09/03/2017. Aula 1 - Introdução. Apresentação do Curso Programa, atividades e avaliação
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- Inês da Conceição Vilanova
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1 Aula 1 - Introdução Apresentação do Curso Programa, atividades e avaliação 1
2 Objetivos Discutir os paradigmas dentro dos quais se dá o planejamento tributário, (todas as partes, todos os tributos e todos os custos) e treinar habilidades necessárias para a visualização de transações de planejamento e mensuração de seus riscos Em continuidade às discussões da disciplina EAC0309, oferecer visão sobre o processo de gestão de tributos na organização, envolvendo a identificação, análise e seleção das principais alternativas de tributação disponíveis na legislação vigente Mediante a análise de casos, treinar as seguintes habilidades: (i) criação, a partir da legislação e da compreensão de objetivos empresariais, de soluções tributárias a situações concretas; e (ii) análise de riscos e benefícios atinentes a tais soluções Metodologia Análise de casos e discussões em grupos Exercícios em grupos Exercícios individuais Aulas expositivas 2
3 Habilidades a serem desenvolvidas Criação de estruturas e cálculo de seu impacto Capacidade de análise e avaliação de riscos Capacidade de argumentação escrita e oral Avaliação Avaliação continuada: 50% Trabalhos entregues pelos grupos Desempenho dos grupos em sala de aula Prova final: 50% Prova com consulta Discussão de caso prático 3
4 Conteúdo Programático Planejamento tributário e responsabilidade Planejamento com tributos sobre a receita e substituição tributária Lucro real, lucro presumido e SIMPLES. Tributos afetados pela opção e seus efeitos. Vedação à opção. Cálculo. Planejamentos envolvendo empresas de um grupo econômico. Lucro real. Prejuízos acumulados. Restrições e possibilidades. Opção trimestral e anual. Tributação de pessoas físicas. Aluguel. Ganho de capital. Salários e serviços Remuneração de executivos e colaboradores. PLR. Stock Options. Empresas prestadoras de serviços. Sócios Tributação internacional. Preços de transferência. Tributação das controladas e coligadas no exterior Paraísos fiscais e planejamento internacional Financiamento da atividade empresarial, remuneração de investidores e planejamento tributário. Dividendos e juros sobre o capital próprio. Empréstimos e sua dedutibilidade. DPLs Empréstimos externos, controle de juros e subcapitalização Planejamento em operações societárias. Ágio patrimonial e operação casa e separa Planejamento em operações societárias. Ágio na aquisição de empresas e sua amortização Atividades dentro e fora de sala de aula Conteúdo aula a aula será postado no Moodle Atividades para a aula seguinte serão postadas com uma semana de antecedência no Moodle Material de leitura para a atividade também será postado Bibliografia será indicada aula a aula Caso haja atividade em grupo, tais atividades deverão ser preparadas para a aula (postagem no Moodle deve ocorrer até a aula em questão) Todos osmembros do grupo devem vir preparados para discutir as respostas em sala de aula Atividades individuais poderão ter prazos diversos Todos osprazos serão indicados no Moodle 4
5 Gestão e Planejamento: Considerações Gerais Introdução O que cada um de vocês entende por planejamento tributário? 5
6 Planejamento tributário O que o contribuinte deseja? 1) Redução da carga tributária 2) Postergar o momento do pagamento (VF < VP) 11 Planejamento Tributário Situação hipotética de tributo per capita 12 PAGAR Perde o principal Multa * Prob. Fiscalização NÃO PAGAR Se não for pego: ganha o principal Se for pego: perde o principal + multa e juros 6
7 Planejamento Tributário Tributação de diversos fatos econômicos, de diversas maneiras: Possibilidade de planejamento e de alteração de comportamento em virtude dos tributos $ $ 13 Indução Número de janelas é sinal de riqueza (denota o tamanho da propriedade). Tributo aumenta conforme janelas. SITUAÇÃO SEM TRIBUTO SITUAÇÃO COM TRIBUTO 7
8 Indução de Comportamentos Diferença entre: Indução e Planejamento Parar de fumar em decorrência do aumento do IPI Constituir duas empresas no lucro presumido porque o faturamento de uma superaria R$78MM 8
9 Planejamento Tributário A tradicional dicotomia entre evasão e elisão ELISÃO Forma lícita de economizar tributos Realização de condutas antes do fato gerador Dever do administrador (maximização de resultados)? EVASÃO Forma ilícita de economizar tributos Ocorre após o fato gerador Sonegação Multas agravadas Aspectos criminais Omitir informação ou prestar declaração falsa Fraudar a fiscalização Falsificar ou alterar nota Fiscal Utilizar documento falso Utilizar contabilidade diversa da fornecida à Fazenda Fazer declaração falsa Limites do Planejamento Tributário CONFORMIDADE INCONFORMIDADE PLANEJAMENTO 18 9
10 Dicotomia entre evasão e elisão ignora uma terceira categoria GESTÃO E PLANEJAMENTO ACIETOS Formas lícitas de redução da carga tributária Utilização de benefícios fiscais efetivamente aplicáveis Eleição de regimes tributários permitidos por lei Efetiva realização de condutas antes do fato gerador Dever do administrador PLANEJAMENTOS DISCUTÍVEIS Estruturas desenhadas para a redução da carga tributária incidente sobre atividades de grupos de empresas ou sobre transações específicas Utilização de negócios que, analisados individualmente, são lícitos e geram a carga tributária pretendida Discussão se dará em relação: À efetiva realização, na prática, dos negócios declarados Aos efeitos dos negócios analisados em conjunto Podem ser aceitos ou não (jurisprudência oscila) Mesmo que negados, raramente são considerados crime Discussão sobre a aplicação de multa agravada Simulação Divergência de interpretação Dever do administrador? EVASÃO Forma ilícita de economizar tributos Ocorre após o fato gerador Sonegação Multas agravadas Aspectos criminais Omitir informação ou prestar declaração falsa Fraudar a fiscalização Falsificar ou alterar nota Fiscal Utilizar documento falso Utilizar contabilidade diversa da fornecida à Fazenda Fazer declaração falsa Planejamento Tributário Qual é a forma mais adequada de lidar com as condutas que se enquadram na caixa cinza acima (planejamentos discutíveis)? Coibi-las? Aceitá-las? Segregá-las? Como? Criminalizá-las? O administrador deve: Realizá-las; ou Evitá-las? 10
11 Justiça e planejamento Sistema tributário mais complexo, em busca de justiça Contudo, tal sistema permite que contribuintes: Pautem o seu comportamento pelo fator tributário Atinjam um mesmo fim por meios diversos, com diferentes conseqüências tributárias Novo problema de justiça? O que fazer? Tensão com a segurança jurídica? Limites do planejamento tributário Soluções pontuais privilegiam a segurança jurídica e buscam restaurar a justiça Regras de preços de transferência Regras CFC Caso do art. 36 da Lei nº /02 (revogado pela Lei nº /05) Caso das doações e ganho de capital (Caso Vargas) Caso inverso do art. 129 da Lei nº /05 11
12 Limites do planejamento tributário Soluções Gerais privilegiam a justiça, ainda que às custas da segurança jurídica Fraude Simulação Ausência de propósito negocial Fraude à lei Abuso do direito Regras gerais anti-elisão Limites do planejamento tributário O Brasil tem uma regra geral anti-elisão? Art. 149, VII, do CTN Art O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ousimulação; Art. 116, parágrafo único do CTN Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Mandatory disclosure: ação 12 do BEPS e a MP 685/15 Como têm ocorrido as autuações e os julgamentos? 12
13 Tendências da Fiscalização Tributária no Brasil Qualificação de pessoal do Fisco Investimento em tecnologia da informação (TI) para cruzamento de dados, prestação de serviços aos contribuintes e arrecadação Fiscalizações estratégicas (grandes contribuintes, setores específicos, estruturas abusivas etc.) Combate ao planejamento tributário sem substância: autuação de casos de planejamento tributário Atenção a estruturas internacionais 25 Tendências da Fiscalizaçao Autuam apenas casos claros de simulação (estruturas falsas), ou vão além? Autuações têm ido além Pela ausência de uma clara regra anti-elisão e para evitar as discussões em relação ao art. 116, parágrafo único, autuações geralmente qualificam os casos como simulação, mesmo que se trate de outra coisa 13
14 Tendências do CARF (oscila muito...) DESCONSIDERAÇÃO Realidade formal não se coaduna com os fatos ACEITAÇÃO Realidades formal e material se coadunam 27 Não há qualquer propósito subjacente Há propósito subjacente aos negócios, aos negócios, exceto a economia além da economia tributária tributária Partes ligadas Partes independentes Partes independentes não celebrariam Operação poderia ser celebrada no operação mercado Lapso temporal curto entre operações Lapso temporal razoável entre operações Operações em seqüência, que só fazem O fim de cada um dos negócios sentido se considerado o fim do realizados relaciona-se com os objetivos conjunto de negócios, diverso do fim de do contribuinte cada negócio individual (os negócios, quando analisados em si, não se relacionam com o objetivo visado pelo contribuinte) Tendências Jurisprudenciais Jurisprudência oscilante do CARF Dificuldade de encontrar segurança Operação Zelotes Previsão para o futuro? Judiciário Poucos casos relevantes Por que contribuintes não levam casos ao judiciário? Suspensão da exigibilidade: discussão administrativa vs. judicial Papel dos programas de parcelamento (REFIS) 14
15 Planejamento Tributário Boa gestão tributária (já vimos em EAC0309) Adequada interpretação da legislação Aproveitamento de opções e benefícios sem risco Obrigações acessórias Pagar em dia Negar operações mirabolantes (compensações, precatórios etc.) Planejamento em operações e estruturas específicas Não existe planejamento tributário enlatado É necessário considerar toda a realidade, inclusive em outros países, quando aplicável Mensuração de benefícios e riscos: o empresário deve tomar a decisão informada Não existe planejamento em abstrato Estratégias deplanejamento devem condizer com a estratégia empresarial Mecanismos utilizados não devem ser apenas formais: Devem refletir a realidade material 29 Paradigmas de Scholes e Wolfson Planejamento Tributário Todas as partes Não adianta reduzir a carga tributária em uma parte do negócio (ou empresa do grupo), se tal redução implicar aumento em outra tributada a alíquota igual ou maior Todos os custos Mudar toda planta industrial de São Paulo para a Bahia pode até trazer economia tributária, mas quanto custa tal mudança? Como isso afetará a minha produção no futuro? Todos os tributos Optar pelo lucro real para reduzir a carga de IRPJ e CSLL pode ser interessante... mas tem que olhar também para o PIS e para a COFINS Optar por um investimento por que ele é isento, ou tributado menos gravosamente pode ser interessante, mas não se esqueça de verificar quanto rende aquele investimento. Se, no líquido, ele render menos que o investimento tributado, você pode estar pagando um tributo implícito! Ex.: Letra Hipotecária ou CDB? LH isenta e renda 84% do CDI CDB tributado e rende 100% do CDI Qual é o prazo? 15
16 Arte de planejar PLANEJAMENTO Arte de planejar Estratégias (sobrepõem-se; devem ser combinadas): Migração do lucro: alocar atividades lucrativas em regimes/jurisdições mais vantajosos Utilização de regras locais: estruturar atividades de modo a aproveitar regras tributárias mais vantajosas da maneira mais eficiente Mecanismos Alteração do sujeito: Migrar para regime/jurisdição mais favorecida Valer-se de critérios de definição de residência Alteração do objeto Reestruturar modelo operacional Reestruturar modelo de financiamento Utilização de instrumentos derivativos Alocação de intangíveis Garantir eficiência global: certificar-se de que o benefício não será neutralizado por outra regra (principalmente quando há mais de uma jurisdição tributante), outros custos, ou se não penalizará outra parte envolvida: All costs (custos administrativos para planejamento podem ser muito altos: e.g., incorporação reversa para aproveitar prejuízos) All taxes (inclusive os tributos ocultos: e.g., não vale adquirir LH só porque é isenta, se ela paga menos) All parties (muito comum em planejamento internacional) 16
17 Avaliação de riscos Avaliar se as estratégias de planejamento condizem com a estratégia empresarial Mecanismos utilizados são apenas formais ou refletem a realidade material? Regras específicas nos ordenamentos que coíbem a estratégia de planejamento. E.g.: Alocação de Lucros vs. Preços de Transferência Alocação de Lucros vs. CFC Treaty Shopping vs. LOB Caso já foi analisado pela fiscalização? Consultas Julgamentos administrativos Caso já foi analisado pela jurisprudência? CARF TIT Tribunais Planejar e avaliar riscos CARGA RISCOS 17
18 Planejamento Tributário Nacional Operações envolvendo apenas uma jurisdição Otimização tributária é feita aproveitando opções dentro de apenas um sistema tributário E.g.: Lucro real vs. Lucro presumido; benefícios fiscais; Sistemáticas cumulativa e nãocumulativa etc. Planejamento Tributário Internacional Operações envolvendo mais de uma jurisdição Otimização tributária é feita levando em conta a realidade dos diversos sistemas tributários E.g.: acordos de bitributação; tributação universal vs. tributação territorial; tributação do residente vs. não-residente; retenção e crédito; paraísos fiscais etc. 18
19 INBOUND Regras brasileiras de tributação na fonte Regras estrangeiras de tributação universal Planejamento Internacional INVESTIMENTO RESIDENTE NÃO-RESIDENTE RENDIMENTO OUTBOUND Regras estrangeiras de tributação na fonte Regras brasileiras de tributação universal Planejamento Internacional INVESTIMENTO RESIDENTE NÃO-RESIDENTE RENDIMENTO 19
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