Gestão participativa Por que grandes organizações decidiram adotá-la? Assunto esteve no centro das discussões da Conage 2010

Transcrição

1 N o 41 ano 12 ABRIL 2010 Gestão participativa Por que grandes organizações decidiram adotá-la? Assunto esteve no centro das discussões da Conage 2010 De olho na bula A logística no transporte e armazenamento de produtos farmacêuticos Lição de casa Investimento na modernização das filiais amplia rede de serviços SARAIVA FELIPE, ex-ministro do governo Lula, fala sobre o futuro da saúde no Brasil

2 Sumário Expediente A Revista Mundo Atlas é uma publicação da Atlas Transportes & Logística. Todas as matérias desta edição poderão ser reproduzidas, desde que o processo seja autorizado pela redação e concedidos os créditos. Conselho Editorial: Antonio Aurelio Megale Diretor Operacional, Celia Maria Biagiotti Diretora Financeira, Maria Afonsina Megale Rezende dos Santos Diretora de Desenvolvimento Organizacional, TI e Administrativa, Lauro Felipe Megale Diretor de Planejamento & Marketing Coordenação Geral: Lauro Felipe Megale Diretor de Planejamento & Marketing Coordenação Editorial: Trama Comunicação Diretora de Redação: Leila Gasparindo (MTb ) Editora-Chefe: Helen Garcia (MTb ) Editor: Adriano Zanni (MTb ) Reportagens: Adriano Zanni e Simone Bernardes Fotos: Isamu Mitsueda Revisão: Gisele C. Batista Rego Projeto Gráfico: Dande Propaganda Direção de Criação: Angela Nogueira Direção de Arte: Bruno Oxe Diagramação: Marina Furlan Produção Gráfica: Dande Propaganda Para enviar dúvidas, críticas ou sugestões, escreva para mundoatlas@tramaweb.com.br Atlas Transportes & Logística Rua Soldado Hamilton Silva Costa, 58 Parque Novo Mundo São Paulo (SP) - CEP: Telefone: (11) Home Page: Farol Qual o futuro da saúde em nosso país? 07 Por dentro da Atlas 12 Logística é isso De olho na Bula 14 Carga segura 16 Capa Gestão participativa foi o foco da Conage Express 22 Inovação Tecnologia em favor do meio ambiente 24 Capital humano O que fazer para se tornar um líder? 28 GPS 30 Atitude cidadã Recomeçar quase do zero 34 Vida saudável 37 Caso de sucesso Você sabe o que é customização? 38 História viva 39 Retrovisor Qual o risco do apagão Alguns analistas de mercado têm externado, nas manchetes dos principais jornais, a preocupação com uma espécie de colapso nas operações logísticas espalhadas por todo o Brasil. Confesso que esse temor existe mesmo. Sabemos que nossos canais de escoamento da produção precisam mesmo passar por uma profunda remodelação, como bem discutimos na última edição da Mundo Atlas. A lentidão nas mudanças que precisam ser feitas pode contribuir agora para um possível apagão em face da grande expectativa de crescimento da economia brasileira. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Transporte de Carga e Logística, 2009 chegou ao fim com 60% dos empresários apontando a falta de infraestrutura como a responsável pelo mau atendimento aos clientes. No entanto, 45% dos mesmos entrevistados disseram que investirão na renovação da frota em 2010, um índice considerável, sobretudo para quem acredita no gargalo descrito acima. Fato é que algumas empresas, que há anos vêm acompanhando as tendências do setor, prepararamse adequadamente para o aumento da demanda, embora nem sempre nossas estradas e municípios tenham imprimido um ritmo de crescimento que possibilite acompanhar o fluxo de cargas Brasil afora. Não é de hoje que a Atlas aposta no Brasil como a bola da vez e defende a necessidade de adoção de um planejamento estratégico que permita não tirar o pé do acelerador, mesmo sob o efeito de tempestades de granizo. A escolha do país como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 Editorial? promete representar um divisor de águas no tocante à infraestrutura urbana, o que será potencializado ao extremo pelos empreendedores que observaram tais perspectivas no início da década. Nesse sentido, a visão de futuro da Atlas se traduz na política de investimentos ao longo dos últimos anos e na continuidade da arte de empreender, mesmo diante das incertezas que rondavam o cenário macroeconômico. Tanto que a empresa inicia 2010 com a inauguração da nova filial de Joinville (SC), onde foram investidos R$ 2 milhões na construção da unidade, que será precedida pelas mudanças nas filiais de Teresina (PI), Porto Velho (RO), Recife (PE) e pela ampliação da unidade de João Pessoa (PB), cujas novas instalações irão triplicar a capacidade de movimentação de cargas. Vale lembrar que a Atlas encerrou 2009 com faturamento de R$ 400 milhões e resultado operacional superior ao ano anterior. A divisão logística atingiu a meta estabelecida e cresceu mais de 85%. Para 2010, a expectativa de crescimento é de 35%. Assim, podemos afirmar que atravessamos o túnel da crise, vendo a luz ao seu final e, agora, o momento é de claridade para os negócios. Foi esse, inclusive, o sentimento que tomou conta da Convenção Nacional de Gerentes (Conage), realizada no mês de março, mobilizando profissionais de norte a sul do Brasil e cujos desdobramentos você confere nesta edição. Boa leitura! Francisco Martim Megale Presidente - Atlas Transportes & Logística 03

3 Farol Qual o futuro da saúde em nosso país? A população brasileira tem hoje expectativa média de vida de 72,9 anos. Como o Brasil está se adequando para encarar essa nova realidade? Ele nasceu em 26 de março de 1952 e ingressou na vida política prestes a completar 30 anos de idade. Quando estava em seu terceiro mandato como deputado federal, foi convidado, em 2005, pelo governo a assumir o Ministério da Saúde, onde permaneceu até meados de Reelegeuse para o quarto mandato, voltando à Câmara. Médico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é contundente ao afirmar que o Sistema Público de Saúde brasileiro corre um risco real de implosão se não conseguir resolver a questão crucial de se reestruturar em busca de um equilíbrio econômico-financeiro que lhe permita atender todas as demandas sociais. Em entrevista exclusiva, José Saraiva Felipe demonstra ter autoridade e intimidade de sobra para apontar os tendões inflamados de uma das áreas que mais preocupam os 180 milhões de brasileiros e cujo orçamento da pasta foi definido em R$ 55 bilhões ao ano. O ex-ministro da Saúde fala também sobre os programas voltados à qualidade de vida dos idosos e como o País está se preparando para a longevidade. 04 Enquanto ex-ministro da Saúde, como o senhor avalia o atual cenário? Qual foi o grande salto dado pelo governo federal no tocante ao SUS? O governo atual conseguiu um avanço notável no setor de saúde pública ao introduzir, pelo menos, três importantes programas estratégicos que são o Samu, os Centros de Especialidades Odontológicas e a Farmácia Popular este último com um impacto duplo, o de reduzir consideravelmente o preço dos medicamentos e o de desafogar os postos de saúde. O lado não visível do setor, mas que, sem dúvida, representa esse grande salto também, é a eficiência das políticas sociais que possibilitaram maior distribuição de renda e mais acesso da população a melhores condições de vida. Em 2009, nós completamos 20 anos do Sistema Único de Saúde (SUS) com grandes avanços e também grandes problemas, mas com o reconhecimento internacional de que se trata de uma engenharia de inclusão social que faz do sistema um dos mais generosos e revolucionários do mundo. Nós superamos, há muito, o dilema da ampliação da cobertura de saúde à população de risco social que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenta Farol agora implementar sob forte pressão conservadora. Ainda temos um grave quadro de financiamento do sistema, mas o SUS foi um avanço. Em entrevista, o senhor disse que o futuro do SUS reside nas parcerias entre governo e iniciativa privada. O Brasil está preparado para essa concepção? Precisamos ver a questão das parcerias dentro de um contexto próprio. Fizemos o SUS na contramão dos receituários que propunham fórmulas de segmentação dos usuários, garantindo tão somente um pacote de serviços básicos para os pobres e regulamentando o mercado prestador privado para os que pudessem pagar pelos serviços. Fizemos uma opção complexa, que foi ter um sistema que é simultaneamente universal, para todos, e equitativo. Para complementar essa estrutura, é fundamental mobilizar outros segmentos sociais e do Estado para o desenvolvimento de políticas intersetoriais. O setor de saúde é gigante e emprega hoje cerca de 10 milhões de brasileiros. É uma atividade econômica vital para a riqueza do País, gerando empregos, renda, conhecimento e tecnologia. O orçamento setorial da pasta é de R$ 55 bilhões ao ano. No campo da remuneração dos profissionais, vejo como positiva a proposta de incorporar as OSCIPs numa parceria com o setor público, o que daria mais agilidade na contratação e remuneração de profissionais extremamente qualificados. É nesse sentido, o de incorporar parcerias, sejam públicas, sejam privadas, que vejo a possibilidade de ampliar os caminhos do SUS. Muitos afirmam que o governo federal pretende delegar, cada vez mais, sua responsabilidade sobre a saúde do País para as mãos dos planos privados. Como o senhor analisa essa crítica? Não existe nada mais estatal que o SUS. O aumento de renda e a ampliação do número de empregos formais geram uma maior demanda pelos planos de saúde, mas o Estado continua respondendo pela parte que lhe cabe. Essa transferência para os planos privados se dá de forma natural, desafogando o sistema público, o que é bom. O SUS é referência internacional na prevenção e tratamento da Aids, no volume de transplantes realizados (segundo no mundo em número de transplantes, perdendo apenas para os Estados Unidos), nos programas de vacinação infantil e adulta e na ampliação da atenção básica (já são mais de 27 mil equipes de Saúde da Família). Mesmo assim, é nossa obrigação buscar novos insumos para o sistema. Como médico e ex-ministro da Saúde, tenho a consciência de que o Sistema Público de Saúde brasileiro corre um risco real de implosão se não conseguir resolver a questão crucial de se reestruturar em busca de um equilíbrio econômico-financeiro que lhe permita atender as demandas. A acessibilidade aos planos de saúde aumentou? Sem dúvida. Nos últimos dez anos, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, 43 milhões de brasileiros aderiram aos planos privados de saúde. Esse número é superior ao do crescimento populacional no período. Com isso, o setor privado de saúde aumentou sua cobertura de 20,8% para além de 24,%, chegando ao número de 54 milhões de brasileiros com algum plano privado de saúde 41,982 milhões em planos de assistência médica e 12,317 milhões em planos exclusivamente odontológicos. E sobre a recente mudança na lei dos planos, que passou a incluir cerca de 70 novos procedimentos dentro do pacote de exames 05

4 Farol Por dentro da Atlas e consultas tidas como obrigatórias para cobertura. Foi um avanço? A ampliação dos procedimentos, que entra em vigor a partir de 7 de junho de 2010, vai beneficiar 44 milhões de usuários de planos de saúde. Há avanços, sem custo adicional, nesses 70 novos procedimentos, tanto no atendimento médico quanto no odontológico, como a inclusão de cobertura de transplante heterólogo de medula óssea, implante de marcapasso multissítio, mais de 20 tipos de cirurgias torácicas por vídeo e a cobertura, pelos planos coletivos, aos acidentes de trabalho e aos procedimentos de saúde ocupacional. Essa ampliação de cobertura avança ainda no campo da saúde mental, com o fim da limitação de 180 dias de atendimento em hospital-dia e reforçando a política de substituição das internações psiquiátricas. E sobre a saúde da população idosa. Enfrentamos ainda um cenário bastante desolador no SUS? O que é preciso mudar? É política do Ministério da Saúde qualificar o sistema para trabalhar com aspectos específicos da saúde da pessoa idosa, identificando situações de vulnerabilidade social, a realização de diagnóstico precoce de processos demenciais e a avaliação da capacidade funcional dos idosos. Os vários projetos voltados para esse segmento reforçam a política nacional que resultou no Estatuto do Idoso. É importante lembrarmos que o aumento da expectativa de vida do brasileiro, hoje 72,9 anos, exigirá a mobilização do setor público e o reforço da parceria com hospitais conveniados e contratados. O campo adequado para esse acompanhamento é o definido para as equipes de Saúde da Família e Atenção Básica, que devem promover a inclusão desse setor em suas ações por meio de atividades de grupo, promoção da saúde e controle da hipertensão arterial e diabetes mellitus. Nesse sentido, como o senhor avalia a atuação de entidades como o Lima (Lar Irmã Maria Augusta), em Borda da Mata (MG)? Desde que fiz o primeiro contato com o Lima, fiquei impressionado com a qualidade do atendimento, a excelência do acolhimento e o carinho com que a instituição atua. Creio que mereça ser modelo para o que precisamos na área de atenção do idoso. É uma instituição de ponta e um exemplo a ser seguido. Como parlamentar, nossa atuação está sempre voltada para a busca de recursos necessários à viabilização do financiamento do sistema de saúde, incluindo entidades dessa natureza. Um deputado precisa ajudar a população e os municípios que tem a honra de representar na Câmara Federal, com o atendimento de muitas outras demandas sociais que lhe são encaminhadas, bem como as de infraestrutura, cultura, esportes e educação. Esse tem sido o meu compromisso. Compromisso com a qualidade Atlas está ampliando espaços de filiais para garantir e manter o bom atendimento a seus clientes em todo o País. A empresa investiu em novas estruturas e na modernização daquelas já existentes PPor acreditar na satisfação do cliente como a principal ferramenta para alcançar o sucesso nos negócios, a Atlas Transportes & Logística busca atualizações constantes para manter e garantir a qualidade dos serviços que presta a centenas de empresas, em todo o Brasil. Neste ano, filiais de norte a sul do País devem receber investimentos para a modernização de suas instalações. De acordo com Antonio Morais da Costa, supervisor administrativo, a empresa deve reformar e ampliar pelo menos nove filiais este ano. Faz parte do planejamento o investimento em novas estruturas, modernização e ampliação de espaços já existentes, bem como aquisições de novos equipamentos, completa. As filiais localizadas no estado de Minas Gerais foram as primeiras a passar por mudanças. O novo prédio que abriga a filial de Uberlândia foi ampliado e teve sua estrutura toda reformulada. A unidade agora conta com pátio, oito plataformas e sistema de apoio a carreteiros. Ao todo, a filial que atende mais de 400 clientes, nos segmentos eletroeletrônico, alimentício, cosmético, têxtil e de autopeças, possui m 2, dos quais 06 07

5 Por dentro da Atlas Por dentro da Atlas A filial do verde Recém-inaugurada, unidade da Atlas em Joinville foi construída seguindo padrões sustentáveis. Investimentos somaram mais de R$ 2 milhões e devem possibilitar crescimento de 20% nos negócios em 2010 A combinação de tecnologia e elementos sustentáveis forma o principal pilar das novas instalações da filial da Atlas em Joinville (SC). O prédio, inaugurado no dia 8 de abril, prioriza a iluminação natural, possui forte esquema de segurança patrimonial e piso com tecnologia de primeiro mundo. Atlas, com 12 docas e 6 plataformas móveis para carga e descarga. Ao todo, foram investidos R$ 2 milhões na unidade que possui m 2 de área total, dos quais m 2 pertencem à área do armazém. Os no m 2 de área construída. As reformas foram finalizadas em abril. Já a filial de Juiz de Fora, no mesmo estado, terá novo pátio e pelo menos mais oito plataformas de embarque e desembarque. O prédio que tem 838 m 2 de área construída, do total de 2 mil m 2 receberá instalações para carreteiro e guarita de segurança. As obras devem ser concluídas em julho. Investimentos de norte a sul Em abril, a filial de São Luís (MA), responsável pela distribuição de produtos no estado do Maranhão, abrirá as portas do novo prédio com 12 novas plataformas e a construção de um pátio e espaço de apoio a carreteiros. A introduzir oito plataformas de carga e descarga, em um terreno de 20 mil m 2. Nesta unidade, em particular, a ampliação é fundamental para a garantia da qualidade do serviço prestado, já que, nesse estado, as mercadorias precisam aguardar a liberação da Secretaria da Fazenda para ser entregues. No final do ano de 2009, o acúmulo de notas fiscais aguardando a liberação fiscal impactou sobremaneira a agilidade da operação. No Sul, a de Florianópolis contará com uma nova infraestrutura a partir de maio, quando será transferida para um prédio com m 2, novos escritórios e apoio ao carreteiro, além de quase mil m 2 para operações de carga e descarga. De acordo com Sergio Milizzkievies, gerente da filial, a demanda pelo transporte e armazenamento de carga na região cresceu significativamente nos últimos anos. As novas instalações preparam a unidade para continuar cumprindo seu principal papel: garantir a excelência no atendimento ao cliente, ressalta. Sergio calcula que, com os investimentos, a filial deve crescer em torno de 20% em O novo prédio ainda tem outros diferenciais. A localização privilegiada é um deles, uma vez que está a 200 metros da rodovia BR-101, principal rota de acesso para quem entra e sai do estado catarinense. Além disso, possui um pátio para manobras considerado modelo entre as filiais da vos investimentos também foram direcionados para o aumento no quadro de colaboradores, compra de equipamentos como empilhadeiras e material de informática, novos veículos entre caminhões leves, trucks e carretas, bem como para a construção de uma área de lazer e descanso para os motoristas. Junto com a filial de Blumenau (SC), a de Joinville atende clientes das áreas têxtil, de bebidas, artigos de armarinho e eletromecânica, em 88 cidades da região. Em 2009, movimentou 32 mil toneladas de produtos e contabilizou R$ 22 milhões em faturamento, representando um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. unidade possui m 2, dos quais m 2 de área construída. Ainda em 2010, há previsão de investimentos em mudanças e ampliações também nas filiais A filial de Teresina (PI) deve aumentar seu prédio em mais m 2 de área construída para de Porto Velho (RO), Recife (PE), João Pessoa (PB) e Fortaleza (CE)

6 Por dentro da Atlas Por dentro da Atlas Combustível para os negócios A é Atlas irá investir R$ 11 milhões na renovação de sua frota de veículos em As novas aquisições aumentam em até 20% a capacidade de transporte e distribuição de produtos A renovação da frota de veículos está entre as prioridades do planejamento da Atlas para As boas expectativas de ampliação de seus negócios explicam o direcionamento dos investimentos. A empresa espera crescer 15% nesse período. A Divisão Logística deve ser a líder em novos negócios e fechar o ano com um aumento de 35%. Para que os bons resultados se confirmem, a Atlas irá investir aproximadamente R$ 11 milhões na compra de utilitários, caminhões leves e carretas para a frota que, atualmente, é composta por 1,6 mil veículos. De acordo com Antonio Megale, diretor operacional, o investimento também segue uma diretriz presente nas normas da companhia, que faz referência ao estado de conservação dos meios de transporte. A iniciativa tem como objetivo adequar a idade média dos veículos para cinco anos, bem como compatibilizar a frota com as projeções do volume de cargas que devemos transportar ao longo do ano. Ao todo, serão adquiridos 85 baús semirreboques, 7 cavalos mecânicos, 7 caminhões tocos, 27 veículos leves e 4 veículos urbanos de carga (VUC). A empresa também destinará parte da verba para a compra de novos equipamentos que garantem maior segurança tanto para as cargas quanto para os motoristas. Para isso, irá incorporar 73 aparelhos de rastreamento, 550 grades alarmadas, 550 protetores de estribo e 384 travas de quinta roda. As novas aquisições aumentam em aproximadamente 20% a nossa capacidade de transporte e distribuição. Esse número pode ser ainda maior, de acordo com a melhoria de nossa produtividade em termos de aproveitamento e número de viagens realizadas nas etapas de coleta, transferência e distribuição, calcula o diretor operacional. Para intensificar a comercialização entre as filiais em 2010, a Atlas acrescentará 85 carretas-baú na frota de transferência. Ao aumentar a nossa capacidade nessa etapa, damos condições às filiais de crescerem em faturamento e tonelagem transportada, ressalta. Atendimento padronizado O planejamento de renovação da frota de veículos também inclui algumas reformulações e adequações na rotina de trabalho dos motoristas e prestadores de serviços da Atlas, considerados cartões de visita da empresa nas viagens e nos constantes contatos com os clientes durante o trajeto das mercadorias. 27 o número de veículos leves a serem adquiridos no processo de renovação da frota A partir deste ano, serão redobrados os treinamentos regulares desses profissionais para manter a qualidade do atendimento do serviço de entrega e coleta da empresa. Além de estarem devidamente uniformizados, os colaboradores devem colocar em prática as ações de bom relacionamento com os consumidores

7 Logística é isso Logística é isso De olho na bula O armazenamento e o transporte de medicamentos devem seguir normas específicas da Anvisa. O bom cumprimento das exigências levou a Atlas a tornar-se referência no segmento farmacêutico De acordo com André de Almeida Prado, diretor da Divisão Logística, a Atlas utiliza sistemas eficazes de gestão para controle dos lotes, data de validade e local de armazenagem, o que garante a rastreabilidade completa dos produtos. Esse é um dos diferenciais que apresentamos. No que tange à movimentação, são utilizados equipamentos e veículos adequados às características dos medicamentos, complementa. Atualmente, a Atlas atende dezenas de clientes na área farmacêutica. Em toda cadeia logística, existe um monitoramento constante da temperatura e umidade para que os produtos preservem suas características. Hoje, em nossos armazéns, o sistema de leitura e gravação dos dados funciona de maneira eletrônica, reduzindo falhas no processo, garante André. Capital humano A política de treinamento dos funcionários da Atlas assegura que a equipe esteja totalmente comprometida com as necessidades desse mercado. Além de receber as instruções necessárias para realizar as operações no dia a dia, as equipes são acompanhadas por farmacêuticos que auxiliam no gerenciamento das atividades, garantindo o cumprimento das regulamentações estabelecidas. Ao atender todas as especificidades, proporcionamos maior tranquilidade aos clientes. É uma relação que requer muita confiança, destaca o diretor da Divisão Logística. O transporte dos produtos da Bausch & Lomb, empresa pioneira no mundo na fabricação de lentes ópticas e de precisão que são comercializadas em mais de 100 países, está entre os exemplos de práticas bem-sucedidas desenvolvidas pela Atlas. AArmazenar e transportar medicamentos, insumos e equipamentos hospitalares exige cuidados especiais e habilitação específica para garantir que os produtos mantenham suas propriedades, sem prejuízos ao consumidor final. São essas as diretrizes estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pela fiscalização do atendimento às legislações vigentes na área. É fundamental, portanto, que os operadores logísticos tenham processos estruturados e um setor de qualidade ativo, sobretudo aqueles que pretendem se tornar referência perante esse mercado cada vez mais exigente. A Atlas aprendeu o caminho e segue religiosamente essa bula. Em 2009, a empresa registrou crescimento de 85% em sua Divisão Logística, sendo que o atendimento a clientes da área farmacêutica responde por cerca de 15% desse índice. Todos os materiais do fabricante são armazenados em estruturas especiais, sendo que o acondicionamento permite um fácil manuseio das embalagens, minimizando os riscos de danos. Além disso, a disposição dos produtos é controlada por meio do Sistema de Gestão de Armazéns (WMS). Dessa forma, garantimos a agilidade no processo de separação e rastreabilidade, finaliza André. Em 2009, a Atlas foi homenageada pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sindusfarma) pela qualidade dos serviços prestados nas áreas de transporte e logística. A transportadora recebeu o prêmio nas categorias Armazenamento e distribuição de medicamentos e Transporte de medicamentos

8 Carga segura Carga segura Transporte protegido de ponta a ponta Atlas investe na modernização do gerenciamento de risco. A iniciativa é considerada uma das mais estratégicas pela NTC DDe acordo com dados divulgados pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), os índices de roubo de carga em 2008 caíram nas regiões Sul e Centro-Oeste do país, mantiveram-se estáveis na região Sudeste, porém sofreram aumentos significativos no Norte e Nordeste. Para melhorar este cenário, a instituição faz campanhas permanentes para incentivar as transportadoras a adotarem políticas eficazes de gerenciamento de risco. A NTC defende a adoção de um conjunto de técnicas e medidas preventivas que visam identificar, avaliar e evitar os efeitos de perdas ou danos que possam ocorrer no transporte de mercadorias, desde a origem até o destino da carga, garantindo que o produto esteja no local desejado, dentro do prazo previsto e em perfeito estado. A Atlas tem como uma de suas diretrizes empresariais os constantes investimentos em ações que garantem a qualidade dos serviços prestados aos clientes. Só neste ano, já foram investidos quase R$ 100 mil na modernização e ampliação do departamento de gerenciamento de risco. Uma das novidades é a instalação de uma TV plasma de 42 polegadas que facilitará o envolvimento de toda a equipe quando de uma eventual situação de risco com a ampliação da imagem, pretende-se mobilizar a equipe para ações simultâneas, aumentando a rapidez e, consequentemente, a segurança dos procedimentos aplicáveis. De acordo com Claudio Seiti Tamanaga, gerente operacional de Filiais, as principais novidades envolvem a atualização dos móveis e equipamentos de informática. A ergonomia foi um dos itens de maior preocupação na modernização do ambiente, que também previu a criação de novos postos de trabalho. Quanto melhor for a nossa estrutura, maior será o comprometimento dos colaboradores nas atividades diárias; um setor bem-estruturado melhora a organização das rotinas e facilita a eficácia do processo, completa o gerente

9 Capa Capa Conage Em foco, a gestão participativa Conduzir os negócios a partir da colaboração de todos é tendência sacramentada no universo corporativo e também aquilo que molda o perfil dos gerentes do século 21 A introdução de novos conceitos nos negócios como a valorização do capital humano criou um equipe que coordenam, necessidade de serem até a entrega no destino final. Ouvir a opinião dos ximos períodos e apresentou ideias e melhorias modelo de gestão que revoluciona a forma de aceitos e também certo ceticismo. nossos gestores é uma ferramenta para alcançar para projetos de curto, médio e longo prazos. administrar instituições por meio de uma condi- a integração necessária, completa o presidente. ção cada vez mais participativa, principalmente daqueles que exercem cargos de gerência. Nesse sentido, os líderes das empresas assumem um novo papel diferente de tudo o que Uma imersão e tanto Os gestores também participaram de palestras e cursos que contribuem para a melhoria de suas possa vincular sua posição a um status de poder Foi com esse espírito que cerca de 60 gerentes e funções. Dentre os assuntos abordados, estão Uma pesquisa realizada recentemente pela Ca- autoritário. Ao contrário, precisam desenvolver diretores da Atlas de todas as regiões do País se os caminhos para alcançar metas e táticas efi- liper Estratégias Humanas, empresa americana uma perfeita habilidade para conduzir sua ges- reuniram para alinhar procedimentos e processos e cazes nos negócios, como planejar custos e a com sede em Princeton, New Jersey, nos Esta- tão, influenciando e motivando seus liderados, também para discutir e propor novos projetos para adoção de estratégias de marketing. dos Unidos, e que há mais de 47 anos avalia o estimulando-os a contribuir para a realização do a empresa nos próximos dois anos, durante a Con- potencial de colaboradores e orienta quanto à objetivo ou do projeto em execução. venção Nacional de Gerentes, a Conage Ações para trabalhar com custos de forma es- contratação, gestão e desenvolvimento de equi- truturada nas mais diversas áreas e fases que pes, traçou o perfil do líder brasileiro diante des- Para Francisco Martim Megale, presidente da Ao longo de uma semana, foi apresentado o ba- compõem a cadeia logística foi o que norteou se novo cenário. Atlas, a gestão participativa é o modelo que pode lanço da empresa no último biênio a fala do consultor na área de planejamento de levar ao sucesso de uma organização, principal- por meio de diversos indicadores e resultados custos, Marcos Lopes Pimenta, durante a pales- O estudo aponta, entre outras coisas, que ge- mente no ramo em que a empresa está inserida, nas áreas de Logística, Comercial, Operacional, tra Custeio ABC e visão multidimensional dos rentes e líderes de mais de 200 empresas ou- a prestação de serviços. A integração entre as Financeira, de Recursos Humanos e Administra- processos em Supply Chain Management. A vidas no País demonstram empatia e sociabili- equipes é fundamental para fazer que o nosso tiva. A partir desses dados, o encontro traçou os partir dos exemplos práticos, inclusive de áreas dade nos relacionamentos com os membros da negócio funcione desde a retirada de um produto novos indicadores e expectativas para os pró- distintas, eles adquirem uma visão ainda mais 16 17

10 Capa Capa ampliada de ferramentas que melhor viabilizam os processos de gestão de uma empresa, afirma o palestrante. Ainda segundo Francisco Martim Megale, os temas debatidos vão ao encontro do objetivo do evento: gerar a melhoria contínua dos processos e do planejamento da empresa. No encontro, nós temos a oportunidade de reunir o maior número de ideias e, a partir delas, reavaliar o posicionamento e definir os próximos passos. À medida que o pessoal participa e apresenta sugestões, eles selam o seu compromisso com o desenvolvimento da organização, ressalta. Visão de líder O posicionamento da Atlas em relação à contribuição dos gerentes na criação de novos planos e estratégias de negócios ajudou a formar líderes como Simião Alves dos Santos, 65 anos. O gerente da filial de Aracajú (SE) trabalha na empresa há 45 anos, dos quais, 38 deles dedicados ao cargo atual. A integridade e a confiança que a empresa deposita em seus colaboradores sempre foram o princípio básico e isso me fez acreditar na organização e dedicar-me com mais afinco ao trabalho. Criamos assim uma relação duradoura e de muito respeito, opina. Ao longo de seu histórico como participante da Conage, ele conta que sempre encontrou no evento a motivação necessária para administrar a filial que responde pela distribuição dos produtos que chegam do Sudeste para os 72 municípios de Sergipe. A filial esteve entre as cinco melhores da empresa no ano de 2009 em termos de faturamento. Algumas indústrias estão chegando à região em função do incentivo do governo, o que deve ampliar a participação da empresa, uma vez que passaremos a destinar produtos sergipanos também para outros estados do País, completa. Lição de casa A trajetória e modelo de gestão da empresa também inspiram novos profissionais como Evangelista Caetano Nobre, 30 anos. O administrador é o mais recente membro do programa de trainee de gerentes da Atlas e, por isso, participou pela primeira vez do encontro. Evangelista trabalha na Atlas há apenas cinco anos. Desde então, já atuou na área de inspeção e assumiu a função de supervisor na filial de Itatiaia (RJ). Nos últimos dois anos, trabalhava como consultor de negócios na filial do Rio. Os conhecimentos e indicadores a que tivemos acesso ao longo do evento funcionaram como um guia e deram o suporte necessário para fazer das filiais verdadeiras unidades de negócio. Quando penso em meu futuro como gestor na empresa, tenho os resultados como foco principal, afirma Evangelista. Mulheres no comando Ediméia de Cássia Ferreira Freitas, 34 anos, foi a primeira mulher a assumir o cargo de gerente de filial dentro da Atlas, depois de trabalhar como auxiliar de escritório na unidade mineira de Montes Claros. Há dez anos como gerente da mesma filial, ela conta que o desafio sempre foi o combustível para gerenciar equipes em uma área onde os homens têm presença dominante. A busca por conhecimentos na área sempre me ajudou a criar uma relação amistosa e produtiva no trabalho, ressalta Ediméia que é formada em administração de empresas com habilidade em comércio exterior e especialista em gestão empresarial. Todo o conhecimento adquirido ao longo do encontro, Ediméia afirma implementar em seu dia a dia de trabalho em uma região que está em franca expansão. A partir do evento, traçamos as diretrizes que se adequam às nossas realidades, completa. A filial de Montes Claros atende clientes das áreas de confecção, medicamentos veterinários, laboratórios, entre outros, na região norte do estado mineiro. O presidente da Atlas ressalta a importância da diversidade dentro do quadro de colaboradores da empresa, sobretudo aquela relacionada aos perfis dos profissionais que ocupam cargos de gerência. As visões de colaboradores que há anos trabalham na empresa aliadas à motivação dos jovens profissionais que trazem novos conhecimentos de mercado geram ideias produtivas para os negócios, além de resultar num intercâmbio de experiência entre variados tipos de formação profissional, declara Megale

11 Express Express >>>Noite de gala A edição 2010 da Convenção Nacional de Gerentes (Conage) premiou os cinco melhores profissionais que atingiram ótimos resultados em 2009 nas categorias Consultores de Negócios e Gerentes de Filial. Receberam o mérito na primeira categoria João Luiz Nugerina, da filial de São Paulo (SP), Antonio Cirilo e Viviane Carreteiro, de Contagem (MG), Sandra Anzullin, de Porto Alegre (RS) e Jorge Alcântara de Souza, de Fortaleza (CE). Na lista dos destaques como gerentes de filial, estão Carlos Augusto Ozogoviski, de Natal (RN), Hallyson Monteiro, de Feira de Santana (BA), James Abidcouto, de Cuiabá (MT), Simião Alves, de Aracaju (SE) e Rosemar Bombarde, de Curitiba (PR) >>> Expansão para o interior Em março, entrou em funcionamento o mais novo escritório comercial da Atlas em São José dos Campos, no interior de São Paulo. De acordo com o gerente comercial da filial de São Paulo, Nilson Sanches, a escolha do município se deve por sua localização estratégica. Grande parte de nossos clientes está concentrada nessa região e com a abertura dessa estrutura comercial teremos a oportunidade de alavancar novos negócios, consolidando a atuação da Atlas no Vale do Paraíba, ressalta. >>> Justa >>> homenagem Narcy de Melo, assessor da presidência, recebeu das mãos de Ana Maria Reis Megale Rezende um presente como reconhecimento pelos 48 anos de dedicação à empresa. O colaborador mais antigo da Atlas também ganhou de lembrança um livro com as assinaturas de todos os gestores da companhia, que foi entregue pelo gerente da filial de Aracajú (SE), Simião Alves, durante a Conage Além disso, Narcy também recebeu dos colegas de trabalho, com quem conviveu durante anos, uma singela homenagem em seu dia de despedida. Negócios nas alturas A filial do Rio de Janeiro voltou a prestar serviços de transporte aéreo para a Mantecorp, empresa líder no mercado farmacêutico nacional com laboratórios que estão entre os maiores do Brasil. O atual cliente representa 20% do volume total de movimentação de cargas da unidade e é considerado o maior embarcador do estado. Apostamos na qualidade dos nossos serviços como diferencial para voltar a trabalhar em parceria com o laboratório. O contrato deve nos abrir novas portas no mercado de transporte aéreo, ressalta Ricardo Cunha, gerente da filial. >>> Compromisso selado Em 2010, a filial de Feira de Santana (BA) comemora um ano de parceria com um de seus principais clientes: a Savon, indústria de sabão, que contratou a Atlas para as operações de distribuição de seus produtos para os estados de São Paulo e Minas Gerais. A abrangência nacional, a agilidade nas entregas, a qualidade do serviço e do atendimento aos clientes são os nossos principais diferenciais que selam compromissos dessa natureza, afirma o gerente da filial baiana, Hallyson Machado Monteiro

12 Inovação Tecnologia em favor do meio ambiente Empresa adota equipamentos e programas mundialmente reconhecidos no mercado que, além da redução de custos, também ajudam a preservar o planeta A introdução de diversas tecnologias no cotidiano das pessoas mudou a forma de nos relacionarmos com os computadores. Atualmente, é difícil imaginar qualquer atividade profissional ou particular sem a ajuda desses equipamentos. Com esta expansão do uso, a área tecnológica tornou-se um dos setores com grande responsabilidade sobre a preservação do meio ambiente, principalmente no que diz respeito ao consumo de energia. Visando reduzir o impacto da tecnologia sobre o futuro do planeta, os grandes fabricantes de hardware e software desenvolveram produtos e sistemas com características sustentáveis, uma tendência conhecida como tecnologia verde. Em linhas gerais, o setor busca reduzir o desperdício e aumentar a eficácia de todos os processos por meio de equipamentos de alta qualidade e performance e de baixo impacto para o meio ambiente. A Atlas, desde 2005, vem trabalhando na renovação de seu parque tecnológico, buscando alternativas que garantam o menor consumo de energia elétrica e papel. Em 2009, passou a adotar o servidor blade e a virtualização de servidores. De acordo com Antônio Vitor Escudero, coordenador de Suporte e Rede, a empresa decidiu implementar as ferramentas depois de fazer uma longa análise sobre viabilidade e benefícios ambientais que elas disponibilizam, além da redução de custos. As ferramentas geram a consolidação e otimização de espaço físico, redução no custo de infraestrutura, flexibilidade e agilidade da operação, além de maior disponibilidade de dados e segurança no gerenciamento das informações, enfatiza o colaborador da Atlas. Novo ambiente virtual Os 24 servidores Citrix Metaframe que centralizavam as operações das 40 filiais da Atlas espalhadas em todo Brasil foram substituídos pela tecnologia do blade, computador com design compacto e de alta potência. A estrutura deste servidor, (o chamado chassi), comporta diversos outros servidores em formato de lâminas, que são dispostos no equipamento, como se fossem livros em uma prateleira, uma analogia por seu tamanho e formato. Cada um deles possui seus próprios processadores, capacidade de memória e armazenamento, controladores de rede, sistema operacional e aplicativos. No entanto, os servidores compartilham o uso de energia, ventilação, cabos, entre outros elementos. Já a virtualização dos servidores que permite que uma única máquina física execute múltiplos sistemas computacionais simultaneamente, aumentando a eficiência e a flexibilidade no uso do hardware e da tecnologia de software da Citrix, conhecida como XenServer, é a versão mais recente do Metaframe que é utilizado desde 2004, quando a rede da Atlas foi centralizada. 23

13 Capital humano Capital humano O que fazer para se tornar um líder? em saber lidar com a equipe. O primeiro passo é desenvolver a capacidade de administrar emoções. O fundamental é sermos gestores de nós mesmos. O crescimento, sem assumirmos responsabilidades, é praticamente nulo, afirma. Paulo Rosa, gerente de Recursos Humanos da Atlas, concorda com o consultor e defende que Mais do que dominar amplamente o setor em que atuam, os líderes precisam colocar em prática o autoconhecimento, ouvir seus comandados e inspirar equipes o líder jamais pode se ausentar do processo, devendo se tornar um exemplo para os demais. A atribuição de objetivos e metas e seu constante follow-up são suas responsabilidades. Entendo que para um indivíduo ser líder, ele obrigatoriamente precisa gostar de pessoas. Se isso acontece, saberá interagir, buscar o envolvimento e obter o máximo de cada um dos membros de No ambiente corporativo, diversos profissionais se questionam quando alguém de fora é contratado para assumir um cargo de liderança dentro da empresa. A primeira pergunta que vem à cabeça é: por que não escolheram alguém do próprio quadro de colaboradores para chefiar aquela equipe, promovendo o funcionário? peça fundamental da engrenagem na fabricação de novos comandantes. Para o especialista, o ser humano apresenta dois níveis de consciência: o primeiro no qual reconhece tudo o que faz e aquele outro em que não possui entendimento algum sobre o porquê e como ele realiza tudo aquilo. sua equipe. Esse é aquele que inspira, diz. Como identificar líderes? Na hora de promover um colaborador a líder, o empresário sempre está atento à capacidade de reflexão desse indivíduo. Os consultores afirmam que se o gestor percebe que seu liderado ainda não desenvolveu a habilidade de questio- Embora a tendência, cada vez mais presente, seja de que as organizações invistam no aperfeiçoamento de seu capital humano para preparar novos líderes, talvez o questionamento a ser feito em um momento como este deva ser outro: o que deixei de desenvolver como características técnicas e pessoais de modo que a organização em que atuo não me enxergasse como um candidato ao cargo? Nelson Bittencourt, diretor da área de Qualidade de Vida da Associação Brasileira de Recursos Humanos, defende o autoconhecimento como Quando as coisas estão ruins é que, geralmente, se observa a necessidade de um melhor autoconhecimento. O indivíduo somente pode ser considerado ético e habilidoso quando ele reconhece os motivos que o levam a fazer uma coisa em situações de pressão. Creio que o grande entrave para se tornar líder é achar que sabemos tudo sobre o outro, quando não sabemos nada nem sobre nós mesmos, destaca. Para o psicanalista Osório Roberto dos Santos, especialista em gestão de pessoas, a habilidade essencial em um bom líder não está apenas nar, deve ajudá-lo a desenvolver tal capacidade antes de colocá-lo no cargo. E vão além: o processo promoção rumo à liderança deve ser sempre uma via de duas mãos. Antigamente, o modelo era outro. De repente, um determinado emprego ou posto de trabalho na empresa pode não ser vantajoso naquele momento para mim. Então, é preciso saber pedir demissão também ou declinar da proposta. Hoje, isso é muito valorizado pelos empregadores que enxergam esse tipo de atitude como algo de muita consciência e maturidade profissional, diz Nelson Bittencourt. 7 Os pecados capitais 1. Não ouvir os seus liderados 2. Achar que sabe tudo 3. Não perceber as necessidades individuais de seus liderados 4. Não saber inspirá-los 5. Delegar funções e ausentar-se do processo 6. Não saber agregar valor ao negócio 7. Pensar que aquilo que deu certo uma vez será válido para sempre 24 25

14 Capital humano Entre os meses de abril e maio, todas as 44 filiais da Atlas devem participar da Pesquisa Organizacional Os 2,6 mil colaboradores da empresa espalhados pelo Brasil serão convidados a expressar sua opinião e fazer sugestões para garantir a melhoria contínua no ambiente de trabalho. A pesquisa, realizada a cada dois anos, foi instituída na empresa em 2008 pela Gerência de Recursos Humanos com o objetivo de criar ações de aperfeiçoamento na comunicação entre departamentos, nas instalações da organização e nas condições de trabalho dos mais diversos setores. A pesquisa poderá ser respondida via ou em versão impressa. É hora de dialogar Pesquisa organizacional promove a melhoria do fluxo de comunicação entre os diversos departamentos e áreas de cada filial Só se torna possível promover adequações no ambiente interno da empresa quando se conhece efetivamente a realidade desse espaço. E a pesquisa é a ferramenta que nos indica qual o caminho devemos seguir, afirma Paulo Rosa, gerente de Recursos Humanos da Atlas. O estudo levanta dados referentes a 13 itens associados ao cotidiano e fluxo de trabalho. Os funcionários analisam a supervisão e sistema de gestão, condições físicas do ambiente de trabalho, o estímulo a sua participação nas decisões e valorização de suas atividades e iniciativas, a integração entre departamentos, o trabalho em equipe, a disposição da empresa em relação a treinamentos e realização profissional, a imagem que a Atlas possui, a satisfação com a política de salários e benefícios, as ações de responsabilidade social, comunicação, as ações de segurança do trabalho e do Programa de Produtividade Atlas (PPA). Ao final da pesquisa, cada gerente recebe os resultados das respectivas filiais e, com base nesses dados, define um plano de ação. Além de auxiliar os gestores a desenvolver as atividades pontuais, a pesquisa serve como ferramenta estratégica de gestão em um plano maior, pontua o gerente de Recursos Humanos. Valorização: todos querem Os resultados obtidos pela pesquisa realizada em 2008 na filial de Curitiba (PR) demonstram como essa pode ser uma ótima ferramenta na implementação do clima interno e organizacional da empresa, principalmente quando é seguida de ações concretas. Ao ouvir os colaboradores, favorecemos a valorização do indivíduo como parte importante da equipe. Além disso, a pesquisa serve como termômetro para medir o funcionamento dos setores, o que nos possibilita melhorar processos e antecipar situações de conflito. Se o funcionário se desenvolve, contribui com o crescimento da empresa, analisa Rose Bombarde, gerente da filial curitibana. A partir dos resultados colhidos, os funcionários da unidade agora têm acesso semanal a informações atualizadas com foco em assuntos de interesse mútuo. No mural, eles encontram as metas comerciais e indicadores de resultado da empresa, principais notícias sobre bolsas de estudo, oferta de vagas para diversos cargos dentro da organização, treinamentos internos e externos. Além disso, podem Capital humano conferir as datas de eventos regionais, campanhas de saúde e a lista de aniversariantes. Para manter este processo contínuo, a gerência da filial também criou a caixa de sugestões batizada de Nossa Contribuição, onde os empregados podem depositar ideias e sugestões ou ainda críticas, ou elogios a situações que mereçam destaque. Com o mural, passamos a ter acesso a informações que contribuem para o nosso crescimento profissional e pessoal, afirma o auxiliar administrativo da unidade. Em 2009, Alex José dos Santos recebeu promoção no trabalho e conseguiu uma bolsa de estudos para cobrir 75% do curso superior que realiza na área de logística. Mais moderno, mais seguro Desde o início de janeiro, a Atlas modificou o sistema de distribuição do vale-transporte e do vale-refeição para seus colaboradores em todo o Brasil. Ambos os benefícios, que antes eram entregues via folha de pagamento, em cédulas de papel ou em cartões, passam a ser distribuídos em formato de cartão magnético, como aqueles utilizados pelos bancos. Os valores serão creditados automaticamente no quinto dia útil de cada mês. Para esclarecer dúvidas e obter outras informações, os colaboradores devem procurar o responsável pela área de Recursos Humanos de sua respectiva filial

15 GPS GPS Muito além praias das belas Maceió está entre os destinos preferidos de brasileiros e gringos. Capital alagoana reúne boa gastronomia, paisagens naturais incríveis e grande acervo histórico Na mesma direção dessas praias, está o Pontal da Barra, que reúne mulheres e homens em torno do artesanato de filé, típico do local, feito a partir da tela de redes de pesca. Ainda tem o espetáculo do pôr do sol, na lagoa Mundaú, cenário ideal para saborear a típica comida regional, como a peixada. A passagem de ônibus até o bairro do Pontal da Barra custa cerca de R$ 2,00. madeira e couro. O ponto alto são as obras do artista plástico Rosalvo Ribeiro ( ). Inaugurada em 1955, a filial da Atlas em Maceió possui 27 colaboradores, alojados em um prédio com m 2 de área construída. Entre os principais clientes, estão empresas de renome como a Sococo, a Braskem e a Alaplástico. Segundo o gerente da unidade, Rommel Araújo de Souza Leite, Se você é daqueles que, quando planeja suas férias, procura no mapa um destino turístico capaz de reunir praias com águas calmas e cristalinas, passeios noturnos, diversidade cultural, boa infraestrutura e gastronomia invejável, Maceió é parada obrigatória. A capital alagoana, com pouco mais de 930 mil habitantes (IBGE), adquiriu ares cosmopolitas e tornou-se roteiro predileto de muitos brasileiros e gringos. O turismo por lá, aliás, vai muito além do revitalizado circuito Pajuçara-Jatiúca, que compreende toda a orla urbana do município e onde é possível fazer os tradicionais passeios de jangada durante a maré baixa. A Grande Maceió desdobra-se ao sul e ao norte. Uma semana é pouco tempo para quem pretende se aventurar desde a foz do Rio São Francisco, em Piaçabuçu município localizado na divisa com Sergipe, a aproximadamente duas horas de viagem de carro, partindo da capital alagoana rumo ao sul até as piscinas naturais de Maragogi, ao norte do estado, onde dezenas por cerca de R$ 900 nas operadoras, incluindo passagens aéreas, traslados e café da manhã. Números divulgados pela Secretaria Municipal de Promoção do Turismo Indústria e Comércio (Semptur) de Maceió atestam a intensa procura não apenas na chamada alta temporada, que vai de dezembro a março, mas também no inverno, onde são muito comuns as tardes chuvosas e água do mar está um pouco mais turva, dificultando passeios marítimos com mergulho. Vale a dica: de junho a setembro, costuma chover em Maceió. Mas o frio passa longe. As divisas geradas pelo turismo são cada vez mais positivas. Um bom indicador é o crescimento da ocupação dos hotéis que, em 2009, atingiu a melhor média histórica, chegando a 75% de preenchimento dos leitos, de janeiro a outubro. Nos feriadões, este índice é de 95%, enfatiza Cláudia Pessôa, titular da Semptur. Para todos os gostos Dentre as praias mais badaladas da Grande Maceió, Nos caminhos para o litoral norte, rumo às praias de Guaxuma, Garça Torta, Mirante da Sereia, Riacho Doce e Ipioca, os ambulantes exibem doces de caju, mangas, lagostins e peixes fresquinhos. O trajeto é rodeado por sítios, coqueirais e lindas praias. Até pouco tempo, Ipioca era apenas uma vila de pescadores, mas, há dois anos, vem recebendo novos empreendimentos, sem perder o charme de lugarejo. Bons restaurantes e um resort oferecem todo conforto. Ipioca tem filhos ilustres, como o marechal Floriano Peixoto, segundo presidente da República do Brasil, além de uma concentração de banco de corais e piscinas naturais. História viva No centro de Maceió, estão localizados espaços como o Museu de Arte da Fundação Pierre Chalita, com um rico acervo de imagens sacras dos séculos 16, 17 e 18. A história da arte moderna e contemporânea está representada por lá. Já o Museu Theo Brandão, na Avenida da Paz, conta a história da cultura popular de Alagoas. a atuação da empresa no município está focada no transporte de gêneros alimentícios, eletroeletrônicos, peças, plásticos e seus derivados. Para 2010, temos uma projeção de crescimento de 18%. Estamos apostando no aumento das vendas de nossos clientes atuais e no surgimento de novas parcerias por conta das indústrias que estão se instalando aqui em função dos esforços feitos pelo governo alagoano na concessão de incentivos fiscais, afirma. O gerente ainda revela algumas peculiaridades das operações logísticas na região, sobretudo aquelas voltadas ao fluxo de cargas pelo interior do Estado. Um exemplo são as entregas na área rural dos municípios alagoanos que, na maioria das vezes, são de difícil acesso. O povoado Mamoeiro, no município de Batalha, a 170 km de Maceió, é cortado por um rio que, quando fica cheio por causa das chuvas, torna a localidade inacessível. Os veículos têm de atravessar em balsas sobre o rio para chegar até o destino. Mas nem por isso deixamos de atender os clientes, diz. Informações: de casais em lua de mel deixam-se fotografar destaque para a do Francês e a do Gunga, rumo ao Outro point para visitação é o Palácio Marechal com peixinhos e ouriços em pleno alto-mar. Mesmo assim, se a opção for desfrutar de apenas sete dias de viagem, pode-se encontrar pacotes sul do estado, frequentadas por turistas de todo o mundo. Nesta última, inclusive, existe um mirante de onde se pode avistar a capital, cercado por uma fazenda de coqueiros e um mar azul-turquesa. Floriano Peixoto, inaugurado em 1902, que deixou de ser sede do governo e transformou-se em museu, mostrando ao público suas ricas coleções de cristais, pratarias e móveis antigos em

16 Atitude cidadã Atitude cidadã Recomeçar quase do zero Doações para a cidade Prefeitura Municipal de São Luiz do Paraitinga Banco do Brasil Agência: Conta corrente: Informações sobre doações aos projetos culturais mantidos em São Luiz do Paraitinga podem ser obtidas pelo gisele@3d3.com.br. São Luiz do Paraitinga, a 182 km de São Paulo, foi um dos municípios mais castigados pelas chuvas no início do ano. Poder público, empresários e comunidade somam esforços para que a cidade volte a sua rotina Eu estava dormindo e fui acordada para deixar minha casa por volta das duas da madrugada. Saí de camisola, carregada nos braços de familiares, e a água na rua já batia perto do quadril deles. Fomos para casa de um amigo na parte alta da cidade. Depois, fui resgatada por um helicóptero e levada para uma área segura. É onde uma sobrinha tem casa e lá estamos até hoje. Quanto aos pertences, não tivemos tempo de tirar nada. Assim, dona Cinira, 84 anos, viúva, mãe de sete filhos, relembra os momentos em que encarou a tragédia de perto. A artesã perdeu tudo na enchente que devastou São Luiz do Paraitinga (SP), ocorrida no início do ano. A água subiu cerca de sete metros dentro da residência da moradora, invadindo também o segundo andar. Espero que a cidade se recupere e a vida volte ao normal. Nasci aqui e, durante anos, lutei pela conservação do patrimônio e da cultura. Tenho esperança de receber meus amigos em casa novamente. Eu confio na valentia do povo e espero que a gentileza dos que estão nos ajudando continue, declara. Gentileza que se traduz em iniciativas solidárias como a organizada pela professora Gisele Jordão, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo. Assim que soube da tragédia, a docente reuniu voluntários, mesmo em período de recesso escolar, arrecadando alimentos e material de higiene pessoal e limpeza para os desabrigados, que chegaram a 18,5 toneladas. Além disso, outras nove toneladas de roupas foram entregues. A Atlas também deu sua contribuição, mobilizando colaboradores e veículos da frota para o transporte das doações. A quantidade surpreendeu pelo pouco tempo que tivemos para organizar tudo. Recebemos doações de várias regiões da capital e isso foi muito gratificante. Agora, vamos trabalhar em um projeto, em longo prazo, que tem como objetivo manter o calendário de festas e atividades culturais que já existia em São Luiz. Novamente, precisaremos de parceiros e doações, ressalta Gisele, cuja ligação com o município existe há anos por conta da realização da Semana da Canção Brasileira, que ocorre sempre no mês de setembro e está garantida para O trem nos trilhos Passados mais de 70 dias da catástrofe, os cerca de 250 pontos comerciais da cidade ainda fazem o trabalho de recuperação para voltar à atividade. Em função dos prejuízos, alguns comerciantes tiveram de dispensar funcionários. Mas esperam recolocar a locomotiva nos trilhos para, aos poucos, iniciar as contratações. Para ajudar o comércio a reestruturar-se, o governo paulista anunciou linha de crédito especial aos proprietários prejudicados pela enchente. De acordo com a proposta, os empréstimos para capital de giro terão carência de seis meses. Já os financiamentos destinados a reforma e equipamentos terão prazo de carência de um ano, com juros de 0,96%. Os empresários locais aguardam outras ações. A Prefeitura Municipal tem buscado sistematicamente ajuda das diversas esferas governamentais para implementar projetos que recuperem o eixo de desenvolvimento da cidade, famosa também por receber turistas de diversas regiões do Brasil, sobretudo na época carnavalesca. Apesar da catástrofe, temos de ressaltar um lado positivo: nenhuma vida foi perdida em razão das enchentes. As pessoas permaneceram. E uma cidade se faz de pessoas. Com união e solidariedade, reergueremos nosso município, acredita a prefeita Ana Lúcia Bilard. Segundo a chefe do executivo, não é possível estimar quanto tempo o município demorará para retomar seu ritmo. Será um trabalho de anos. Criamos um grupo para pensar no patrimônio e outro emergencial para a gestão de questões ligadas ao desenvolvimento econômico, meio ambiente, zona rural e planejamento urbano. Recebemos apoio de diversas universidades. Embora não seja especialista na área, acredito que as catástrofes têm relação com as mudanças climáticas provocadas pela intervenção do homem na natureza. A população, assim como os governos, deve focar suas ações com maior respeito às questões sustentáveis e refletir mais profundamente sobre o tema, opina. Lauro Felipe Megale, Antônio Maria Soares dos Santos e Josenildo Luiz da Silva, colaboradores da Atlas, suaram literalmente a camisa para entregar donativos aos desabrigados pelas enchentes 30 31

17 Atitude cidadã Atitude cidadã Vou-me embora pra Pasárgada Como no poema de Manuel Bandeira, há cantinhos que funcionam para alguns como uma espécie de refúgio. Neles, é possível compreender o significado da vida em harmonia. Em especial, para dona Olinda e seus familiares, Borda da Mata há tempos significa mais que um simples ponto geográfico no mapa gerais, e sua função era costurar, atividade que exerceu durante toda a vida. Os anos se passaram e Olinda fez um curso de atendente de enfermagem, oferecido pela própria instituição. A partir daquele instante, seu trabalho esteve sempre direcionado para o atendimento aos idosos. Em algumas de suas folgas, ela caminhava até o lar para saber do estado de algumas de suas crianças, era assim que ela chamava os pacientes. Recordo-me também de vê-la chorando pelas perdas. Creio que o ponto mais marcante foi Doações para o Lima Caixa Econômica Federal Banco 104 Agência: C/C: 88-7 CNPJ: / Informações: (35) Para a família, Borda da Mata tornou-se sinônimo de dignidade da condição humana, além de guardar boas recordações. Ali desenvolvi relacionamentos profundos, construí amizades, aprendi a sonhar. Hoje, a cidade ocupa um lugar mais que geográfico e se não fosse por minhas discordâncias com Manuel Bandeira, se é que tenho este direito, no que diz respeito a alguns dos desejos do grande poeta, eu até diria que ela poderia ser uma Pasárgada, em um sentido menos comprometedor, ou como a Terra do Nunca, onde se deseja ficar por lá para sempre, afirma o sobrinho. Há pouco mais de um ano, em janeiro de 2009, dona O mal de Parkinson lhe tirou os movimentos, o Ex-funcionária do Lima, Olinda era solteira, não quando se aposentou. Ela não queria de forma Olinda faleceu, vítima do Parkinson. Aos 84 anos de direito de ir e vir e a facilidade de se comunicar. tinha filhos e por 13 anos serviu a instituição com alguma encarar este momento. Eu a incentivei idade, eternizou o olhar atencioso com o qual cui- Mas a doença não foi capaz de lhe arrancar da seus trabalhos. Dedicou-se à educação do sobri- a parar, pois o cansaço havia chegado e ela já dava de seus pacientes na memória da instituição, memória os bons anos que passou no Lar Irmã nho quando este foi deixado pelos pais para ser precisava de certos cuidados e repouso, con- assim como trouxe à tona a reflexão sobre a neces- Maria Augusta (Lima), em Borda da Mata (MG), cuidado por ela. A condição financeira da família ta o sobrinho. sidade da existência de muitos outros Limas. desde os tempos de voluntária até o último respirar na companhia de amigos. era precária. Certa vez, tia Olinda veio para tomar conta de nós e a decisão, na época, foi de le- Nova e antiga morada Sabemos que é papel ou responsabilidade do var um dos meninos para ser criado até que este O estado de saúde da ex-colaborada já não era Estado zelar pela saúde de nossos idosos, mas A trajetória de Olinda Borges Coutinho asseme- crescesse um pouco mais. Aleatoriamente, eu fui mais o mesmo. Foi quando Elbem a levou para o cuidar do outro é função também de cada um lha-se a de tantos outros idosos espalhados pelo o escolhido. Acabei me tornando o seu filho ado- morar consigo em sua residência, na Grande São de nós. Lugares como o Lima apenas compro- País que, por vezes, experimentam a ambigui- tivo, conta Elbem Sardinha, que hoje mora em Paulo. Os familiares revelam que Olinda nunca es- vam essa teoria. Só me resta agradecer a Deus dade de, enquanto lúcidos, tornarem-se respon- Osasco e desenvolve as funções de pastor em condeu o desejo de retornar à cidade natal para por conta de tudo que a instituição fez por nossa sáveis pelo destino de filhos, sobrinhos e netos, uma igreja evangélica. se reaproximar dos amigos. Depois de aceito o família e pedir que outros empresários desenvol- para depois, anos mais tarde, passarem a situa- pedido de residência no Lima, o sobrinho voltou vam a mesma visão que Lauro Megale teve, dé- ção de pacientes especiais dos mesmos. O sobrinho ainda lembra que a tia foi registrada à Borda da Mata com a tia para deixá-la aos cui- cadas atrás, quando decidiu investir em ações de no Lima inicialmente como auxiliar de serviços dados diários da instituição. responsabilidade social, enfatiza Elbem

18 Vida saudável No Brasil, o número de portadores do vírus da hepatite pode chegar a 4 milhões. Na maioria dos casos, o diagnóstico é tardio. Poucos sabem que a doença tem grandes chances de cura se tratada com o devido acompanhamento médico Há 14 anos, Lucina Teles de Oliveira descobriu que era portadora do vírus da hepatite C. Foi durante uma transfusão de sangue, em 1990, que a professora foi infectada. No entanto, o diagnóstico só foi dado seis anos depois, em um exame Um problema silencioso de rotina. Não tive nenhum sintoma no início. Desde que ficou comprovada a infecção, faço tratamento e acompanhamento médico, conta. A história de Lucina é muito parecida com a de milhares de portadores da doença no Brasil, que demoram a detectar o problema. Em pesquisa publicada recentemente pelo grupo Otimismo de Apoio aos Portadores de Hepatite C, um dos maiores em número de membros, revela que entre 3 e 4 milhões de pessoas convivem com a doença. O fator alarmante é que a maioria delas não sabe que está infectada. De acordo com o médico hepatologista Raymundo Paraná Filho, um dos maiores pesquisadores sobre hepatite no Brasil e presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), isso se deve a duas razões. Além de ser uma doença silenciosa, o sistema de rastreamento do serviço de saúde público ainda não possui regras universais para diagnosticar o problema, pontua. Ainda segundo Paraná Filho, o tratamento aliado a hábitos saudáveis de vida faz que o paciente leve uma rotina normal. O consumo de álcool e a obesidade são dois fatores que aumentam o risco de evolução da doença, principalmente em seu estágio crônico. A principal prevenção é a informação, ressalta. Trocas de experiências Hilson Santos Cordeiro, 59 anos, descobriu que era portador do vírus da hepatite C em 1998 e o seu histórico médico indicava que a contaminação teria acontecido no final da década de 1960 quando ele trabalhara em uma farmácia. As dores no corpo e a sensação de cansaço diante de esforços mínimos me fizeram procurar um médico, relata. Depois de um ano de tratamento, Hilson ficou curado e resolveu dedicar parte do seu tempo de aposentado levando informações para pessoas que se viam na mesma situação. Em 2002, ele, juntamente com mais oito colegas que conheceu nos consultórios, criou a Associação Vontade de Viver. O grupo realiza palestras, organiza campanhas em parceria com órgãos públicos para falar da importância de buscar o diagnóstico médico e prevenir a doença. Hepatite A B C D E Transmissão Água e alimentos contaminados Compartilhar instrumentos cortantes contaminados ou relações sexuais Compartilhar instrumentos cortantes contaminados ou relações sexuais Compartilhar instrumentos cortantes contaminados ou relações sexuais Água e alimentos contaminados Sintomas Fase aguda: náuseas, vômitos, aversão ao cigarro, falta de apetite, febre, olhos amarelos e urina escura Vida saudável Raio X das hepatites virais A hepatite é o termo genérico adotado para definir a inflamação no fígado causada por um agente agressor externo biológico, medicamentos, chás caseiros, contato com resíduos industriais, doenças autoimunes, metabólicas, álcool e vírus. Conheça as variações das hepatites virais, formas de transmissão, principais sintomas e metodologias de tratamento. Fase aguda: náuseas, vômitos, aversão ao cigarro, falta de apetite, febre, olhos amarelos e urina escura Fase crônica: pode não haver qualquer sintoma, apenas fadigas e dores musculares Fase aguda: náuseas, vômitos, aversão ao cigarro, falta de apetite, febre, olhos amarelos e urina escura Fase crônica: pode não haver qualquer sintoma, apenas fadigas e dores musculares Fase aguda: náuseas, vômitos, aversão ao cigarro, falta de apetite, febre, olhos amarelos e urina escura Fase crônica: pode não haver qualquer sintoma, apenas fadigas e dores musculares Fase aguda: náuseas, vômitos, aversão ao cigarro, falta de apetite, febre, olhos amarelos e urina escura Tratamento O Serviço Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina, ainda que de maneira restrita Medicamentos antivirais que estimulam o sistema imunológico do hospedeiro a lutar contra o vírus. O Serviço Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina para indivíduos até 19 anos Medicamento específico antiviral que estimula o sistema imunológico do hospedeiro a lutar contra o vírus. Duração: 24 a 48 semanas Nesse caso, a Portaria Ministerial Brasileira reconhece o tratamento experimental com medicamento específico antiviral 34 35

19 Caso de sucesso Direto ao ponto A palavra é difícil, porém indispensável ao mundo dos negócios Caso de sucesso Você sabe o que é customização? Atender às reais necessidades do cliente é pressuposto básico de quem presta serviços. No entanto, algumas parcerias comerciais vão além e permitem o alcance de indicadores internos para lá de satisfatórios Há exatos dez anos, a operação logística da Fujifilm, maior fabricante mundial de produtos fotossensíveis, ganhava um parceiro de peso com vistas à implementação de processos que garantiriam maior agilidade no atendimento e redução de custos. A Atlas passaria a coordenar este setor da multinacional japonesa no modelo de operação conhecido como in-house, ou seja, dentro da unidade fabril, localizada em Caçapava, no interior de São Paulo. Em março de 2009, por questões estratégicas, a Fujifilm decidiu concentrar suas atividades apenas na fábrica de Manaus (AM) e encerrou as operações na unidade paulista, transferindo seu Centro de Distribuição para o armazém multiclientes da Atlas, em Barueri (SP). De acordo com Carlos Calógeras, gerente de logística da Fujifilm, a mudança trouxe inúmeros benefícios. Conseguimos obter maior rapidez nas operações, aprimoramento das entregas, maior abrangência das rotas de distribuição, melhorias nos sistemas de inteligência da informação e, claro, otimização de custos. Tudo isso resultou em bons frutos tanto para a empresa quanto para os nossos clientes, revela. Indicadores invejáveis Números apresentados pela consultoria Ernest & Young, após auditoria na Fujifilm, comprovam a eficiência do novo modelo de operação adotado. Os dados revelam, entre outras estatísticas que, em 2009, o índice de satisfação dos clientes com relação ao tempo médio de atendimento dos pedidos chegou a 98,9%. Segundo André de Almeida Prado, diretor da Divisão Logística da Atlas, a Fujifilm tinha a necessidade de contratar uma empresa especializada em operações de armazenagem, que pudesse lhe oferecer um excelente nível de serviço a um custo competitivo. Em apenas três meses, a operação foi implementada com a abertura da filial dentro da planta de Caçapava. A partir daí, o controle de estoque passou a ser feito por meio do sistema WMS (Sistema de Gerenciamento de Armazém), complementa. Atualmente, a operação logística da Fujifilm compreende a armazenagem, a nacionalização de produtos (etiquetagem) e o controle de toda logística reversa. Ainda de acordo com Calógeras, a instalação do sistema WMS trouxe uma significativa melhora na disposição do estoque da empresa, comprovada pelo histórico dos indicadores de desempenho. Determinados nichos de negócios impõem modelos de gerenciamento de processos que, muitas vezes, exigem flexibilidade por parte dos prestadores de serviços que integram a cadeia produtiva. Nesses casos, intransigência e sistemas engessados ficam definitivamente fora das páginas da cartilha de diversas empresas. Há oito anos, o Laboratório Teuto, uma das maiores indústrias farmacêuticas da América Latina, fechou parceria com a Atlas. Desde então, a transportadora passou a fazer parte do grupo de prestadores de serviço do laboratório farmacêutico para o transporte dos seus produtos em todo o País. De acordo com Claudio José, supervisor geral de Logística do Teuto, a qualidade de serviço ligada à eficiência dos processos realizados e ao feedback das operações foram os principais fatores que levaram a empresa à escolha do fornecedor. Logicamente, há também a questão do custo operacional, mas o que sustenta mesmo esta parceria duradoura é a flexibilidade para negociação encontrada na Atlas, juntamente com a capacidade de pensar estrategicamente e personalizar algumas das ferramentas que precisamos, com base nas peculiaridades de nossa organização, comenta. O laboratório responde atualmente por cerca de 30% da movimentação mensal de cargas da filial da Atlas em Goiânia (GO). Temos uma busca incessante por respostas rápidas e eficientes para os problemas que se apresentam no dia a dia. Essa atitude tem consolidado a Atlas no mercado regional como sinônimo de confiança e seriedade no serviço que presta, acredita Marcello Garcia da Rosa, gerente da unidade. Gigante do cerrado O Laboratório Teuto, pioneiro na produção e comercialização de medicamentos genéricos no País, instalou-se inicialmente em São Paulo, passou por Contagem (MG) e, atualmente, possui sede em Anápolis (GO), região considerada o polo farmoquímico do estado e o segundo mais importante do Brasil. O Teuto possui o maior complexo farmacêutico da América Latina, com 105 mil m 2 de área construída. A empresa é o principal cliente da Atlas em Goiânia em volume movimentado e também em faturamento. A transparência com que tratamos as informações é fundamental para fortificar parcerias como esta. Unir tudo aquilo que observamos às necessidades expostas pelo cliente é o que nos faz conquistar sua fidelidade, afirma Marcelo. A fidelização, por sua vez, pode levar à ampliação do leque de serviços ofertados. Atualmente, a Atlas desenvolve para o Laboratório a implementação de uma série de ferramentas que têm por objetivo tornar o acompanhamento dos processos de transporte de medicamentos ainda mais eficiente. Essa confiabilidade é o que garante a continuidade da Atlas entre os nossos prestadores de serviço, fazendo tudo de modo bastante integrado, conclui Claudio José

20 História viva Entre razões e emoções Gerente conta como encontrou no equilíbrio entre trabalho e família a receita de sucesso para realização pessoal e profissional A responsabilidade bateu cedo à porta de Claudio Seiti Tamanaga. Com apenas 15 anos, o paulistano deu os primeiros passos da trajetória profissional que, em 2010, completa 25 anos, todos eles dedicados à mesma empresa. O gerente operacional de Filiais celebra a relação duradoura que estabeleceu com a Atlas. As perspectivas de crescimento sempre foram um incentivo para a minha dedicação ao trabalho. Sou privilegiado por ter acompanhado a evolução da empresa ao longo desse período todo, comenta. A primeira função de Claudio foi a de office-boy, em Nos anos seguintes, a procura por cursos técnicos e a conclusão do curso de Ciências Contábeis fizeram que ele conseguisse aproveitar melhor as oportunidades de crescimento e enfrentar com naturalidade novos desafios. De lá para cá, Claudio passou pelas funções de encarregado, analista contábil, respondeu pelo levantamento de informações de custos e faturamento da empresa junto à Presidência até que assumiu a função de gerente operacional de Filiais. Claudio começou a carreira como office-boy ainda na década de 1980 Não há receitas para manter uma boa relação com os amigos de trabalho. Me identifiquei com a política daqui e confiei no relacionamento transparente como base para tudo, ressalta Claudio. Porto seguro Paralelamente aos desafios no trabalho, o colaborador sempre se dedicou aos cuidados com a família, que formou juntamente com a também paulistana Cristina, sua esposa há 19 anos. Ambos se conheceram ainda nos tempos de colégio e não param de fazer planos. Sempre contei com a compreensão da minha mulher e dos meus dois filhos nas decisões e compromissos que tive de encarar. Tenho o prazer de voltar para a casa no fim do dia. Além de curtir a família, Claudio procura praticar esportes para aliviar o estresse do dia a dia. Faço caminhadas com regularidade. O meu corpo agradece e a alma também, descontrai. A matriz de transporte brasileira demonstra claramente a fragilidade para deslocar as riquezas geradas de um ponto a outro. Não basta estarmos, ano a ano, melhorando a produtividade de nossa indústria e agropecuária se a infraestrutura não acompanhar esta evolução e se o governo não providenciar as correções necessárias no sistema para que se possam transferir estas riquezas. Se o cenário se perpetuar, certamente continuaremos a ser o país do futuro. É assustador saber que duplicamos a produção de soja por área plantada em um período de dez anos e que, nesse mesmo intervalo de tempo, a capacidade de escoamento dessa produção, cujo principal destino é o mercado externo, continua praticamente estagnada apesar de algumas melhorias, ainda insuficientes. O sistema multimodal possibilita às empresas brasileiras agregarem muito valor a suas operações, não só reduzindo custos, mas, principalmente, permitindo que haja maior integração e controle sobre a movimentação dos produtos em mercados desconhecidos do ponto de vista logístico. A migração de vendas em modalidades Ex- Works (preço na produção), FOB (preço a bordo Retrovisor Gargalos Nelson Ludovico* do navio) e até mesmo CIF (custo da mercadoria mais o valor do frete e do seguro), possibilitadas pelo multimodalismo, permite maior inserção dos produtos tupiniquins no mercado internacional, principalmente para as pequenas e médias empresas cujas estruturas não permitem manter em seus quadros especialistas em logística internacional. No entanto, o mercado, principalmente o exportador, ainda aguarda significativas alterações na infraestrutura brasileira, que incluem a criação de melhores regulamentos, a revisão na forma de concessão de ferrovias que foi realizada por regiões e não por corredores de transporte o que permitiria maior atividade concorrencial entre as diferentes concessionárias, as implementações no modal aquaviário com melhorias que, há muitos anos, se fazem necessárias, entre outras. O setor de transportes faz parte da infraestrutura econômica de um país. A produção e as riquezas só poderão circular adequadamente e com custos justos se as vias de transportes forem concebidas de forma moderna. Um país como o nosso, de dimensões continentais, grande produtor mundial, não pode ficar à mercê de retóricas e promessas, pois o mundo é um grande condomínio de nações e as empresas são seus habitantes que convivem diariamente, circulando no mesmo ambiente. (*) Nelson Ludovico é professor-doutor da Fundação Getulio Vargas, presidente do LICEX (Ludovico Instituto de Comércio Exterior), ganhador do Latin American Quality Awards 2009 e autor pela Editora Saraiva 38 39