Discurso da Sessão Solene do 25 de Abril de 2016, Presidente da

Transcrição

1 Discurso da Sessão Solene do 25 de Abril de 2016, Presidente da 1 Câmara Municipal da Lousã [Saudações] Muito boa tarde a todas e a todos A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando a sua vontade, derrubou o regime fascista. Libertar Portugal da ditadura e da opressão que a mesma praticava, representou uma enorme transformação e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa, pois a Revolução dos Cravos restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais que lhes permitiram viver em democracia. O movimento liderado pelos bravos Capitães de Abril, permitiu que os legítimos representantes do povo redigissem a Constituição da República. Que apesar de aprovado em 2 de Abril de 1976, entrou em vigor, simbolicamente, a 25 de Abril do mesmo ano. Comemoramos hoje, portanto, 40 anos do nosso texto 1

2 Constitucional, uma data fulcral, porque foi a partir desse 2 momento que se formalizou juridicamente a liberdade conquistada e se estabeleceram os pilares essenciais da relação entre Estado e Cidadãos. Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Deputados Municipais, Srs. Vereadores, Srs. Presidentes de Junta e demais Autarcas, Ilustres Autoridade Civis e Militares, Representantes da Associação de Combatentes, Cidadãos e Entidades de Mérito, Caros Bombeiros, Comunicação Social Minhas Senhoras e Meus Senhores, Lousanenses Celebrar Abril tem de ser mais do que uma obrigação, um dever ou ritual. Celebrar Abril é um ato relevante de cidadania. É manter vivo o espírito que norteou o processo revolucionário. É honrar todas e todos os que lutaram para que fosse possível restituir a dignidade e a esperança aos Portugueses. É evidenciar o papel dos Capitães de Abril na revolução pacífica que conferiu a Portugal novas e amplas perspetivas. É afirmar convictamente que 42 anos de vida democrática permitiram inquestionáveis conquistas. 2

3 É valorizar as portas que Abril abriu e o desenvolvimento 3 registado a vários níveis no nosso País. É, também, importante para salientar o papel do poder local autárquico democrático, na consolidação da democracia e no aumento da qualidade de vida das Portuguesas e dos Portugueses. Assinalamos pois esta data, com alegria, confiança e convicção, mas também com a consciência de que os tempos que vivemos apresentam muitos e diversificados desafios que exigem de todos nós individual e colectivamente um esforço redobrado para que os valores da igualdade, da solidariedade e da fraternidade sejam efetivamente aplicados. A crise global económica e financeira a luta pelo domínio da produção de petróleo, os ataques terroristas, as diversas guerras e a crise humanitária de refugiados são temas constantes nas nossas vidas, especialmente nos tempos mais recentes. Mais recentemente ainda, tivemos conhecimento de mais um do já vasto rol de escândalos financeiros: desta vez, sob a designação de Panamá Papers. Foi-nos apresentado um quadro negro, de um esquema global de fuga a impostos através de offshores. Infelizmente a novidade é a dimensão. Considero que este tipo de acontecimentos é cada vez mais perigoso para os sistemas democráticos e causa no mínimo estranheza como é que não foi internacionalmente posto fim 3

4 a estas situações, especialmente desde o momento em que 4 surgiu a crise que nos assola. São expedientes que nos afetam a todos e que atacam o nosso modelo de sociedade. A fuga aos impostos é uma situação que coloca em causa a igualdade dos cidadãos perante a Lei, perante o Estado e, consequentemente, coloca em causa a Democracia. Desviar fundos devidos ao Estado é retirar meios que deveriam ser aplicados na melhoria das condições de vida de todos nós! Caras e caros Concidadãos, Ultrapassados os diversos actos eleitorais pelos quais passámos mais recentemente, Portugal tem um Governo com apoio parlamentar maioritário e um Presidente da República que nestes primeiros tempos do seu mandato tem contribuído para um clima social mais adequado e uma cooperação institucional que permita ao Pais ultrapassar as dificuldades. Entendo, também, relevante o facto de o Orçamento apresentado pelo Governo e aprovado pela Assembleia da República respeitar a Constituição. Relevo, também, algumas medidas do actual Governo no respeito e valorização da autonomia do Poder Local. Depois dos inúmeros confrontos entre o anterior Governo e a nossa Lei fundamental, é claramente um sinal positivo. 4

5 O Orçamento aprovado contempla um conjunto de medidas 5 que exprimem uma visão diferente da sociedade e do papel do Estado e procura conjugar o cumprimento das regras e metas europeias estabelecidas, o rigor orçamental e financeiro e ao mesmo tempo conferir esperança e confiança aos Portugueses. Não será um exercício fácil. É uma tarefa exigente, até porque as dificuldades não acabaram e há várias situações a já referida crise mundial e a situação existente no sistema financeiro que condicionam determinantemente a atuação do Executivo e a desejada concretização de alguns dos objectivos e compromissos assumidos. Os problemas estruturais do País não desapareceram nem desaparecerão só pela troca de Governo ou de Presidente da República. É necessário que todos, a começar pelos nossos Governantes, mantenham o rigor, a capacidade de trabalho e o engenho, para que, definitivamente, Portugal ultrapasse os vários desafios que tem pela frente. É também necessário - e direi mesmo decisivo - que as instituições europeias façam efetivamente parte da solução e que não sejam um entrave ao desenvolvimento. Mais do que nunca, a integração europeia social, económica e monetária deve dar passos decisivos em busca de soluções mobilizadoras e concretas e que - não menos importante honrem os princípios fundadores da Comunidade. 5

6 Estou convicto de que este Governo terá um papel 6 determinante na nova página da história da Europa e de Portugal sendo para tal necessária a mobilização de todos. Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Deputados, Minhas Senhoras e Meus Senhores De acordo com o projeto apresentado, temos procurado realizar o nosso trabalho de desenvolvimento do Concelho da Lousã. Definimos a coesão social como um objectivo cimeiro do nosso trabalho: É por isso que o investimento nas pessoas, de forma directa e indirecta, tem sido uma constante e é transversal a várias áreas de actuação da Autarquia. Directamente reforçámos a dotação orçamental afeta à intervenção social (30% do Orçamento). Continuamos de diversas formas - o apoio às famílias, crianças e jovens, e à população sénior. O recém-lançado programa piloto e inovador de Teleassistência no âmbito do qual já entregámos 50 equipamentos é disso um exemplo. Diminuímos, também, os impostos, nomeadamente aplicando a taxa intermédia de IMI (0,4%), introduzindo a redução do IMI para as famílias com filhos e uma redução da taxa de 6

7 participação variável no IRS de 5% para 4%. Estas medidas 7 significam que os Lousanenses vão pagar menos impostos. Ao mesmo tempo que demonstramos na prática a nossa sensibilidade ao nível dos impostos e mantemos o equilíbrio financeiro da Autarquia, continuamos a investir na qualificação do concelho, por exemplo com as intervenções na Rua dos Codessais e em Casal de Ermio e nos Campos do Lousanense e das Gândaras. Concretizando a ambição de oferecer sempre mais e melhor aos Lousanenses criámo um novo serviço de transportes urbanos, o UrbLousã. Trata-se de um novo serviço, um serviço inclusivo, que introduziu inovação nomeadamente no transporte a pedido. Até ao momento os dados revelam que os Lousanenses estão a valorizar o serviço. Continuaremos a monitorizar o projecto com o objectivo de introduzir melhorias e afinações que conduzam à conjugação de 2 objectivos: satisfação dos utentes e sustentabilidade do serviço. Também na área da governança, entendo importante referir o processo de envolvimento dos cidadãos na gestão autárquica: o Orçamento Participativo de 2015 [cujos trabalhos de concretização do projeto vencedor já se iniciaram] e de 2016 [cujo processo terá início no próximo mês]. 7

8 8 Como sabem iniciámos, também, a necessária intervenção de modernização no edifício dos Paços do Concelho. O projecto contempla um conjunto de melhoramentos que visam contribuir efetivamente para o aumento do conforto de utentes e colaboradores segurança, eficiência energética, acessibilidade e funcionalidade dos serviços. Pretendemos que para além da preservação infraestrutural do edifício valorizando e respeitando a sua identidade - sejam criadas melhores condições de atendimento aos munícipes. Da mesma forma e sempre com a preocupação de uma maior eficiência na prestação de serviços no Concelho estamos a concretizar os trabalhos do novo Centro Logístico. Porque consideramos a qualificação urbana do território como uma prioridade estratégica e entendemos que a mesma terá vários impactos positivos nomeadamente na atratividade e competitividade do território - lançámos, também, o programa Lousã Reabilita que visa a promoção de investimentos públicos e privados na Área de Reabilitação Urbana do Centro Urbano da Vila da Lousã e o incentivo à reabilitação do edificado privado em outras 10. Entendemos que os benefícios já definidos e outros que lançaremos a breve prazo serão um importante estímulo para a reabilitação urbana e dinâmica social e económica das áreas definidas. 8

9 9 Paralelamente às intervenções físicas, continuamos o esforço de promoção do nosso território. O investimento estruturante que fazemos no Turismo tem tido um retorno importante para o Concelho. Este esforço é feito em parceria e quero aqui ter uma palavra de reconhecimento para todos os agentes privados e parceiros institucionais que connosco trabalham. Da mesma forma quero ter uma palavra de reconhecimento público às empresas do Concelho e aos seus trabalhadores. Deve ser destacado o seu importante papel no desenvolvimento do Concelho e contributo para a consolidação e potenciação da marca Lousã. Temos como uma das prioridades da nossa acção o apoio aos agentes económicos e a captação de investimento e, por isso, vamos continuar a trabalhar para que seja possível atingir objectivos também nesta área, sendo as várias acções de informação e capacitação dos agentes e o investimento realizado na ampliação da zona empresarial do Alto do Padrão uns dos exemplos da nossa acção. Caras e Caros Lousanenses, Não poderia terminar a minha intervenção nesta celebração do 25 de Abril sem referir as acessibilidades e especialmente a ligação Serpins / Coimbra. 9

10 Disse-o recentemente e repito-o: lutarei empenhadamente 10 para que este Governo apresente o mais rapidamente possível uma solução para esta questão. Continuaremos a reivindicar um transporte seguro, confortável, financeira e ambientalmente sustentável, que sirva os Lousanenses não só no anterior trajeto do Ramal da Lousã - que apresenta como é óbvio prioridade - mas também na cidade de Coimbra. Reiteramos, também o nosso compromisso de determinação, empenho, ambição e espirito cívico de, lado a lado com os lousanenses, continuar a trabalhar na valorização deste magnifico Concelho. Viva o 25 de Abril! Viva a Democracia! Viva a Lousã! Viva Portugal! Obrigado! 10