Carta Mensal Mauá Sekular
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- Leonor Camelo de Figueiredo
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1 Mauá Participações I e II contato@mauasekular.com.br Carta Mensal Mauá Sekular Fundos Macro Maio 2015
2 Sumário (I) (II) (III) Cenário Internacional Cenário Doméstico Principais Estratégias 2
3 Cenário Macroeconômico (I) Cenário Internacional Nos Estados Unidos, a atividade em abril parece corroborar a nossa expectativa de que a maior parte do fraco desempenho do primeiro trimestre esteva associada a fatores temporários, como o clima, a paralização em alguns portos e a sazonalidade, e que o crescimento deve acelerar a partir do segundo trimestre. Mais relevante que o crescimento do PIB norte-americano em termos da definição de política monetária pelo Fed, o mercado de trabalho permanece apresentando forte recuperação, reforçando nossa visão de que a primeira alta de juros nos EUA deve ocorrer em setembro. Além disso, após atingirem valores extremamente baixos no início do ano, como consequência principalmente da queda abrupta dos preços de commodities, os números de inflação nos Estados Unidos mostraram certa aceleração nos últimos três meses, vide gráfico abaixo, e tudo indica que caminham na direção do objetivo de 2% do Fed. Figura 1 Internacional Núcleos de Inflação (EUA) Fonte: BBG/ Mauá Na Europa, os sinais de recuperação continuaram e os números de inflação voltaram ao terreno positivo nos últimos meses, diminuindo significativamente os riscos de deflação. Como ressaltamos na última carta, além da melhora da atividade global, a estabilização após certa recuperação dos preços das commodities, sugere diminuição dos riscos de deflação global. De fato, as expectativas de inflação mostraram alta relevante em relação ao mínimo recente. 3
4 Figura 2 Internacional Forward Inflation (EUA e Europa) Fonte: BBG/ Mauá O fraco desempenho Europeu, que culminou no forte estímulo do Banco Central Europeu, a desaceleração chinesa, a queda dos preços de commodities e da inflação global, levou os juros no mundo a atingirem mínimas históricas no início desse ano. A reflação recente pode fazer com que a alta dos juros globais possa ser mais duradoura dessa vez, mantendo um cenário internacional desafiador para os ativos brasileiros. 4
5 (II) Cenário Doméstico Apesar da contração do PIB de 0,2% no primeiro trimestre ter sido menor que a esperada por nós, - 0,4%, e pelo mercado, -0,5%, mantivemos nossa projeção de queda de -1,5% do PIB em Pela ótica da demanda, a demanda doméstica (consumo, investimentos e gastos do governo) contribuiu com -1,4 pp, enquanto o setor externo teve contribuição positiva de 0,5 pp e os estoques de 0,8 pp. A composição do PIB, portanto, mostra um cenário muito mais desolador da atividade. Além disso, a fraqueza dos dados divulgados até agora referentes ao segundo trimestre, sugere contração forte, de 1% ou mais. O mercado de trabalho também mostra forte deterioração. A taxa de desemprego, medida pela PNAD contínua, atingiu 7,5% em termos dessazonalizados em abril, alta de 1pp em relação ao mínimo atingido em fevereiro de De acordo com outra pesquisa de mercado de trabalho, a pesquisa mensal de emprego, a taxa de desemprego subiu para 6,1% em abril em termos dessazonalizados, alta de 1,7 pp em relação à mínima atingida em junho de Dados do CAGED para o mercado formal de trabalho mostraram destruição líquida de 156 mil vagas em abril, o pior desempenho mensal desde o auge da crise internacional do final de Todos os dados, portanto, vão na mesma direção. Figura 3 Brasil Geração de Empregos Fonte: MTE/ Mauá Em relação ao cenário de inflação, a desvalorização do Real e a recomposição dos preços administrados continuam pressionando a inflação de Elevamos nossa projeção de IPCA, mais uma vez, para 8,7% devido a nova elevação da projeção de preços administrados para 14,8%. O cenário recessivo, a distenção do mercado de trabalho e a política fiscal contracionista ajudam no processo de 5
6 desinflação a partir de Por outro lado, há riscos de desvalorização mais acentuada do câmbio, de reajustes maiores de preços administrados, além da inércia, que aumentou nos últimos anos, e dos mecanismos de indexação sobre uma inflação cheia que continuará em torno de 8,5% por um período prolongado. Projetamos IPCA de 5,5% em 2016, acima, portanto, da meta do Banco Central. Dada a comunicação e ação recente das autoridades monetárias, reforçando o objetivo de levar a inflação para a meta no final de 2016, revisamos nossa projeção de fim desse ciclo de alta juros de 14% para 14, 25% de Selic. Pelas razões apontadas acima, não acreditamos que isso seja suficiente para levar a inflação de volta à meta já em 2016, mas a postura mais dura do Banco central deve ajudar a ancorar as expectativas, inclusive as mais longas, e reforçar a credibilidade da equipe econômica em um ambiente global desafiador. Figura 4 Brasil Expectativa de Inflação para 2016 (IPCA) Fonte: BCB/ Mauá 6
7 Figura 5 Brasil Expectativa de Inflação para 2017, 2018 e 2019 (IPCA) Fonte: BCB/ Mauá 7
8 (III) Principais Estratégias Tema 1 Posição Racional Resultado Comentários adicionais Comprada em Dólar x Vendida em Euros Acreditamos que com a recuperação da economia Mantivemos ao longo do mês posição vendida americana, aliada à política em EUR vs USD, preponderantemente através Viramos o mês com posição expansionista sobretudo no de opções, com resultado positivo para o marginalmente menor. bloco europeu, o Dólar deve fundo. ter desempenho superior aos seus pares. Juros Brasil Estratégia composta por posições via futuros e opções com viés aplicado em juros nominais, além de estratégia focada em inclinação da curva de juros intermediária/longa. A estratégia busca preponderantemente se beneficiar das oscilações de precificação do ciclo de aperto monetário, além dos impactos das variáveis de inflação, atividade e câmbio no mercado de juros. No mês de maio, tivemos resultado marginalmente negativo na estratégia. O destaque ficou por conta de posição que carregamos de DI jan 16 aplicado, combinado com estrutura de opções de IDI. Apesar da trajetória negativa, este conjunto de estratégias (DI + Opções de IDI) ainda apresentam potencial de ganho no vencimento, considerando a expectativa atual de SELIC para o final do ciclo. Considerando a postura mais Hawkish do Banco Central, revisamos neste mês nosso call para de SELIC para 14,5% ao final do ciclo. Levando isto em consideração, aproveitamos para alterar nosso mix de estratégias, buscando explorar a possibilidade de convergência mais rápida da inflação para níveis menos elevados, além de estrutura relacionada à inclinação da curva de juros nominais. Tema 2 Inflação Bolsa Local Considera a consolidação de uma postura mais austera do Banco Central, além de deterioração nas expectativas quanto a atividade econômica Realizamos aumento de posição ao longo do mês de maio, com contribuição bastante positiva para os fundos. O racional da adição de risco teve como base o endurecimento no tom do Banco Central, que tem apresentado comportamento mais hawkish (em nossa visão, o Banco Central tem buscado deixar claro para o mercado sua intenção de ancorar as expectativas de inflação para o ano de 2016, sinalizando que fará o que for necessário para tal) em sua comunicação e tem mantido as expectativas de mercado alinhadas com a continuidade do ciclo de alta da SELIC, sem ainda demonstrar a possibilidade de redução de passo. Ainda assim, aproveitamos o final do mês para zerar taticamente a posição, primeiramente para apropriar parte dos ganhos, mas de forma mais importante, após dados do mercado de trabalho que intensificaram a percepção de uma deterioração maior do que o esperado da economia brasileira (que poderia levar o BC a reduzir o seu tom). Considera os pontos levantados acima, A estratégia apresentou ganhos relevantes ao especialmente o que se refere longo do mês de maio e aproveitamos para à atividade econômica, além realizar zeragem tática da mesma ao final do de fluxos de investimentos de mês. estrangeiros na bolsa Brasileira Após a zeragem tática ao final do mês, gostamos da estratégia e iremos buscar novos pontos de entrada no mês de junho. Câmbio / Cupom Cambial Tema 1: "Cenário Internacional" Tema 2: "Cenário Brasil" Conforme comentado anteriormente, além de utilizar o mercado de câmbrio como proteção para estratégias no mercado de juros, tivemos também posições direcionais, que alternaram ao longo do mês entre comprado e vendido. Continuamos atuando bastante taticamente no mercado de câmbio, além de manter posição comprada em USD vs BRL como proteção para nossa posição de inflação. Desta forma, tivemos resultado marginalmente positivo na estratégia ao longo do mês. Sobre o mercado de cupom cambial, tivemos resultado também positivo ao longo do mês, com zeragem tática da estratégia ao final do mês. Buscamos novos pontos de entrada para adição de risco ao mercado de cupom cambial. 8
9 As informações contidas neste material são de caráter exclusivamente informativo. Fundos de Investimento não contam com a garantia do administrador, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do fundo garantidor de crédito - FGC. A rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento dos fundos de investimento ao aplicar seus recursos. Em atendimento á Instrução CVM n 465, desde 02/05/2008, este fundo deixou de apurar sua rentabilidade com base na cotação média das ações e passou a fazê-lo com base na cotação de fechamento. Assim, comparações de rentabilidade devem utilizar para períodos anteriores a 02/05/2008, a cotação média dos índices de ações e, para períodos posteriores a esta data, a cotação de fechamento. Mauá Sekular Investimentos S.A. R. Joaquim Floriano, º andar Itaim Bibi - São Paulo Tel.: Fax.: Site: contato@mauasekular.com.br 9
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