CENTRO DE ESTUDOS DE MERCADO DE CAPITAIS CEMEC INFORMATIVO CEMEC MENSAL - POUPANÇA FINANCEIRA. Outubro
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- João Lucas Rosa Nunes
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1 CENTRO DE ESTUDOS DE MERCADO DE CAPITAIS CEMEC CENTRO DE ESTUDOS DE MERCADO DE CAPITAIS INFORMATIVO CEMEC MENSAL - POUPANÇA FINANCEIRA Outubro 2011
2 ÍNDICE 1. Objetivo do Relatório Análise da Poupança Financeira - Fluxos de Captação Líquida Fluxos de Captação Líquida por Investidores Modelo de Contas Financeiras CEMEC Estoques de Ativos Financeiros - Contas Financeiras CEMEC Poupança Financeira por diferença nos estoques - Contas Financeiras CEMEC Algumas Conclusões Equipe Técnica: Diretor: Carlos Antônio Rocca Consultores Seniores: Lauro Modesto, Renê Coppe Pimentel e Tatiana Albanez Analistas: Elaine Alves Pinheiro e Erik Martins Valim Dúvidas e Comentários: cemec.ibmec@gmail.com *As opiniões emitidas nesta publicação são de inteira e exclusiva responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Centro de Estudos de Mercado de Capitais, do IBMEC ou de qualquer de seus apoiadores. ** Todos os dados utilizados foram obtidos das fontes citadas e podem sofrer revisões. *** A publicação foi produzida com as informações existentes em 15/Outubro/
3 DESEMPENHO DA POUPANÇA FINANCEIRA RELATÓRIO MENSAL 1. Objetivo do Relatório Apresentar uma análise da evolução recente da poupança financeira voluntária aplicada em ativos financeiros (por exemplo: ações, CDBs, poupança, fundos de investimento, títulos públicos etc.) no nível agregado e, sempre que possível, por tipos de investidores, utilizando o modelo de análise do CEMEC que combina informações provenientes de várias fontes de dados 1 num modelo de contas financeiras que elimina a dupla contagem e permite estimar o que ocorre com a carteira total de ativos financeiros. Este relatório apresenta dados até agosto de 2011, mas cabe salientar que devido ao esforço de consolidação de dados há alguma defasagem nos dados de alguns indicadores divulgados nesse relatório, a saber: a carteira de fundos de pensão (ABRAPP - Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar) contém dados disponíveis até março de 2011 e as carteiras de companhias de seguros e capitalização (SUSEP Superintendência de Seguros Privados) contêm dados até maio de As informações deste relatório são resultantes de informações preliminares das fontes citadas, portanto estão circunscritas às informações preliminares existentes e à capacidade de projeção no momento atual. O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para finalidade de aplicação financeira ou qualquer outra que possa causar algum prejuízo, de qualquer natureza, aos usuários da informação. 1 Banco Central do Brasil, CVM, ANBIMA, ABRAPP, BM&F BOVESPA, CETIP, SUSEP, entre outras. 3
4 1. Análise da Poupança Financeira - Fluxos de Captação Líquida Os movimentos recentes da poupança financeira podem ser analisados na forma de fluxo de captação líquida (aplicações menos resgates) para alguns dos ativos para os quais essa informação é disponível. A figura 1, a seguir, apresenta a captação líquida acumulada desde dezembro de Figura 1 Captação Líquida Acumulada desde Dezembro de em reais milhões 4
5 Verifica-se, na figura 1, nos últimos meses, uma expansão das captações líquidas acumuladas em depósitos a prazo, fundos de renda fixa e depósitos de poupança e uma estagnação das captações em outros tipos de fundos (multimercados, ações, cambial, etc.). Vamos analisar os movimentos recentes desses instrumentos financeiros. A figura 2, a seguir, apresenta as captações líquidas dos depósitos de poupança; uma aplicação tradicional das pessoas físicas. Captação Líquida de Depósitos de Poupança - em reais milhões ago-10 set-10 out-10 nov-10 dez-10 jan-11 fev-11 mar-11 abr-11 mai-11 jun-11 jul-11 ago-11 Captação Líq. no Mês Soma Móvel Anual Figura 2 Captação Líquida de Depósitos de Poupança - em reais milhões Na figura 2 verifica-se que as captações de depósitos de poupança sofreram, a partir de janeiro de 2011, grandes retiradas nos primeiros meses do ano, provavelmente devido aos reflexos da baixa remuneração face ao aumento dos juros e da inflação, retomando seu crescimento a partir de julho de No mês de julho verifica-se uma recuperação devido a um fator sazonal 2 de aumento da renda das pessoas físicas, os grandes aplicadores nesse instrumento financeiro e no mês de 2 A captação líquida de poupança apresenta sazonalidade relevante nos meses de julho (21,5%), setembro (11,2%), novembro (13,7%) e dezembro (35,6%). 5
6 agosto de 2011 verifica-se, pela primeira vez desde outubro de 2010, um crescimento do acumulado móvel anual. Os depósitos a prazo mostram grandes captações líquidas em 2011, como se verifica na figura 3, a seguir. Captação Líquida de Depósitos a Prazo - em reais milhões ago-10 set-10 out-10 nov-10 dez-10 jan-11 fev-11 mar-11 abr-11 mai-11 jun-11 jul-11 ago-11 Captação Líq. no Mês Soma Móvel Anual Figura 3 Captação Líquida de Depósitos a Prazo - em reais milhões Verifica-se um crescimento quase contínuo nas aplicações em depósitos a prazo, com acumulado móvel de 12 meses negativo em R$ 4 bilhões em agosto de 2010 e positivo em R$ 113,6 bilhões em agosto de Finalmente, os dados de captação líquida de fundos de investimento mostram ou captações líquidas negativas ou captações muito baixas, a partir de abril de 2011; devido a retirada de fundos de ações e multimercados, como mostra a figura 4, a seguir. 6
7 Figura 4 Captação Líquida de Fundos de Investimento Renda Fixa - em reais milhões Esses movimentos de aplicações e retiradas líquidas provavelmente refletem os movimentos das taxas de retorno desses ativos financeiros. A figura 5, a seguir, apresenta as taxas de retorno médias do CDB, líquidas de imposto de renda, dos fundos de investimentos total e renda fixa 3, líquidos de imposto de renda e taxa de administração, e a remuneração dos depósitos de poupança. 3 Foi considerado como fundos de investimento de renda fixa a agregação das categorias ANBIMA de curto prazo, referenciado DI, renda fixa, renda fixa crédito livre e renda fixa índices. 7
8 Figura 5 Taxas de Retorno Líquidas de IR de CDB, Fundos Total e Renda Fixa e Depósitos de Poupança - % ao ano Constata-se, na figura 5, que as remunerações líquidas dos ativos analisados induziram os movimentos de retirada ou aplicação de recursos: os fundos de investimentos nas categorias ações, multimercados e outros sofreram com as baixas do Ibovespa enquanto os depósitos a prazo e fundos de renda fixa ganharam com as altas taxas de juros. Os depósitos de poupança, com captação líquida desprezível desde o início do ano, sofreram por causa de sua parte fixa 4 de remuneração fixada em 6%, mas retomam captações positivas com o início da queda dos juros SELIC. 2. Fluxos de Captação Líquida por Investidores As figuras, a seguir, apresentam as captações líquidas por detentores ou categoria de investidores nos últimos meses. Devem ser feitas as seguintes observações: a) A captação líquida dos fundos de investimento considera a variação do patrimônio líquido de cada detentor, dado da ANBIMA, descontando-se o efeito da rentabilidade média; 4 Como já ocorreu em passado recente, em momentos de baixa da taxa de juros referencial do Banco Central o percentual fixo dos depósitos de poupança pode ser um atrativo dessa aplicação. 8
9 b) A captação líquida dos depósitos a prazo não distingue os investidores estrangeiros, que estão alocados entre os investidores pessoas física e jurídica não financeira; c) A captação líquida de depósitos de poupança foi alocada em sua totalidade para pessoas físicas. 2.1 Pessoas Físicas A figura 6, a seguir, apresenta a captação líquida de ações, depósitos de poupança, depósitos a prazo e fundos de investimento dos investidores pessoas físicas. Investidores Pessoas Físicas: Compra e Venda de Ações e Captação Líquida de Poupança, Depósitos a Prazo e fundos de Investimento - R$ milhões Fonte: BM&FBovespa, ANBIMA e BACEN Elaboração:CEMEC ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 Poupança Fundos de Investimento Depósitos a Prazo Ações Soma Móvel Anual - Fundos Soma Móvel Anual - Poupança Soma Móvel Anual - Dep. Prazo Soma Móvel Anual - Ações Figura 6 Captação Líquida dos Investidores Pessoas Físicas - em reais milhões Verifica-se, na figura 6, que os investidores pessoas físicas estão colocando recursos em depósitos a prazo e de poupança e retiraram, em agosto de 2011, recursos das demais aplicações: fundos de investimento e ações. No acumulado móvel de 12 meses verifica-se que os investidores pessoas físicas continuam preferindo aplicar em depósitos a prazo, crescimento contínuo desde agosto de 2010, e retirando recursos de ações. 9
10 1.2 Pessoas Jurídicas Não Financeiras CENTRO DE ESTUDOS DE MERCADO DE CAPITAIS A figura 7, a seguir, apresenta a captação líquida de ações, depósitos a prazo e fundos de investimento dos investidores pessoas jurídicas não financeiras 5. Investidores Pessoas Jurídicas: Compra e Venda de Ações e Captação Líquida de Poupança, Depósitos a Prazo e fundos de Investimento - R$ milhões Fonte: BM&FBovespa, ANBIMA e BACEN Elaboração:CEMEC ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 Fundos de Investimento Depósitos a Prazo Ações Soma Móvel Anual - Fundos Soma Móvel Anual - Dep. Prazo Soma Móvel Anual - Ações Figura 7 Captação Líquida de Investidores Pessoas Jurídicas Não Financeiras - em reais milhões Os investidores pessoas jurídicas não financeiras estão, em agosto de 2011, colocando recursos em ações, depósitos a prazo 6 e fundos de investimento. O acumulado móvel de 12 meses permite verificar uma preferência por fundos de investimentos e depósitos a prazo em relação a aplicações em ações; as aplicações no mercado acionário continuam pequenas, mas positivas. 1.3 Institucionais A figura 8, a seguir, apresenta a captação líquida de ações, depósitos a prazo e fundos de investimento dos investidores institucionais. 5 Para fundos de investimentos Inclui poder público. 6 No caso de investidores pessoas jurídicas a captação de fundos de investimento e depósitos a prazo engloba os eventuais investidores estrangeiros; o que não ocorre para ações. 10
11 Investidores Institucionais: Compra e Venda de Ações e Captação Líquida de Poupança, Depósitos a Prazo e fundos de Investimento - R$ milhões Fonte: BM&FBovespa, ANBIMA e BACEN Elaboração:CEMEC ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 Fundos de Investimento Depósitos a Prazo Ações Soma Móvel Anual - Fundos Soma Móvel Anual - Dep. Prazo Soma Móvel Anual - Ações Figura 8 Captação Líquida de Investidores Institucionais - em reais milhões Em agosto de 2011, os investidores institucionais estão retirando recursos de ações; e estão colocando recursos em depósitos a prazo e fundos de investimento. No acumulado móvel de 12 meses pode-se constatar uma preferência pelas aplicações em depósitos a prazo; estas aplicações apresentam crescimento contínuo desde agosto de Estrangeiros Existem dados para investidores estrangeiros somente para compra e venda de ações. A figura 9, a seguir, apresenta a captação líquida positiva em ações dos investidores estrangeiros no mês apesar da queda de valor do estoque do mercado como um todo. 11
12 Investidores Estrangeiros: Compra e Venda de ações - R$ milhões Fonte: BM&FBOVESPA- Elaboração:CEMEC ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 Ações Soma Móvel Anual - Ações Figura 9 Investidores Estrangeiros Compra, Venda e Captação Líquida de Ações em R$ milhões Apesar de um descolamento nos últimos meses, na figura 10, adiante, se pode observar alta correlação entre a entrada líquida de investimento estrangeiro na BOVESPA e as flutuações do IBOVESPA Investimento estrangeiro e Ibovespa Fontes: CVM e BM&FBovespa - Elaboracão CEMEC Correlação 72% Saldo Líquido de Investidores Estrangeiros (R$ milhões) Variação Mensal do Ibovespa Figura 10 Investimento Estrangeiro e Ibovespa 12
13 A seguir, vamos analisar, com o apoio das contas financeiras CEMEC, como esses movimentos de captações líquidas dos ativos financeiros afetaram os estoques desses ativos para em seguida analisar a poupança financeira através da diferença verificada entre esses estoques. 3. Modelo de Contas Financeiras CEMEC O modelo de contas financeiras CEMEC combina informações provenientes de várias fontes de dados num modelo de contas financeiras que elimina a dupla contagem e permite estimar o que ocorre com a carteira total consolidada de ativos financeiros domésticos 7. A utilização de saldos totais de aplicações nos ativos financeiros (ex: fundos de investimento, depósitos a prazo, poupança, etc.) e a comparação de tendências de crescimento ou queda entre eles envolve riscos de dupla contagem e pode levar a interpretações equivocadas quanto ao comportamento dos investidores. Exemplificando, se somarmos o total da dívida pública mobiliária aos depósitos à vista, depósitos a prazo e depósitos de poupança estarão fazendo dupla contagem, uma vez que parte dos depósitos bancários é compulsoriamente alocado pelos bancos em títulos da dívida pública. 4. Estoques de Ativos Financeiros - Contas Financeiras CEMEC A figura 11, a seguir, apresenta o modelo 8 de contas financeiras CEMEC para a poupança voluntária, sem poupança compulsória 9, do mês de agosto de Com exceção de pequenas aplicações dos fundos de investimento, o relatório considera apenas os ativos do mercado doméstico, não incluindo aplicações de recursos no exterior. 8 Para uma apresentação mais detalhada do modelo de contas financeiras veja-se Relatório CEMEC 01 Retrospecto A poupança compulsória é construída pelos recursos do FGTS, FAT e carteira remanescente do extinto PIS/PASEP para os quais não há informações detalhadas sobre a composição de suas carteiras. 13
14 CARTEIRA DE ATIVOS FINANCEIROS - sem poupança compulsória (R$ milhões) ago-11 Investidores ações 356 EAPC APLICAM RECURSOS Fundos Investimento EAPC dep. à vista 0 FINANCEIROS dep. a prazo Fundos Invest. Cias Capitalização dep. poupança 0 Cias Capitalização APLICAM RECURSOS tít. dívida privada FINANCEIROS Outros Ativos Financ. Cias Capit tít. públicos outros 0 Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas não financeiras Estrangeiros ações dep. à vista 0 Cias de Seguros APLICAM RECURSOS Fundos Invest. Cias Seguro dep. a prazo FINANCEIROS dep. poupança 0 Outros Ativos Financ. Cias Seguro tít. dívida privada tít. públicos outros 0 ações dep. à vista 0 Fundos Pensão - EFPC Fundos Investimento EFPC dep. a prazo APLICAM RECURSOS FINANCEIROS dep. poupança 0 Outros Ativos Financ. EFPC tít. dívida privada tít. públicos outros Fundos de Invest. PF e PJ CARTEIRA CONSOLIDADA DE ATIVOS FINANCEIROS ações dep. à vista 0 Total PF e PJ Instituc dep. a prazo Fundos Investimento Consolidado dep. poupança 0 ações tít. dívida privada dep. à vista tít. públicos dep. a prazo tít. priv. bancários dep. poupança outros tít. dívida privada tít. públicos ações tít. dívida privada bancários dep. à vista PF e PJ Fora de Institu Ativos Financeiros dep. a prazo Fora de Fundos Investimento dep. poupança ações tít. dívida privada Títulos da Dívida Privada tít. públicos Depósitos a Prazo tít. priv. bancários Títulos Públicos outros Fundos de Investimento Total Estrangeiros ações dep. à vista dep. a prazo Total Institucionais Carteira Consolidada dep. poupança tít. dívida privada Total Invest. Nacionais tít. públicos tít. priv. bancários Total de Ativos Financ outros Figura 11 - Composição da Carteira de Ativos Financeiros Voluntários reais milhões agosto 2011 Como se verifica na figura 11, as pessoas físicas, jurídicas e outras entidades não financeiras aplicam seus recursos diretamente em instrumentos financeiros (ações, títulos públicos, títulos de dívida privada, depósitos bancários e outros) e também investem em institucionais (veículos) tais como: entidades abertas de previdência complementar (EAPC), companhias de capitalização, companhias de seguros, fundos de pensão (EFPC) e fundos de investimentos. Os institucionais, por sua vez, também investem diretamente em instrumentos financeiros e fundos de investimento que por 14
15 sua vez investem em instrumentos financeiros. Os investidores estrangeiros também investem diretamente em instrumentos financeiros, mas também investem no institucional (veículo) fundo de investimento. Dessa forma, a carteira consolidada de ativos financeiros domésticos é a composição de decisão de investimento de vários agentes e faz-se necessário uma consolidação para evitar duplas contagens. A metodologia de contas financeiras do CEMEC permite fazer, sem dupla contagem, estimativas da carteira de três tipos diferentes de investidores: investidores estrangeiros, investidores institucionais (fundos de pensão, fundos de previdência aberta, companhias de seguros e capitalização e fundos de investimento) e investidores pessoas físicas e jurídicas não financeiras. Cabe salientar que a soma da carteira dos institucionais com a carteira das pessoas físicas e jurídicas não financeiras representa o total da carteira dos investidores nacionais. A figura 12, a seguir, reúne os resultados da figura 11 em termos de detentores da poupança voluntária doméstica total. Carteira dos Detentores em R$ milhões em % do PIB % do Total Total Investidores Nacionais ,3% 90,2% Total Institucionais ,2% 38,1% Total PF e PJ fora de institucionais ,5% 52,4% Total Investidores Estrangeiros ,9% 9,8% Total de Ativos Financeiros ,2% 100,0% Figura 12 - Carteira Consolidada de Ativos Financeiros Domésticos por detentores - reais milhões agosto 2011 Como se observa na figura 12 a carteira consolidada de ativos financeiros domésticos atingiu R$ 5,6 trilhões em agosto de 2011 com 90,2% de participação de investidores nacionais e 9,8% de investidores estrangeiros no total. A figura 13, a seguir, apresenta a evolução recente da carteira total consolidada desses investidores. 15
16 Carteira Consolidada de Ativos Domésticos em % do PIB Fontes: Bacen, CVM, CETIP, BM&FBOVESPA, ABRAPP, SUSEP e Anbima - Elaboração CEMEC 143,8% 150,4% 151,5% 149,3% 152,3% 148,5% 150,4% 151,6% 148,8% 146,8% 146,0% 142,6% 141,1% 127,4% 133,1% 134,0% 132,3% 135,3% 132,5% 133,1% 134,0% 131,7% 129,4% 129,3% 128,1% 127,3% 16,4% 17,2% 17,5% 16,9% 17,1% 16,0% 17,3% 17,6% 17,2% 17,3% 16,7% 14,6% 13,8% Investidor Estrangeiro Investidor Nacional Figura 13 Carteira Consolidada de Ativos Domésticos em % do PIB por detentores A figura 13 mostra que a carteira dos investidores estrangeiros, atinge 13,8% do PIB em agosto de Como veremos mais adiante nesse relatório, essa evolução está muito condicionada ao comportamento da renda variável, isto é, aos preços das ações negociadas em bolsa. A figura 14 abaixo representa as estimativas de participação percentual e valor da carteira cada tipo de investidor na carteira consolidada da economia brasileira em agosto de
17 Total de Ativos Financeiros: Distribuição entre Investidores Institucionais, Estrangeiro e Outros não Financeiros R$ milhões e % Total - Elaboração CEMEC agosto/ % % INVESTIDORES INSTITUCIONAIS OUTROS INVESTIDORES NÃO FINANCEIROS Figura 14 Carteira Consolidada de Ativos Domésticos em reais milhões e % do total por detentores Note-se, na figura 14, que os investidores institucionais (líquidos de fundos de investimentos dos estrangeiros) comandam 38% dos recursos da poupança doméstica enquanto os estrangeiros, 10%, e os outros investidores não financeiros 10, 52%. A figura 15, a seguir, apresenta a carteira consolidada de ativos financeiros por instrumentos financeiros % INVESTIDORES ESTRANGEIROS 10 A carteira de outros investidores é estimada por diferença; inicialmente é calculada a carteira total de posse dos investidores não financeiros pela diferença entre o saldo total de cada classe de ativo e o existente no ativo das instituições financeiras; desse valor, é deduzido o valor existente na carteira dos investidores institucionais e estrangeiros, cujo resultado é a carteira de outros investidores não financeiros; por insuficiência de dados, o valor das ações atribuído a essa carteira contém ações de posse das instituições financeiras e ações de propriedade de investidores estrangeiros adquiridas em bolsas do exterior mediante compra de DR s. 17
18 Carteira Consolidada de Ativos Financeiros Fontes: Bacen, CVM, CETIP, BM&FBOVESPA, ABRAPP, SUSEP e Anbima - Elaboração CEMEC R$ bilhões Depósitos à Vista Depósitos de Poupança Depósitos à Prazo Títulos de Dívida Privada Captação Bancária Títulos de Dívida Privada Títulos Públicos Outros (inclui operações compromissadas) Ações Figura 15 Carteira Consolidada de Ativos Financeiros por instrumentos financeiros em reais bilhões Conforme a figura 15, a carteira consolidada de ativos financeiros apresenta uma diminuição de cerca de R$ 17 bilhões em agosto de 2011 contra o mês anterior. Essa diminuição da carteira total de ativos financeiros está muito relacionada aos movimentos da carteira de ações; e esses movimentos estão relacionados com a variação de preços desse ativo. A figura 16 apresenta, então, a carteira de ativos totais domésticos sem esse instrumento financeiro. 18
19 R$ milhões Carteira Consolidada de Ativos Financeiros Fontes: Bacen, CVM, CETIP, BM&FBOVESPA, ABRAPP, SUSEP e Anbima - Elaboração CEMEC Depósitos à Vista Depósitos de Poupança Depósitos à Prazo Títulos de Dívida Privada Captação Bancária Títulos de Dívida Privada Títulos Públicos Outros (inclui operações compromissadas) Figura 16 Carteira Consolidada de Ativos Financeiros ex-ações em reais bilhões Quando se analisa a carteira consolidada ex-ações percebe-se, figura 16, uma contínua expansão da carteira de ativos financeiros, com expansão de cerca de R$ 66 bilhões em agosto de 2011 contra o mês imediatamente anterior. A figura 17, a seguir, apresenta as taxas de variações anuais dos ativos financeiros da carteira consolidada. Figura 17 Carteira Consolidada de Ativos Financeiros taxas de variação anuais 19
20 Verifica-se na figura 17, grandes taxas de expansão dos estoques de títulos de dívida privada de captação bancária, devido ao crescimento das letras financeiras, e contínuo aumento nas taxas de depósitos a prazo, o que se observou nos movimentos de captações líquidas analisado anteriormente. 5. Poupança Financeira por diferença nos estoques - Contas Financeiras CEMEC Podemos também analisar os movimentos de expansão e retração dos diversos instrumentos da carteira consolidada em agosto de 2011 através da diferença de saldos (estoques) 11. A metodologia das contas financeiras do CEMEC permite que se visualizem as variações de saldos de cada instrumento financeiro por parte de cada detentor: investidor estrangeiro, investidor pessoa física e jurídica não financeira e institucionais 12 (veículos). A figura 18 apresenta as variações de saldos por detentor entre os meses de agosto e julho de 2011: Detentores/Instrumentos Financeiros Ações Títulos de Dívida Privada Títulos de Dívida Depósitos Depósitos Privada Cap. à Vista à Prazo Bancária Depósitos de Poupança Títulos Públicos Operações Comprom. Outros com Títulos (1) Públicos Investidores Nacionais Fundos de Investimento (2) PF e PJ Não Financeiros Investidores Estrangeiros Total da Poupança Doméstica (1) Outras aplicações de fundos de investimento como derivativos e outros; (2) Não inclui os fundos de investimentos dos investidores estrangeiros. Figura 18 Variação Mensal dos Ativos Financeiros da Carteira Consolidada por Detentores agosto em reais milhões Total 11 Note-se que a variação de saldos de um momento para outro é o resultado de aplicações menos resgates mais ou menos uma variação de valor do ativo (pode ser variação de preços de mercado, capitalização de juros, etc.). 12 Para a poupança financeira, por diferença de estoques, os institucionais restringem-se ao fundo de investimento porque não são disponíveis os dados de estoque dos demais institucionais para os meses de julho e agosto de
21 Como a diferença de saldos de ações reflete basicamente mudanças de preços e não compra ou venda do instrumento financeiro, substituímos esse ativo pelos dados de captação líquida, compra menos venda de ações no mercado secundário, fornecidos pela BM&FBOVESPA 13. A figura 19 a seguir, apresenta a poupança financeira por detentores no conceito de diferença de saldos. Detentores/Instrumentos Financeiros Ações Títulos de Dívida Privada Total da Poupança Doméstica (1) Outras aplicações de fundos de investimento como derivativos e outros; (2) Não inclui os fundos de investimentos dos investidores estrangeiros. Figura 19 Poupança Financeira por Detentores agosto em reais milhões Verifica-se que, nesse conceito 14, a poupança financeira total, cerca de R$ 65,5 bilhões deveu-se inteiramente aos investidores nacionais que cresceram seus estoques financeiros em cerca de R$ 57,0 bilhões enquanto os estrangeiros aumentaram seus estoques financeiros em R$ 8,5 bilhões. Títulos de Dívida Depósitos Depósitos Privada Cap. à Vista à Prazo Bancária Depósitos de Poupança Títulos Públicos Operações Comprom. Outros com Títulos (1) Públicos Investidores Nacionais Fundos de Investimento (2) PF e PJ Não Financeiros Investidores Estrangeiros Total No mês de agosto, observam-se os seguintes movimentos dos instrumentos financeiros por detentor: Ações Os investidores pessoas física e jurídica não financeira foram os únicos aplicadores em ações com compras superando em R$ 1,9 bilhões as vendas do mês; os fundos de investimento venderam liquidamente R$ 1,5 bilhões e os investidores estrangeiros venderam liquidamente R$ 0,4 bilhão. 13 A poupança financeira nesse conceito, utilizando o mercado secundário de ações e a diferença de estoques das contas financeiras CEMEC, não inclui as emissões primárias realizadas no mês de agosto de 2011, mas essas foram nulas no mês. 14 O conceito de poupança financeira utilizado nessa parte do relatório é a diferença de saldos (estoque final menos inicial) e, portanto, engloba tanto captação líquida do ativo financeiro quanto rendimentos sobre o estoque inicial. 21
22 Títulos de Dívida Privada Os títulos de dívida privada de captação corporativa como debêntures, CRIs, etc. tiveram compras líquidas dos estrangeiros, R$ 1,5 bilhões, das pessoas física e jurídica não financeira, R$ 2,3 bilhões e dos fundos de investimento em R$ 6,7 bilhões; o que representou um aumento de R$ 10,5 bilhões no estoque desses ativos. Títulos de Dívida Privada de Captação Bancária Os títulos de dívida privada de captação bancária como letras financeiras, letras de crédito imobiliário, etc. tiveram um incremento total de R$ 15,5 bilhões, principalmente devido ao avanço das letras financeiras, cerca de R$ 9,2 bilhões no mês. Os fundos de investimento, R$ 8,3 bilhões, e as pessoas física e jurídica não financeira, R$ 7,2 bilhões, foram os detentores responsáveis por essa expansão 15. Depósitos à Vista Os investidores pessoas física e jurídica não financeiras reduziram seus depósitos à vista em R$ 4,3 bilhões; não existem dados de depósitos à vista para estrangeiros e fundos de investimento. Depósitos a Prazo Os depósitos a prazo tiveram um incremento de R$ 17,3 bilhões devido a um incremento de R$ 12,4 bilhões das pessoas física e jurídica não financeiras e R$ 1,4 bilhão dos fundos de investimento; os estrangeiros aumentaram seus depósitos a prazo em R$ 3,5 bilhões. Depósitos de Poupança Os investidores pessoas física e jurídica não financeiras aumentaram seus depósitos de poupança em R$ 4,7 bilhões; não existem dados de depósitos de poupança para estrangeiros e fundos de investimento. 15 Não existem dados disponíveis sobre a captação de títulos privados de captação bancária nos estrangeiros. 22
23 Títulos Públicos Os títulos públicos de entidades não financeiras tiveram um aumento de estoques de R$ 29,1 bilhões devido ao aumento dos estoques dos fundos de investimento R$ 24,4 bilhões; os investidores estrangeiros aumentaram seus estoques em R$ 3,9 bilhões e as pessoas física e jurídica não financeiras em R$ 0,8 bilhão. Operações Compromissadas com Títulos Públicos Os fundos de investimento, único detentor para o qual se dispõe de informações para esse ativo, diminuíram seus estoques em R$ 2,9 bilhões. 6. Algumas Conclusões A análise do comportamento da poupança financeira, no mês de agosto de 2011, pelos dados de captações líquidas de alguns ativos com dados disponíveis e diferença de saldos de ativos financeiros pelas contas financeiras CEMEC permite indicar algumas constatações sobre os ativos financeiros e seus detentores: a) Os investidores estrangeiros tiveram uma diminuição no valor de sua carteira de ativos financeiros, riqueza financeira, de R$ 26,5 bilhões; R$ 35,4 bilhões, devido a queda de preços do IBOVESPA; e R$ 8,9 bilhões em compra de outros ativos financeiros: depósitos a prazo, R$ 3,5 bilhões, títulos de dívida privada, R$ 1,5 bilhões e R$ 3,9 bilhões em títulos públicos. Substituindo-se a queda do valor da carteira de ações de R$ 35,4 bilhões pelas vendas líquidas de ações no mês em R$ 0,4 bilhão, totaliza-se uma variação positiva de saldos total, poupança financeira, em R$ 8,5 bilhões; b) Os investidores pessoas física e jurídica não financeira também tiveram uma diminuição no valor de sua carteira de ativos financeiros, riqueza financeira, em R$ 15,6 bilhões; R$ 38,6 bilhões, devido à queda de preços do IBOVESPA e R$ 27,4 bilhões devido ao aumento no saldo de títulos de dívida privada de captação corporativa, R$ 2,3 bilhões, depósitos a prazo em R$ 12,3 bilhões, depósitos de poupança R$ 4,7 bilhões e títulos privados de captação bancária em R$ 7,2 bilhões; esses investidores diminuíram seus estoques de depósitos à 23
24 vista em R$ 4,3 bilhões. Substituindo-se a queda do valor da carteira de ações de R$ 38,6 bilhões pelas compras líquidas de ações em R$ 1,9 bilhão totaliza-se uma variação positiva de saldos total, poupança financeira, em R$ 24,9 bilhões; c) Os fundos de investimento tiveram um aumento no valor de sua carteira de ativos financeiros, riqueza financeira, de R$ 25,6 bilhões; com aumento de R$ 40,8 bilhões nos estoques dos seguintes ativos financeiros: títulos de dívida privada de captação corporativa, R$ 6,7 bilhões, títulos de dívida privada de captação bancária, R$ 8,3 bilhões, depósitos a prazo R$ 1,5 bilhão e R$ 9,8 bilhões em títulos públicos; e com queda de R$ 15,2 bilhões nos seguintes ativos: R$ 8,0 bilhões em ações, devido a queda de preços do IBOVESPA, e queda em operações compromissadas em R$ 2,9 bilhões e outros ativos em R$ 4,3 bilhões. Substituindo-se a queda do valor da carteira de ações de R$ 8,0 bilhões pelas vendas líquidas de ações em R$ 1,5 bilhão totaliza-se uma variação de saldos total, poupança financeira, de R$ 32,1 bilhões; d) Pelos dados de captações líquidas conclui-se que os investidores pessoas físicas continuam preferindo aplicar em depósitos a prazo, crescimento contínuo desde agosto de 2010, e continuam retirando recursos de ações; e) Pelos dados de captações líquidas conclui-se que os investidores pessoas jurídicas não financeiras têm preferência por fundos de investimentos e depósitos a prazo 16 em relação a aplicações em ações; as aplicações no mercado acionário continuam pequenas, mas positivas; f) Pelos dados de captações líquidas conclui-se que os investidores institucionais estão retirando recursos de ações; e estão colocando recursos em depósitos a prazo e fundos de investimento. 16 No caso de investidores pessoas jurídicas a captação de fundos de investimento e depósitos a prazo engloba os eventuais investidores estrangeiros; o que não ocorre para ações. 24
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