A Confissão no Processo Penal.

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1 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA UnB Faculdade de Direito FD Teoria Geral do Processo II A Confissão no Processo Penal. Caroline Gonçalves Passetto 11/ carolpassetto@gmail.com Brasília, 31 de maio de 2012.

2 1. Introdução Constatada a ocorrência de uma ação ou omissão antijurídica, ou seja, contrária aos preceitos da legislação, surge o poder punitivo do Estado, o qual estabelecerá medidas impositivas de punição ao infrator. Contudo, se estabelece o debate a respeito da sua verdadeira identidade. Um simples indício da imputabilidade da ação delituosa que sobrecai a alguém significa que este seja o autêntico culpado? Diante da impossibilidade da punição de um inocente, desenvolveu-se um exercício de análise do caso concreto e suas evidências, o processo. É por meio do processo que se dá a comprovação do delito e de seu verdadeiro autor, bem como a legitimação para a aplicação de uma pena, podendo o Estado exercer seu direito de punir. Portanto, pode-se dizer que o objetivo do processo é a reconstituição do fato, para que o juiz posa imputar a alguém a responsabilidade do delito. Durante essa reconstituição, é necessário analisar todas as provas e indícios ligados ao caso. Uma dessas provas levadas em consideração na decisão é a confissão, resumidamente definida como a declaração ou admissão pelo próprio acusado do crime que praticou. Este estudo pretende analisar as características e circunstâncias em que se dá a confissão no processo penal, bem como sua possível influência na condenação, considerando a legislação brasileira, principalmente, os artigos do Código de Processo Penal que se relacionam ao tema. 2. Um debate sobre a confissão no processo penal: conceito e legislação Historicamente, quando da ocorrência de um delito sem evidências, uma das maneiras de se certificar a autoria do crime pelo acusado, considerada a rainha das provas, era a confissão, quando o acusado declara, diante da autoridade, a veracidade, total ou parcial, da imputação que lhe foi atribuída. Uma forma de se conseguir isso era por meio da prática da tortura (MOREIRA). Hoje, a confissão não possui valor absoluto, do contrário, é valorada relativamente e recebeu uma série de características para ter legitimidade judicial nas decisões.

3 Primeiramente, é imprescindível elucidar o conceito de confissão no direito processual penal. Sucinta e precisamente, Guilherme de Souza Nucci esclarece a confissão como "(...) admitir contra si por quem seja suspeito ou acusado de um crime, tendo pleno discernimento, voluntária, expressa e pessoalmente, diante da autoridade competente, em ato solene e público, reduzido a termo, a prática de algum fato criminoso". (NUCCI, p.76). A partir do conceito citado, podemos entender que a confissão precisa ser, de preferência, manifestada expressamente pelo próprio acusado. Pode ser apurada através de interrogatório ou não. Algumas doutrinas admitem a existência da confissão implícita ou tácita, quando o acusado repara o dano causado em sinal de arrependimento ou pratica outro ato que possa concluir a veracidade da imputação (MOREIRA). Entretanto, segundo o Código de Processo Penal, o art. 199 pressupõe que essa confissão fora do interrogatório seja tomada por termo nos autos, para se afirmar legítima. Fica claro que declarar uma confissão fica a cargo do acusado, dependendo apenas deste admitir ou não a autoria do crime, caso tenha verdadeira responsabilidade. Bem como o direito a confissão, o réu também possui o direito ao silêncio, direito este protegido pela Constituição Federal no art. 5º, LXIII, sem que lhe acarrete prejuízos no caso (art. 186, parágrafo único, CPP), ou seja, sem que se subentenda a autoria ou se aplique o ditado quem cala, consente. Contudo, de acordo com o previsto no art. 198, CPP, o fato de permanecer calado pode ser utilizado como elemento de convencimento do juiz. Por exemplo, este pode entender, considerando todas as evidências e provas concretas contra o réu, que o acusado apenas não deseja contribuir com a justiça e que é o verdadeiro autor, contudo não poderá fazer disso um critério de aumento da pena. Isso ocorre porque, ainda pelo Código de Processo Penal, o art. 197 prescreve a relatividade do valor probatório da confissão, seja da declaração explícita ou do silêncio. Ou melhor, cabe ao juiz responsável estabelecer o valor da confissão ao processo, baseando-se nos critérios adotados nos outros elementos de prova. Portanto, fica a critério do juiz estabelecer a importância da confissão e do silêncio, perante o processo como um todo. Assim, ainda que o acusado confesse o delito, o juiz precisará verificar a compatibilidade da confissão com os outros elementos. Essa relatividade pode ser explicada pela existência de várias circunstâncias e casos concretos que levam alguém a confessar um crime sem ser o verdadeiro autor, as quais são apresentadas por Tourinho

4 Filho. Essas circunstâncias vão desde o desejo de morrer, quando no caso a pena é de morte, o fanatismo religioso, a debilidade mental e desejo a proteção estatal, até a confissão para obter vantagem pecuniária ou encobrir alguém ou um ato mais grave (MOREIRA). De acordo com o art. 200, a confissão é divisível e retratável. O primeiro significa que o juiz pode dividi-lo e considerá-lo em partes. Pode considerar uma parte da confissão e não aceitar outra. A segunda característica quer dizer que ainda que o acusado admita a autoria do crime, a confissão é retratável, ou seja, o mesmo pode voltar atrás e renegar aquela confissão, contando que se justifique a negação da confissão anterior (MOREIRA). O Código Penal brasileiro admite a confissão espontânea como uma das circunstâncias atenuantes da pena, como pode ser visto no art. 65, III, alínea d. É cabível, portanto, a indagação: em que circunstâncias a admissão do crime implica realmente benefício ao culpado? Com isso, além de todas essas características citadas, alguns autores ainda afirmam a necessidade da voluntariedade e espontaneidade da confissão. Dessa forma confirma Mittermaier, A confissão deve ser o produto da vontade livre do acusado; é preciso que ele tenha tido a intenção firme de dizer a verdade; é preciso que nem o temor, nem o constrangimento, nem alguma inspiração estranha pareça ditar-lhe os meios. (MITTERMAIER, 1996, p. 206). Há quem acredite que é necessária a presença dessas características para configurar circunstância atenuante, ou melhor, a confissão precisa ser uma ação volitiva do acusado, livre de qualquer coação, com sinceridade no arrependimento. (MALUF). Contudo, o Supremo Tribunal de Justiça entende que pouco importa o arrependimento ou a existência de interesse pessoal do réu ao admitir a culpa. Sendo assim, a confissão espontânea hoje é de caráter meramente objetivo, não fazendo a lei referência a motivos ou circunstâncias que a determinaram, assinalou o ministro Paulo Gallotti. Entende também que pouco importa a confissão total ou parcial do delito, é reconhecido o direito do acusado ao benefício da atenuante.

5 3. Conclusão Antes mesmo de se estabelecer um ordenamento jurídico específico e codificado de normas de comportamento impostas e passíveis de punição do Estado, se via presente a ocorrência de delitos contrários aos prescritos e aos valores morais. Diante de crimes sem evidências ou, mesmo aqueles cuja solução é inequívoca, a confissão de acusado sempre se apresentou bastante útil para a legitimação da decisão do caso concreto e aos propósitos das sanções. Sucintamente, a confissão consiste em qualquer declaração, por parte do acusado, a respeito da verdade dos fatos, bem como sobre a veracidade da sua responsabilidade ao que lhe é imputado. Assim, uma vez que uma confissão pode beneficiar o réu em relação a pena que lhe será imposta, há que ser analisada com bastante cautela, haja visto que são incontáveis os casos de inautenticidade das confissões, seja em benefício próprio, escondendo outro crime mais grave, seja para evitar a punição de outrem, seja por coação das autoridades ou outros motivos relevantes. Além disso, é necessária muita cautela ao estabelecer o valor probatório da confissão, sua possibilidade de ser usada como prova e ser considerada na tomada de decisão. 4. Bibliografia BRASIL. Código de Processo Penal CPP. Arts. 197 a 200. Código Penal CP. Art. 59 e 65. NUCCI, Guilherme de Souza. O valor da confissão como meio de prova no processo penal MALUF, Edison. O interrogatório e a confissão no Processo Penal. < MITTERMAIER, Carl J. A. Tratado da Prova em Matéria Criminal. 3ª. Edição

6 MOREIRA, Rômulo de Andrade. Da confissão no processo penal. < STJ, Coordenadoria de Editoria e Imprensa. Assumindo os próprios erros: a importância da confissão espontânea no processo penal. < 034>.

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