCENTIVO NO SEGURO-DESEMPREGO BRASILEIRO: ABORDAGEM ATRAVÉS DE UM MODELO PRINCIPAL-AGENTE DINÂMICO Cládia Sá Malboisson Andrad (UNIJORGE) André Lit (PIMES/UFPE) Francisco S. Ramos (PIMES/UFPE) RESUMO Est trabalho raliza ma anális conômica do Sgro-Dsmprgo brasiliro com o objtivo d avaliar o atal sistma sgrir m dsnho ótimo para st programa considrando a xistência d risco moral na rlação ntr o govrno q paga o bnfício o trabalhador dsmprgado. Dvido a inxistência d m sistma complmntar d monitoramnto do comportamnto d bsca do trabalhador dsmprgado sgrado, a forma considrada para incntivar o trabalhador à ralização da bsca é por mio d ma sqüência d pagamntos dcrscnts do bnfício. Admais, considra-s o fito da inclsão d m imposto salarial após o rmprgo, como fnção da dração do dsmprgo. Para tanto, aplica-s o modlo principal agnt rptido, a partir do trabalho d Hopnhayn Nicolini (1997). Os principais rsltados ncontrados vidnciam sr possívl rdzir os cstos com o sgro-dsmprgo, mantndo o msmo nívl d tilidad ofrcida, o ainda para m msmo nívl d cstos amntar a tilidad sprada dscontada do trabalhador. ABSTRACT Th Brazilian nmploymnt insranc program is analysd and a optimal policy is proposd considring th xistnc of moral-hazard on th rlation btwn Govrnmnt and th nmployd workr. D to th absnc of a systm capabl of masring th agnt's sarch ffort, a dcras sqnc of bnfits is considrd to incntiv th nmployd workr. Bsids, it is considrd th ffct of inclding a wag tax to b paid by th nmployd workr aftr rmploymnt. Th dynamic principal-agnd modl is sd, basd on Hopnhayn Nicolini (1997). Th main rslts sggst that it is possibl to dcras th nmploymnt insranc costs, kping th workr's tility lvl. Or, by kping th sam costs, it is possibl to ris th xpctd tility. 1

1. INTRODUÇÃO A conomia do Sgro-Dsmprgo tm sido ma ára d intnsa psqisa há mais d das décadas (vid Karni, 1999). O crscnt intrss sobr os sqmas d Sgro-Dsmprgo s dv principalmnt ao amnto do dsmprgo na maioria dos paíss dsnvolvidos a partir da década d 70. Nos anos 80, m m contxto d dficits fiscais crscnts d amnto significativo das taxas dração do dsmprgo, os sistmas d protção social comçaram a sr qstionados nsts paíss. Isso d origm ao dbat sobr os fitos a bsca por m dsnho ótimo d fncionamnto dst instrmnto. Holmlnd (1998) coloca q o dsnvolvimnto da toria job-sarch como a principal strtra analítica para o mrcado d trabalho foi lmnto fndamntal para a xpansão dssa ára. A dspito do s amplo so, os programas d Sgro-Dsmprgo têm sido largamnt criticados por conta dos fitos advrsos q tm sobr os incntivos a q s dstina. A considração dst instrmnto como m sgro d fato idntifica nas falhas d mrcado as origns dos fitos advrsos, qais sjam, slção advrsa, risco moral imprfiçõs no mrcado d capitais. Nst trabalho considra-s a xistência do risco moral na rlação ntr o govrno q paga o bnfício o trabalhador dsmprgado sgrado. O problma do risco moral srg das dificldads d monitoramnto do sforço do agnt. O risco moral pod ocorrr a partir d das fonts potnciais. A primira, srg das dcisõs tomadas plos trabalhadors mprgados com rspito ao sforço aplicado na ralização do trabalho. Nss caso, ao contratar protção (obrigatória), os trabalhadors sgrados ralizam mnos sforço para vitar a ocorrência do dsmprgo, pois sabm q sndo dspdido sm jsta casa trão acsso ao bnfício, o qal mantém parcla d sa rnda por dtrminado príodo. A sgnda font potncial, o foco dst trabalho, rfr-s ao comportamnto do trabalhador sgrado após a dmissão sm jsta casa. Nss caso, o provdor do sgro não tm como monitorar o sforço d bsca do trabalhador. Ao s tornar m bnficiário do sistma, o trabalhador pod modificar s comportamnto m rlação ao tmpo gasto na bsca por mprgo, rdzindo volntariamnt a intnsidad da bsca, dado q o sgro garant ma rnda sm a ncssária ralização d sforço. Os trabalhos clássicos sobr Sgro-Dsmprgo ótimo srgiram no final dos anos 70, sndo rfrncias Baily (1978), Flmming (1978) Shavll Wiss (1979). Em gral, a litratra sobr do Sgro-Dsmprgo nas conomias m dsnvolvimnto é rcnt rlativamnt rdzida. Pod-s citar os trabalhos d Hamrmsh (1992), Cnningham (2000) Pinto (2003). Isso pod sr xplicado pla criação tardia d sqmas d protção social nsss paíss. No Brasil, a anális do Sgro-Dsmprgo rporta ao final dos anos 80, da msma forma q para os dmais paíss m dsnvolvimnto, é rlativamnt scassa. Podm sr citados os trabalhos d Zylbrstajn Balbinotto Nto (1999), Azrdo (1998), Cnningham (2000), Chahad Frnands (2002), Chahad (2002) Ambrózio (2003). Est último é a única rfrência sobr dsnho d mcanismo ótimo na litratra brasilira, sndo q o modlo dsnvolvido plo ator considra m ambint com slção advrsa ants do mprgo da contratação do Sgro-Dsmprgo. Est trabalho raliza ma anális conômica do Sgro-Dsmprgo. O objtivo é avaliar a atal strtra do sqma d sgro-dsmprgo brasiliro propor 2

strtras altrnativas q contribam para laboração d políticas públicas para o mrcado d trabalho. Dvido a inxistência d m sistma complmntar d monitoramnto do comportamnto d bsca do trabalhador dsmprgado sgrado, ma forma d incntivar o pnir o trabalhador pla não ralização da bsca é por mio d ma sqüência d pagamntos dcrscnts do bnfício. Calcla-s, ntão a trajtória ótima do bnfício. Inicialmnt, sta trajtória é stimada sm a considração d m imposto após o rmprgo. Em sgida, considra-s o fito da inclsão do imposto salarial, o qal dpnd do tmpo m q o individo prmanc no dsmprgo. Para tanto, o trabalho stá dividido m qatro sçõs, além dsta introdção. Na sção dois aprsnta-s ma dscrição do atal sqma d sgro-dsmprgo brasiliro. Na sção três é aprsntado o modlo principal agnt dinâmico basado no trabalho d Hopnhayn Nicolini (1997), a partir do qal foram fitas as simlaçõs para o caso brasiliro. Na sção qatro são aprsntados os rsltados das simlaçõs. Por fim, são aprsntadas na sção cinco as conclsõs do trabalho. 2. STATUS QUO DO PROGRAMA DE SEGURO-DESEMPREGO NO BRASIL O Sgro-Dsmprgo é m dos programas fdrais q compõm o Sistma Público d Emprgo, Trabalho Rnda (SPETR). Atalmnt, o SPETR é constitído plos programas Abono Salarial, Intrmdiação d mão-d-obra/sin, Qalificação Profissional, Primiro mprgo para a Jvntd, Gração d Emprgo Rnda (PROGER), Programa Nacional d Microcrédito Prodtivo Orintado (PNMPO), além do Programa d Sgro-Dsmprgo. Os programas difrnciam-s qanto ao gra d consolidação institcional importância m trmos d rcrsos pssoas bnficiadas. Rssaltam-s ainda as divrsidads qanto à dscntralização fdrativa, participação não statal participação social na formlação control público das açõs. Assim como nos dmais paíss da América Latina, a formatação do Sgro- Dsmprgo nqanto instrmnto d política pública no Brasil é bastant rcnt. O primiro rgistro d ajda financira forncida plo Estado data d 1946, porém somnt m 1967 é q o Sgro-Dsmprgo foi introdzido xplicitamnt como m dos bnfícios a srm cobrtos pla prvidência social na Constitição Fdral d 1967. Dsd ntão, divrsas altraçõs ocorrram. Em 1986, através do Dcrto-Li n.º 2.284, rglamntado plo Dcrto 92.608, o Sgro-Dsmprgo foi institído. Após a Constitição d 1988, o bnfício do Sgro-Dsmprgo passo a intgrar o Programa do Sgro-Dsmprgo q tm por objtivo, além d provr assistência financira tmporária ao trabalhador axiliá-lo na mantnção bsca d mprgo. Para tanto o Programa prvê a promoção d açõs intgradas d orintação, rcolocação qalificação profissional. A consolidação dfinitiva do Sgro-Dsmprgo, q o transformo m m amplo programa tal como é hoj, d-s com a rglamntação da Li 7.998 d 1990, qando o bnfício ganho m carátr d vrdadira política no mrcado d trabalho (Chahad Frnands, 2002). Uma anális intrssant da volção do programa é fita m Azrdo (1998). Com ssa li também foi institída a font d cstio do programa, o Fndo d Amparo ao Trabalhador (FAT). Além d financiar o programa d Sgro-Dsmprgo, 3

o FAT é font d cstio do Abono Salarial também é dstinado ao financiamnto d Programas d Dsnvolvimnto Econômico. Admais, ssa lgislação também institi o Conslho Dlibrativo do Fndo d Amparo ao Trabalhador (CODEFAT), constitído por rprsntants dos mprgadors, dos trabalhadors do govrno, rsponsávis pla gstão do FAT. A sprvisão gral do Sgro-Dsmprgo é fita plo Ministério do trabalho Emprgo a administração do programa é fita plo CODEFAT. O Sgro-Dsmprgo brasiliro é ma assistência financira tmporária q atnd aos trabalhadors dispnsados involntariamnt. O critério básico para s tornar m bnficiário do programa é q o trabalhador com cartira d trabalho assinada tnha rcbido salário por m príodo contíno d sis mss antriors a sa dmissão sm jsta casa. A concssão d parclas do bnfício é fita d acordo com os sgints critérios: a) três parclas s comprovado vínclo mprgatício d no mínimo sis mss no máximo onz mss, nos 36 mss antriors à data d dispnsa q d origm ao rqrimnto do sgro-dsmprgo; b) qatro parclas s comprovado vínclo mprgatício d no mínimo doz mss no máximo vint três mss, nos 36 mss q antcdram o dsmprgo; c) cinco parclas s comprovado vínclo mprgatício d no mínimo vint qatro mss, nos 36 mss q antcdram o dsmprgo. Em carátr xcpcional, o CODEFAT podrá dlibrar plo prolongamnto do príodo máximo d concssão, m até dois mss, para grpos spcíficos d sgrados 1. O pagamnto do bnfício é fito no máximo cinco parclas, d forma contína o altrnada, a cada príodo aqisitivo d dzssis mss, da sgint forma. Uma nova solicitação do bnfício só pod sr fita após 16 mss a partir da data da última dispnsa q habilitar o trabalhador a rcbr o Sgro-Dsmprgo. Atalmnt, xistm além do Sgro-Dsmprgo para os trabalhadors formais mais otras qatro modalidads: Bolsa Qalificação, Pscador Artsanal, Emprgado Doméstico Rsgatados da Condição Análoga à d Escravo. Em gral, todas as modalidads rqrm algm tipo d rgistro formal contribição prévia por m príodo mínimo xclm os trabalhadors q rcbm algm bnfício da Prvidência Social o Assistência Social, xcto axílio-acidnt pnsão por mort. O Sgro Dsmprgo Formal atnd ao trabalhador dsmprgado por dispnsa sm jsta casa o por paralisação das atividads do mprgador. Em 2008 ssa modalidad d sgro dsmprgo atnd a qas 7 milhõs d trabalhadors (6.775.830), o q rprsnta ma taxa d habilitação d 97,58%, o sja, do total dos rqrnts qas todos prnchram os critérios d lgibilidad. Com rlação ao valor do bnfício, a apração tm por bas o salário médio mnsal do último trabalho do rqrnt. O valor da parcla altra-s d acordo com a faixa d salário médio rcbido na última ocpação. O mnor valor da parcla não pod sr infrior ao salário mínimo vignt (R$ 465,00 m fvriro d 2009) o valor máximo não ltrapassa R$870,01 para qalqr salário médio acima d R$ 1.279,46 1 Rcntmnt o CODEFAT amplio tmporariamnt o númro d parclas do sgro dsmprgo d cinco para st, para algns stors mais atingidos pla cris financira d 2008. 4

(fvriro d 2009). A Tabla 2.1 aprsnta o cálclo do bnfício do Sgro- Dsmprgo conform rndimnto antrior. Tabla 2.1 - Cálclo do Bnfício do Sgro-Dsmprgo (fvriro/2009) Faixas d Salário Médio Valor da Parcla Mltiplica-s salário médio por 0.8 Até R$ 767,60 (80%) O q xcdr a 767,61 mltiplicas por 0.5 (50%) soma-s a D R$ 767,61 até R$ 1.279,46 614,08. O valor da parcla srá d R$ Acima d R$ 1.279,46 870,01 invariavlmnt. Font: Ministério do Trabalho Emprgo (MTE). Ainda q sja prvisto na li a sspnsão do bnfício qando o trabalhador ncontrar m novo trabalho o iniciar a rcbr ma nova font d rnda, a asência d mcanismos d monitoramnto possibilita q trabalhadors continm rcbndo o bnfício msmo qando ntram para algm tipo d ocpação. Isso pod ocorrr d das formas: o qando os trabalhadors ncontram ocpação no stor informal, o qando acrtos ntr patrão mprgado são fitos para q haja a dmissão sm jsta casa a imdiata rcontratação do mprgado sm cartira assinada. 2.1. DESCRIÇÃO DO SEGURO-DESEMPREGO BRASILEIRO O Sgro- Dsmprgo Formal corrspond a maior part dos bnfícios pagos aos trabalhadors dsmprgados. Considrando o príodo ntr 2000 2009, ssa modalidad do sgro-dsmprgo atnd a 99,6% do númro total d rqrnts, sgrados bnficiários. As dmais catgorias corrspondm a 0,1% dos totais, rspctivamnt. No Apêndic A aprsnta-s a volção do Sgro-Dsmprgo por modalidad ntr os anos 2000 2008. Como a catgoria formal rspond por qas 100% do total dos sgrados, as informaçõs aprsntadas daqi m diant srão rfrnts a sta modalidad. A Figra 2.1 aprsnta a volção do Sgro-Dsmprgo no príodo considrado. Font: MTE/SEAG.NET Figra 2.1 volção do númro d sgrados plo Sgro-Dsmprgo formal 2000 a 2008 Obsrva-s m crscimnto no númro d sgrados ao longo do príodo, principalmnt após 2004, qando s tm ma inflxão na crva. A partir d ntão o crscimnto é cada vz maior. Ess crscimnto parc star rlacionado por m lado ao 5

amnto do nívl d ocpação formal, por otro, ao amnto no nívl d dsmprgo. (Zylbrstajn t al., 2003). A Tabla 2.2 aprsnta a distribição da poplação ocpada por posição na ocpação. Tabla 2.2 Distribição da poplação ocpada por posição na ocpação Brasil -2002 a 2008 Emprgadas Emprgadas Ano - com - sm Conta cartira d cartira d própria trabalho trabalho Emprgadoras Otros* assinada assinada 2002 45,5 21,2 19,4 5,0 8,9 2003 44,3 21,9 20,0 5,5 8,4 2004 43,8 22,5 20,3 5,3 8,2 2005 45,0 22,3 19,4 5,2 8,1 2006 46,1 21,6 19,1 5,0 8,2 2007 47,1 20,7 19,4 4,8 8,1 2008 48,6 19,7 18,8 4,7 8,3 Média 46,2 21,1 19,4 5,0 8,3 FONTE:IBGE *Incli pssoas trabalhadoras não rmnradas, d mmbro da nidad domiciliar q ra mprgado o q ra conta própria o mprgador, militars o fncionários públicos stattários. Considrando-s a distribição dos sgrados por rgião natral no príodo ntr 2000 2008, obsrva-s ma fort concntração do pagamnto o bnfício na rgião Sdst, 54% do total, rsltado sprado dvido a ma maior nívl d formalização das rlaçõs d trabalho. Em sgida stá a rgião Sl, com 19%, a rgião Nordst, 14%, Cntro Ost, 8%, a rgião Nort, 5%. A aprsnta a distribição rgional do sgro. Font:MTE/SEAG.NET Figra 2.2 Distribição dos Sgrados por rgião Natral 2000 A 2008 Em rlação ao prfil dos sgrados, tm-s q no príodo analisado m sa maioria são do sxo masclino (67%). Entrtanto, conform s vrifica na Figra 2.3, a participação das mlhrs na tilização do sgro dsmprgo vm amntando, saindo d 31,3% m 2000 para 34,1% m 2008. Essa informação pod star vidnciando ma maior participação das mlhrs no mrcado d trabalho bm como ma mlhora das condiçõs d trabalho fminina, ainda q ssa volção vidnci claramnt o amnto do dsmprgo fminino. Considrando a distribição por faixa tária no ntr 2000 2008, obsrva-s na Figra 2.4 q o so do sgro é mais intnso ntr 18 24 anos ntr 30 39 anos, 28,5% (m poco maior para a sgnda faixa). Em sgida tm-s os sgrados ntr 25 29 anos, 21,5%. 6

Font:MTE/SEAG.NET Figra 2.3 Distribição dos sgrados por sxo 2000-2008 Font:MTE/SEAG.NET Figra 2.4-Distribição dos sgrados por Idad 2000-2008 A Figra 2.5 aprsnta a distribição média dos sgrados por tmpo d prmancia no último mprgo. A maior concntração d sgrados é na faixa d tmpo d 6 mss a 1 ano d trabalho, 29, 7%, sgida pla faixa d tmpo d ma a dois anos, 28%. Os q prmancm por mais d 3 anos também tm grand participação, 24%. Com rlação ao nívl d scolaridad dos sgrados, a partir da Figra 2.6, obsrva-s q a maior part dos trabalhadors q tilizaram o sgro dsmprgo no príodo tinha até a 8ª séri incomplta, 29,8%. Obsrva-s q a concntração dos sários do sgro dsmprgo stá ntr os q tm a partir da 4ª séri complta os q tm 2º gra complto, 84,6% do total. Pod-s notar também q os trabalhadors com nívl sprior complto incomplto tm baixa participação no so do programa, 3,3% 3,8%, rspctivamnt. Esss dados podm star vidnciando o fato d q os trabalhadors q com risco lvado d dsmprgo são os q mais tilizam o sgro, s considrado q o baixo nívl d scolaridad pod amntar o risco d dsmprgo o grand rotatividad. Font:MTE/SEAG.NET Figra 2.5 Distribição dos sgrados por tmpo no último mprgo 2000-2008 Font:MTE/SEAG.NET Figra 2.6 Distribição dos sgrados por faixa d scolaridad 2000-2008 Pod-s dizr ntão, a partir das informaçõs aprsntadas, q o prfil do bnficiário do sgro dsmprgo é do sxo masclino (67%), até o 2º gra complto (84,6%), com 7

tmpo d prmanência no último mprgo ntr sis doz mss (29,7%); ncontram-s ntr a faixa tária d 18 a 24 anos (28,46%) o d 30 a 39 anos (28,53%). A Tabla 2.3 aprsnta algmas statísticas do Sgro-Dsmprgo do mrcado d trabalho. A taxa d habilitação, mdida pla razão ntr o númro d rqrnts o númro d sgrados, stv ao longo do príodo m torno d 98%. Isso significa dizr q apnas ma pqna parcla d trabalhadors formais não consgi prnchr todos os rqisitos para trm acsso ao bnfício. Nss ponto é intrssant colocar q a dspito dss lvado prcntal, grand part dos trabalhadors não tm acsso ao sgro dsmprgo, conform mostra a taxa d cobrtra formal mdida como a razão ntr o nmro d trabalhadors sgrados o total dos trabalhadors dsmprgados formais. À xcção dos anos 2004 2008 ssa taxa aprsnto crscimnto m rlação ao ano antrior, sndo a média para o príodo d 56,22%. Tabla 2.3 Evolção do Sgro-dsmprgo no BRasil 2000-2008 Taxa d Valor Gastos Índic d Cobrtra dsmprgo médio do com Rqrnts Sgrados habilitação do formal abrto % bnfício bnfícios % (b) % (d) (a) () (m r$) (f) 2000 4.261 4.182 98,1 62,68 1,47 4.060.927 0,34 2001 4.774 4.692 98,3 63,96 1,39 4.809.634 0,37 2002 11,7 4.886 4.808 98,4 66,5 9 1,39 5.685.353 0,38 2003 12,4 5.066 4.988 98,5 67,07 1,32 6.616.842 0,39 2004 11,5 4.895 4.817 98,4 63,05 1,35 7.020.915 0,36 2005 9,9 5.498 5.405 98,3 81,96 1,29 8.775.763 0,41 2006 10,0 5.858 5.753 98,2 81,24 1,26 10.308.023 0,43 2007 9,3 6.291 6.183 98,3 81,49 1,26 12.502.421 0,48 2008 7,9 6.944 6.776 97,6 77,21 1,31 14.113.864 0,49 Total 10,4 48.474 47.603 98,2 56,22 1,31 9.289.026 0,42 Font:MTE/SEAG.NET; (b) mdido pla razão ntr o númro d sgrados o númro d rqrnts; (d) razão ntr o númro d sgrados o númro d dspdidos sm jsta casa, () valor m trmos d salários mínimos corrnts, (f) valors corrnts; (g) razão ntr o gasto com o bnfício total o PIB m valors corrnts. Por fim, a última colna da Tabla 2.3 aprsnta os gastos do govrno m rlação ao PIB, m valors corrnts. Comparando com a média d gastos m prcntal do PIB para algns paíss da OCDE 2, 1,1% na Canadá, 1,6% 1,4% Almanha, tm-s q a média d gastos do Brasil é bastant infrior, crca d 0,4%. Est proporção é comparávl á proporção d gastos dos EUA Japão, 0,4% 0,5%, rspctivamnt. Val notar q apsar d pqno ssa taxa, ao longo dos anos hov crscimnto, vidnciando q maiors sforços têm sido dstinados às políticas públicas d mprgo. % do PIB (g) 3. MODELO PRINCIPAL-AGENTE DINÂMICO PARA O SEGURO- DESEMPREGO A rlação q s stablc ntr o govrno o trabalhador sgrado é dscrita m trmos d ma rlação d agência. Nss tipo rlação, m indivído o organização, o principal contrata otro indivído para agir m s próprio intrss por mio da dlgação d ma tarfa, sndo q o contratado, o agnt, pod agir d forma difrnt da q foi spcificada plo principal no acordo ntr as parts (FIANI, 2006). Nst caso, tm-s m 2 Média rfrnt aos anos, 1980, 1985, 1990, 1995 2000 a 2005. Font: OECD.StatExtracts http://stats.ocd.org/wbos/indx.aspx. 8

problma d informação imprfita, pois a informação sobr o comportamnto do agnt é ma informação privada dst último 3. Dntro dssa prspctiva, o problma do risco moral srg m dcorrência da informação assimétrica associada ao conflito d intrsss ntr os agnts. Como coloca Arnott Stiglitz (1988), o risco moral srg porq o os stados da natrza o as açõs do agnt são imprfitamnt obsrvávis plo principal. A anális do dsnho d mcanismo ótimo para o programa d Sgro-Dsmprgo brasiliro é fita a partir do modlo proposto por Hopnhayn Nicolini (1997). As principais caractrísticas do modlo são (i) m único Principal, (ii) m único Agnt, (iii) rlação dinâmica com tmpo finito; (iv) xistência d risco moral dcorrnt d informação privada associada ao conflito d intrsss. O govrno ofrc m contrato d longo prazo ao trabalhador no início d sa ocorrência d dsmprgo. O contrato spcifica o valor do bnfício o nívl d sforço a cada data por m príodo d tmpo limitado, condicionado a continidad no dsmprgo. S o trabalhador acitar 4 o contrato, o pagamnto do bnfício é fito somnt dpois é q dcidirá qal o nívl d sforço xrcr na bsca por trabalho. A partir daí obtém-s o rsltado da ação do agnt: o o indivído prmanc dsmprgado o ncontra m mprgo. S continar dsmprgado, rpt-s a cada novo príodo d dsmprgo a dcisão d sforço do indivído o rsltado a sr obtido. Para q o contrato sja ficint, considra-s q o objtivo do indivído é maximizar o valor prsnt d sa tilidad sprada a partir da scolha do nívl d sforço q pod ralizar m cada príodo. O objtivo do govrno é minimizar o valor prsnt do csto sprado do pagamnto do Sgro-Dsmprgo drant m príodo dtrminado. Como é impossívl para o govrno monitorar o sforço ralizado, l dv dsnhar m contrato q cri incntivos para q o trabalhador acit o contrato, tndo acitado, raliz o nívl d sforço spcificado plo contrato. A strtra dinâmica do modlo dcorr do fato d q a cada data o contrato ofrcido spcifica ma transfrência líqida (valor do bnfício o parcla do Sgro- Dsmprgo) ma ação (sforço) rcomndada como ma fnção da história passada, o sja, do stado ocpacional do indivído até aqla data. O govrno bsca ntão strtrar m sistma d compnsação do dsmprgo scolhndo otimamnt m par d fnçõs (bnfício ação) a cada data considrando o problma do risco moral no stado d dsmprgo. A idéia é criar incntivos para q o trabalhador não prmança até o último príodo dsmprgado. O sqma d incntivos dv sr tal q, por m lado, qanto mnor a dração da ocorrência d dsmprgo, maior srá a tilidad q o indivído obtém com o rcbimnto do Sgro-Dsmprgo, por otro lado, qanto maior o tmpo q prmancr dsmprgado maior a pnição a sr rcbida, m trmos d rdção do bnfício o do imposto a sr cobrado. O modlo tilizado para obtr o dsnho ótimo do contrato d Sgro-Dsmprgo é dscrito logo a sgir. 3 A informação privada pod sr d dois tipos: o o agnt pod ralizar ma ação não obsrvávl plo principal, o caso do risco moral q s stá considrando; o o agnt tm algm conhcimnto privado sobr s csto o valoração q é ignorado plo principal, o caso da slção advrsa. 4 O sgro dsmprgo é complsório para todo trabalhador formal. Uma hipóts para a rcsa do contrato sria a scolha do trabalhador prmancr informal m troca d ma rnda líqida maior do q no caso da formalização da rlação d trabalho. 9

3.1. MODELAGEM PROPOSTA O modlo aprsntado sg a idéia proposta por Hopnhayn Nicolini (1997). Considr m Govrno ntro ao risco q dv strtrar m sqma ótimo d compnsação do dsmprgo para o trabalhador, com avrsão ao risco. Em qalqr dado príodo, as prfrências do trabalhador são dadas pla forma aditivamnt sparávl ntr consmo sforço d bsca por trabalho 5. Intrtmporalmnt sas prfrências são dadas por EU( c, a t t ) = E t= 0 β t [ ( c ) a ], ond t é o númro d príodos q o trabalhador rcb as parclas do Sgro- Dsmprgo, c t rprsnta o consmo no príodo t a t o sforço d bsca ralizado no príodo t, β (0,1) é m fator d dsconto, comm para o Govrno o trabalhador, E o oprador sprança. A incrtza implícita no oprador sprança é sobr a história ftra do stats d mprgo salários. A fnção tilidad do trabalhador assm a sgint forma fncional 6 c ( c) = 1 σ t 1 σ O consmo assm valors rais, bm como o sforço. A fnção tilidad é ma fnção crscnt côncava ( (.) > 0 (.) < 0). A fnção tilidad é dscrita m trmos da variávl consmo no lgar do valor do bnfício b t pago plo govrno, pois s assm q o trabalhador não tm nnhma otra font d rnda além do Sgro-Dsmprgo, como também não tm acsso ao mrcado d crédito, d modo q o govrno controla dirtamnt o consmo via o pagamnto do bnfício. Em qalqr príodo, o trabalhador pod star mprgado () o dsmprgado (). Considra-s q o trabalhador xrc sforço somnt na condição d dsmprgado. O sforço d bsca afta dirtamnt a probabilidad d ncontrar m trabalho no príodo t, p t t (3.1) (3.2) =p(a t ) m q, p é ma fnção crscnt, stritamnt côncava, das vzs difrnciávl satisfaz as condiçõs d Inada d modo q o sforço d bsca é ma solção intrior (p (.) > 0 p (.) < 0). Assim, à mdida q o indivído amnta o sforço d bsca, maior é a probabilidad d ncontrar m trabalho. Para a fnção d saída do dsmprgo foi tilizada a distribição xponncial: p ra ( ) (3.3) a = 1 ond r é m parâmtro mltiplicativo no sforço d bsca. 5 Mnard (2006) introdz prfrências não-sparávis no modlo d Hopnhayn Nicolini (1997). Os rsltados ncontrados mostram q o sqma ótimo é caractrizado por ma taxa d rposição q dcrsc no tmpo, porém mais lntamnt do q o obsrvado por Hopnhayn Nicolini (1997). 6 A scolha da forma fncional implica na rmoção do fito riqza. 10

Assm-s q todos os trabalhos são idênticos ofrcm m salário prmannt ( constant) w no tmpo. Uma vz mprgado não há ralização da bsca o govrno pod taxar os salários pós-mprgo contingnt à história d dsmprgo até aql momnto, d modo q o consmo nst stado é dado por c = ( 1 τ ) w. Um contrato d Sgro-Dsmprgo é ma colção d fnçõs q spcifica, para cada data, ma transfrência líqida para o trabalhador, s l é dsmprgado, ma ação rcomndada como ma fnção da história ralizada. Como as scolhas dvm sr fitas contingnts aos rsltados passados, o contrato pod sr formlado m trmos rcrsivos d path dpndnc. No príodo t = 0, o govrno ofrc m contrato para o agnt dsmprgado. Ess contrato pod sr dscrito como H 0 = { at ( ht ), ct ( ht )}, ond h t rprsnta a história ocpacional do trabalhador ralizada até o príodo t. A trajtória ocpacional, rprsntada plo vtor h t, dfin h 0 s dsmprgado h 1 s mprgado. O sforço d bsca rcomndado é prtinnt apnas s o trabalhador é dsmprgado. Associado a cada contrato xist ma tilidad sprada dscontada para o trabalhador U 0 ( H 0 ) m csto para o govrno, C 0 ( H 0), mdido plo valor sprado dscontado das transfrências líqidas para o trabalhador. Dado m nívl inicial d tilidad U para o trabalhador (valor atárqico), o govrno qr garantir ss nívl d tilidad da forma mais ficint, o sja, minimizando C ) sjito a U ). 0 ( H 0 0 ( H 0 Ests valors assmm q o agnt rspond ao contrato maximizando racionalmnt a qação (3.1) pla scolha do sforço d bsca. Admais, tm-s q H é contrato d continação do Sgro-Dsmprgo, U t o valor d continação da tilidad govrno no pagamnto do bnfício, todos após t príodos d dsmprgo. t C t o csto do Sja C (U ) o csto sprado dscontados d o govrno dar ao trabalhador a tlidad sprada dscontada U. A fnção csto é stritamnt convxa ( C '( ) > 0 C"( ) > 0 ) porq ma maior tilidad implica m mnor tilidad marginal do trabalhador, d manira q para amntar o nívl total d satisfação do trabalhador são ncssário amntos adicionais cada vz maiors. Logo, para garantir maiors nívis d satisfação, o govrno amnta cada vz mais ss cstos, o sja, tilidads spradas adicionais podm sr garantidas ao trabalhador apnas a m csto marginal crscnt. Para m dado nívl d tilidad, o govrno scolh m nívl d bnfício, sforço promt a tilidad ftra U (valor d continação promtido) s o trabalhador prmancr dsmprgado, assim scssivamnt da forma mais ficint possívl. O govrno qr minimizar o csto hoj nos príodos sbsqünts dado o stado ocpacional do trabalhador como fnção do valor promtido; logo, dv scolhr c como ma fnção d c, a U o sja, c ( U ), a( U ), U ( U ). Considr inicialmnt o caso d m trabalhador mprgado. Como o mprgo é m stado absorvdor, não há nnhm problma d incntivo postrior ntr o govrno o trabalhador, d modo q é ótimo para o govrno dar m nívl constant d consmo c dfinido implicitamnt por 7 7 Val lmbrar q o govrno também controla o consmo do trabalhador mprgado dado q spcifica no contrato d sgro dsmprgo m imposto salarial pós mprgo. Em vrdad ss imposto pod 11

( c ) U = (1 β ) (3.4) c = 1 [(1 β ) U ] (3.5) Em q U é a soma da tilidad sprada dscontada m trabalhador mprgado. Uma vz mprgado, não há ralização d sforço plo trabalhador (a = 0). Considr agora o valor prsnt da tilidad sprada d m trabalhador dsmprgado, U, q scolh no atal príodo a otimamnt. Assim, a qação d Bllman para o trabalhador é dada por ( c) a + p( a) U + 1 p( a) U U = β (3.6) O trabalhador bsca maximizar sa tilidad d toda a vida dada pla tilidad q obtém do consmo hoj líqido do csto do sforço d bsca mais a tilidad sprada dscontada d consgir m mprgo a tilidad sprada dscontada d prmancr dsmprgado. U rprsnta o valor d continação da tilidad d toda a vida ofrcida plo contrato ao trabalhador caso prmança dsmprgado. A scolha ótima do nívl d sforço ótimo para trabalhador é dada pla condição d primira ordm (FOC) da qação d Bllman U a = 1+ βp'( a) U 1+ βp'( a)[ U βp'( a) U p'( a) U 0 ] 0 p '( a )[ U U β ] 1 (3.7) O sinal d dsigaldad na FOC dcorr do fato d q a ralização do sforço implica m dstilidad para o trabalhador, d modo q há m único valor spcífico do sforço q maximiza sa tilidad. Assim, para otros valors q não o ótimo, a tilidad sprada dscontada do trabalhador dcrsc à mdida q amnta o sforço. Para q a igaldad s stablça na FOC (3.7) tm-s q: A igaldad da FOC s vrifica apnas qando o sforço d bsca é positivo, st por sa vz ocorr s somnt s a tilidad q o trabalhador pod obtr mprgado for maior do q a tilidad q obtém s prmancr dsmprgado. Ess é m rsltado bastant razoávl vz q a ralização do sforço implica m m csto o trabalhador pod prmancr sm ralizar qalqr sforço nqanto stivr rcbndo o Sgro-Dsmprgo. Nss sntido, a FOC (3.7) pod sr rscrita como p '( a )[ U U β ] = 1 (3.8) Portanto, a dcisão ótima do nívl d sforço do trabalhador é tomada comparando-s os valors da rlação d rcorrência rfrnts à tilidad d mantr-s no dsmprgo a tilidad d torna-s mprgado no príodo sgint do procsso. Assim, o indivído optará sr também m sbsídio o bôns q o govrno paga ao trabalhador como prêmio por s dsmpnho drant a ocorrência d dsmprgo. Ambos, obviamnt, dpndm do tmpo q o trabalhador prmanc dsmprgado. 12

por não xrcr sforço caso a tilidad sprada d prmancr dsmprgado sja maior do q a d ncontrar m mprgo; caso contrário, o indivído prfrirá sair do dsmprgo. Considr q o govrno não pod obsrvar prfitamnt o sforço do trabalhador. Como o sforço ntra ngativamnt na fnção tilidad, o trabalhador não tm nnhm incntivo para ralizar a bsca por trabalho, pois o consmo indpnd d s stado ocpacional nqanto rcb o Sgro-Dsmprgo. O contrato ofrcido plo govrno dv ntão considrar a possibilidad d q o indivído acit o contrato sm ralizar qalqr sforço. Nss sntido, o contrato dv inclir ma sgnda rstrição, a d compatibilidad d incntivo, d modo q sjam dados os incntivos corrtos para a divisão do risco da rlação ntr trabalhador govrno. Como a informação é imprfita dv-s inclir a rstrição d compatibilidad d incntivo { p( â) U + {[1 p( â U } a argmax ( c) â + β )] â A ond a é o nívl d sforço scolhido plo trabalhador â o nívl d sforço ótimo spcificado plo contrato. Essa rstrição impõ q o trabalhador prfira xrcr o nívl d sforço ótimo. Dsd q p é stritamnt côncavo, a condição ncssária sficint para a sr o sforço d bsca ótimo scolhido plo trabalhador é dada pla condição d primira ordm: p '( a )[ U U β ] = 1 (3.8) A solção para st problma dpnd do sinal d U U, o sja, o indivído dsmprgado somnt ralizará sforço d bsca ótimo s a tilidad sprada d star mprgado for maior q a d mantr-s dsmprgado. Como o nívl d sforço scolhido plo trabalhador não é obsrvado, o govrno dv dar os incntivos corrtos para q o agnt raliz o máximo sforço possívl, sndo q a ˆ > a (m virtd do problma informacional). O contrato é spcificado da sgint forma: no início d cada príodo o govrno paga ma parcla do Sgro-Dsmprgo ao trabalhador s compromt a dar m dado nívl d tilidad U at = U naql príodo condicionado a ralização d bsca por trabalho ma tilidad sprada dscontada caso prmança dsmprgado. O problma do govrno é ofrcr m contrato q minimiz o csto d forncr o Sgro-Dsmprgo por t príodos d manira q o trabalhador acit o contrato raliz o sforço ótimo: C( V ) = min c + β s a c,a, U, U { p( a) V ( U ) + [1 p( a)] C( U )} { p( a) U + [1 p( a U } = U (3.9) ( c) a + β )] (3.10) β p' ( a)( U U ) = 1 (3.11) ond V ( U ) é o valor prsnt da transfrência líqida fita plo govrno para o trabalhador rprsnta o csto d continação do contrato. A transfrência líqida é dada pla difrnça ntr o consmo ofrcido plo govrno o salário rcbido c w. A partir d (3.4) 13

V ( U ) = 1 w + [(1 β ) U 1 β ] (3.12) ond V ( U ) é stritamnt dcrscnt, stritamnt convxa q V ( U 1 ) = ( c ) (3.13) O objtivo dssa transfrência é forncr incntivos intrtmporais: pnir os trabalhadors plo dsmprgo continado através da rdção d ss diritos ao consmo ftro. Como colocam Hopnhayn Nicolini (1997, p. 421), s os agnts têm avrsão ao risco, o consmo dv sr rdzido m todos os stados da natrza, o sja, naqls m q prmanc dsmprgado nos q s torna mprgado. Not q ond é taxa do imposto salarial cobrado/pago após mprgo. Rscrvndo ssa qação tmos q S c < w o govrno cobrará do trabalhador ma taxa por príodo igal a w c, d modo q s csto d continação do contrato V ( U ) < 0, o sja, não havrá gasto sim o rcbimnto d m imposto. Caso contrário, s trabalhador ma qantia igal a mprgo, V ( U ) > 0. c a, U, U c > w, o govrno transfr para o c w d manira q há o ftivo gasto do govrno após o As condiçõs d primira ordm para o problma do principal com rlação à, são: p'( a) θ = 1 ( c) [ V( U ) C( U )] = p''( a)( U U ) ( 3.14) η ( 3.15) 1 p'( a) C'( U ) = η '( c ) 1 p( a) ( 3.16) 1 p' ( a) V '( U ) = +η ' ( c ) p( a) ( 3.17) 14

m q θ é o mltiplicador da rstrição d participação η o mltiplicador da rstrição d compatibilidad d incntivos. A condição nvlop é dada por 1 C ' ( U ) = = [1 p( a)] C' ( U ) + p( a) V ' ( U ) ' ( c ) A sgnda part da igaldad vm das condiçõs d primira ordm (3.13) (3.14). (3.18) Os principais rsltados do modlo obtido por Hopnhayn Nicolini (1997) são dados plas proposiçõs: Proposição 1. O Sgro-Dsmprgo é dcrscnt no tmpo nqanto o trabalhador prmanc dsmprgado. Adicionalmnt, s C( ) é convxo, ntão U < U. Proposição 2. O imposto pós-mprgo não é indpndnt da história d dsmprgo. Proposição 3. Sob ma das sgints condiçõs, s C é convxo, ntão o imposto cobrado sobr o trabalhador amntará com o comprimnto da ocorrência d dsmprgo antrior: 3 { p"( a)[1 p( a)] p( a)}/ p'( a) é crscnt m a; 2 p" ( a) / p' ( a) é crscnt m a. Proposição 4. Sponha q sja crscnt m a C sja convxo. Então ma fnção crscnt do valor inicial U. U srá 2 COROLÁRIO. S p" ( a) / p' ( a) é crscnt m a C sja convxo, todas as transfrências líqidas amntarão com o valor inicial U. 4. SIMULAÇÕES DO DESENHO ÓTIMO PARA O CASO BRASILEIRO 4.1. PARÂMETROS Os parâmtros tilizados no modlo rfrm-s aos parâmtros da fnção tilidad, o gra d avrsão ao risco, σ, da fnção d saída do dsmprgo, r, ao fator d dsconto, β. O gra d avrsão ao risco scolhido foi d 0,5, q corrspond a m gra médio d avrsão ao risco. Considrando a priodicidad mnsal, o fator d dsconto tilizado qivalnt à taxa d jros anal d 11,75% (SELIC) para a conomia brasilira foi igal a 0,9912. O valor do parâmtro r foi obtido d modo q a taxa d saída do dsmprgo ncontrada corrspondss às taxas d saída do dsmprgo mpíricas. Para o caso brasiliro, a taxa d saída do dsmprgo considrada foi a stimada por Pnido Machado (2002) (para as rgiõs mtropolitanas), após sis doz mss, 48 % 25%, rspctivamnt. Srão considrados dois príodos d pagamnto do bnfício, primiro com cinco mss, conform ocorr no atal rgim d sgro-dsmprgo brasiliro, o sgndo com 12 mss, como ma sgstão d política. 15

4.2. RESULTADOS Dados os parâmtros dfinidos acima, foram fitas simlaçõs 8 para dois rgims altrnativos: o contrato ótimo com sm imposto sobr o salário. Para tanto, assmi-s q a tilidad x ant d m trabalhador dsmprgado corrspond à tilidad obtida pla sqüência d pagamntos constants do sgro dsmprgo 9, b = 63. O sja, atribi-s m valor mínimo d tilidad para o trabalhador dsmprgado q não acita o contrato, d modo q o contrato ótimo ofrcrá plo mnos o msmo nívl d tilidad q l obtria sm o sgro-dsmprgo sm tr q procrar por trabalho obrigatoriamnt. Para anális dos rgims, m m primiro momnto, foram fitas qatro simlaçõs para o contrato ótimo sm a imptação do imposto sobr o salário: a) Considrando o atal númro d parclas, stimo-s o csto ótimo para o atal nívl d tilidad sprada dscontada ofrcido plo contrato; b) Considrando o pagamnto d cinco parclas do bnfício, stimo-s qal o maior nívl d tilidad sprada para o atal csto total; c) Considrando o pagamnto d 12 parclas, qal o csto ótimo para o nívl d tilidad atal; d) Com 12 parclas, qal o maior nívl d tilidad possívl para o csto atal. Em m sgndo momnto, dois rgims ótimos foram stimados com a considração do imposto pós-mprgo, m para o caso com cinco mss d dração do bnfício o otro para o caso d doz mss. A simlação com 12 mss foi fita com o intito d mostrar q é possívl ampliar o tmpo cobrtra do bnfício, tal como s obsrva m algns paíss dsnvolvidos. Os rsltados obtidos corroboram os trabalhos d Hopnhayn Nicolini (1997) Mnard (2006). Conform sprado, o valor do bnfício é dcrscnt no tmpo d modo q o imposto como fnção da dração do dsmprgo é crscnt, propiciando os incntivos ncssários para q o contrato sja ficint para o govrno para o trabalhador, do ponto d vista da minimização dos cstos sjito m dado nívl d tilidad para st último. Isso é possívl porq, como o govrno é ntro ao risco o trabalhador é avrso ao risco, bnfício constant implica no govrno assmir todos os riscos dssa rlação. Qando o bnfício é dcrscnt faz com q o trabalhador assma part dsts riscos, pois sa tilidad é mnor a cada novo príodo d dsmprgo até rdzir compltamnt a zro. O problma d xistir m limit infrior para ssa tilidad é disctido m Pavoni (2007). A considração do imposto torna ainda mais ficint o contrato, pois incntiva os trabalhadors a consgirm mprgo mais rapidamnt, sndo q st incntivo não é via apnas a rdção do bnfício a cada príodo (not q os dcréscimos no rgim com imposto é mito mais sav do q no rgim sm imposto), mas principalmnt pla taxação do salário pós-mprgo d forma constant, ngativa no caso d m bôns o positiva no caso d ma taxa d fato. A hipóts d q o mprgo é m stado absorvdor é crítica nst modlo. Na Tabla 4.1 são aprsntados os rsltados para o contrato ótimo com cinco parclas. 8 As simlaçõs foram ralizadas no softwar Matlab. 9 Normalizando os salários m 100, o pagamnto do bnfício d sgro dsmprgo corrspond na média, para o ano d 2008, a 63% dos salários prévios dos trabalhadors bnficiados. 16

Mss d dsmprgo Tabla 4.1 sgro dsmprgo ótimo com cinco parclas Taxa d Nívl d Taxa d Nívl d Consmo Imposto rposição sforço rposição sforço pósmprgo (%) ótima (sm ótima (com sm imposto) com imposto) imposto imposto (1) (2) (3) (4) 1 82,9 25,2 93,8 66,4 100,05-0,05 2 61,2 27,6 92,8 66,5 99,30 0,70 3 47,2 29,4 91,8 66,7 98,85 1,50 4 37,6 30,8 90,8 66,8 97,77 2,33 5 30,7 31,9 89,8 66,9 96,69 3,11 A colna 1 da Tabla acima aprsnta a taxa d rposição (bnfício/salários) sob o contrato ótimo sm a considração do imposto. Conform sprado, a taxa d rposição é dcrscnt, sndo q stas rdçõs são significativas, o sja, no primiro mês d dsmprgo o trabalhador sgrado rcbrá m bnfício qivalnt a qas 83% do salário considrado 10, no sgndo mês ssa taxa cai para 61,2% assim scssivamnt, até q chga ao final do príodo m 30,7%. Est rsltado é qivalnt ao obtido plo modlo d Shavll Wiss (1979). Como rsltado dos bnfícios dcrscnts, o nívl d sforço amnta ao longo do príodo, fazndo com q a probabilidad d saída do dsmprgo, q é ma fnção do nívl d sforço, também amnt. Logo, msmo sm a considração do imposto, a fnção d política ótima do govrno lva a m amnto do nívl d sforço do trabalhador, d manira q os cstos do forncimnto do bnfício são rpartidos ntr o govrno, ntro ao risco, o trabalhador com avrsão ao risco. Como o trabalhador sab q ncontrar m mprgo é o mlhor q l pod fazr, dado q sa tilidad dcrsc à mdida q l prmanc dsmprgado, ntão l xrcrá o maior sforço possívl, conform spcificado no contrato ofrcido plo govrno. Isso faz com q sa probabilidad d saída do dsmprgo amnt à mdida q l prmanc dsmprgado. A Figra 4.1 mostra a trajtória ótima do bnfício para o nívl d tilidad inicial considrado, a trajtória ótima do sforço d bsca por trabalho q o trabalhador dv scolhr para maximizar sa tilidad sprada dscontada d todo o príodo d rcbimnto do bnfício. Qando não há imposto no rgim, o nívl d sforço ótimo mantém-s m nívl rlativamnt baixo, qando comparado ao rgim com imposto. Nst caso, os valors chgam a mais q o dobro no primiro. Ess é m rsltado razoávl, na mdida m q a imposição do imposto, q também pod sr m bôns para o trabalhador, lva o trabalhador a xrcr nívis mais lvados d sforço. Então, para q o trabalhador saia o qanto ants da sitação d dsmprgo, há a imposição do imposto ao msmo tmpo m q é rqrido sforço mais lvado. 10 O salário considrado pod sr a média dos salários nos últimos n mss, por xmplo, tal como é hoj considrado o salário bas para cálclo do valor do bnfício. 17

Figra 4.1 Trajtórias Ótimas da Taxa d Rposição (a) do Nívl d Esforço (b) sm Imposto A colna 2 da Tabla 4.1 dá a taxa d rposição sob o contrato ótimo qando o govrno tiliza o imposto como mcanismo d incntivos sobr o trabalhador. Not q, m comparação com o contrato ótimo sm imposto, a nova taxa d rposição dcrsc mais lntamnt; msmo dpois dos cinco mss d dsmprgo sta taxa ainda é sprior à q s tm no rgim atal ao valor inicial do rgim sm imposto. Em contrast ao caso sm imposto, pla taxação dos salários ftros, o contrato ótimo sm rstriçõs sobr o valor da taxa fornc ma trajtória d consmo (da taxa d rposição) mito mais sav. A colna 3 dá o flxo d consmo rcbido plo trabalhador ma vz q l tnha ncontrado trabalho, como fnção do númro d mss d dsmprgo. Qanto mais rápido o trabalhador consgir arranjar m trabalho maior srá s bôns, o sja, l rcbrá do govrno m prcntal d s salário, caso contrário, l assmirá com part do csto através da tribtação d s salário, sndo st imposto ma fnção do tmpo d dsmprgo. Est imposto após o mprgo tm carátr prmannt. A colna 4 aprsnta a taxa q incidirá sobr salários. Como prvisto pla toria, o imposto é sado no contrato ótimo amnta com a dração do dsmprgo. Not q somnt para o primiro mês o imposto é ngativo para o rgim d cinco mss, o q significa q o trabalhador dsmprgado rcb m sbsídio prmannt s l prmanc apnas m mês dsmprgado. Para ilstrar o ganho potncial do contrato ótimo sm imposto, a Figra 4.2 a Figra 4.3 aprsntam o csto sprado dscontado do forncimnto do sgro dsmprgo para m trabalhador q prmanc dsmprgado por até cinco mss. O csto é mdido m trmos da taxa d rposição. A Figra 4.2 aprsnta a trajtória ótima do csto dscontado acmlado com o msmo nívl d tilidad sprada dscontada ofrcido plo atal rgim, jntamnt com a trajtória do csto dscontado acmlado. Considrando a tilidad sprada dscontada q o trabalhador rcb com a taxa d taxa d rposição constant q o govrno paga atalmnt, obsrva-s claramnt q o sqma ótimo, msmo sm o imposto, traz ma rdção nos cstos do govrno. 18

Figra 4.2 Trajtórias Csto Dscontado Acmlado m rgim ótimo sm imposto no rgim atal para m indivído dsmprgado por até 5 mss. Inicialmnt, para as primiras parclas do bnfício, ss csto sprado é mais lvado do q o csto do rgim atal. Mas a partir do trciro mês, ss csto sprado comça a dcrscr, ficando no final do príodo crca d 7% mnor q o do atal rgim d sgro-dsmprgo. Ess gráfico corrspond aos valors da taxa d bnfício aprsntados na Tabla 4.1. Esss rsltados são compatívis aos obtidos por Hopnhayn Nicolini (1997). Otra forma d avaliar m rgim ótimo é, dado o csto dscontado acmlado atal, como dv sr a trajtória ótima da tilidad q o trabalhador rcb com ss contrato.o sja, é possívl mlhorar o bm-star do trabalhador com a atal strtra d cstos do programa? Os rsltados ncontrados mostram q sim. Conform s obsrva na Figra 4.3, o csto acmlado d forncr o sgro-dsmprgo no rgim atal no rgim ótimo por cinco mss é aproximadamnt o msmo, sndo q o nívl d tilidad sprada dscontada é a cada mês é mais lvado para o caso ótimo. No caso ótimo, o nívl inicial da tilidad (m trmos da taxa d rposição) é 82% para o caso atal a taxa é constant m 63%. Em valors prsnts, no sgndo príodo o nívl d tilidad para o caso ótimo corrspond a taxa d 45%, no trciro mês é 22%, no qarto é 15% no último é 10%. Como não há o imposto, a variação do csto aprsnta no início grand amnto, q vai diminindo à mdida q amnta o númro d parclas, o sja, o csto m valors prsnts tnd a sr cada vz mnor m virtd da rdção da taxa d rposição, como forma d incntivar o trabalhador a ncontrar mprgo o mais rápido possívl. 19

Figra 4.3 Trajtórias Csto Dscontado Acmlado m rgim ótimo sm imposto no rgim atal para m indivído dsmprgado por até 5 mss. A considração do imposto, conform proposto por Hopnhayn Nicolini (1997), constiti ma important frramnta, pois implica m m acréscimo o dcréscimo prmannt do salário após o mprgo, cja magnitd dpnd da dração da ocorrência do dsmprgo. Nss sntido, a imposição d ma taxa sobr o salário ftro é ficint nst contxto, pois o govrno pod agora prmiar a bsca do mprgo por mio d sbsídios (ma taxa ngativa após o mprgo) bm como pnir os trabalhadors por ma dração mito xtnsa do dsmprgo. Mais ma vz, cab colocar q o incntivo é dado para q o trabalhador raliz a bsca d forma ficint: s l pod procrar trabalho d m modo mais rápido, por q não o fazr? Posto isto, qanto mnor a dração do dsmprgo, maior o sbsídio para o trabalhador. Novamnt, rssalta-s q a hipóts d q o trabalhador ma vz mprgado prmanc nst stado por toda a vida, tm papl fndamntal na rdção do csto do govrno qando considrado st imposto. Daí porq os valors dos bnfícios srm sobrmanira spriors aos valors do rgim ótimo sm o so do imposto, pois agora os csto são dirtamnt compartilhados ntr govrno o trabalhador, por mio da imposição da taxa após o r-mprgo. Considrando agora m rgim ótimo d sgro dsmprgo q pag 12 parclas do bnfício, com sm imposto, stimo-s a trajtória ótima do bnfício do nívl d sforço, do csto sprado dscontado considrando das sitaçõs. Primiro, spondo q o atal rgim pagass 12 ao invés d 5 parclas, ncontro-s a trajtória ótima para o msmo nívl d tilidad sprada dscontada ofrcida com o pagamnto d ma taxa d rposição constant (qivalnt à atal taxa d rposição, b = 63). Sgndo, da msma forma q para o caso com 5 parclas, stimo-s a trajtória ótima do csto (sm o imposto) d modo q o csto total sprado dscontado corrspondss ao msmo csto d m rgim qivalnt ao atal (12 parclas com ma taxa constant d 63). A Tabla 4.2 aprsnta as taxas d rposição com sm imposto, os nívis d sforço para ambos os casos, o consmo após mprgo as taxas d imposto para o rgim ótimo com 12 parclas. 20

Mss d dsmprgo Taxa d rposição ótima sm imposto (1) Tabla 4.2 - sgro dsmprgo ótimo com 12 parclas Nívl d Taxa d Consmo Esforço rposição pós-mprgo (sm ótima com imposto) imposto Nívl d Esforço (com imposto) Imposto (%) (2) (3) (4) 1 81,1 46,6 100,6 102,7 68,6-2,7 2 71,0 51,3 99,5 101,8 68,6-1,8 3 62,7 55,4 98,4 100,9 68,7-0,9 4 55,7 59,0 97,3 100,1 68,9-0,1 5 49,9 62,2 96,1 99,3 69,0 0,8 6 44,9 65,1 95,0 98,4 69,1 1,6 7 40,7 67,7 94,0 97,6 69,3 2,4 8 37,0 70,0 92,9 96,7 69,4 3,3 9 33,9 72,1 91,9 95,9 69,6 4,1 10 31,1 74,1 90,8 95,1 69,8 4,9 11 28,6 75,9 89,8 94,2 69,9 5,8 12 26,5 77,5 88,7 93,4 70,1 6,6 No rgim ótimo sm imposto, obsrva-s q o dcréscimo na taxa d rposição é mais acntado do q qando o imposto é considrado, conform obsrvado para o rgim ótimo com cinco parclas. A Figra 4.4 mostra a volção da taxa ótima sm imposto o nívl d sforço ótimo para cada mês q o trabalhador dv ralizar. Val notar q os nívis d sforço são mais lvados para st rgim do q para o similar com cinco parclas, o q é bastant razoávl na mdida m q o trabalhador pod prmancr por mais tmpo no dsmprgo rcbndo o bnfício. Daí o sforço rqrido sr maior q no caso antrior. Além disso, a simlação aprsntada tm valor inicial mito próximo para o caso ótimo sm imposto com cinco mss, 81,1 82,6, rspctivamnt. Porém, o valor final, apsar d próximos, 26,5 com doz mss 30,7 com cinco mss, mostra q a rdção na taxa d rposição é maior no primiro caso. Nst ponto val rssaltar q mbora o valor final sja mnor para o caso com doz parclas, a taxa d rdção nss rgim é mnor do q no caso d cinco mss. Qando são considrados cinco mss, como o príodo é rlativamnt mito crto, a rdção no bnfício é rápida; no caso m considração, dado o maior horizont tmporal é possívl incntivá-lo d forma mais lnta, porém mais acntada, sndo q s o trabalhador prmanc dsmprgado até o último príodo, s bnfício chga a poco mais d ¼ do valor inicial. Com rlação ao nívl d sforço, q tm sa trajtória aprsntada na Figra 4.4b, obsrva-s nívis mais lvados aos obsrvados para o caso d cinco mss. Ess é m rsltado plasívl na mdida m q s o trabalhador pod rcbr o bnfício por mais tmpo, é rqrido dl q o s nívl d sforço sja mais lvado para q não prmança dsmprgado até o último príodo. Admais, conform dito antriormnt, o valor das parclas dcrsc mais lntamnt. 21

Figra 4.4 Trajtórias Ótimas da Taxa d Rposição (a) do Nívl d Esforço (b) sm Imposto. A colna 2 da Tabla 4.2 aprsnta a taxa d rposição sob o contrato ótimo qando o govrno tiliza o imposto como mcanismo d incntivos sobr o trabalhador. Os rsltados são smlhants aos obsrvados para o contrato d cinco mss. Val notar q, m comparação com o contrato ótimo sm imposto, a nova taxa d rposição dcrsc ao longo do tmpo, porém d forma lnta; msmo dpois d 12 mss d dsmprgo ssa taxa ainda é sprior à q s tm no rgim ótimo sm imposto. Assim como obsrvado para o caso d cinco mss, a taxa d rposição aprsnta qda mais lnta. Como o númro d parclas é maior, a taxa chga m nívl mais próximo da atal taxa d rposição A colna 3 dá o flxo d consmo rcbido plo trabalhador ma vz q l tnha ncontrado m trabalho, como fnção do númro d mss d dsmprgo. Assim é q, qanto mais rápido o trabalhador consgir arranjar m trabalho maior srá s bôns, o sja, l rcbrá do govrno m prcntal d s salário, caso contrário, l assmirá com part do csto através da tribtação d s salário, sndo st imposto ma fnção constant do tmpo q prmanc dsmprgado. A colna 4 aprsnta o imposto implícito nos salários. Como prvisto pla toria, o imposto é sado no contrato ótimo amnta com a dração do dsmprgo. Not também q para os primiros dois mss o imposto é ngativo, o q significa q o trabalhador dsmprgado rcb m sbsídio prmannt s l ncontra m trabalho rapidamnt. Em comparação aos valors obtidos por Hopnhayn Nicolini (1997), o rsltado para o caso brasiliro aprsnta valors mnors do imposto sobr salário. Em comparação ao caso d cinco mss os valors também são mais lvados. S o trabalhador prmanc por até m mês dsmprgado, l rcb m bôns d 2,7% d s salário por toda a vida; s o prmanc no dsmprgo por até dois mss, l contina a rcbr m bôns, só q agora mnor, d 1,8%. El rcbrá m bôns caso l ncontr m mprgo m até qatro mss. A partir d ntão o trabalhador passa a tr s salário taxado (positiva) por toda a vida. Em trmos d rdção nos cstos, qando não há imposto, o sja, o mcanismo d incntivo é apnas por mio da rdção do bnfício, a comparação é dirta ntr st rgim ótimo o rgim atal. Qando há taxação do salário pós-mprgo, ssa comparação dixa d sr dirta, pois o modlo spõ q o r-mprgo é m stado absorvdor. 22