Presidente da Câmara Municipal. Discurso 25 de Abril António Manuel Bota

Transcrição

1 Presidente da Câmara Municipal Discurso 25 de Abril 2015 António Manuel Bota Muito bom dia a todos! Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Mesa da Assembleia, Senhores Secretários da Assembleia Municipal, Senhoras e Senhores presidentes das Juntas de Freguesia do Concelho de Almodôvar, Senhores eleitos pelos diferentes órgãos do Município, Senhores Vereadores e membros da Assembleia, assim como membros da Assembleia das Juntas de Freguesia, ilustres representantes das entidades civis, militares e religiosas aqui presentes, senhoras e senhores bombeiros e fanfarra que, nos presenteou com esta homenagem, ilustres convidados, queridos amigos, amigas, caros cidadãos e cidadãs do concelho de Almodôvar, caríssimos elementos dos grupos de cante coral do nosso concelho, muito bom dia, sejam bem-vindos! Bom dia, e sejam bem-vindos a esta cerimónia que a todos dignifica, pelo seu contexto cultural e histórico, e que nunca poderá ser um simples ato comemorativo, pois ninguém poderá retirar à história do nosso pais, o valor das pessoas que tornaram possível este dia possível, nem nunca ninguém poderá esquecer que foi esse momento histórico de há 41 anos atrás, um momento que permitiu a liberdade e a democracia, dois valores que continuem a ser uma realidade no nosso pais. No ano passado, na comemoração dos 40 anos do 25 de Abril, 40 anos de liberdade e democracia em Portugal, o Sr. Presidente da nossa Assembleia Municipal, um homem que viveu a revolução dos cravos com intensidade e 1

2 envolvimento pessoal, deu-nos uma sugestão por todos aclamada. E assim, fizemos duas homenagens no ano passado bastante merecidas a individualidades do nosso concelho que colaboraram ativamente, e significativamente, na implementação da democracia na nossa terra. Fizemos uma homenagem ao nosso saudoso Dr. João de Brito Camacho, atribuindo o seu nome a uma rua principal da nossa vila, uma rua onde ele viveu e exerceu profissionalmente o seu trabalho durante muitos anos. E, fizemos também uma homenagem a todos os autarcas, das Juntas de Freguesia, Assembleia Municipal e Câmara Municipal, que desde o 25 de abril de 74 exerceram a sua função em prol da democracia para o nosso país, e naturalmente para o nosso concelho. Foram valores que dignificaram a nossa terra e que tornaram possível, momentos como o que aqui temos hoje. Este ano, também por sugestão do nosso presidente da Assembleia municipal, prestamos homenagem merecida a todos os elementos dos nossos grupos de cante alentejano que tanto têm dignificado a nossa terra e a nossa região. E também prestamos aqui homenagem, não somente a quem canta, mas também às famílias que suportam que essas pessoas pratiquem e se desloquem todos os dias e todas as semanas das suas casas para cantar a nossa cultura. Alguns destes ilustres embaixadores e embaixadoras da cultura do cante, viveram de perto o 25 de abril de Outros, mais jovens, tal como eu, não viveram na primeira pessoas o antes, o durante, e o período da revolução, mas certamente, todos nós sem exceção reconhecemos o valor das regalias sociais, da liberdade e da democracia que hoje vivemos graças a esse momento histórico para todas as gerações passadas e vindouras. Mas independentemente da idade ou da experiência de vida de cada um, os nossos grupos de cante alentejano, bem como as suas famílias, têm todos em comum o espírito de sacrifício por causas nobres como são a nossa cultura e a nossa 2

3 identidade. E terão em comum, no futuro, um momento histórico para recordar, orgulho de todos os alentejanos, que é terem prestigiado o nosso cante de tal modo que o mesmo foi reconhecido como Património Cultural e Imaterial da Humanidade. É a nossa cultura, a nossa identidade, e agora, o mundo inteiro sabe, graças ao esforço, ao empenho e à entrega destes cantadores, destas cantadeiras e das suas famílias, que o cante será sempre um dos muitos aspetos culturais, relembrado por todos e que marcará para sempre no mundo inteiro a identidade do povo alentejano. Bem hajam aos elementos do Cante Alentejano! Meus amigos e minhas amigas, quarenta e um anos depois, saudamos os Capitães de Abril e saudamos também os Deputados da Assembleia Constituinte, eleitos em 25 de Abril de 1975, que consagraram na letra da lei, a Constituição da República Portuguesa, os valores fundamentais de Abril para as pessoas, que como todos sabem, são a Liberdade, a cidadania com direitos e deveres, o acesso aos cuidados de saúde, a proteção social, o acesso à educação e um património de direitos que suportam a qualidade de vida de todos nós, e que outros povos, alguns deles, ainda estão longe de conquistar, como podemos, infelizmente verificar quando assistimos ao que se vai passando do outro lado do mediterrâneo. O 25 de abril foi portanto um momento de orgulho para todas as gerações. E, foi graças aos Capitães de Abril que temos a Liberdade e a Democracia que nos permite falar e expressar as nossas vontades e os nossos direitos políticos. Foi graças aos Deputados da Constituinte que temos uma Constituição, que ao longo dos últimos anos, nos salvaguardou das tentações da austeridade sem limites, que muitos vão tentando esquecer. Mas mais do que invocar o passado ou viver como se estivéssemos no passado recente, com saudade ou com nostalgia, estamos a afirmar Almodôvar no 3

4 presente e a preparar o futuro, porque tal como no 25 de Abril a coragem de alguns permitiu a mudança, tal como no 25 afirmámos valores, foi o 25 de Abril que deu essa coragem e determinação a muitos! Tal como esses que tiveram essa coragem, nós também temos que a ter para que nos seja permitido seguir em frente sem receios, só com o objetivo de melhorar, de inovar e de capacitar o nosso concelho para o nosso futuro e para o futuro dos nossos filhos. Ao longo dos anos, nunca ninguém fez tudo bem feito, mas o que importa é continuar a trabalhar com espírito construtivo e centrados nas pessoas, em vez de ficar a remoer em função de interesses que não são os da nossa comunidade. Interessa contribuir ao nível local para que os nossos idosos possam ter um presente com dignidade, os almodovarenses tenham oportunidades e orgulho na sua terra e as nossas crianças e os nossos jovens possam ter um futuro na terra que os viu nascer. Isso é Abril! Quarenta e um anos depois, a política e os políticos têm que voltar a estar centrados nas pessoas, em vez de se alimentarem com polémicas partidárias estéreis que em nada contribuem para resolver os problemas das pessoas e dos nossos territórios. Os políticos desta época, 41 anos depois, têm que ser uns políticos de uma época com experiencia democrática de 41 anos, precisam de saber corresponder à esperança de todos para um futuro melhor. Para a nova geração de políticos em Almodôvar, só Almodôvar e os Almodovarenses interessam. Não é boa política andar continuamente a ajustar contas com o passado, mas é sim boa política unir esforços para acertar contas com o futuro. Ao nível nacional, ao longo dos últimos anos, tivemos demasiados exemplos de acertos de contas com o passado que não deram resultado. Tivemos demasiados exemplos de situações políticas que procuraram dividir os portugueses, e assim se foram degradando as condições de vida. Portanto, o 4

5 enfoque não pode ser colocado em questões secundárias. Nós em Almodôvar não queremos isso no espírito de Abril. Para Almodôvar, queremos reafirmar o compromisso com os valores humanistas e de desenvolvimento conquistado em Abril, o nosso compromisso com a mobilização das pessoas para construir e para trabalhar para todos! São as pessoas que são a nossa principal energia. Sabemos que todos nós, na vida, precisamos de alguma previsibilidade, de saber com o que podemos contar. Precisamos de saber que no Poder Local existe uma resposta solidária, apostada em apoiar quem mais precisa, dentro das possibilidades das Autarquias. Nós, os políticos, precisamos de voltar a ganhar a confiança das pessoas. Precisamos de nos deixar de politiquices e de fazer politica a sério, para as pessoas, fazer politica para reconquistar o que se foi perdendo pouco a pouco e que foi conquistado há 41 anos por aqueles que conquistaram Abril. Precisamos de combater o divórcio que existe entre as pessoas e a política nacional, e para isso, estou convencido que todos querem que a nova geração de políticos e querem uma nova geração que tenha mais ação e menos palavreado e enfoque no negativismo e que faça mais por todos nós. Não foi a demagogia das palavras que alterou o curso da nossa história no dia 25 de Abril de Foram, certamente, as ações que marcaram esse dia, e é o resultado dessas ações que hoje aqui todos juntos celebramos. É por isso, com muito orgulho que vos digo que este é um momento de honrar a memória de quem no passado lutou pela Democracia e pela Liberdade que hoje temos, mas é sobretudo um momento de trabalhar no presente, preparando o nosso futuro. Não nos podemos resignar perante o desemprego, perante a precariedade, o isolamento e a incerteza que tomou conta da vida de muitos de nós. Não nos resignamos perante as dificuldades das famílias e 5

6 perante a falta de oportunidades com que este ciclo económico, ao nível europeu e quase mundial, nos tem presenteado. Teremos que ter sempre hoje e no futuro o espirito de Abril. Teremos que ter um espírito onde todos continuamos apostados em trabalhar olhando para o futuro com positivismo. Trabalhar com estabilidade política e pessoal para garantir o futuro a todos os Almodovarenses, trabalhar com todos e para todos, e aproveitar os contributos de quem tem espirito e vontade de ajudar. Foi esse o espirito de Abril e é esse espirito que invoco aqui hoje para todos juntos, trabalhar e ser assim possível ultrapassar as dificuldades com que todos nos deparamos e conquistar o nosso futuro e o futuro dos nossos filhos, tal como há 41 anos atrás muitos conquistaram o futuro que é hoje o nosso presente. VIVA O 25 DE ABRIL, VIVA A LIBERDADE, VIVA o CONCELHO DE ALMODÔVAR! VIVA PORTUGAL! 6