Portugal Hoje. Porque cresce pouco a economia portuguesa? Abel M. Mateus. Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, 16 de Abril de 2008
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- Lídia Azenha Tuschinski
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1 Portugal Hoje Porque cresce pouco a economia portuguesa? Abel M. Mateus Universidade Nova de Lisboa Lisboa, 16 de Abril de 2008 A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
2 Esquema da apresentação Será (in)satisfatório o crescimento de Portugal? Análise empirica da tendência Os antecedentes Um contra-factual Os ensinamentos da teoria económica O que dizem os organismos internacionais Cenários futuros e o contexto externo Mudar de Política Económica A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
3 Resumo A economia está a divergir da UE desde É o período mais prolongado de divergência desde os anos Caso tivessemos continuado a tendência dos últimos 50 anos já teríamos um PIB superior em 28% ao actual. Caso único na Europa, só acompanhado pela Itália, mas com PIB per capita bastante superior. Outra preocupação: país com pior distribuição do rendimento entre os 25. Porquê esta evolução insatisfatória? A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
4 Causas (últimos 15 anos) e Remédios? Causa 1. Rigidez mercado trabalho+crescimento acentuado salários (1990)+taxa câmbio xa levaram a forte perda competitividade e aumento desemprego. Causa 2. Quadro institucional e Política contra Mobilidade e Concorrência (protecção grandes interesses) levaram ao imobilismo da estrutura produtiva e baixa produtividade. Causa 3. Subida despesa pública e impostos, aliados dé cit orçamental e elevado peso do sector público, causam distorção afectação recursos. A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
5 Causas (últimos 15 anos) e Remédios? Causa 4. Elevado investimento público em investimentos baixa produtividade reduz crescimento Causa 5.Política monetária (e má regulação nanceira) levam ciclo boom-bust com spillovers de longo prazo (p.ex. sobreendividamento famílias trava procura iunterna). Remédios? Veremos no m. A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
6 Há 8 anos que o país se afasta da UE Convergência União Europeia (EU15=100) Portugal Espanha Irlanda A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
7 Os dois casos divergentes da Europa Convergencia EU Italia Portugal A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
8 Desigualdade mais elevada da UE A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
9 Desigual e entre grupo mais pobre da UE A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
10 E desigualdade a subir nos últimos 10 anos Quintil max sobre quintil min A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
11 Análise empirica da tendência A análise dos dados estatísticos mostra primeira desaceleração em 1993 Mas Grande Recessão começa em 2000 e continua até ao presente Desde que há dados (1911) nunca se veri cou um período tão prolongado de baixo crescimento E, como veremos, as perspectivas continuam pessimistas A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
12 Análise factores produtivos+despesa Mostra forte quebra t.c. PIB: 4,8 p. p. Resulta da mesma quebra no capital humano E quebra do progresso técnico e factores institucionais Da estrutura despesa deduz-se que foi a quebra da procura interna o principal factor A evolução do consumo era insustentável (factor restritivo endividamento) Maior quebra: investimento (mas esta é sempre a componente mais volátil) Mas exportações também desaceleram A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
13 Evolução PIB e Factores Produtivos Taxas crescimento anual PIB Stock capital físico Capital humano Horas trabalhadas Factor Residual v.h. Média quinquenal v.h. Média quinquenal Anos escola Média quinquenal v.h. Média quinquenal v.h. Média quinquenal A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
14 Factores desaceleração do PIB PIB Cap físico Cap humanhoras trab Residuo Qinquenio 1992 menos A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
15 A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
16 Evolução Despesa Diferencial Consumo privado dos residentes Consumo público Formação bruta de capital fixo Variação de existências Exportações Importações PIB (preços de mercado) A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
17 Os antecedentes: problemas nascem 1990s Desequilíbrios macroeconómicos Quebra acentuada da competitividade Prioridade aos sectores dos bens não-transaccionáveis (incentivos scais e subsídios públicos bene ciando grandes grupos) Visão de curto prazo: eleitoralista Pacote de grandes investimentos de mais de 20 biliões de euros com desperdício de mais de metade Estádios, SCUTs, Sobrecustos enormes noutros A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
18 Perda competitividade até Custos Unitarios Reais Trabalho Portugal Italia Espanha A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
19 Problema perene dé cit orçamental Déficit Orçamental Em perc PIB A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
20 Política monetária laxista: boom-bust A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
21 Endividamento famílias explosivo Taxa Endividamento Particulares Perc Rendimento Disponível I 90 I 91 I 92 I 93 I 94 I 95 I 96 I 97 I 98 I 99 I 00 I 01 I 02 I 03 I 04 I 05 I 06 I 07 I 08 Credito Bancário A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
22 Moeda única: quando Exterior reduzirá crédito? A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
23 O fosso da Dívida Externa afunda Riqueza Líquida Externa Em perc PIB (+) Credora ( ) Devedora A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
24 O que poderia ter acontecido? Corrigido desequilíbrios antes de entrar para euro Corrigido taxa de câmbio à entrada euro: não perderíamos competitividade (em 1997 escudo estava c. 10% sobreavaliado) Reformas ensino, saúde e administração pública entre Política de concorrência vigorosa para estimular e ciência/produtividade A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
25 Os ensinamentos da teoria económica Modelo neoclássico: acumulação factores+progresso técnico Mas as decisões dos agentes económicos são condicionadas pelos custos contexto Reformas institucionais: necessário modernizar instituições Por exemplo: Estado Direito fundamental para enquadrar transacções E funcionamento mercado requer CONCORRÊNCIA A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
26 O que dizem os organismos internacionais FMI/BCE: modelo boom-bust devido à entrada no euro Consumidores esperam aumento riqueza: forte endividamento a taxas de juro baixas (mas insustentáveis) (conhecido internacionalmente por "SINDROMA PORTUGUÊS") Politica económica: prioridade à expansão bens não transaccionáveis agrava perda competitividade OCDE: rigidez mercado trabalho; concorrência incipiente, burocracia excessiva; sistemas saúde e educação pouco e cientes Mais: faltam reformas estruturais profundas (muito A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
27 FACTO RES CONTEXTO ( ESTRUTURA) INDICADORES EFEITOS INTERMÉDIOS CONSEQ UÊNCIAS FEEDBACK Rigidez salários ( subida) + taxa câmbio fixa+ pouco cresc. produtividade Baixo nível capital humano (v. Leste Eur) Perda competitividade Baix a Ex portações Sobe importações DéficitBalança corrente Baixo cresc. rendimen Aumenta desemprego Quadro institucional e Política Económica Contrárias à Mobilidade e Concorrência Elevado desemprego Baixo cresc. produtividade Estrutura industrial elevado peso sector tradicional baixa produt Baixo nível Inovação e Cresc. Produto Baixa desemprego curto prazo Subida Despesa Pública Subida Impostos Elevado Investimento Público sem Rentabilidade Política Monetária zona euro sem sincronia com ciclo + Deficiência regulação financeira Elevado Peso Sector Público Baixos níveis Investimento Privado Elevados Níveis Intermediaçãoe Liquidez Crowding out Investimento Privado Aumenta Despesa curto prazo Forte Expansão Crédito Reduz Incentivos Investimento e Trabalho Crowding out A dicional Investimento Privado Forte Endividamento Famílias e Empresas Baixo cresc. produtividade Baixo cresc. produtividade Travão Cresc. Procura Interna A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
28 FACTORES INSTITUCIONAIS: BLOQUEAMENTO REFORMAS ESTRUTURAIS Cust os elevados t ransacções JUSTIÇA recurso a formas não contrat uais Corrupção v. mérito EDUCAÇÃO Baix o nível eficiência Capit al humano cresce lentament e Baix o nível compet ência políticos e empresários Fuga cérebros ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SEGURANÇA SOCIAL Elevados custos entrada actividade empresarial Custos burocráticos (red tape) Baixa a Propensão Poupança Aumento Dívida Pública ou corte benefícios A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
29 Cenários futuros:contexto externo a curto-médio prazo Crise nanceira mundial grave: está para durar e o impacto real ainda não se sentiu Crescimento da UE em desaceleração irá provocar quebra das exportações Investimento terá fraca recuperação A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
30 A posição nanceira das... Situação Financeira das Famílias Em percentagem Rendimento Disponível EUA Serviço Dívida Activos Totais d.q. Casas habitação (p.m.) Activos Financeiros Passivos Financeiros Riqueza Líquida Financeira Riqueza Líquida Total Portugal Serviço Dívida Activos Totais d.q. Casas habitação (p.m.) Activos Financeiros Passivos Financeiros Riqueza Líquida Financeira Riqueza Líquida Total Fontes: FED, Flow of funds; Banco Portugal, Relatorios Anuais (grau de esforço: Boletim Estatistico Set 2004) Estimativas taxa esforço para outros anos com base na taxa endividamenro mais juros pagos A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
31 famílias portugues é pior que a das americanas Riqueza Líquida Famílias (2003) Em perc. Rendimento Disponivel POR BEL DIN ALE ESP FRA ITA HOL AUS FIN SUE RU EU 6 EU 12 EUA JAP A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
32 Cenários futuros: ausência reformas bloqueia produtividade A persistência do peso do sector público em despesa, e Excessivo controle da actividade económica (subsídio-dependência) Interesses dos grandes lóbis acima do interesse público: investimentos ine cientes Reduzem e ciência da actividade produtiva (privada e transacionáveis) A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
33 Cenários futuros:insistem-se nos mesmos erros de política Correcção desequilíbrios macro incipiente para sector público e peso excessivo Estado Persiste elevado dé cit balança corrente Endividamento externo sem crescimento produtividade provoca alienação riqueza Grandes investimentos produtividade duvidosa (pacote >40 biliões com perda bem-estar social entre metade e 2/3). (TGV, SCUTs, pontes, etc.) Persiste fuga cérebros para estrangeiro A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
34 Mudar de Política Económica Governos competentes e dedicados ao interesse público Proposta Blanchard: corte salários across-board em 10% Proposta Mateus: reforma monetária -reduzir as variáveis nominais (salários e preços) across-board em 10% (mimic desvalorização) Políticas persistentes e vigorosas de aumento produtividade Reestruturação industrial e empresarial das industrias tradicionais Algumas experiências empresariais de sucesso: problema são os restantes 80% A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
35 Mais leituras Abel Mateus, Economia Portuguesa, Editorial Verbo, 3 a edição, 2006 A M M (Universidade Nova de Lisboa) Portugal 2008 Lisboa, 16 de Abril de / 35
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