MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades Crimes na Administração Pública Direito Penal: Histórico e Conceitos

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades Crimes na Administração Pública Direito Penal: Histórico e Conceitos"

Transcrição

1 Tema: Direito Penal: Histórico e Conceitos Projeto Curso Disciplina Tema Professor Pós-Graduação MBA em Administração Pública e Gerência de Cidades Crimes na Administração Pública Direito Penal: Histórico e Conceitos Débora Veneral O direito penal dos povos primitivos O ser humano sempre viveu na busca incessante de sanar suas necessidades e desde os primórdios, em prol dos seus interesses, violou as regras de convivência o que, como consequência, trazia uma punição. Mesmo que essa punição não fosse, à época, entendida como pena. A história do Direito Penal se confunde com a própria humanidade, uma vez que a história da pena coincide com o ponto de partida da humanidade. A pena é vista como fato histórico primitivo no Direito Penal, aliada às mais diversas fases evolutivas da vingança penal, de acordo com a necessidade e o passar do tempo. De acordo com a doutrina (MASSON, 2012), dividiu-se em 3 (três) fases: Vingança Divina Vingança Privada Vingança Pública (Vídeo disponível no material on-line) Fase da vingança divina Nessa fase, a conduta do homem primitivo não era regulada pelos princípios da causalidade e da consciência em torno de sua essência. Conforme ensina Aníbal Bruno (1967), a conduta era regulada no temor religioso ou mágico, sobretudo em relação ao culto dos antepassados, 1

2 cumpridores das normas e com certas instituições de fundo mágico ou religioso. Para os povos daquela época, a lei tinha origem divina e violar a lei significava ofender aos deuses, o que resultava na punição do infrator para desagravar a divindade e, também, para purificar o seu grupo das impurezas trazidas pelo crime. Outra punição sofrida pelo criminoso era o desterro (expulsão) do grupo, que visava não só excluir o inimigo/criminoso da comunidade, mas evitar que outra classe social fosse contagiada. Assim: Fase da vingança privada o castigo consistia no sacrifício de sua vida. Castigava-se com rigor, com notória crueldade, eis que o castigo deveria estar em consonância com a grandeza do Deus ofendido, a fim de amenizar sua cólera e reconquistar sua benevolência para com o seu povo (MASSON, 2012, p. 55). Essa se originou posteriormente à vingança divina, considerando o crescimento dos povos e a consequente complexidade social. A ofensa era considerada do grupo a que pertenciam, uma vez que o homem primitivo mantinha seu laço forte com a comunidade e, fora dela, se sentia desprotegido. Verifica-se que à época não existia proporção entre o delito praticado e a pena imposta, e, nesse sentido, os indivíduos eram envolvidos isoladamente, ou ainda, todo o seu grupo pessoal, de modo que, muitas vezes, a batalha culminava na eliminação das tribos. E, ainda, se uma pessoa de determinado grupo era atingida por um grupo estrangeiro, a vingança era coletiva e incidia sobre todo o grupo agressor, o que representava a intensa ligação do homem primitivo com a comunidade. 2

3 No entanto, tendo em vista que havia desproporcionalidade entre o delito praticado, não poupando as crianças e até pessoas doentes que integravam o grupo do infrator, surgiu a Lei do Talião, em que é possível verificar a primeira manifestação do princípio da proporcionalidade entre autor e vítima. Talião, do latim talis = tal qual: Apesar da implantação da Lei do Talião, verificava-se que as populações e os grupos ficavam totalmente deformados, o que levou à implantação da composição pecuniária. Essa era feita entre o ofensor e o ofendido ou seus familiares, como forma de reparação do dano causado. Fase da vingança pública Surgiu do crescimento político da comunidade e sua organização, quando o Estado atraiu para si o poder-dever de manter ou estabelecer a ordem e a segurança social, a fim de que os ofendidos não necessitassem mais utilizar de suas próprias forças para fazer justiça. É importante ressaltar que, ainda nessa época: as penas eram largamente intimidatórias e cruéis, destacando-se o esquartejamento, a roda, a fogueira, a decapitação, a forca, os castigos corporais e amputações, entre outras (MASSON, 2012, p. 57). Assim, o Estado teria interesse no conflito por representar a coletividade e poderia decidir a situação posta com impessoalidade, ainda que utilizasse da arbitrariedade e de seus agentes para punir em nome dos súditos. Evolução histórica do Direito Penal Verifica-se a evolução do Direito Penal na seguinte ordem: Idade antiga: Direito Penal Grego e Direito Penal Romano O Direito Penal Grego tinha o crime e a pena inspirados no sentimento religioso, bem como em certa dose de humanidade, ou seja, se a eliminação de um culpado fosse capaz de prejudicar inocentes que dele dependessem, 3

4 autorizava-se sua absolvição. Fica claro que havia interesse em proteger o desenvolvimento da sociedade e não propriamente a pessoa do acusado. Enquanto no Direito Penal Romano, o Império Romano priorizou a busca pelo poder e prosperidade, o que impediu o Estado de focar seu olhar para os direitos fundamentais em face do seu próprio arbítrio. Porém, com o surgimento do Cristianismo o homem passou a ser concebido como imagem e semelhança de Deus. Posteriormente, surgiu em Roma a distinção entre crimes públicos e privados. Sendo que os crimes públicos envolviam a traição ou conspiração política contra o Estado e o assassinato. Enquanto os demais crimes, por exclusão, eram privados. Ao final da República, foi criada uma verdadeira tipologia de crimes que descreviam o comportamento dos criminosos, caminhando para futuramente dar a essas descrições o nome de princípio da reserva legal ou legalidade, previstos hoje tanto no Código Penal, artigo 1º, quanto na Constituição Federal, os quais preceituam o seguinte: Artigo 5º da Constituição Federal, XXXIX e artigo 1º do Código Penal (Decreto-lei 2848, de 7 de dezembro de 1940): Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal: Idade média: Direito Penal Germânico e Direito Penal Canônico No germânico, não havia lei escrita e caracterizava-se pela vingança privada e pela composição. A transgressão cometida poderia assumir o caráter público ou privado. De acordo com a doutrina o Direito Germânico, de natureza consuetudinária, trouxe as seguintes características: (...) caracterizou-se pela vingança privada e pela composição, havendo, posteriormente, a utilização das ordálias ou juízos de Deus (provas que submetiam os acusados aos mais nefastos testes de culpa caminhar pelo fogo, ser colocado em água fervente, submergir em um lago com um pedra amarrada aos pés -, caso sobrevivessem seriam inocentes, do contrário, a culpa estaria 4

5 demonstrada, não sendo preciso dizer o que terminava ocorrendo nessas situações) e também dos duelos judiciários, onde terminava prevalecendo a lei do mais forte (NUCCI, 2009, p. 64). Em consequência, tendo em vista a instituição de um poder público, a pena de morte passou a ser substituída por um determinado valor, como se fosse uma fiança, ou seja, aquele que infringia a lei pagava uma quantia pecuniária em troca da obtenção de sua liberdade. Era o preço pago que substituía a vingança privada, denominado composição pecuniária. O Direito Penal Canônico era o ordenamento jurídico da Igreja Católica Apostólica Romana que predominou na Idade Média e perpetuou o caráter sacro da punição, que continuava severa, mas havia, ao menos, o intuito corretivo, visando à regeneração do criminoso (NUCCI, 2009, p. 64). No entanto, apesar dessa visão de regeneração do criminoso, não se pode esquecer o ensinamento da doutrina de que: essa época foi palco de grandes injustiças e horrores, caracterizada pela arbitrariedade do Judiciário, o qual criava e extinguia definições de crimes a seu bel-prazer, de acordo com seus interesses, bem como pela crueldade na execução das penas que, aliás, eram diferentes para nobres e plebeus, muito mais brutais para os últimos (MASSON, 2012, p. 61). E, desse modo, houve uma contribuição significativa para o surgimento da prisão moderna, sobretudo, no que se refere à regeneração do criminoso que adentrava o cárcere, pois se entendia que o distanciamento do ser humano da sociedade poderia influenciar na sua recuperação. Conforme ensina Cleber Masson: o cárcere, como instrumento espiritual de castigo, foi desenvolvido pelo Direito Canônico, uma vez que, pelo sofrimento e pela solidão, a alma do homem se depura e purga o pecado. A penitência visava aproximar o criminoso de Deus (MASSON, 2012, p. 61). Idade moderna: Período humanitário O pensamento de Beccaria. Essa fase foi um grande marco na história, pois tendo em vista os atos de punição crudelíssimos e arbitrários impostos pelo Absolutismo, a sociedade 5

6 não suportava mais o Estado e preparava-se para o desabrochar da Revolução Francesa. Nesse período humanitário, o Marquês de Beccaria publicou em Milão, em 1764, a famosa obra Dei delitti e delle pene, que antecipou as ideias posteriormente descritas na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, contrárias à pena de morte, às penas cruéis e defendeu o princípio da proporcionalidade da pena à infração praticada. Ele enfrentou dificuldades por se contrapor ao arbítrio e prepotências dos juízes e sustentou que somente leis poderiam fixar penas. Assim, no pensamento de Beccaria (1991), o criminoso passou a ser visto como violador do pacto social, a pena devia ser legalmente prevista, proporcional ao delito praticado e o Magistrado somente poderia aplicar as penas se elas tivessem previstas em lei, surgindo aí o princípio da legalidade. No que se refere à pena a ser aplicada, a doutrina descreve algumas características a serem observadas: para que cada pena não seja uma violência de um ou de muitos contra um cidadão privado, deve ser essencialmente pública, rápida, necessária, a mínima possível nas circunstâncias dadas, proporcional aos delitos e ditadas pelas leis (MASSON, 2012, p. 63). E, ainda, sobre a evolução e modernização do Direito Penal e os estudiosos que tiveram grande contribuição em sua evolução, é relevante ressaltar, de acordo como Guilherme de Souza Nucci, que: (...) o processo de modernização do direito penal somente teve início com o Iluminismo, a partir das contribuições de Bentham (Inglaterra), Montesquieu e Voltaire (França), Hommel e Feuerbach (Alemanha), Beccaria, FIlangieri e Pagano (Itália). Houve preocupação com a racionalização na aplicação das penas, combatendo-se o reinante arbítrio judiciário. A inspiração contratualista voltava-se ao banimento do terrorismo punitivo, uma vez que cada cidadão teria renunciado a uma porção de liberdade para delegar ao Estado a tarefa de punir, nos limites da necessária defesa social. A pena ganha um contorno de utilidade, destinada a prevenir delitos e não simplesmente castigar (NUCCI, 2009, p ). Assim, a mitigação das penas, aliada à proporcionalidade entre o delito e a pena aplicada, contribuiu para a consagração do pensamento iluminista, 6

7 sendo que a prisão como pena privativa de liberdade surgiu no século XVII, consolidando-se no Século XIX. Até então, as prisões eram usadas apenas para guardar os réus e preservá-los fisicamente até o julgamento. Histórico do Direito Penal no Brasil Período Colonial Na época do descobrimento do Brasil, dominado pela civilização primitiva, os portugueses encontraram os índios e esses não tinham um direito penal organizado. Assim, as penas eram aplicadas com base na vingança privada, estabelecendo-se casualmente a composição pecuniária, conforme vimos no item acima, que trata da vingança privada. Após o descobrimento, a partir de 1500, instalou-se a legislação portuguesa, representada pelas Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas. Vejamos cada uma delas em síntese, segundo a doutrina (MASSON, 2012, p. 66): a. Ordenações Afonsinas: predominava a arbitrariedade dos juízes na fixação da pena e tinham como traços marcantes a crueldade. A prisão tinha caráter preventivo e o delinquente era mantido preso até ser julgado ou para obrigá-lo a pagar a pena pecuniária fixada. b. Ordenações Manuelinas: as penas correspondiam à fase da vingança pública, eram cruéis e aplicadas pelos donatários das Capitanias Hereditárias. c. Ordenações Filipinas: essas foram a de maior durabilidade, pois vigoraram de 1603 a 1830, ou seja, 227 anos. Porém, não agregavam muito, pois mantiveram as características das Ordenações anteriores, aplicando penas cruéis e desproporcionais aliadas à arbitrariedade dos julgadores e a inexistência do princípio da legalidade e defesa. Nessas ordenações, a matéria penal era regulamentada no Capítulo V e foi sob o amparo desse ordenamento que houve a execução de 7

8 Tiradentes. Verifica-se, do acima descrito, que tais ordenações continham punições severas as quais visavam difundir um grande temor. Predominavam, ainda, as sanções bárbaras e infamantes, além da pena de morte. Código Criminal do Império Em 1824, foi determinada pela Constituição a urgente elaboração de um Código Criminal. Iniciava, então, um sinal de evolução em prol da humanização do Direito Penal, a começar pela própria Constituição que em seu artigo 179, XIX, aboliu os açoites, a tortura, a marca de ferro quente e todas as penas cruéis. Na mesma constituição determinou-se, também, a implantação do diamulta e que a pena ficaria restrita ao delinquente. Aqui surgiu a primeira manifestação do principio da personalidade da pena no Brasil, ou seja, que nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Período Republicano Em 1890 foi criado o Código Republicano que continha vários equívocos e deficiências, porém, foi utilizado até que foi editado o novo código penal em 1940, cujo projeto foi apresentado durante o Estado Novo em 1937 na era Vargas. Em 1984, a Lei 7.209, inseriu várias modificações no Código Penal, denominada Reforma da Parte Geral, sobretudo no que se refere às sanções penais, ocasião em que foram adotadas penas alternativas à prisão. O Código Penal de 1940 é o que continua em vigor até os dias atuais, incluindo-se as alterações que advieram no decorrer do tempo. Em resumo: a Evolução do Direito Penal Verifica-se que na era primitiva, a pena era aplicada sem qualquer propósito definido, de forma desproporcional com muita violência, chegando a ser cruel e munida de forte conteúdo religioso. Tivemos a vingança privada e, 8

9 na sequência, a vingança pública, em que o Estado assumiu para si a força punitiva. Como forma de proporção entre o crime praticado e a pena, implantouse o talião (olho por olho dente por dente etc.). Após isso veio a fase da humanização do direito penal e em seguida a Revolução Francesa, estabelecendo-se, no mundo todo, a pena privativa de liberdade como a principal sanção aplicada, evitando, como meta ideal a ser atingida, as penas consideradas cruéis. No Brasil, no período colonial as penas eram aplicadas com base na vingança privada. Posteriormente, após o descobrimento do Brasil em 1500, tivemos a influência portuguesa e a implantação das Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, também marcadas por bastante violência. Porém a partir da Constituição de 1824 foi possível perceber alguns sinais de humanização das penas, ainda muito frágeis. O Código de 1930 quase nada acrescentou a não ser equívocos e deficiências. Porém, com o advento do Código de 1940, sobretudo, após sua reforma em 1984, ainda que 44 anos depois, é que se pôde verdadeiramente humanizar as sanções penais e adotar penas alternativas à prisão. Princípios do Direito Penal Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas voltado à fixação dos limites do poder punitivo do Estado, instituindo infrações penais e as sanções correspondentes, bem como regras atinentes à sua aplicação (NUCCI, 2009, p. 59). Princípios são valores fundamentais que inspiram a criação e a manutenção do sistema jurídico e no Direito Penal têm a função de orientar o legislador ordinário, no intuito de limitar o poder punitivo estatal mediante a imposição de garantias aos cidadãos. Servem para dar contorno ao legislador, durante a criação da norma, e ao Juiz, ao aplicar a norma, além de serem imprescindíveis para a 9

10 interpretação e integração do sistema normativo. Princípios aplicáveis ao Direito Penal De acordo com a doutrina, os princípios fundamentais utilizados no Direito Penal são, sem prejuízo de outros princípios citados por diversos doutrinadores: 1. Legalidade: não há crime sem expressa previsão legal. 2. Anterioridade: não há crime, nem pena, sem anterior previsão legal. 3. Responsabilidade pessoal: a pena não passará da pessoa do condenado. 4. Retroatividade da lei benéfica: leis penais benéficas podem retroceder no tempo para aplicação ao caso concreto, ainda que já tenha sido definitivamente julgado. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 5. Humanidade: não haverá penas cruéis. 6. Intervenção mínima: O direito penal deve ser a última opção do legislador para resolver conflitos emergentes na sociedade, protegendo apenas bens relevantes. 7. Individualização da pena: não haverá pena padronizada, dando-se a cada réu o que efetivamente merece. 8. Fragmentariedade: o direito penal é um fragmento do ordenamento jurídico, não podendo regular todas as lesões a bens jurídicos tutelados. 9. Culpabilidade: não há crime sem dolo e sem culpa. 10. Taxatividade: o tipo penal incriminador deve ser bem definido e detalhado para não gerar dúvida quanto ao alcance e aplicação. 11. Proporcionalidade: as penas devem ser proporcionais à gravidade da infração penal. 12. Vedação da dupla punição pelo mesmo fato: o autor da infração penal só pode sofrer punição uma única vez pelo que cometeu, 10

11 constituindo abuso estatal a aplicação de outra sanção pela mesma conduta. Conceitos Fundamentais do Direito Penal aplicáveis aos crimes Conceito de crime Crime é um fato típico, antijurídico e culpável. Sendo que a culpabilidade constitui pressuposto da pena. Dolo Dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do crime e é um elemento subjetivo (implícito). Elementos do dolo Presentes os requisitos da consciência e da vontade, o dolo possui os seguintes elementos: a. consciência da conduta e do resultado; b. consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resultado; c. vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. Crime doloso De acordo com o disposto no artigo 18, I, do Código Penal Brasileiro (COSTA JR., 2002, p. 68) diz-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Culpa É o comportamento voluntário desatencioso, voltado a um determinado objetivo, lícito ou ilícito, embora produza resultado ilícito, não desejado, mas previsível que podia ter sido evitado. Crime culposo Nos termos do artigo 18, II, do Código Penal (COSTA JR., 2002, p. 68) diz-se o crime culposo, quando o agente deu causa ao resultado por 11

12 imprudência, negligência ou imperícia, ou seja, em regra, o agente não quer e nem prevê o resultado. Elementos do fato típico culposo São seus elementos (MASSON, 2012, p. 277): a. a conduta humana e voluntária de fazer ou não fazer; b. a inobservância do cuidado objetivo manifestada através da imprudência, negligência ou imperícia; c. a previsibilidade objetiva; d. a ausência de previsão; e. resultado involuntário; f. nexo de causal; g. tipicidade. Modalidades de Culpa a. Imprudência: é a prática de um fato perigoso. Ex.: dirigir veículo em rua movimentada com excesso de velocidade. b. Negligência: é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato realizado. Ex.: deixar arma de fogo ao alcance de uma criança. c. Imperícia: é a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão, também chamada culpa profissional. Concurso de pessoas Ocorre o concurso de pessoas quando mais de uma pessoa concorre para a prática de uma infração penal. A previsão vem descrita no artigo 29 do Código Penal: Artigo 29: Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 1º Se a participação for de menor importância, a pena será diminuída de um sexto a um terço. 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até a metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 12

13 Crime consumado Determina o art. 14, I, do Código Penal que o crime se diz consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. Crime tentado É a execução iniciada de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente, nos termos do artigo 14, II do Código Penal. A tentativa é punida com a pena correspondente ao crime consumado, porém, pode ser reduzida de um a dois terços. Referências BECCARIA, C. B. Dos delitos e das penas. Tradução Lucia Guidicini, Alessandro Berti Contessa. Revisão Roberto Leal Ferreira. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, BRUNO, A. Direito Penal: parte geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, MASSON, C. Direito Penal Esquematizado. Parte Geral. Vol. 1, 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense, NUCCI, G. de S. Manual de direito penal: parte geral, parte especial. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,

GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO

GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO 1 Qual das afirmações abaixo define corretamente o conceito do princípio da reserva legal? a) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal. b)

Leia mais

3) Com relação ao princípio da anterioridade da lei, marque a alternativa correta.

3) Com relação ao princípio da anterioridade da lei, marque a alternativa correta. 1) Qual das afirmações abaixo define corretamente o conceito do princípio da reserva legal? a) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal. b) A pena só pode ser imposta a quem,

Leia mais

Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.

Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco 2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL Reserva legal - Art. 1.º do CP

Leia mais

Conceito e Denominações

Conceito e Denominações Prof. Mauro Stürmer Conceito e Denominações Direito Penal - Conceito Formal conjunto de normas jurídicas pelas quais os Estado proíbe determinadas condutas (ação ou omissão), sob a ameaça de determinadas

Leia mais

TIPOS CULPOSOS. Culpa conduta humana que realiza tipo penal através da inobservância de um resultado não querido, objetivamente previsível.

TIPOS CULPOSOS. Culpa conduta humana que realiza tipo penal através da inobservância de um resultado não querido, objetivamente previsível. TIPOS CULPOSOS Culpa conduta humana que realiza tipo penal através da inobservância de um resultado não querido, objetivamente previsível. Tipicidade a tipicidade do crime culposo decorre da realização

Leia mais

TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 - Conceito de Pena: Uma das espécies de sanção penal, ao lado da medida de segurança. É a resposta estatal consistente na privação ou restrição de um

Leia mais

A)Dolo direto ou determinado: quando o agente visa certo e determinado resultado.

A)Dolo direto ou determinado: quando o agente visa certo e determinado resultado. CRIME DOLOSO Conceito: considera-se doloso o crime quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Na primeira hipótese temos, o dolo direto e, na segunda, o dolo eventual. No dolo direto,

Leia mais

Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança.

Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança. DIREITO PENAL Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança. I N F R A Ç Ã O P E N A L INFRAÇÃO PENAL Existe diferença entre

Leia mais

Teorias da Conduta/Omissão

Teorias da Conduta/Omissão Teorias da Conduta/Omissão Teoria Normativa juizo post facto Teoria Finalista (Não) fazer com um fim a ser atingido (Johannes Welzel e Francisco Muñoz Conde) Dever/Poder de agir AUSÊNCIA DE CONDUTA - Movimentos

Leia mais

Conteúdo Edital PMGO

Conteúdo Edital PMGO Direito Penal Parte Geral Professor Samuel Silva Conteúdo Edital PMGO 1. Princípios constitucionais do Direito Penal. 2. A lei penal no tempo. A lei penal no espaço. Interpretação da lei penal. 3. Infração

Leia mais

Direito Penal. Concurso de Crimes

Direito Penal. Concurso de Crimes Direito Penal Concurso de Crimes Distinções Preliminares Concurso de crimes ou delitos X Concurso de pessoas ou agentes X Concurso de normas ou conflito aparente de normas penais - Concurso de crimes ou

Leia mais

Direito Penal. Concurso de Pessoas

Direito Penal. Concurso de Pessoas Direito Penal Concurso de Pessoas Introdução - Concurso de agentes ou concurso de delinquentes ou codelinquência ou concursus delinquentium; - Concorrência de duas ou mais pessoas para o cometimento de

Leia mais

1 - Conceito de Crime

1 - Conceito de Crime 1 - Conceito de Crime A doutrina do Direito Penal tem procurado definir o ilícito penal sob três aspectos diversos. Atendendo-se ao Aspecto Externo, puramente nominal do fato, obtém-se um Conceito Formal;

Leia mais

Das Penas Parte IV. Aula 4

Das Penas Parte IV. Aula 4 Das Penas Parte IV Aula 4 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO Art 44 - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade [...] Conceito Elas perfazem uma espécie de pena,

Leia mais

História do Direito. Direito na Pré História. made with

História do Direito. Direito na Pré História. made with - História do Direito Direito na Pré História made with - Direito na Pré História Introdução ao Direito na Pré História O Direito na Pré História teve relevante importância na criação das formas de se

Leia mais

Super Receita 2013 Direito Penal Teoria Geral do Crime Emerson Castelo Branco

Super Receita 2013 Direito Penal Teoria Geral do Crime Emerson Castelo Branco Super Receita 2013 Direito Penal Teoria Geral do Crime Emerson Castelo Branco 2013 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. TEORIA GERAL DO CRIME CONCEITO DE CRIME O conceito

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Da dosimetria da pena Marcelo Augusto Paiva Pereira Como citar este comentário: PEREIRA, Marcelo Augusto Paiva. Da dosimetria da pena. Disponível em http://www.iuspedia.com.br01

Leia mais

Objetivos: 1. Definir Infrações Penais, apresentando as diferenças entre o Crime e Contravenção. Distinguir o Crime Doloso do Culposo.

Objetivos: 1. Definir Infrações Penais, apresentando as diferenças entre o Crime e Contravenção. Distinguir o Crime Doloso do Culposo. Assunto: Infrações Penais Objetivos: 1. Definir Infrações Penais, apresentando as diferenças entre o Crime e Contravenção. Distinguir o Crime Doloso do Culposo. Sumário: 1. Introdução 2. Desenvolvimento

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal DAS PENAS FINALIDADES DA PENA Por que punir? O que é pena? O que se entende por pena justa? Teorias sobre as finalidades da pena: 1) Absolutas: a finalidade da pena é eminentemente retributiva. A pena

Leia mais

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER REGIME PENAL 1. Conforme entendimento do STF, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação

Leia mais

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CEAP

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CEAP CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CEAP DIREITO PENAL DA AÇÃO PENAL À EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 4º DIV 2014 Profº Msc. Sybelle Serrão sybelleserrão@gmail.com DA SANÇÃO PENAL SANÇÃO PENAL PENA E MEDIDA DE

Leia mais

Resultado. Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete)

Resultado. Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete) LEGALE RESULTADO Resultado Conceito: Lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma penal (Mirabete) Resultado Dessa forma, o resultado pode ser: - Físico (externo ao homem) - Fisiológico

Leia mais

Ponto 9 do plano de ensino

Ponto 9 do plano de ensino Ponto 9 do plano de ensino Concurso formal e material de crimes. Vedação ao concurso formal mais gravoso. Desígnios autônomos. Crime continuado: requisitos. Erro na execução. Resultado diverso do pretendido.

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Responsabilidade Penal do Cirurgião-Dentista Karla dos Santos da Costa Profª: Edna Raquel Hogemann Disciplina: Direito e Bioética "Bioética - estudo interdisciplinar do conjunto

Leia mais

DIREITO PENAL Professor: Eduardo Fernandes - Dudu

DIREITO PENAL Professor: Eduardo Fernandes - Dudu DIREITO PENAL Professor: Eduardo Fernandes - Dudu www.eduardofernandesadv.jur.adv.br LEI PENAL E LUGAR DO CRIME; APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO O LUGAR DO CRIME: Teoria da Ubiquidade (Teoria Mista),

Leia mais

MODELO DE RAZÕES DE RECURSO - QUESTÃO n CADERNO A - PROVA - Soldado PMMG

MODELO DE RAZÕES DE RECURSO - QUESTÃO n CADERNO A - PROVA - Soldado PMMG MODELO DE RAZÕES DE RECURSO - QUESTÃO n. 16 - CADERNO A - PROVA - Soldado PMMG À DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS CENTRO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO Recurso relativo a questão n. 16 (caderno A ) da prova de

Leia mais

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29 Sumário Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 1. Introdução... 1 2. Princípios... 4 2.1. Princípio da legalidade... 5 2.2. Princípio da anterioridade da lei penal... 5 2.3. Princípio da irretroatividade

Leia mais

CRIME = FT + A + C AULA 16. Vamos agora dar prosseguimento, já que falamos do primeiro elemento que foi

CRIME = FT + A + C AULA 16. Vamos agora dar prosseguimento, já que falamos do primeiro elemento que foi Turma e Ano: Master A (2015) 13/05/2015 Matéria / Aula: Direito Penal / Aula 16 Professor: Marcelo Uzeda de Farias Monitor: Alexandre Paiol AULA 16 CONTEÚDO DA AULA: - Ilicitude, exclusão de ilicitude

Leia mais

Controlo da legalidade Garantia da não violação da lei

Controlo da legalidade Garantia da não violação da lei Controlo da legalidade Garantia da não violação da lei O s E s t a d o s d e D i r e i t o, t a l c o m o o s c i d a d ã o s, e s t ã o s u j e i t o s à l e i ( p r i n c í p i o d o i m p é r i o d

Leia mais

TEORIA GERAL DO DELITO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

TEORIA GERAL DO DELITO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES TEORIA GERAL DO DELITO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 Introdução 1.1 - Infração penal no Brasil O Brasil é adepto do sistema dualista ou dicotômico, ou seja, divide a infração penal em duas espécies:

Leia mais

7.3 Crime doloso Teorias sobre o dolo Espécies de dolo Outras categorias Mais classificações 7.4 Crime culposo 7.4.

7.3 Crime doloso Teorias sobre o dolo Espécies de dolo Outras categorias Mais classificações 7.4 Crime culposo 7.4. Sumario CAPÍTULO 1 DIREITO PENAL CAPÍTULO 2 DIREITOS DE PROTEÇÃO: EXCESSO E PROIBIÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CAPÍTULO 3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 3.1 Princípios da Legalidade e da Anterioridade da Lei Penal 3.2 Garantismo

Leia mais

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções. 1 PROCESSO PENAL PROCESSO PENAL PONTO 1: Pena Privativa de Liberdade PONTO 2: Princípio da Individualização da Pena PONTO 3: Individualização Judicial São três: a) Reclusão b) Detenção c) Prisão Simples

Leia mais

Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Paulo Caliendo

Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Paulo Caliendo + Multa Qualificada Paulo Caliendo Multa Qualificada Paulo Caliendo + Importância da Definição: mudança de contexto Modelo Anterior Sentido Arrecadatório Modelo Atual Sentido repressor e punitivo Última

Leia mais

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA POLÍCIA FEDERAL 2012 AGENTE/ESCRIVÃO PROF. EMERSON CASTELO BRANCO DISCIPLINA: DIREITO PENAL 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 1.1 PRINCÍPIO DA

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Considerações sobre a causa de diminuição de pena prevista no art. 33, 4º, da Lei Antitóxicos César Dario Mariano da Silva* Pedro Ferreira Leite Neto** Logo após a publicação da

Leia mais

Direito Penal. Crime Doloso

Direito Penal. Crime Doloso Direito Penal Crime Doloso Conceito Doutrinário: dolo como a vontade livre e consciente de realizar a conduta objetiva descrita no tipo penal, desejando ou assumindo o risco de produzir certo resultado.

Leia mais

PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL

PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Teoria Geral da Sanção Penal PONTO 2: Penas Restritivas de Direito 1.1 Sanções penais: 1. TEORIA GERAL DA SANÇÃO PENAL * Penas: a) Pena Privativa de Liberdade b) Pena Restritiva

Leia mais

Direito Penal. Infração Penal: Teoria geral

Direito Penal. Infração Penal: Teoria geral Direito Penal Infração Penal: Teoria geral Sistemas de Classificação a) Sistema tripartido: Crimes, delitos e contravenções. Ex: França e Espanha. b) Sistema bipartido: Crimes ou delitos e contravenções.

Leia mais

CONCEITO DE DIREITO PENAL. Prof. Wilson Lopes

CONCEITO DE DIREITO PENAL. Prof. Wilson Lopes CONCEITO DE DIREITO PENAL Prof. Wilson Lopes Cesare de Beccaria: Dos Delitos e das Penas As vantagens da sociedade devem ser igualmente reparbdas entre todos os seus membros. No entanto, entre os homens

Leia mais

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s)

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s) Programa de DIREITO PENAL I 2º período: 80 h/a Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. OBJETIVOS Habilitar

Leia mais

7/4/2014. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. + Sumário. Multa Qualificada. Responsabilidade dos Sócios

7/4/2014. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. + Sumário. Multa Qualificada. Responsabilidade dos Sócios + Multa Qualificada Paulo Caliendo Multa Qualificada Paulo Caliendo + Sumário Multa Qualificada Responsabilidade dos Sócios 1 + Importância da Definição: mudança de contexto Modelo Anterior Sentido Arrecadatório

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Breve ensaio sobre as penas Agnaldo Simões Moreira Filho [1] 1. INTRODUÇÃO: O presente ensaio visa dar uma visão geral ao leitor sobre as penas vigentes no direito criminal brasileiro.

Leia mais

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei 1 -Aplicação da Lei Penal no Tempo ART. 1o do CP PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL 2 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Funções do Princípio da Legalidade: Proibir a

Leia mais

A PENALIZAÇÃO POR DANOS AMBIENTAIS

A PENALIZAÇÃO POR DANOS AMBIENTAIS A PENALIZAÇÃO POR DANOS AMBIENTAIS Aplicação de leis destinadas a proteger os bens naturais abre caminho para a preservação.virgílio Nogueira Diniz O Meio Ambiente é considerado, juridicamente, como um

Leia mais

DIREITO AMBIENTAL CRIMES. Professor Eduardo Coral Viegas

DIREITO AMBIENTAL CRIMES. Professor Eduardo Coral Viegas DIREITO AMBIENTAL CRIMES Professor Eduardo Coral Viegas 2010 JUIZ TRF/4 4. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. I. O princípio da precaução legitima a inversão do ônus da prova nas

Leia mais

Questões de Direito Penal Polícia Civil da Bahia

Questões de Direito Penal Polícia Civil da Bahia Questões de Direito Penal Polícia Civil da Bahia 1) O indivíduo B provocou aborto com o consentimento da gestante, em 01 de fevereiro de 2010, e foi condenado, em 20 de fevereiro de 2013, pela prática

Leia mais

II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA. Nexo causal

II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA. Nexo causal II - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA Pressupostos da responsabilidade civil extracontratual (CC/02, art. 186) Conduta culposa Nexo causal Dano 1. A conduta - Conduta é gênero, de que são espécies:

Leia mais

PLANO DE ENSINO. I Identificação. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 2º. II Ementário

PLANO DE ENSINO. I Identificação. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 2º. II Ementário I Identificação Disciplina Direito Penal I Código EST0042 Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 2º II Ementário PLANO DE ENSINO Ordenamento jurídico e o direito penal. Limites constitucionais

Leia mais

Interpretação e integração da lei penal Interpretação...11

Interpretação e integração da lei penal Interpretação...11 Sumário Notas Preliminares Finalidade do Direito Penal...2 Bens que podem ser protegidos pelo Direito Penal...2 Códigos do Brasil...3 Código Penal atual...3 Direito Penal...3 Garantismo...3 Garantias...4

Leia mais

DIREITO E JORNALISMO RESPONSABILIDADE CIVIL

DIREITO E JORNALISMO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL Responsabilidade é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra. A palavra responsabilidade deve ser entendida como restituição ou compensação de algo que foi retirado

Leia mais

1 Grupo CERS ONLINE

1 Grupo CERS ONLINE www.adverum.com.br 1 APRESENTAÇÃO Caro(a) Aluno(a), A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e estratégia. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação

Leia mais

A crise carcerária no Brasil- Histórico. Prof. Karina Alem

A crise carcerária no Brasil- Histórico. Prof. Karina Alem A crise carcerária no Brasil- Histórico Prof. Karina Alem Alusão histórica- Mundo 1. Idade Antiga A Idade Antiga é o período histórico em que as primeiras civilizações surgiram e se desenvolveram e, para

Leia mais

PONTO 1: Conceito e Princípios PONTO 2: Destinatários e Finalidades PONTO 3: Espécies de Penas PONTO 4: Aplicação da Pena

PONTO 1: Conceito e Princípios PONTO 2: Destinatários e Finalidades PONTO 3: Espécies de Penas PONTO 4: Aplicação da Pena 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Conceito e Princípios PONTO 2: Destinatários e Finalidades PONTO 3: Espécies de Penas PONTO 4: Aplicação da Pena PENAS: ESPÉCIES, COMINAÇÃO E APLICAÇÃO 1. CONCEITO E PRINCÍPIOS

Leia mais

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações.

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações. PROCEDIMENTO ESP.DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI Nº 2004.71.04.005970-2/RS AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ACUSADO : IRENI FRANCO : ZIGOMAR TEODORO : LEOMAR CORREIA : CILDO ANANIAS : SERGIO ANANIAS

Leia mais

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes Lei de Tortura Liana Ximenes 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Tortura -A Lei não define o que é Tortura, mas explicita o que constitui tortura. -Equiparação

Leia mais

NOÇÕES DE GARANTISMO E SUA APLICAÇÃO NO SISTEMA PENAL - ÊNFASE NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ELIZÂNGELA JACKOWSKI PELISSARO

NOÇÕES DE GARANTISMO E SUA APLICAÇÃO NO SISTEMA PENAL - ÊNFASE NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ELIZÂNGELA JACKOWSKI PELISSARO NOÇÕES DE GARANTISMO E SUA APLICAÇÃO NO SISTEMA PENAL - ÊNFASE NO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ELIZÂNGELA JACKOWSKI PELISSARO NOÇÕES DE GARANTISMO E SUA APLICAÇÃO NO SISTEMA PENAL - ÊNFASE NO

Leia mais

Questão 1. Em relação às situações de exculpação, é incorreto afirmar:

Questão 1. Em relação às situações de exculpação, é incorreto afirmar: PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO PENAL P á g i n a 1 Questão 1. Em relação às situações de exculpação, é incorreto afirmar: a) O fato punível praticado sob coação irresistível é capaz de excluir

Leia mais

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível?

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível? 1- Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva e vinha se recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria pelos meios amistosos, José decide obter a

Leia mais

Teoria geral do crime

Teoria geral do crime CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 48 DATA 09/10/15 DISCIPLINA DIREITO PENAL (NOITE) PROFESSOR CHRISTIANO GONZAGA MONITORA JAMILA SALOMÃO AULA 06/08 Ementa: Na aula de hoje serão abordados os seguintes

Leia mais

Por: Roberto B. Parentoni = Advogado Criminalista ( ) e atual presidente do IDECRIM

Por: Roberto B. Parentoni = Advogado Criminalista (  ) e atual presidente do IDECRIM Por: Roberto B. Parentoni = Advogado Criminalista ( www.parentoni.com ) e atual presidente do IDECRIM O nosso Código Penal adota a teoria finalista da ação e com a reforma de sua Parte Geral, em 1984,

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal Crime consumado (art. 14, I, CP) O crime será consumado quando nele se reunirem todos os elementos de sua definição legal, p.ex.: o crime de homicídio se consuma com a morte da vítima, pois é um crime

Leia mais

Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal. TEMA: Diversos

Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal. TEMA: Diversos Mini Simulado GRATUITO de Direito Penal TEMA: Diversos 1. Um militar das Forças Armadas, durante a prestação de serviço na organização militar onde ele servia, foi preso em flagrante delito por estar na

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 SUMÁRIO Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal... 20 3.1. Abrangência

Leia mais

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso Atualização Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso Segundo parágrafo e continuação na pág. 26: Texto no livro: O caput do art. 306 do Código de Processo Penal possui a mesma redação do referido inciso LXII,

Leia mais

DUCTOR ONLINE DIREITO PENAL

DUCTOR ONLINE DIREITO PENAL ONLINE CONCURSO PARA CARTÓRIOS EXTRAJUDICIAIS DIREITO PENAL DO (CP, artigos 13 a 25) O QUE É? Conceito analítico ANTIJURÍDICO ou ILÍCITO CULPÁVEL TIPICIDADE ANTIJURIDICIDADE ou ILICITUDE CULPABILIDADE

Leia mais

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS -LCA

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS -LCA LEI DE CRIMES AMBIENTAIS -LCA A proteção do meio ambiente pela CF/88 A primazia constitucional: A conservação do meio ambiente e a realização de um desenvolvimento sustentável são imprescindíveis à sadia

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam:

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam: PLANO DE ENSINO CURSO: Direito PERÍODO: 1º Semestre DISCIPLINA: Teoria Geral do Crime CARGA HORÁRIA SEMANAL: 03 horas/aula CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 60 horas/aula I EMENTA Conceito, teorias e correntes

Leia mais

S U R S I S SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

S U R S I S SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA S U R S I S SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA arts. 77 a 82 do CP e 156 e s. da LEP. Deriva do verbo surseoir (suspender). Quer dizer suspensão. Expressão já utilizada pelo CP/1940. Conceitos: É o ato pelo

Leia mais

Exercício da Medicina e Direito Penal

Exercício da Medicina e Direito Penal Exercício da Medicina e Direito Penal Prof. Dr. Alexandre Wunderlich Disciplina de Bioética, Medicina e Direito/PPGCM-UFRGS HCPA, 10 de agosto de 2016. Direito Penal Clássico Direito Penal na Sociedade

Leia mais

Direito Administrativo

Direito Administrativo Direito Administrativo Responsabilidade Civil Professora Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Administrativo RESPONSABILIDADE CIVIL Responsabilidade Civil da Administração A responsabilidade

Leia mais

Princípios Constitucionais do Direito Penal. Princípios Expressos. 1. Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal (Art. 5º, XXXIX, CF/88).

Princípios Constitucionais do Direito Penal. Princípios Expressos. 1. Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal (Art. 5º, XXXIX, CF/88). ENCONTRO 01 Princípios Constitucionais do Direito Penal Princípios são mandamentos basilares de um sistema jurídico. Estabelecem valores fundamentais, orientando a exata compreensão, interpretação e aplicação

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal Aplicação da pena (arts. 59 ao 76, CP) Material de Apoio Fixação da pena (art. 59, CP) O art. 59, CP, determina que o juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade

Leia mais

Direito Penal. Consumação e Tentativa

Direito Penal. Consumação e Tentativa Direito Penal Consumação e Tentativa Crime Consumado Quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (art. 14, I, CP); Realização plena dos elementos constantes do tipo legal; Crime Consumado

Leia mais

Ponto 6 do plano de ensino: Penas restritivas de direito.

Ponto 6 do plano de ensino: Penas restritivas de direito. Ponto 6 do plano de ensino: Penas restritivas de direito. Espécies: prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 SUMÁRIO Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal... 20 3.1. Abrangência

Leia mais

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL 1.1. Princípios da legalidade e da anterioridade Princípio da legalidade - é aquele segundo o qual não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal.

Leia mais

Curso de Direito nas Ciências Econômicas. Profa. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

Curso de Direito nas Ciências Econômicas. Profa. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani Curso de Direito nas Ciências Econômicas Profa. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani 2014 1. O Direito 2 Direito é um conjunto de regras que disciplina as diversas dimensões de nossas vidas. Todos nós, na

Leia mais

LEIS MARCADAS COM OS PRINCIPAIS PONTOS JÁ COBRADOS! Entenda as marcações deste material. Tomamos por base a prova de ANALISTA JUDICIAL!

LEIS MARCADAS COM OS PRINCIPAIS PONTOS JÁ COBRADOS! Entenda as marcações deste material. Tomamos por base a prova de ANALISTA JUDICIAL! LEIS MARCADAS COM OS PRINCIPAIS PONTOS JÁ COBRADOS! Entenda as marcações deste material. Tomamos por base a prova de ANALISTA JUDICIAL! Todo artigo que estiver de vermelho representa temática que mais

Leia mais

Direito Penal. Concurso de Crimes. Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Concurso de Crimes. Professor Joerberth Nunes. Direito Penal Concurso de Crimes Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal CONCURSO MATERIAL Conceito: É uma das formas do concurso de crimes. Pode ser concurso material homogêneo

Leia mais

Escolas Históricas Mais Importantes. Direito Penal do Inimigo. Aula 2

Escolas Históricas Mais Importantes. Direito Penal do Inimigo. Aula 2 Escolas Históricas Mais Importantes Direito Penal do Inimigo Aula 2 PREMISSA QUAL A FINALIDADE DA PENA? Retributiva Prevenção Geral A pena é um fim e si mesma. Serve como uma forma de retribuir o mal causado

Leia mais

HISTÓRIA DO DIREITO PENAL WANDERSON VITOR BOARETO

HISTÓRIA DO DIREITO PENAL WANDERSON VITOR BOARETO HISTÓRIA DO DIREITO PENAL WANDERSON VITOR BOARETO VÂNIA MARIA BEMFICA GUIMARÃES PINTO COELHO TITULAÇÃO DO AUTOR Wanderson Vitor Boareto, acadêmico do 3º ano de direito FADIVA. Graduado em História, pela

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO. Responsabilidade Civil da Administração Pública. Prof.ª Tatiana Marcello

DIREITO ADMINISTRATIVO. Responsabilidade Civil da Administração Pública. Prof.ª Tatiana Marcello DIREITO ADMINISTRATIVO Responsabilidade Civil da Administração Pública Prof.ª Tatiana Marcello Responsabilidade Civil da Administração A responsabilidade civil tem origem no Direito Civil. É a obrigação

Leia mais

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM 1ª QUESTÃO José Augusto foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de receptação (Art. 180 do Código Penal pena: 01 a 04 anos de reclusão

Leia mais

DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE

DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE Fernando Barros Charles Pansolim Ralf Lins Gislei da Silva RESUMO: Este artigo tem como finalidade trazer a distinção do dolo eventual e culpa consciente, mencionando seus

Leia mais

TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL(arts. 1º a 12) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL(arts. 1º a 12) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Anterioridade da lei TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL(arts. 1º a 12) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém

Leia mais

ILICITUDE PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

ILICITUDE PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES ILICITUDE PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 Ilicitude ou antijuridicidade? Conceito. Há doutrina ensinando que os termos são sinônimos. Ocorre que o CP apenas fala em ilicitude. Isto se dá, pois o FT é um

Leia mais

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO Erro de tipo é o que incide sobre s elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de justificação ou dados secundários da norma

Leia mais

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DA POLÍCIA FEDERAL focada no cespe/unb SUMÁRIO UNIDADE 1 Aplicação da Lei Penal 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade 1.2 Lei penal no tempo e no espaço

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts.

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. 77 ao 82, CP) Conceito A suspensão condicional da pena, também conhecida por sursis, pode ser conceituada como a suspensão parcial da execução da pena privativa

Leia mais

A Confissão no Processo Penal.

A Confissão no Processo Penal. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA UnB Faculdade de Direito FD Teoria Geral do Processo II A Confissão no Processo Penal. Caroline Gonçalves Passetto 11/0147383 carolpassetto@gmail.com Brasília, 31 de maio de 2012.

Leia mais

SUMÁRIO I TEORIA GERAL DO DIREITO PENAL

SUMÁRIO I TEORIA GERAL DO DIREITO PENAL SUMÁRIO I TEORIA GERAL DO DIREITO PENAL CAPÍTULO 1 DIREITO PENAL: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS PARTE 1 Noções introdutórias 1 PARTE 2 Noções introdutórias 2 PARTE 3 Noções introdutórias 3 CAPÍTULO 2 PRINCÍPIOS

Leia mais

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO

Leia mais

Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes

Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes Crimes de Trânsito- Lei 9503/97 Arts. 291-301 do CTB - Parte Geral Arts.302-312 do CTB Crimes em espécie Parte Geral Art. 291. Aos crimes cometidos

Leia mais

Parte Geral ALEXANDRE ARARIPE MARINHO ANDRÉ GUILHERME TAVARES DE FREITAS. 3. a edição revista, atualizada e ampliada STJ

Parte Geral ALEXANDRE ARARIPE MARINHO ANDRÉ GUILHERME TAVARES DE FREITAS. 3. a edição revista, atualizada e ampliada STJ ALEXANDRE ARARIPE MARINHO ANDRÉ GUILHERME TAVARES DE FREITAS I Parte Geral 3. a edição revista, atualizada e ampliada THOMSON REUTERS REVISTADOS TRIBUNAIS'" MANUAL DE DIREITO PENAL PARTE GERAL 3. a edição

Leia mais

NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 1. ITER CRIMINIS CAMINHO DO CRIME FASE INTERNA COGITAÇÃO ( irrelevante para direito penal) 2. FASE EXTERNA

Leia mais

16/9/2010. UNESP Biologia Marinha Gerenciamento Costeiro LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

16/9/2010. UNESP Biologia Marinha Gerenciamento Costeiro LEGISLAÇÃO AMBIENTAL UNESP Biologia Marinha Gerenciamento Costeiro LEGISLAÇÃO AMBIENTAL AULA 3 A RESPONSABILIDADE DO INFRATOR AMBIENTAL NO ÂMBITO CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVO I- INTRODUÇÃO ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE RESPONSABILIDADE

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal O Erro e suas espécies Erro sobre elementos do tipo (art. 20, CP) Há o erro de tipo evitável e inevitável. Caso se trate de erro de tipo inevitável, exclui-se o dolo e a culpa. No entanto, se o erro for

Leia mais

1. CRIMES QUALIFICADOS OU AGRAVADOS PELO RESULTADO. Art. 19 do CP Agente deve causar pelo menos culposamente.

1. CRIMES QUALIFICADOS OU AGRAVADOS PELO RESULTADO. Art. 19 do CP Agente deve causar pelo menos culposamente. 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Crimes Qualificados ou Agravados pelo Resultado PONTO 2: Erro de Tipo PONTO 3: Erro de Tipo Essencial PONTO 4: Erro determinado por Terceiro PONTO 5: Discriminantes Putativas PONTO

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19 SUMÁRIO Apresentação da Coleção... 5 Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva

Leia mais