Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança.
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- Elias Chaplin Godoi
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1 DIREITO PENAL Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança. I N F R A Ç Ã O P E N A L INFRAÇÃO PENAL Existe diferença entre CRIME, DELITO e CONTRAVENÇÃO? No art. 1o da Lei de Introdução ao CP vem a distinção entre crime e contravenção: Art. 1º. Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; Contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. TENTATIVA; extraterritorialidade. 1
2 SUJEITOS DO CRIME Sujeito Ativo: Pessoa física Pessoa Jurídica Lei n /98, art. 3º. Sujeito passivo: constante ou formal eventual PRINCÍPIOS do DIREITO PENAL Princípio da Igualdade; CF art. 5º.: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade... Intranscedência da pena; - CF art. 5º : XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 2
3 Princípios Legalidade e Anterioridade Penal: C.P. Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Irretroatividade Penal: CF, art. 5º. XL a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu T E M P O D O C R I M E Tempo do crime: ocasião, momento q/ se considera praticado o delito. Teorias: Atividade: Resultado/efeito: Mista/Ubiqüidade: Adotou-se a teoria da atividade: Tempo do crime CP, Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Importância: - - Saber-se que lei deverá ser aplicada > se cometido durante a vigência da lei x ou Y ; - - Se ao tempo do crime o agente era ou não inimputável. 3
4 Lugar do Crime Crimes à distância Para a aplicação da regra da territorialidade, faz mister q/ se esclareça qual o lugar do crime. Algumas teorias procuram precisar o locus commissi delicti: 1- Da atividade 2- Do resultado 3- Da ubiqüidade/mista CP, Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. TEORIA DA UBIQUIDADE CONCEITO DE CRIME CONCEITO ANALÍTICO Em geral, quanto ao conceito analítico do crime, os penalistas se dividem em duas grandes correntes: 1) B i p a r t i d a Crime é: - um fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade apenas um pressuposto de aplicação da pena. 2) T r i p a r t i d a -Crime, ele é: Um fato típico, ilícito e culpável. Vejamos o quadro: 4
5 FATO TÍPICO ANTIJURIDICO CULPÁVEL 1) Conduta (Dolosa/Culposa) 2) Resultado 3) Nexo Causal 4) Tipicidade Obs: Qd. o agente ñ atua em: A) Estado de Necessidade; B) Legítima Defesa C) Estrito Cumprimento do Dever Legal D) Exercício Regular de um Direito Elementos: 1) Imputabilidade 2) Potencial Consciência sobre a Ilicitude do fato 3) Exigibilidade de conduta Diversa Elementos do Crime 1- Fato Típico - Elementos a) conduta (ação/omissão/dolosa/culposa); b) o resultado; c) a relação de causalidade (nexo causal); d) a tipicidade. 5
6 CONDUTAS DOLOSAS E CULPOSAS Conduta: pessoa física ou jurídica - LCA CP, Art Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Obs: PRETERDOLO (DOLO + CULPA) ex. art. 129, 3 DO RESULTADO Quanto à exigência de resultado naturalístico, os crimes podem ser materiais, formais ou de mera conduta. (Ver tabela a seguir) 6
7 ATENÇÃO ATENÇÃO Classificação dos Crimes quanto ao Resultado Material Ação + resultado Exige o resultado Formal Ação + resultado Nâo exige o resultado Mera conduta Ação Sequer prevê o resultado ATENÇÃO ATENÇÃO ATENÇÃO Relação de causalidade O Nexo Causal, ou relação de causalidade, é o elo necessário que une a conduta praticada pelo agente ao resultado por ela produzido. Vejamos o art. 13 do CP a definição de causa: Art O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. OBS: O CP adotou a: Teoria dos Antecedentes Causais ou da Equivalência das Condições (conditio sine qua non) 7
8 Tipicidade é o encaixe perfeito entre a conduta praticada pelo agente e modelo previsto na lei penal (tipicidade formal), sendo tal conduta ofensiva a bens relevantes para o direito penal.(tip. material). Vejamos: Tipicidade tipicidade formal (legal) Penal = + tipicidade Material OBS: 1) princípio da insignificância I T E R C R I M I N I S Cogitaçã o Preparação Execução Consumação Exaurimento Art Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. P. único: Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3 OBS: ATOS PREPAR.- IMPUNÍVES. EXCEÇÃO: 288, 291, etc. 8
9 ESPÉCIE S Não cabe tentativa - Tentativa Perfeita (C. Falho) - Tentativa Imperfeita (inacab.) - Tentativa Branca (incruenta) - Tentativa Cruenta - Contravenções Penais - Crimes Culposos/Preterdolosos - Crimes Unisubsistentes CP, Art. 15 O agente que voluntariamente, desiste de prosseguir na execução só responde pelos atos praticados. CP, Art. 15 O agente que voluntariamente... impede que o resultado se produza só responde pelos atos praticados. 9
10 CP, Art. 17 Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Exs. Arma Desmuniciada Veneno inerte Alvejar o de cujus E L E M E N T O S D O C R I M E 2) 10
11 A n t i j u r i d i c i d a d e Dispõe o CP em seu artigo 23: Excludentes de ilicitude Art Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito Estado de Necessidade Art Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. OBS: Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. Não se exige sacrifício pessoal ou risco excessivo 11
12 L e g í t i m a D e f e s a Art Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Contra Inimputáveis, embriagados e animais?? Agressão futura/pretérita?? E L E M E N T O S D O C R I M E 12
13 O juízo de reprovação pessoal que se realiza sobre a conduta típica e ilícita do agente. Ela é composta por 03 elementos: 1) Imputabilidade 2) Potencial consciência da Ilicitude 3) Exigibilidade de conduta diversa C U L P A B I L I D A D E ELEMENTOS I I M P U T A B I L I D A D E É a capacidade para entender a ilicitude de seu ato e, nada obstante, querer praticá-lo CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DA IMPUTABILIDADE: - BIOPSICOLÓGICOS: art. 26 do CP É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou ratardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse entendimento. 13
14 CULPABILIDADE ELEMENTOS Semi-Imputabilidade Art. 26, CP Redução de pena P. único - A pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento CULPABILIDADE ELEMENTOS A MENORIDADE PENAL (art. 27) Menores de dezoito anos Art Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Art. 28 Não excluem a imputabilidade: I a emoção ou a paixão; 14
15 C u l p a b i l i d a d e EMBRIAGUEZ NO DIREITO PENAL Art Não excluem a imputabilidade penal: Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 2º - A pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. CULPABILIDADE - ELEMENTOS II POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Se o agente tinha ou podia ter a consciência, no ato da ação tem culpabilidade. Se não tinha ou não podia ter a consciência da ilicitude do que praticava, no ato da ação não tem culpabilidade (é isento de pena erro de proibição: art. 21 CP). 15
16 CULPABILIDADE ELEMENTOS III. Exigibilidade de conduta diversa Refere-se ao fato de se saber se, nas circunstâncias, seria exigível que o acusado agisse de forma diferente. Se era inexigível do agente outra conduta que não a praticada, fica excluída a sua culpabilidade (que o isenta da pena). São condutas inexigíveis as que constam no art. 22 do CP, vejamos: Causas legais de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de outra conduta: Coação irresistível e obediência hierárquica Art Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 16
17 CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE (...É ISENTO DE PENA...) 1) INIMPUTABILIDADE MENORIDADE, DOENÇA MENTAL, EMBRIAGUEZ. 2) ERRO DE PROIBIÇÃO erro inevitável sobre a ilicitude do fato 3) OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA a ordem não manifestamente ilegal 4) COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL 17
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