EFEITOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL SOBRE A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA RENDA DO TRABALHO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS, Resumo

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Transcrição:

1 EFEITOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL SOBRE A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA RENDA DO TRABALHO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS, 1985-2008 Crstano Ponzon Ghns 1 Adelar Fochezatto 2 Resumo Este estudo analsa os efetos do crescmento do emprego formal da construção cvl sobre a dstrbução espacal da renda do trabalho nos muncípos brasleros nas últmas décadas. Para tanto, são utlzadas, ncalmente, técncas da análse exploratóra de dados espacas (AEDE) para ndcadores de especalzação no emprego formal do setor e da ndústra em 2008. Os resultados da AEDE apontam que a construção cvl apresenta uma maor dspersão espacal no terrtóro naconal, comparatvamente a atvdade ndustral, e se concentra, em termos de especalzação produtva (ou partcpação relatva), em regões de baxo desempenho econômco. Em seguda, procede-se a análse de dados em panel estátco, a partr do método de efetos fxos, com base em nformações coletadas do MTE/RAIS para o período 1985-2008. Assm, estma-se que o crescmento do emprego formal da construção cvl contrbu sgnfcatvamente para a melhora na dstrbução espacal da renda do trabalho entre os muncípos brasleros. Palavras-chave: Construção cvl, dstrbução de renda, dados em panel. Classfcação JEL: O15, C33. Abstract Ths study seeks to analyze the effects of formal employment growth of resdental constructon on the spatal dstrbuton of labor ncome n Brazl n the last decades. Intally, t makes use of exploratory analyss of spatal data for formal employment specalzaton ndcators of the sector and the ndustry n 2008. The results shows that resdental constructon presents a hgher space dsperson n the natonal terrtory, relatvely to ndustral actvty, and t concentrates, n terms of productve specalzaton (or relatve partcpaton), n lower performance economc regons. After that, t makes use of a statc panel data model, wth fxed effects method, based on nformaton of MTE/RAIS for perod 1985-2008. It was estmate that formal employment growth of resdental constructon contrbutes sgnfcantly for the spatal labor ncome mprovement between Brazlan countes. Keywords: Resdental constructon, ncome dstrbuton, panel data. JEL Classfcaton: O15, C33. ANPEC: Área 9 1 Mestre em Economa pela PUCRS. E-mal: crstanoghns@bol.com.br 2 Doutor em Economa. Professor Ttular da PUCRS. Pesqusador do CNPq. E-mal: adelar@pucrs.br

2 1. Introdução O tema da desgualdade de renda pode ser analsando sob os enfoques da sua dstrbução pessoal e regonal. A dstrbução pessoal da renda no Brasl tem recebdo mas atenção por causa de sua sgnfcatva melhora verfcada nos últmos anos. Segundo dados da Pesqusa Naconal por Amostras de Domcílos (IBGE, 2010), no período de 2002 a 2008, a razão de apropração da renda entre os 10% mas rcos e os 10% mas pobres cau de 59,2 para 44,0 vezes. No mesmo período, segundo dados das Contas Regonas (IBGE, 2010), a razão entre o PIB dos três maores e dos três menores estados cau de 95,7 para 88,6 vezes. Neste caso os dos ndcadores mostraram a mesma tendênca, mas nem sempre a melhora de um deles mplca na melhora do outro. É fácl magnar uma stuação em que uma melhora na dstrbução espacal da renda venha acompanhada por uma pora na dstrbução pessoal. Por exemplo, um grande nvestmento em uma regão pobre pode, ao mesmo tempo, aumentar a renda da regão, melhorando a dstrbução espacal, e aumentar a apropração da renda da camada mas rca da população, porando a sua dstrbução pessoal. O objetvo deste trabalho é analsar a dstrbução espacal da renda. Mas especfcamente, o objetvo é verfcar se um aumento do emprego no setor da construção cvl provoca ou não uma melhora na dstrbução espacal da renda entre todos os muncípos brasleros. A nfluênca de um setor sobre a dstrbução espacal da renda depende não só de seu padrão de localzação espacal, mas também do padrão de localzação dos setores dreta e ndretamente nterlgados a ele. A construção cvl se caracterza por possur um processo produtvo trabalho-ntensvo e de relatvamente baxa ntensdade tecnológca. Com sso, o setor acaba não se benefcando, como acontece com os setores ndustras, das externaldades tecnológcas ou não-pecunáras, assocadas aos spllovers de conhecmento. Além dsso, o setor pode crescer mesmo à margem dos grandes centros urbanos, em regões com baxo desempenho econômco, uma vez que, onde houver crescmento populaconal, mesmo que lento, haverá um determnado nível de emprego no setor. Ou seja, ele é dependente, dentre outros fatores, da dnâmca populaconal das regões. Deste modo, a construção cvl tende a apresentar um menor grau de concentração espacal do que a ndústra e, assm, o crescmento do emprego formal do setor pode estar assocado a uma melhora na dstrbução espacal da renda do trabalho no Brasl. Em outras palavras, o setor em estudo pode contrbur para atenuar o quadro ndesejável do acentuado grau de desgualdade muncpal da renda do trabalho no País. Para essa análse, o trabalho é organzado em cnco seções, além dessa ntrodução. Na segunda seção são apresentados os ndcadores da concentração espacal da renda do trabalho formal no Brasl no período 1985-2008. Na tercera são demonstrados os aspectos teórcos para a dstrbução espacal das atvdades econômcas e, também, as evdêncas da análse exploratóra de dados espacas (AEDE) para o padrão de dstrbução espacal da construção cvl, comparatvamente ao setor ndustral. Na quarta realza-se uma análse dos muncípos brasleros especalzados no emprego formal da construção cvl. Na qunta são estmados, com base na análse de dados em panel estátco, os efetos do emprego formal da construção cvl e dos demas setores sobre os hatos de renda do trabalho dos muncípos brasleros em análse. Por fm, são apresentadas as prncpas conclusões do estudo. 2. Indcadores da concentração espacal da renda do trabalho Como se observa no Gráfco 1, a partr dos índces de Gn calculados para a remuneração anual méda muncpal, o Brasl se caracterza pela elevada concentração

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 espacal da renda do trabalho, com ndcadores sempre superores a 0,80 ao longo de todo o período 1985-2008. Isso ocorre prncpalmente em função da dnâmca da acentuada concentração do emprego formal e da massa salaral nas regões metropoltanas do País, segundo nformações da RAIS (MTE, 1985-2008). Deve-se levar em conta, no entanto, um lento processo de desconcentração, que passa a se consoldar a partr de 1995, após o níco do Plano Real, o qual, em certa medda, marcou o níco da redução da desgualdade de renda no Brasl. 3 1,00 0,98 0,96 0,94 0,92 0,90 0,88 0,86 Gráfco 1 Índces de Gn para a remuneração anual méda muncpal do emprego formal no Brasl 1985-2008 Fonte dos dados brutos: Mnstéro do Trabalho e Emprego (MTE)/Relação Anual de Informações Socas (RAIS). Nota: Os índces de Gn foram calculados para o Brasl consderando o número total de muncípos com renda do trabalho declarada na RAIS em cada ano. Cabe lembrar que os índces de Gn são lmtados ao ntervalo de 0 a 1. Quanto mas próxmo de 1, maor a concentração. Tal desgualdade se verfca em todos os estados brasleros, conforme se observa nos índces de Gn apresentados na Tabela 1, calculados com base na remuneração anual méda dos muncípos de cada undade da federação. Segundo nformações da RAIS (MTE, 2008), em undades da federação como o Amazonas, Pauí e Ro Grande do Norte, nos quas se observam os maores ndcadores, somente um muncípo concentrava a maor parte do total da renda do trabalho estadual gerada em 2008. Mas precsamente, neste ano, 90,5% da massa salaral do Amazonas fcou concentrada em Manaus; 78,5% em Teresna; e 64% em Natal. No caso do Ro Grande do Sul, que apresentou um coefcente de Gn de 0,882, Porto Alegre fo responsável por 38% da renda do trabalho formal total do Estado em 2008. No que dz respeto à renda anual méda por trabalhador, tanto em termos nomnas como reas, apenas o Dstrto Federal apresentou uma méda salaral superor a R$ 2,6 ml por trabalhador no ano em estudo. Esses altos níves de concentração da renda do trabalho formal ocorrem, prncpalmente, porque a atvdade econômca tende a demonstrar determnados padrões de aglomeração espacal, formando clusters espacas, essencalmente no caso de grande parte dos setores da ndústra e atvdades relaconadas. No entanto, a construção cvl não necessaramente segue este padrão de concentração espacal, como será abordado a segur.

Tabela 1 Índce de Gn para a remuneração anual méda muncpal do emprego formal e saláros médos, nomnas e reas, por trabalhador, segundo as undades da federação - 2008 Undade da Federação Índce de Gn espacal (1) Remuneração méda nomnal por trabalhador (R$) Remuneração méda real por trabalhador (2) (R$) Amazonas 0,9522 1.444 1.346 Pauí 0,9180 1.021 953 Ro Grande do Norte 0,9080 1.071 1.013 Maranhão 0,9068 1.026 964 Ro de Janero 0,9067 1.562 1.426 São Paulo 0,9040 1.573 1.513 Goás 0,9030 1.106 1.047 Rorama 0,9029 1.444 1.319 Amapá 0,8963 1.698 1.603 Acre 0,8946 1.376 1.268 Paraíba 0,8925 931 876 Mnas Geras 0,8917 1.125 1.037 Ceará 0,8877 957 866 Pernambuco 0,8875 1.039 965 Baha 0,8855 1.112 1.035 Tocantns 0,8854 1.157 1.075 Ro Grande do Sul 0,8824 1.313 1.265 Paraná 0,8745 1.197 1.148 Sergpe 0,8630 1.185 1.087 Alagoas 0,8616 985 934 Pará 0,8603 1.142 1.071 Rondôna 0,8525 1.202 1.147 Espírto Santo 0,8441 1.207 1.135 Santa Catarna 0,8425 1.184 1.090 Mato Grosso do Sul 0,8205 1.207 1.080 Mato Grosso 0,8170 1.157 1.075 Dstrto Federal - 2.836 2.635 Brasl 0,9197 1.357 1.267 Fonte dos dados brutos: MTE/RAIS. Notas: (1) Calculados para os 5.560 muncípos dos estados brasleros com renda do trabalho formal declarada em 2008 na RAIS. (2) Corresponde ao saláro nomnal em relação ao índce de preços de cada estado, obtdo das Contas Regonas do Brasl/IBGE. 4 3. Análse de dados espacas: Indústra versus construção cvl Para comparar os padrões de dstrbução espacal da construção cvl e da ndústra são coletadas nformações do emprego formal destes setores na RAIS para os 5.560 muncípos brasleros em 2008 3. Em seguda, são calculados os ndcadores de especalzação setoral no emprego para cada muncípo, em geral denomnados de quocentes locaconas (QL) 4 e normalmente utlzados para a dentfcação de clusters. Então, estes são usados para a aplcação da técnca da análse exploratóra de dados espacas (AEDE). 3 Número de muncípos brasleros com renda do trabalho declarada na RAIS neste ano. 4 Por exemplo, o quocente locaconal para a construção cvl de um determnado muncípo pode ser calculado da segunte forma: E QLC E C BR C E E T BR T

3.1. Análse exploratóra de dados espacas A AEDE fundamenta-se na análse de estatístcas de autocorrelação espacal que possbltam dentfcar a formação de clusters. Para determnadas varáves de nteresse, que neste caso correspondem aos quocentes locaconas para a ndústra (QL) e para a construção cvl (QLc), um cluster é defndo como um aglomerado de muncípos vznhos cujos atrbutos são smlares. Mesmo sendo uma defnção que captura somente a noção de proxmdade geográfca, focando apenas na análse da dmensão espacal da formação de clusters, este é um conceto aproprado para os objetvos do trabalho. Por exemplo, caso exsta um padrão homogêneo no qual muncípos mas especalzados na ndústra estejam localzados na vznhança de muncípos também com maor especalzação ndustral, estes resultados ndcam que o crescmento do emprego formal do setor pode estar assocado a um aumento da concentração espacal da renda do trabalho. De forma análoga, a mesma análse é efetuada para a construção cvl. Dentre as ferramentas da AEDE, são calculados os índces globas de assocação ou correlação espacal, o I-Moran, e demonstrados os dagramas de dspersão espacal de Moran e os mapas com os muncípos brasleros onde os clusters são estatstcamente sgnfcatvos, a partr do cálculo do Índce Local de Assocação Espacal (LISA). O dagrama de dspersão espacal de Moran consste numa representação gráfca do índce I-Moran. O I-Moran fornece uma medda geral da correlação espacal exstente no conjunto dos dados e seu valor vara de -1 a 1. Valores próxmos de zero para o ndcador apontam a nexstênca de autocorrelação espacal sgnfcatva, ou seja, a varável de nteresse não apresenta padrões espacas de aglomeração bem defndos. Se o I-Moran for postvo, então exste autocorrelação espacal postva, sto é, valores altos da varável tendem a estar localzados na vznhança de valores altos. Se for negatvo, então exste autocorrelação espacal negatva, ou seja, valores altos da varável tendem a estar localzados na vznhança de valores baxos. O I-Moran é calculado por: I n n 1 j 1 n 1 w x x onde: n = número de observações; w j = elementos da matrz de peso espacal que defne as relações de vznhança 5 ; e x e x j = valores da varável analsada em desvos da méda nos muncípos e j. Já a estatístca LISA é um ndcador que permte dentfcar a exstênca de valores semelhantes de uma varável entre muncípos vznhos. Se o valor da estatístca LISA for dferente de zero e sgnfcante, então o muncípo está espacalmente assocado com os seus vznhos. Neste caso, a estatístca LISA permte dentfcar a formação de clusters espacas e x j 2 j 5 onde: E é o emprego formal da construção cvl no muncípo, C BR, E C é o emprego formal da construção cvl no Brasl e braslera. Se QL 1 C BR T E é o emprego formal total do muncípo T E é o emprego formal total da economa, o coefcente ndca que o muncípo possu um maor grau de especalzação no emprego formal da construção cvl do que o Brasl. O nverso ocorre quando 1 QL. Quando QL 1, não há dferença entre os graus de especalzação do muncípo e do País. Analogamente, são calculados estes ndcadores para a ndústra. 5 É utlzada na estmação a usual contgüdade de ordem 1. Isto é, na matrz de pesos espacas, muncípos vznhos que fazem frontera, mesmo que de canto (queen), recebem valor um e, os demas, valor zero. C C

a AEDE possblta avalar se tal aglomerado é estatstcamente sgnfcatvo. Seu cálculo é gerado pela segunte expressão: 6 L x n j 1 n 1 w x j 2 x j A partr dos resultados da estatístca LISA, pode-se estabelecer quatro tpologas de autocorrelação espacal, as quas representam a formação de clusters (Quadro 1). As tpologas Hgh-Hgh e Low-Low capturam padrões homogêneos de assocação espacal, ou seja, muncípos com valores altos (baxos) da varável localzados na vznhança de muncípos com valores também altos (baxos). Já as tpologas Hgh-Low e Low-Hgh capturam padrões heterogêneos de assocação espacal, sto é, muncípos com valores altos (baxos) da varável localzados na vznhança de muncípos com valores baxos (altos). Quadro 1 Tpos de autocorrelação espacal Tpo de autocorrelação Hgh-Hgh Hgh-Low Low-Hgh Low-Low Descrção Valores altos com vznhos apresentando valores altos Valores altos com vznhos apresentando valores baxos Valores baxos com vznhos apresentando valores altos Valores baxos com vznhos apresentando valores baxos 3.2. Resultados O Gráfco 2 apresenta os valores obtdos para o I-Moran e os dagramas de dspersão espacal de Moran para os quocentes locaconas do emprego formal da ndústra e da construção cvl no Brasl em 2008. Como se pode observar, a ndústra se caracterza, de fato, por apresentar uma autocorrelação espacal postva relatvamente alta, de 0,431, ndcando um padrão homogêneo no qual os muncípos brasleros com maor especalzação ndustral tendem a estar localzados na vznhança de muncípos também fortemente especalzados (Gráfco 2(A)). Em contraste, o ndcador estmado para a construção cvl fcou próxmo de zero, mas precsamente, 0,047, apontando que o setor se dstrbu quase que aleatoramente no terrtóro naconal (Gráfco 2(B)). Neste caso, o I-Moran ndca então a nexstênca de padrões de assocação espacal bem defndos, ou seja, estes resultados apontam para uma acentuada dspersão espacal da construção cvl no Brasl, em termos de especalzação produtva, comparatvamente à ndústra. A estatístca LISA aponta para a formação de grandes aglomerações de muncípos vznhos altamente especalzados no emprego ndustral no Brasl (Fgura 1). Cabe relembrar que tas clusters são compostos por muncípos altamente especalzados no emprego da ndústra, assocados espacalmente com os seus vznhos também fortemente especalzados. Com base nos dados da RAIS (MTE, 2008), a formação de clusters hgh-hgh, ao nível de 5% de sgnfcânca, concentra-se, majortaramente, nas regões Sul e Sudeste, nos estados do Ro Grande do Sul, Santa Catarna, Paraná, Mnas Geras e São Paulo. Cada um sendo responsável, respectvamente, por 18,9%, 21,6%, 16,9%, 11,9% e 23,9% do total de muncípos dentfcados como clusters hgh-hgh no País. Isto totalza 93,2% dos clusters para o emprego ndustral no Brasl.

7 (A) Indústra (B) Construção Cvl Gráfco 2 Dagramas de dspersão de Moran para os quocentes locaconas do emprego formal da construção cvl e da ndústra no Brasl 2008 Fonte dos dados brutos: Mnstéro do Trabalho e Emprego (MTE)/Relação Anual de Informações Socas (RAIS). Dsponível em: <http://www.mte.gov.br/geral/estatstcas.asp?vewarea=ras> Acesso em: 21 abr. 2010. Verfca-se, também, a predomnânca de padrões homogêneos de assocação espacal, com poucos casos de clusters hgh-low, confrmando a nítda tendênca de aglomeração produtva da ndústra, com muncípos vznhos ora amplamente especalzados, ora com baxos graus de especalzação. Este últmo padrão de aglomeração espacal, para a tpologa de clusters low-low, concentra-se, grosso modo, no exo centro-norte do País. Nesse exo, por outro lado, estão grande parte dos clusters hgh-hgh da construção cvl, ndcando a mportânca relatva do setor em regões com menor nível de especalzação ndustral. Em outras palavras, pode-se dzer que nesses lugares a construção cvl se destaca devdo à baxa concentração ou mesmo ausênca das demas atvdades produtvas, prncpalmente aquelas pertencentes à ndústra (Fgura 2). Além dsso, observa-se a dversdade das tpologas de clusters para o setor, bem como o pequeno número de muncípos espacalmente assocados dentfcados a partr da estatístca LISA, o que ndca a maor dspersão espacal da construção cvl no terrtóro naconal, no que dz respeto à especalzação produtva. Tal estatístca aponta para a formação de pequenos e dspersos grupos de muncípos vznhos que se consttuem em clusters hgh-hgh para os quocentes locaconas do emprego formal do setor no País (trata-se de 120 muncípos do Brasl). Embora se observe, a partr dos ndcadores da AEDE, que a construção cvl apresenta um padrão de dstrbução espacal mas dsperso em relação à ndústra, deve-se consderar, também, se o setor está localzado, majortaramente, em regões de baxa renda do trabalho. Pos, para uma maor contrbução na melhora da dstrbução espacal desta renda entre os muncípos brasleros, é de pouca vala que o setor se concentre em regões que apresentem um alto desempenho econômco, anda que as mesmas sejam consderavelmente dspersas.

8 Fgura 1 Mapa de clusters espacas para o emprego formal da ndústra, em termos de quocentes locaconas, no Brasl 2008 Fonte dos dados brutos: MTE/RAIS. Fgura 2 Mapa de clusters espacas para o emprego formal da construção cvl, em termos de quocentes locaconas, no Brasl 2008 Fonte dos dados brutos: MTE/RAIS.

9 4. Uma análse dos muncípos brasleros especalzados no emprego formal da construção cvl Nessa seção analsa-se o total dos muncípos especalzados no emprego formal da construção cvl, para avalar todas as regões onde a presença do setor é expressva, ndependentemente dos muncípos serem espacalmente assocados em termos de especalzação produtva. Ou seja, consdera-se, além dos clusters hgh-hgh dentfcados para o setor em estudo na seção anteror, a totaldade dos muncípos especalzados no emprego formal da construção cvl, mas precsamente, todos aqueles com quocentes locaconas maores do que a undade (QLc > 1). A análse é efetuada com relação à evolução dos hatos médos de renda do trabalho e ao comportamento do emprego formal da construção cvl, comparatvamente aos demas setores de atvdade econômca, nessas regões. 4.1. Hato médo de renda do trabalho Para os propóstos do estudo, o hato médo de renda do trabalho é calculado como a dferença entre a renda méda por trabalhador de cada muncípo braslero e a renda méda por trabalhador no conjunto dos muncípos brasleros 6. Em outras palavras, trata-se da méda dos hatos (ou dferenças) de renda por trabalhador de cada muncípo em questão em relação à renda méda por trabalhador do País como um todo. Como já menconado, esses hatos são calculados para o conjunto de muncípos dentfcados como clusters hgh-hgh para a construção cvl e, também, para todos os muncípos especalzados no emprego formal do setor. Os muncípos dentfcados como clusters hgh-hgh no Brasl apresentaram um hato médo de renda por trabalhador de -28,9% em relação à naconal em 2008. E, consderando o total de 647 muncípos especalzados no emprego formal da construção cvl 7, este hato fo de -30,7%. Mas especfcamente, a renda méda por trabalhador no País fo de R$ 1.357 no ano em análse, ao passo que, no grupo de clusters hgh-hgh e no total de muncípos especalzados fo de R$ 965 e R$ 940, respectvamente. Deve-se ponderar, todava, que o hato médo de renda pode ser consderado uma medda relatva da desgualdade de renda do trabalho entre os muncípos, sendo capaz de medr a ntensdade da mesma, mas não a extensão das regões de baxa renda. Isso porque ele pode ser dervado tanto de uma grande quantdade de muncípos com um nível de renda baxo como a partr de poucos muncípos com um nível de renda muto baxo. Ele pode, nclusve, omtr casos de muncípos com renda superor à méda naconal. Assm, é necessáro fazer uma decomposção da análse acma efetuada. A Fgura 3 mostra os hatos de renda anual méda por trabalhador, em relação à naconal, dos muncípos brasleros especalzados no emprego formal da construção cvl em 2008. Pode-se observar, prmeramente, a elevada dspersão espacal do emprego formal da construção cvl, em termos de especalzação produtva (todos os muncípos cuja cor dfere da verde claro na Fgura 3), justfcando os resultados encontrados para o I-Moran e para a estatístca LISA na seção anteror. Em segundo lugar, deve-se destacar prncpalmente a alta concentração do setor em regões de baxa renda do trabalho: dos 647 muncípos brasleros especalzados no emprego formal da construção cvl, apenas 60 apresentaram renda anual 6 A renda méda por trabalhador é smplesmente a massa salaral dvda pelo número de empregados formas de um muncípo em um determnado ano. E, para a renda méda por trabalhador do País, procede-se ao mesmo cálculo, mas consderando a massa salaral total do Brasl em relação ao número de empregados formas da economa braslera. 7 Esses 647 muncípos poderão ser vsualzados na Fgura 3, mas adante.

méda por trabalhador superor à naconal em 2008 (Fgura 3). Isto é, 90,7% dos muncípos com QLc > 1 no Brasl, ou quase a totaldade (587 muncípos), regstraram um hato negatvo em relação á renda méda por trabalhador no País. Destes muncípos, 413 enquadraram-se na classe com hatos negatvos nferores a -29,5% 8, 118 na faxa entre -29,5 e -16,6% e 56 entre -16,6% e -3,6% 9. 10 Hato Muncípos < -29,5 413-29,5 e -16,6 118-16,6 e -3,6 56-3,6 e 9,3 18 9,3 e 22,3 21 > 22,3 21 QLc < 1 4913 Fgura 3 Mapa dos hatos de renda anual méda por trabalhador, em relação à naconal, dos muncípos brasleros especalzados no emprego formal da construção cvl em 2008 Fonte dos dados brutos: MTE/ RAIS. Esses ndcadores sugerem que, além da construção cvl apresentar um padrão dstrbutvo relatvamente mas dsperso do que a atvdade ndustral, o setor tende a se concentrar, em termos de especalzação produtva, em muncípos brasleros de baxo desempenho econômco, no que se refere à renda do trabalho formal. Além dsso, pode-se afrmar que os hatos médos de renda do trabalho das regões em análse (sto é, dos muncípos com QLc > 1) são dervados, na maor parte, de um grande número de muncípos com um nível de renda sgnfcatvamente baxo. Trata-se, portanto, de um quadro problemátco tanto em relação à ntensdade da desgualdade quanto em termos da extensão das regões de baxa renda, com uma grande quantdade de muncípos brasleros apresentando uma renda méda por trabalhador consderavelmente nferor à méda naconal. Entretanto, a análse da evolução desses hatos médos nas últmas décadas revela que essas desgualdades de renda do trabalho eram anda maores. 8 O caso mas grave fo do muncípo de São José do Bonfm, que regstrou um hato de -68,3%. Além deste, 258 muncípos brasleros apresentaram hatos negatvos nferores a -40,3%. 9 Na classe entre -3,6% e 9,3%, todos os muncípos apresentaram hatos postvos.

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 O Gráfco 3 demonstra a evolução dos hatos médos de renda por trabalhador, em relação à méda naconal, do conjunto de muncípos brasleros especalzados no emprego formal da construção cvl e do grupo de muncípos dentfcados como clusters hgh-hgh na seção anteror, para o período de 1985 a 2008. Observa-se uma redução sgnfcatva dos hatos médos de renda do trabalho dos muncípos em análse. Para o conjunto de muncípos especalzados no emprego formal da construção cvl, o hato médo cau de -46,1%, em 1985, para -30,7%, em 2008, o que representa uma redução méda aproxmada de 0,62% ao ano. Para o grupo de clusters hgh-hgh, a redução do hato fo de -44,8% para -28,9%, cando, em méda, 0,65% ao ano no período em estudo 10. Deste modo, pode-se observar uma queda dos hatos, na méda, um pouco mas acentuada neste últmo grupo de muncípos, justamente onde a partcpação relatva da construção cvl é anda maor se comparada ao total de muncípos especalzados. Já que os clusters hgh-hgh são um grupo restrto de muncípos especalzados, espacalmente assocados, com os maores quocentes locaconas para o emprego formal da construção cvl, quando comparados ao total de muncípos com QLc > 1. 11 0-10 -20-30 -40-50 -60 y = 0.6544x - 47.405 R² = 0.752 y = 0.623x - 48.146 R² = 0.7548-70 -80-90 -100 Muncípos QLc > 1 Clusters hgh-hgh para a construção cvl Lnear (Muncípos QLc > 1) Lnear (Clusters hgh-hgh para a construção cvl) Gráfco 3 - Hato médo de renda por trabalhador, em relação à méda naconal, do conjunto de muncípos brasleros especalzados na construção cvl - 1985-2008 Fonte dos dados brutos: MTE/ RAIS. Pode-se conclur, portanto, que está havendo uma redução sgnfcatva dos hatos de renda do trabalho formal desses muncípos brasleros em estudo. Isso pode estar ocorrendo em decorrênca do crescmento do emprego da construção cvl nas regões em análse e/ou em função da expansão das demas atvdades econômcas, ou mesmo devdo às dferentes varações salaras entre os muncípos. Assm, é mportante avalar dretamente a evolução do emprego formal nessas regões, comparando a construção cvl com os demas setores produtvos. Além dsso, com a análse do emprego se utlza uma varável não-monetára, de modo a verfcar se o crescmento da renda do trabalho ocorre, smplesmente, pelo aumento do nível de saláros ou, de fato, pela geração de emprego. 10 As reduções anuas médas dos hatos são dadas pelos coefcentes de x estmados apresentados no Gráfco 3.

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 12 4.2. Crescmento do emprego formal: construção cvl versus demas setores de atvdade econômca No Gráfco 4 são apresentados índces de base fxa (1985 = 100) para o emprego formal da construção cvl e das demas atvdades econômcas 11 no conjunto de muncípos brasleros com QLc > 1 (sto é, especalzados no emprego formal da construção cvl) no período 1985-2008 12. Observa-se um crescmento equlbrado entre os setores de atvdade econômca, mas com um aumento um pouco mas acentuado do emprego da construção cvl nas regões em estudo, prncpalmente nos últmos anos, comparatvamente aos demas setores produtvos. Mas especfcamente, nos anos 1985-2008, estma-se um crescmento médo de aproxmadamente 3,0% a.a. do setor em análse, contra 2,8% a.a. das demas atvdades econômcas 13. Desta forma, mesmo havendo varação salaral no período em análse, pode-se atrbur então ao aumento da renda do trabalho e, por consegunte, à redução dos hatos desta renda em relação à méda naconal, prncpalmente, o aumento sgnfcatvo do emprego formal nesses muncípos, em partcular o crescmento da construção cvl. Ou seja, o setor pode estar contrbundo expressvamente para a redução da desgualdade espacal da renda do trabalho entre os muncípos brasleros. 250 200 150 y = 3.0168x + 90.084 R 2 = 0.4739 100 y = 2.8318x + 93.279 R 2 = 0.7457 50 0 Construção cvl Demas setores Lnear (Demas setores) Lnear (Construção cvl) Gráfco 4 - Índces de base fxa para o emprego formal da construção cvl e dos demas setores de atvdade econômca no conjunto de muncípos brasleros com QLc > 1 (base: 1985 = 100) - 1985-2008 Fonte dos dados brutos: MTE/RAIS. 5. Efetos da construção cvl sobre os hatos de renda do trabalho: uma análse de dados em panel estátco desequlbrado Esta seção tem por objetvo testar estatstcamente a hpótese de que o emprego formal da construção cvl tem colaborado para a redução dos hatos de renda do trabalho, contrbundo para a queda da desgualdade espacal da renda por trabalhador entre os muncípos brasleros. Já que se observa um crescmento substancal do emprego formal do 11 Trata-se de todas as atvdades produtvas exceto a construção cvl. 12 Os índces de base fxa comparam o nível de emprego de cada ano sempre em relação a 1985. 13 Estas taxas podem ser vsualzadas pelos coefcentes de x no Gráfco 4.

setor em regões espacalmente dspersas e de baxo desempenho econômco, quando se consdera a renda do trabalho. 5.1. Metodologa Para verfcar se exste uma relação sgnfcatva entre esses hatos e o emprego formal da construção cvl, são utlzados os dados de renda do trabalho e de emprego formal demonstrados na seção anteror, com base nas nformações da Relação Anual de Informações Socas (RAIS) do Mnstéro do Trabalho e Emprego (MTE). Na estmação do modelo, utlza-se as nformações de pratcamente a totaldade dos muncípos brasleros especalzados no emprego formal da construção cvl (com QLc > 1) vstos anterormente, somente exclundo os casos em que os muncípos apresentam hatos postvos em relação à méda. Assm, são ncluídos na estmação 587 muncípos brasleros durante o período 1985-2008, formando uma amostra de 13.014 observações. Deste modo, é construído um panel estátco, em função do grande número de cortes secconas em relação ao número de períodos a serem analsados 14. E, como persstem anda algumas lacunas de nformações na base de dados da RAIS, esse panel é desequlbrado. A partr de então, é estmado um modelo pelo método de efetos fxos, 15 que busca explcar o hato de renda do trabalho de cada muncípo em função do emprego formal dos setores de atvdade econômca. Estes setores são desagregados segundo a classfcação de grandes setores da RAIS, a qual é compatível com o sstema de classfcação setoral do IBGE 16, tal como é demonstrado a segur: 13 ln Ht 0 1 ln CCt 2 ln INDt 3 ln COM t 4 ln SERV t 5 ln AGRO t t onde: ln = logartmo natural das varáves em análse; e t = subscrtos ndcando que os valores das varáves estão sendo observados no muncípo e no ano t ; H = hato de renda por trabalhador, em módulo, em relação à méda do Brasl; 0 = coefcente de ntercepto (ou constante) estmado para o muncípo 17 ; CC = emprego formal da construção cvl; IND = emprego formal da ndústra; COM = emprego formal do comérco; SERV = emprego formal do setor de servços; e AGRO = emprego formal da agropecuára. 5.2. Resultados Os resultados do modelo estmado são reportados na Tabela 2. O r-quadrado ajustado aponta que 31,8% da varabldade dos hatos de renda do trabalho pode ser explcada pelas varações conjuntas das varáves ndependentes. Tal poder explcatvo lmtado se justfca pela nclusão de uma grande quantdade de muncípos brasleros na estmação (587), o que gera um grande número de dados de corte secconal na amostra. Mas o mas mportante é que 14 Não há, portanto, problemas com a não estaconaredade das séres. Ademas, como se utlza a análse de dados em panel estátco, os parâmetros a serem estmados sempre rão se referr aos efetos de curto de prazo. 15 Para a escolha do método de efetos fxos fo realzado o Teste de Hausman. Para maores detalhes ver Gujarat (2006) e Asterou e Hall (2007). 16 É necessára, além da construção cvl, essa nclusão das demas atvdades econômcas no modelo para que não se ncorra em vés de varável omtda nos parâmetros estmados, já que o emprego formal dos demas setores também pode estar contrbundo para a redução dos hatos de renda do trabalho. 17 Esses coefcentes de ntercepto estmados para cada muncípo a partr do método de efetos fxos, embora sejam necessáros para a estmação do modelo, não serão mas adante demonstrados porque estão fora do escopo deste trabalho. Eles smplesmente ndcam o valor médo do logartmo natural do hato de renda por trabalhador para cada muncípo quando as varáves explcatvas são guas a zero.

a estatístca F ndca que os coefcentes estmados são conjuntamente sgnfcatvos. E a estatístca t, que todos os coefcentes são, também, ndvdualmente sgnfcatvos 18. Como já menconado, houve nos muncípos brasleros em análse um crescmento relatvamente equlbrado entre os setores de atvdade econômca no período 1985-2008, quando o emprego formal da construção cvl cresceu, em méda, 3,0% a.a., ao passo que as demas atvdades produtvas regstraram um crescmento anual médo de 2,8%. Por conseqüênca, como prncpas conclusões do modelo, pode-se verfcar que, de fato, o crescmento do emprego formal da construção cvl está sgnfcatvamente assocado à redução dos hatos de renda do trabalho dos muncípos em estudo em relação à méda naconal, ao nível de 5% de sgnfcânca. Porém o crescmento do comérco e da própra ndústra também é sgnfcatvo na queda destes hatos (Tabela 2) 19. De qualquer modo, observa-se que o efeto do emprego formal da construção cvl sobre os hatos de renda, juntamente com o comérco, é pratcamente o dobro daquele estmado para a ndústra 20. Não se observa no País uma presença mas expressva do setor ndustral nos muncípos de baxa renda. 14 Tabela 2 Resultados do modelo estmado para o Brasl Varável dependente: ln H Varáves Coefcentes Desvo-padrão Estatístca t Valor P C 3.60652 0.04920 73.30796 0.00000 lncc -0.04477 0.00581-7.70246 0.00000 lnind -0.02402 0.01028-2.33685 0.01950 lncom -0.04869 0.01371-3.55085 0.00040 lnserv 0.02796 0.01108 2.52251 0.01170 lnagro 0.03436 0.00804 4.27112 0.00000 Especfcação dos efetos: efetos fxos (varáves dummy) R-quadrado 0.34874 Estatístca F 11.25534 R-quadrado ajustado 0.31776 Valor P (estatístca F) 0.00000 Durbn Watson 1.78188 Fonte: Elaboração dos autores. Nota: Modelo estmado com erros-padrão robustos à heterocedastcdade, a partr da correção de Whte. Por fm, pode-se constatar que o emprego formal da construção cvl tem contrbuído sgnfcatvamente para a redução dos hatos de renda por trabalhador, de muncípos espacalmente dspersos e com baxo desempenho econômco, em relação à méda naconal 21. 18 Ademas, a estatístca de Durbn-Watson fca próxma de dos, ndcando a nexstênca de autocorrelação de prmera ordem dos resíduos (Gujarat, 2006). 19 Em contraste, o crescmento do emprego formal da agropecuára e dos servços está relaconado ao aumento desses hatos, pos os coefcentes estmados para estas varáves foram sgnfcatvos e postvos. A explcação para tanto pode estar na baxa méda salaral da agropecuára e servços relaconados, quando se consdera a renda do trabalho formal, segundo nformações da RAIS. 20 Optou-se por não avalar dretamente a magntude dos coefcentes estmados neste modelo. Pos procedeu-se à estmação ao nível muncpal, nclundo um grande número de observações em cross secton e, relatvamente, um pequeno número de observações ao longo do tempo, o que pode gerar um vés de heterogenedade. Mas, em méda, pode-se conclur que, consderando tudo o mas constante, o aumento de 1% no emprego formal da construção cvl está relaconado a uma redução de 0,045% no hato de renda do trabalho de um muncípo em relação à méda naconal. 21 Fo realzado um teste de causaldade de Granger do modelo estmado. Seus resultados apontam que, realmente, é o emprego formal da construção cvl que causa a redução dos hatos de renda do trabalho nos

E, deste modo, o setor tem colaborado substancalmente para a redução da desgualdade espacal da renda do trabalho entre os muncípos brasleros. Além dsso, pode-se afrmar que, de um modo geral, no período 1985-2008 houve um processo de queda das desgualdades em todo o País, o que fca evdencado pela dmnução dos índces de Gn apresentados para a totaldade dos muncípos brasleros na seção 2, prncpalmente a partr de 1995. Deste modo, pode-se dzer que a redução das desgualdades dos muncípos especalzados na construção cvl não vem sendo mas do que compensada por um possível movmento oposto, de aumento das desgualdades, nos outros muncípos. 6 Consderações fnas Este trabalho buscou avalar os efetos potencas do crescmento da construção cvl sobre a dstrbução espacal da renda do trabalho no Brasl. Em prmero lugar fo demonstrada, a partr de nformações da RAIS, a elevada concentração espacal da renda do trabalho formal no Brasl, consderando a massa salaral dos muncípos. Isso porque as atvdades econômcas tendem a mostrar padrões de concentração espacal, formando clusters espacas, prncpalmente na ndústra. Entretanto, a construção cvl tende a não segur esse padrão, já que, por se tratar de um setor trabalho-ntensvo, com a produção altamente dependente de mão-de-obra de baxa escolardade, não se benefca, pelo menos com a mesma ntensdade dos setores ndustras, das externaldades tecnológcas assocadas aos spllovers de conhecmento. A dstrbução espacal do setor é determnada, prncpalmente, pela dnâmca populaconal, pos onde houver um crescmento da população, mesmo que lento, haverá um determnado nível de produção do setor. Para a confrmação dessas hpóteses, foram calculados os quocentes locaconas do emprego da ndústra e da construção cvl para todos os muncípos brasleros em 2008. E estes foram usados na aplcação da técnca da análse exploratóra de dados espacas (AEDE). Em resumo, a AEDE apontou que, de fato, a ndústra se caracterza por mostrar um padrão homogêneo de assocação espacal, no qual muncípos brasleros com ampla especalzação ndustral tendem a estar localzados na vznhança de muncípos também fortemente especalzados, o que confrma a alta concentração espacal da ndústra, formando clusters espacas. Como ndcador global da assocação espacal, o I-Moran estmado para a ndústra ndcou a exstênca de autocorrelação espacal postva. Em contraste, para a construção cvl o I-Moran apontou que o setor se dstrbu quase que aleatoramente no espaço geográfco. A estatístca LISA apontou para uma dversdade de padrões homogêneos e heterogêneos de correlação espacal, além do pequeno número de clusters sgnfcatvos observados para o setor, o que confrma uma acentuada dspersão espacal da construção cvl, relatvamente à ndústra. Contudo, para contrbur na melhora da dstrbução espacal da renda do trabalho, além da construção cvl se caracterzar pela elevada dspersão espacal, o setor deve se concentrar, predomnantemente, em regões de baxo desempenho econômco, com renda por trabalhador nferor à méda naconal. Deste modo, buscou-se focar na totaldade dos muncípos brasleros especalzados no emprego formal da construção cvl (com QLc > 1), analsando a evolução dos hatos médos de renda do trabalho e o comportamento do emprego formal da construção cvl, comparatvamente aos demas setores de atvdade econômca, nessas regões. Assm, constatou-se que o setor em estudo se concentra, em termos de especalzação produtva (ou partcpação relatva), quase que totalmente em regões de baxo desempenho econômco, com renda por trabalhador nferor à méda naconal em 2008. Mas ao longo do período 1985-2008 houve uma queda expressva destes hatos de renda do trabalho, smultaneamente a um crescmento mas acelerado do emprego formal do setor nos 15 muncípos em análse, e não o nverso, não havendo, também, uma relação b-causal entre as varáves. Para maores detalhes sobre o teste ver Ghns (2011).

muncípos em análse, quando comparado ao crescmento das demas atvdades produtvas nessas regões. Para verfcar se, de fato, o emprego formal da construção cvl tem contrbuído sgnfcatvamente para a redução desses hatos de renda do trabalho dos muncípos em estudo, fo construído um panel estátco desequlbrado, com dados da RAIS para o período 1985-2008. E, então, fo estmado, a partr do método de efetos fxos, um modelo que busca explcar a redução dos hatos de renda em função do emprego dos setores de atvdade econômca. Como resultado, observou-se que o coefcente assocado ao emprego formal da construção cvl fo negatvo, ndcando que o crescmento do emprego da construção cvl está relaconado à redução dos hatos de renda do trabalho dos muncípos. Ademas, os efetos do comérco e, em menor medda, da ndústra, também foram sgnfcatvos neste sentdo. Em outros termos, pode-se conclur que o emprego formal da construção cvl tem colaborado expressvamente para a redução dos hatos de muncípos de baxa renda por trabalhador, espacalmente dspersos, em relação à méda naconal. E, desta forma, o setor tem contrbuído sgnfcatvamente para a redução da desgualdade espacal da renda do trabalho entre os muncípos brasleros. Referêncas ANSELIN, Luc. Local ndcators of spatal assocaton LISA. Geographcal Analyss, 27, 93-115, 1995. ANSELIN, Luc. Explorng Spatal Data wth GeoDATM: A Workbook. Spatal Analyss Laboratory. p. 138, 2005. ARROW, Kenneth J. The economc mplcatons of learnng by dong. The Revew of Economc Studes, v. 29, n. 3, p. 155-173, jun. 1962. ASTERIOU, D.; HALL S. G. Appled Econometrcs. New York: Palgrave Macmllan, 2007. 397 p. BARROS, Rcardo P.; HENRIQUES, Rcardo; MENDONÇA, Rosane. Desgualdade e pobreza no Brasl: retrato de uma establdade nacetável. Revsta Braslera de Cêncas Socas, v. 15, n. 42, p. 123-142, fev. 2000. BEKELE, Gashawbeza W.; JACKSON, Randall W. Theoretcal perspectves on ndustry clusters. Research Paper, Morgantouwn, Regonal Research Insttute/West Vrgna Unversty, mao 2006. BRITTO, Jorge; ALBUQUERQUE, Eduardo da Motta. Clusters ndustras na economa braslera: uma análse exploratóra a partr de dados da RAIS. Estudos Econômcos, São Paulo, v. 32, n.1, p. 71-102, jan./mar. 2002. DINIZ, Clélo Campolna. A Nova Geografa Econômca do Brasl, n: VELLOSO, João Paulo dos Res, org. Brasl 500 Anos: Futuro, Presente, Passado. Ro de Janero: José Olympo, 2000. FUJITA, Masahsa; KRUGMAN, Paul; VENABLES, Anthony J. Economa Espacal: urbanzação, prosperdade econômca e desenvolvmento humano no mundo. São Paulo: Futura, 2002. 391p. GHINIS, Crstano P. Construção cvl: determnantes da produção e efetos sobre a dstrbução espacal da renda e a redução da pobreza no Brasl e no Ro Grande do Sul, 1985-2008. Dssertação (Mestrado em Economa) Programa de Pós-Graduação em Economa, Pontfíca Unversdade Católca do Ro Grande do Sul, Porto Alegre, jan. 2011. 16

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