Evolução do Mercado de Renda Fixa Local
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- Milton Palhares Gesser
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1 Evolução do Mercado de Renda Fixa Local Dyogo Henrique de Oliveira Secretário-Executivo Adjunto Ministério da Fazenda IV Seminário ANBIMA de Finanças Corporativas 1 24 de maio de 2012
2 1. Intermediação Financeira Numa sociedade moderna o sistema financeiro é fundamental para o desenvolvimento econômico. Ele é formado por diversos subsistemas que podemos, chamar genericamente de serviços financeiros. Sua principal função é viabilizar a concretização das decisões dos agentes econômicos, principalmente, de consumo e de investimento. O SFN tem sido muito eficiente para viabilizar as decisões de consumo, mas precisa avançar no atendimento das necessidade de investimento, principalmente de longo prazo. acreditamos que nosso maior problema não é a falta de funding, mas sim as características desse funding e a necessidade de desenvolvimento de instrumentos e 2 mercados adequados.
3 2. Oferta Global de Funding 3 dez/11 R$ Milhões % Total % PIB 1 - Poupança Voluntária ,6% 140,0% Instrumentos do Mercado de Capitais ,9% 62,5% a) Ações ,2% 55,4% b) Títulos Privados ,7% 7,2% Títulos de Dívida Privada de Captação Bancária ,2% 9,4% Depósitos Bancários ,4% 31,1% a) Depósitos à Vista ,4% 3,7% b) Depósitos a Prazo ,3% 17,3% c) Depósitos de Poupança ,6% 10,1% d) Depósitos para Investimento 1 0,0% 0,0% Títulos de Dívida Pública ,2% 26,2% Operações Compromissadas ,0% 9,1% Outros Ativos Financeiros ,0% 1,6% 2 - Poupança Compulsória ,4% 12,8% TOTAL ,0% 152,8% Fonte: CEMEC - RETROSPECTO 2000 a MARÇO 2012
4 Exemplos de possíveis fontes de recursos de longo prazo Fundos de investimento de longo prazo: R$854 bi Poupança: R$ 420 bi Fundos de Previdencia fechada: R$ 500 bi Fundos de previdência aberta: R$ 240 bi FGTS: R$300 bi FAT: R$185 bilhões Reservas de seguradoras, resseguradoras e capitalização: aproximadamente R$150bi 4
5 3. Características do Funding Face aos valores apresentados, entendemos que o problema não é a falta de recursos, mas as características de sua concessão, que pouco se ajustam às demandas de médio e longo prazo. Operações voltadas ao consumo ou à quitação de obrigações correntes apresentam boa evolução: 5
6 4. Funding no Mercado de Capitais Títulos Privados Os títulos privados de dívida, considerando os emitidos por instituições financeiras, além de serem pouco representativos frente ao PIB (16,6% em 12/11), são eminentemente vinculados a taxas de juros de curtíssimo prazo. Tal fato pode estar vinculado a uma série de fatores, tais como: o nível cadente, mas ainda elevado, da taxa básica de juros da economia; a falta de um mercado secundário que melhor precifique os ativos e que permita uma porta de saída aos investidores; a falta de experiência ou de necessidade de os agentes (gestores e investidores) trabalharem com avaliação de risco e retorno; a existência de dúvidas e fragilidades jurídicas na formatação de operação e na execução de garantias; 6 a existência de elevada assimetria informacional.
7 5. Principais Títulos de Dívida Privada LF (inclusive subordinadas) As Letras Financeiras, criadas para serem fonte de funding para operações de médio e longo prazo, apresentam boa evolução temporal. 7
8 5. Principais Títulos de Dívida Privada LF (inclusive subordinadas) Embora apresentem boa evolução temporal, as LF demonstram elevado percentual de vinculação a taxas de juros de curtíssimo prazo. 8
9 5. Principais Títulos de Dívida Privada Debêntures Principal título de dívida de emissão de empresas não financeiras com características de funding de médio e longo prazo, as debêntures também apresentam boa evolução. 9
10 5. Principais Títulos de Dívida Privada Debêntures Como as LF, as debêntures também apresentam levado percentual de vinculação a taxas de juros de curtíssimo prazo. 10
11 5. Principais Títulos de Dívida Privada - CDB O CDB, título pouco voltado a projetos de médio e longo prazo, apresenta uma involução no período, com decréscimo de 20%. Em parte, substituído pelas LFs. 11
12 5. Principais Títulos de Dívida Privada - CDB O CDB, como os demais título, apresenta vinculãção expressiva em DI. 12
13 6. Investidores Fundo de Investimento de Longo Prazo (FI-LP) Idealizados como veículos de direcionamento de recursos para captação de funding de médio e longo prazo, os FI-LP dão aos seus cotistas a possibilidade de virem a ter seus rendimentos tributados a uma alíquota de até 15% de Imposto de Renda. Pela Instrução Normativa nº 1.022, de 05 de abril de 2010, fazem jus á classificação como FI-LP, os fundos de investimento cuja carteira de títulos tenha prazo médio superior a 365 dias. Segundo dados obtidos junto à CVM, os FI-LP representam 54% do número de fundos de investimento e 45% do patrimônio líquido dos mesmos, alcançando, em março de , R$ 854 bilhões. Posição de Março/2012 Nº de Fundos PL (R$ Bilhões)* Nº de cotistas Fundos registrados como Longo Prazo Total da Indústria % 54% 45% 37% * não foi considerado o PL dos fundos de cotas
14 6. Investidores Carteira dos FI-LP Embora tenham grande representatividade na indústria de fundos, os FI-LP não podem ser vistos como mecanismo promotor de funding para projetos de médio e longo prazo. Desconsiderando as operações compromissadas, 49% das carteiras destes veículos estavam alocadas, em março de 2012, em papéis atrelados a juros de curtíssimo prazo. Englobando as operações compromissadas o percentual iria para 63%. DI % carteira Pré % carteira Índice preço % carteira Outro s % carteira Títulos Públicos Federais (TPF) % 74 9% % 0,1 0,0% Operações Compromissadas com lastro em TPF 24 3% 45 5% 75 9% - - Crédito Privado(*) % Ações e cotas de outros fundos % Total % % % 59 7% 14 Posição: Março/2012 (*) Estimativa Fonte: CVM
15 6. Investidores Entidades de Previdência Aberta Como os FI-LP, os fundos de previdência de entidades de previdência aberta também foram idealizados como provedores de funding para projetos de médio e longo prazo. No caso específico, a legislação permite aos cotistas de tais fundos optarem por uma modalidade de tributação regressiva de Imposta de Renda que, passados 10 anos da aplicação dos recursos, lhes atribui alíquota de IR de 10% sobre os rendimentos obtidos. Canalizados por meio dos Fundos de Investimento Especialmente Constituídos FIE, os recursos alocados para tal finalidade alcançavam, em março de 2012, a cifra de R$ 240 bilhões. Por sua característica de poupança de longo prazo, as provisões de planos de previdência aberta não deveriam, a priori, ter seus recursos garantidores aplicados majoritariamente em instrumentos atrelados à variação da taxa de juros de um dia. 15
16 6. Investidores Carteira dos FIE Desconsiderando as operações compromissadas, o percentual alocado em papéis vinculados a juros de curtíssimo prazo é de 30%. Considerando as operações compromissadas este percentual se eleva para 57,6%. DI/ SELIC % carteira Pré % carteira Índice preço % carteira Outros % carteira Títulos Públicos Federais (TPF) 19 9% 31 15% 55 25% 0,01 0% Operações Compromissadas com 1 0,05% 41 19% 16 7% - - lastro em TPF Crédito Privado(*) 44 21% Ações e cotas de outros fundos ,36 2% Total 64 30% 72 34% 71 33% 3,37 2% 16 PL da amostra Total compromissadas Total DI/SELIC + compromissadas Fonte: CVM Elaboração: MF-SPE 210 bilhões 57 bilhões 121 bilhões (57,6%)
17 7. Principais Medidas Recentemente Adotadas Lei nº , de 2010, e Circular BCB nº 3.513, de 2010: Instituição da Letra Financeira; e Retirada da incidência de compulsório sobre Letra Financeira. Lei nº , de 2011: Instituição do Cadastro Positivo. Lei nº , de 2011, e Decreto nº 7.412, de 2010 : Redução a zero do IR sobre investidor não residente nos rendimentos de títulos ou valores mobiliários de Longo Prazo: duration de 4 anos; alocação dos recursos captados em projetos de investimento; 17 etc.
18 7. Principais Medidas Recentemente Adotadas Lei nº , de 2011, e Decreto nº 7.412, de 2010 : (cont....) Redução do IR sobre os rendimentos auferidos em debêntures emitidas por SPE constituída para implementar projetos de investimento na área de infraestrutura, ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação: zero para os não residentes e pessoas físicas; e alíquota definitiva de 15% para as pessoas jurídicas residentes. Zero de IR para não residentes e pessoas físicas, e alíquota definitiva de 15% para pessoas jurídicas residentes que sejam cotistas de fundos de investimento que detenham, no mínimo, 85% da carteira alocada em debêntures de infraestrtura. Não há incidência de IOF-Câmbio para aplicações em papéis da Lei nº
19 7. Principais Medidas Recentemente Adotadas Resolução CMN nº 3.922, de 2010: As políticas de investimento dos fundos de investimento de renda fixa que apliquem recursos dos Regimes Próprios deverão seguir subíndice do IMA ou IDkA, excetuados os com títulos atrelados à taxa de juros de 1 dia. Resolução CMN nº 4.034, de 2011: As políticas de investimento dos fundos extramercado, do FAT, do Funcafé e do FNDE deverão seguir subíndice do IMA ou IDkA, excetuados os com títulos atrelados à taxa de juros de 1 dia. Medida Provisória nº 567, de 2012: Estipula nova regra de remuneração para os depósitos de poupança efetuados a 19 partir de 04/05/2012.
20 8. Medidas em Analise Regulamentar a criação e desenvolvimento de bancos de dados com o histórico de crédito dos consumidores, dando maior segurança aos agentes de mercado para. Aperfeiçoar os dispositivos da Lei nº , de 2.011, com vistas a facilitar a captação de recursos com os instrumentos de longo prazo ali normatizados: Explicitar que o investidor não perde o benefício tributário por eventual desvio na aplicação dos recursos captados; Assegurar que podem ser pagas despesas e dívidas realizadas antes da captação com o dinheiro obtido na emissão; Permitir que debêntures emitidas por holdings e por concessionárias de serviço púbico, desde que vinculadas a projetos de investimento em infraestrutura, também se beneficiem do tratamento diferenciado de IR; 20
21 Flexibilizar os requerimentos de aplicação mínima dos fundos de investimento: de 98% para 85% nos fundos com títulos de longo prazo, mas não necessariamente vinculados a projetos de infraestrutura; manutenção de 85% nos fundos de infraestrutura; em ambos os fundos, permitir uma aplicação mínima de 67% no dois primeiros anos após a constituição do fundo. Evidenciar a possibilidade de capitação via CRI, com os benefícios dispostos para os títulos de longo prazo, que não os de infraestrutura. 21
22 22 Ministério da Fazenda
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