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Transcrição:

Panorama Geral Maio/2015 O mês que passou O mês de maio teve como principais destaques: a continuidade das negociações da Grécia com a Troika; novos estímulos monetários na economia Chinesa e preocupações com uma possível bolha de ativos no mercado acionário local; dados mistos com relação à economia dos Estados Unidos que deixam dúvidas a respeito do início da normalização da taxa de juro pelo FED. Mesmo com os repetidos discursos de autoridades gregas de que um acordo poderia ser alcançado até o último domingo de maio, o mês terminou sem qualquer acordo ou mesmo um sinal de avanço. Ao contrário de qualquer melhora, o primeiro ministro grego Alexis Tsipras, causou mais turbulência nas negociações, ao publicar um artigo no jornal francês Le Monde, titulado Europa na Encruzilhada dizendo que os europeus deverão decidir entre "a solidariedade, igualdade e democracia" ou "a ruptura e divisão", e acusou os credores de fazerem exigências absurdas ao país. Dados recentes indicam que a Grécia continua sofrendo com a sangria dos depósitos bancários. Isso acentua o temor de medidas mais drásticas, como o controle de capitais no país. A perspectiva de qualquer forma de um acordo parece bastante pequena. Grécia a parte, os números mostram que a economia europeia continua sua trajetória de melhora. O índice gerente de compras de maio (PMI) registrou leitura de 52,2 em maio, ligeiramente abaixo da leitura preliminar de 52,3, mas acima do dado de abril que marcou 52. O euro fraco ajudou a atividade industrial principalmente da Espanha, Itália e Holanda. Na China, o Banco do Povo da China (PBoC) cortou a taxa básica de juros, na terceira redução desde novembro do ano passado, em meio à desaceleração da economia. Em um breve comunicado, o BC chinês afirmou a redução, em 0,25 ponto porcentual, para 5,1%. A taxa de depósito de um ano também foi cortada em 0,25 pp, para 2,25%. O PBoC deixou ainda a porta aberta para novas medidas de relaxamento, ao afirmar que vai "continuar a promover o retorno das taxas de juros reais para níveis razoáveis". Adicionalmente, o Ministério das Finanças da China anunciou que irá reduzir em cerca de 50% as tarifas de importação para produtos cosméticos, sapatos e roupas. O desaquecimento do mercado imobiliário Chinês tem impactado fortemente a cadeia de fornecedores, ao ponto de várias empresas alterarem seu foco de negócios. Dados da revista The Economist, sugerem que ao menos oitenta empresas trocaram de nome nos últimos cinco meses. Um grupo hoteleiro tornou-se uma empresa de trens de alta velocidade, uma empresa especialista em cerâmica tornou-se um grupo de energia sustentável. Essas reinvenções parecem ter menos a ver com uma gradual mudança da economia Chinesa e mais com uma mania no mercado acionário. Os níveis atuais de preços sugerem uma bolha no mercado acionário chinês que de certa forma relembra o ocorrido com a Nasdaq americana no final da década de 1990. Nos Estados Unidos, tivemos dados mistos sobre o estado geral da economia. Os dados de emprego vieram mistos, a inflação teve melhora, principalmente o núcleo do índice, que exclui os preços de energia e alimentos, com elevação de 1,8% em comparação com abril de 2014 aproximando-se da meta do FED, de 2%. A presidente do FED, Janet Yellen, reiterou que a economia dos EUA está se recuperando após um período de debilidade no primeiro trimestre e que Banco Central Americano está preparado para começar a elevar as taxas de juro ainda este ano. A revisão do PIB americano do primeiro trimestre veio um pouco melhor do que o esperado. Apesar de alguns agentes de mercado estarem céticos com a postura do FED, não descartamos o início de normalização da taxa de juro americana para este ano. O cenário doméstico do mês de maio foi marcado, principalmente, pelo andamento das políticas fiscal e monetária. No caso da política monetária, esta se mostrou consistente e efetiva, já mostrando resultados reduzindo as expectativas de inflação de longo prazo. Mesmo com o mercado de trabalho em retração rápida e intensa, com a variação de empregos CAGED apontando para uma destruição de 98 mil postos de trabalho, o Banco Central continuou e deve continuar com a postura mais hawkish, buscando recuperar sua credibilidade. Em relação à situação fiscal, avanços importantes ocorreram no mês de maio, onde a Câmara e o Congresso aprovaram Medidas Provisórias importantes para que o ajuste fiscal promovido pelo ministro da fazenda Joaquim Levy siga adiante. Vale ressaltar que essas MPs foram aprovadas com dificuldades, e, em alguns casos, não do jeito ideal que o governo gostaria. Houve também a divulgação dos cortes no Orçamento do Governo no valor de R$69,9 bilhões. O tamanho do contingenciamento ficou abaixo do esperado e não é suficiente para alcançar a meta de superávit primário de 1,2% do PIB. Como alternativas para cumprir a meta são esperados novos aumentos de impostos e também receitas extraordinárias. A combinação da política monetária e fiscal, ambas contracionistas, já é sentido pela economia brasileira, cujo PIB do primeiro trimestre já registra contração de 0,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O setor de serviços foi o componente do PIB com o pior resultado, refletindo a diminuição da demanda doméstica via aumento do desemprego e restrição ao crédito.

O que olhar neste mês Durante este mês, os mercados globais podem passar por movimentos bem agitados. Começando pelos Estados Unidos, após a Janet Yellen declarar em maio que deseja subir os juros este ano, as previsões começaram a se alterar trazendo as expectativas de quem achava que a alta iria ser ano que vem para este ano. Os agentes de mercado ficarão mais atentos com os dados que saírem para ajustar suas expectativas. Na China, são aguardados mais estímulos monetários para manter o nível de crescimento próximo da meta de 7%, porém o país começa a dar sinais de fraqueza e risco de bolha, após alta de mais de 100% na bolsa local. O risco mais elevado provavelmente está na Europa, onde a Grécia tem vencimentos relevantes (1,6 bilhão de euros) de sua dívida ao longo de junho e uma parte já no início do mês, dia 05/06. Caso não entre em acordo com a Troika, a Grécia pode declarar moratória e ser obrigada a deixar a União Europeia. As últimas declarações de seu primeiro ministro demonstram que a perspectiva de um acordo parece pequena. O cenário doméstico teve leve melhora com as aprovações das três principais medidas do ajuste fiscal. Porém o jogo político continua, principalmente pela parte dos presidentes do Senado e Congresso, respectivamente Renan Calheiros e Eduardo Cunha, que tentam impor uma agenda para descentralizar a receita da União, o que impacta diretamente o Tesouro e logo o ajuste fiscal. Ainda entra na pauta após o feriado de Corpus Christi a queda de desoneração da folha salarial das empresas, porém esse embate promete ser difícil para o Governo. O Bacen deve manter sua nova postura hawkish e elevar para 13,75% a taxa Selic, 50 bps (pontos base) nessa próxima reunião e continuar subindo no ritmo de 25 bps até achar que a convergência da inflação para sua meta está encaminhada. Adicionalmente, o Banco Central anunciou que continuará a rolar somente 80% das posições dos swaps cambiais, o que pode dar fôlego a moeda em caso de uma piora no sentimento relacionado ao ajuste fiscal ou a fatores externos. A depender de como caminhar o ajuste fiscal e o risco politico no país, o que afeta diretamente o CDS, a ancoragem das expectativas da inflação podem começar a surtir efeitos mais claros.

Estratégia de Investimento Renda Fixa No mês de maio, os juros subiram nas pontas mais curtas e caíram nos vértices mais longos (2017 em diante). Durante o mês que passou, diretores do Banco Central do Brasil fizeram sucessivas declarações afirmando que o seu principal compromisso é fazer a inflação convergir para a meta de 4,5% no final de 2016. Essas declarações ressaltaram a palavra vigilante, com isso os agentes interpretam que o ajuste vai ser mais forte que o esperado no início e os juros iram permanecer em alta, o que atingiu a ponta curta da curva. Porém nos vértices mais longos, refletiram tanto essa postura mais dura quanto os avanços do ajuste fiscal. Os agentes aguardam ainda a alta de juros norte americano este ano, fato que ajuda a pressionar os juros globais para cima. Na semana que passou foram aprovadas três medidas provisórias do ajuste fiscal que ajudam o cenário no mercado Brasileiro, porém essas medidas foram aprovadas com uma série de mudanças, o que diminuiu a redução de gastos. Em junho, o mercado aguarda a votação das desonerações da folha para depois do feriado de Corpus Christi e mais uma alta da SELIC de 0.5% elevando a taxa básica para 13.75%. Pós-Fixado: Under Over Pré-Fixado e Inflação: Under Over Renda Variável A ultima semana do mês de maio foi de realização para as principais bolsas de valores do mundo, em especial para os ativos dos países emergentes (-3,22% em dólar). No mês fechado, os destaques positivos ficaram com o índice americano SP500 (+1,05%) e as bolsas da China (+3,83%) e Japão (+5,34%). Nos EUA o índice SP500 perdeu quase 1% na semana que passou, tendo como pano de fundo a falta de triggers de curto prazo para novas máximas, valuations esticados e a espera de dados de mercado de trabalho, que saem já na primeira semana de junho (ADP e Payroll). Um discurso mais duro de membros do FED ao longo do ultimo mês, trazendo a normalização de juros para o terceiro trimestre deste ano e, a alta do dólar americano em maio (+2,44%), deixaram os investidores mais reticentes em tomar risco nos mercados. Na Europa, os últimos dias foram de realização (com exceção do Japão / +1,47% na semana), a espera de novidades da Grécia (que entra em uma semana decisiva, já que Atenas tem só até sexta-feira para entrar em acordo com a TROIKA para que, com a liberação de recursos de um novo pacote de ajuda, possa efetuar o pagamento de uma parcela no valor de 300 bilhões de euros que deve ao FMI). Na Asia expectativa de mais estímulos vindos da China, após uma sequência de dados mais fracos da economia, tem sido o motor do mercado. As autoridades chinesas seguem monitorando a alavancagem dos investidores e mostram preocupação com formação de bolhas nos ativos. Uma coisa é certa: o Preço/Lucro da bolsa de Shangai já remete os investidores à antes do estouro da bolha na bolsa eletrônica Nasdaq. Porém, a quantidade de dinheiro barato que o mundo convive hoje acaba trazendo distorções interessantes, tanto no preço dos ativos financeiros quanto no preço dos imóveis. Vindo para o Brasil, o principal índice da bolsa não escapou de uma realização (IBOVESPA -6,17%, no mês de maio) e, com a alta da moeda americana, acabou voltando para próximo de 16.500 pontos em dólar (19.265 de máximo em maio). Motivos para realização local não faltaram e novos tributos (aumento do CSLL e a possibilidade do fim do JCP) vão atingir em cheio as principais blue chips da bolsa brasileira, afastando os investidores que atualmente estão sendo atraídos pelo alto patamar da taxa de juros local. Isto posto, continuamos conservadores ao recomendar investimentos em renda variável local e isso somente se dará quando o cenário ditar o fim do ciclo de alta da Selic e começarmos a ver melhora na inflação/crescimento para este e para o próximo ano.

Moedas Em maio o dólar se valorizou 5,45% em relação ao real, fechando o mês com cotação de R$3,18. O movimento de alta foi influenciado por uma combinação de fatores internos e externos. No cenário internacional, o dólar retomou sua tendência de valorização perante uma cesta de moedas globais graças às mudanças de expectativas do início da normalização de juros nos Estados Unidos. Com o fim da fase sazonalmente desfavorável por motivos climáticos, os indicadores de atividade norte-americanos já apresentam alguma recuperação, principalmente no setor imobiliário, aumentando a probabilidade do FED iniciar a normalização no terceiro trimestre de 2015. O discurso de Janet Yellen, presidente do FED, também colaborou para trazer essa expectativa de aumento para um futuro mais próximo, afirmando que o primeiro ajuste na taxa básica de juros ocorreria ainda este ano. Na Europa, as preocupações de um possível default da Grécia e a dificuldade do país em entrar em acordo com seus credores levam a uma preferência pela segurança do dólar, também incentivando a força da moeda. Internamente, o principal motivo para a desvalorização do real foi o aumento do risco político. Além da dificuldade em aprovar Medidas Provisórias pró ajuste fiscal, o orçamento abaixo do piso estabelecido por Joaquim Levy, Ministro da Fazenda, gerou preocupações nos investidores. Primeiramente, o corte no orçamento não foi o suficiente para alcançar a meta de superávit primário de 1,1% do PIB, restando outra rodada de aumento de impostos como possibilidade. Em segundo lugar, a política adotada por Levy vem sendo criticada pelo próprio PT, com Lula como principal figura, sem contar as divergências de opinião com o Ministro do Desenvolvimento Nelson Barbosa. No curto prazo, caso esse stress político interno melhore, há espaço para uma valorização do real frente ao dólar. Entretanto, nossa visão estrutural é de alta no dólar, principalmente após o momento em que os Estados Unidos retomem um crescimento robusto e comecem a normalização de juros. Multiestratégia O mês de maio foi um período positivo para os fundos multimercados. Os fundos de estratégia MACRO foram os que registraram melhor resultado no período, capturando ganhos nos mercados de renda fixa e câmbio. Tanto os gestores que trabalham com posições táticas quanto os que atuam de forma estrutural no mercado, obtiveram bons resultados. Os fundos que trabalham com maior risco no mercado acionário (EQUITY HEDGE e LONG SHORT) também registraram resultados positivos em função da correção dos preços das ações da VALE e PETROBRAS, que havia performado muito bem nos meses anteriores. No geral, os gestores com estratégias focadas em renda variável, seguem com posições mais conservadoras. Nossa visão permanece positiva para os fundos MACRO, pois acreditamos que os gestores conseguirão capturar ganhos em renda fixa e câmbio. Para os gestores de renda variável, seguimos dando preferencia para gestores que trabalham com posições direcionais e fundamentalistas.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES AO INVESTIDOR Este material, meramente informativo, foi preparado pela área de Estratégia do Votorantim Private Bank e não se caracteriza como relatório de análise, para fins da Instrução CVM nº 483/2010, e, não foi produzido por analista de valores mobiliários. Este material não constitui, nem deve ser interpretado, como oferta ou solicitação de compra, venda ou distribuição de valores mobiliários. As informações contidas neste material foram obtidas por meio de comunicação de acesso público, tais como jornais, revistas, internet entre outros, de forma aleatória. Tais informações estão sujeitas a alterações, a qualquer momento, sem que haja necessidade de comunicação neste sentido. Apesar das informações aqui contidas terem sido obtidas de fontes consideradas confiáveis, a área de Estratégia não pode garantir a precisão e veracidade das mesmas. As recomendações de alocação deste documento refletem única e exclusivamente a opinião pessoal dos profissionais da área de Estratégia do Votorantim Private Bank, de modo que as recomendações foram elaboradas de forma independente e autônoma com relação às demais áreas da Votorantim Asset Management DTVM Ltda., ao Banco Votorantim S.A. e demais empresas do Consolidado Econômico Financeiro Votorantim. As recomendações de alocação deste documento não levam em consideração os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessidades específicas de um determinado investidor. Os investidores devem obter orientação financeira, tributária e contábil independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar qualquer decisão de investimento. Rentabilidade passada não é necessariamente indicativa de resultados futuros e nenhuma segurança ou garantia, de forma expressa ou implícita, é dada neste material em relação a desempenhos futuros. As recomendações de alocação contidas neste documento apresentam riscos de investimento e não são asseguradas pelos fatos nem contam com qualquer tipo de garantia ou segurança, de forma expressa ou implícita, da área de Estratégia. O Votorantim Private Bank e suas áreas de negócio não serão responsáveis por perdas diretas, indiretas ou lucros cessantes decorrentes da utilização deste material para quaisquer finalidades, incluindo, mas não se limitando a realização de negócios, investimentos ou transações baseadas nestas informações. Em caso de dúvidas, sugestões e reclamações, entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente: 0800 728 0083, Deficientes Auditivos e de Fala 0800 701 8661 24 horas por dia, 7 dias por semana, ou e-mail sac@bancovotorantim.com.br. Caso suas dúvidas, sugestões ou reclamações não tenham sido satisfatoriamente solucionadas pelo Serviço de Atendimento ao Cliente, entre em contato com a Ouvidoria: 0800 707 0083, Deficientes Auditivos e de Fala 0800 701 8661 de 2ª a 6ª feira - 9:00 às 18:00 hs, exceto em feriados nacionais; ou Caixa Postal 21212, Rua Barão do Triunfo, 242, São Paulo SP, CEP: 04602-970; ou pelo formulário disponível no site do Banco Votorantim S.A. www.bancovotorantim.com.br. 4