AS GRANDES QUESTÕES! TESTES EMPÍRICOS DAS TEORIAS DO COMÉRCIO

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1 O COMÉRCIO BASEADO EM OUTROS PRINCÍPIOS PARA ALÉM DO PRINCÍPIO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS: A EVIDÊNCIA EMPÍRICA E AS NOVAS TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL A primeira questão que colocamos neste capítulo é a de saber qual é, das teorias explicativas do comércio internacional que já foram apresentadas (modelo de Ricardo, o modelo Neoclássico e de Hecksher-Ohlin), a que melhor explica os padrões de comércio internacional observados na realidade empírica? A segunda questão será a de saber se teremos que adoptar uma única teoria do comércio internacional, ou se podemos explicar os diferentes aspectos do comércio internacional de acordo com diferentes teorias. Finalmente, iremos apresentar algumas modificações introduzidas em teorias existentes e apresentar novas teorias explicativas do comércio internacional. AS GRANDES QUESTÕES! Até agora quisemos descobrir o que é que explica os padrões do comércio internacional, ou seja, perceber porque é que, por exemplo, a Colômbia exporta café, Taiwan exporta televisões, os Estados Unidos exportam feijões, o Japão exporta automóveis e o Brasil exporta aço. Será que se pode aplicar a mesma explicação para todos estes factos? Parece que não! Assim, por exemplo, no caso do comércio intra-industrial, em que se exporta e importa o mesmo produto, há a necessidade de modificar a teoria explicativa do comércio. Por outro lado, os países mais desenvolvidos, com níveis de rendimento semelhantes, trocam muitos bens da indústria transformadora. Para explicar esse comércio é necessário utilizar outras teorias distintas da teoria das vantagens comparativas. Também, os diferentes tipos de comércio requerem distintas teorias, como é o caso das importações e exportações de equipamento militar, pelos Governos. Um segundo tipo de questões refere-se não ao padrão de comércio existente, mas ao modo como esse padrão evolui. Ou seja, o Brasil, Taiwan e o Japão, por exemplo, passaram a exportar aço, televisões e automóveis, enquanto que durante muitos anos estes bens eram sobretudo produzidos nos U.S.A. TESTES EMPÍRICOS DAS TEORIAS DO COMÉRCIO Os testes empíricos das várias teorias do comércio internacional começaram com o trabalho de Adam Smith. Este autor verificou que as cidades costeiras, onde existe maior comércio, exibem um maior nível de rendimento do que as cidades interiores, isoladas em autarcia. Isto levou a que concluísse que o comércio aumenta o rendimento. 1

2 David Ricardo usou as suas observações sobre as diferenças nos custos de oportunidade da produção de vinho em Portugal e, de têxteis na Inglaterra, para concluir que, a abertura de comércio entre estes dois países aumentaria a produção tanto de vinho, como de têxteis. Embora se trate de trabalhos pioneiros, sem a sofisticação cientifica de hoje, foram úteis na demonstração das vantagens do comércio. Notemos que, se existir evidência empírica a favor de determinada teoria, isto não significa que a teoria seja verdadeira. No entanto, se existir evidência empírica repetida a favor de determinada teoria, então podemos aumentar o nível de confiança que depositamos nessa teoria. Do mesmo modo a existência de testes empíricos que contradizem determinada teoria não pode servir de base para dizermos que a teoria é falsa. Essas contradições podem é diminuir a nossa confiança na teoria. Para rejeitá-la é preciso que repetidos testes empíricos sejam contrários à teoria. TESTES DA TEORIA DE HECKSHER-OHLIN E O PARADOXO DE LEONTIEF Quando medimos, por exemplo, a intensidade de capital de uma indústria baseamo-nos apenas na medição do rácio capital/trabalho do produto final vendido. Por questões de simplificação podemos recolher os dados numa fábrica considerada representativa dessa indústria para obtermos uma aproximação da intensidade de capital do produto final em toda a indústria. Mas este procedimento coloca problemas. O principal problema é que não estamos a medir as intensidades de capital de todos os materiais intermédios que entram no fabrico de produto final. Isto significa que não estamos a medir o uso indirecto de capital e de trabalho. O economista Leontief construiu, em 1941, os primeiros quadros Input-Output (Quadros Entradas-Saídas) para os U.S.A. Foi, assim, possível medir o referido uso indirecto, quer de trabalho, como de capital e, desde então, que se têm multiplicado e aperfeiçoado estes quadros. Os quadros Input-Output de Leontief vieram permitir testar o modelo de Hecksher - Ohlin. OS TESTES DE LEONTIEF Como sabemos, o modelo de Hecksher-Ohlin defende que, um país deve especializar-se e exportar, o bem que usa intensivamente o factor que ele possui em abundância e, que esse país, deve importar o bem que usa intensivamente o factor em que ele é escasso. 2

3 Leontief testou esta hipótese usando dados para os Estados Unidos no ano de Como no caso dos bens importados não existia informação sobre a intensidade dos factores, porque não eram conhecidos os métodos de produção no estrangeiro, Leontief utilizou uma variável aproximada, ou seja, a intensidade dos factores utilizados na produção das versões americanas dos bens importados (bens substitutos dos bens importados, produzidos nos USA), recolhendo dados sobre a substituição de importações. O resultado deste trabalho, que ficou conhecido como o Paradoxo de Leontief, revelou que, ao contrário do que se pensava, os U.S.A. exportavam bens trabalho intensivos e, importavam bens capital intensivos. Isto colocou em causa, como é evidente, todo o modelo básico de Hecksher-Ohlin. Foram, então, introduzidas modificações a este modelo para resolver o Paradoxo de Leontief. MODIFICAÇÕES AO MODELO DE HECKSHER-OHLIN As modificações ao modelo de Hecksher-Ohlin implicam que tenhamos em consideração as seguintes variáveis: 1) AS PREFERÊNCIAS Já vimos que o enviezamento nas preferências dos residentes de um país a favor de determinado bem pode contrariar o enviezamento na produção, resultante das diferentes dotações de factores existentes entre os países. Se isto acontecer, um país poderá ter uma vantagem comparativa na produção do bem que use intensivamente o factor em que ele é escasso. Assim, se os residentes dos Estados Unidos, exibirem preferências bastante enviezadas a favor dos bens capital intensivos, em que aquele país detem muitas dotações, (relativamente às preferências dos consumidores do resto do mundo), o preço dos bens capital intensivos passará a ser elevado neste país em relação aos outros países. Logo, esse país importaria bens capital intensivos e, exportaria bens trabalho intensivos. Isto violaria as hipóteses do modelo de Hecksher-Ohlin, o qual diz que diferentes dotações de factores criam um enviezamento na produção a favor de bens que usam intensivamente o factor abundante (o capital, no caso dos U.S.A.). Logo, o enviezamento das preferências contrariou e anulou o enviezamento na produção. No entanto, parece que o enviezamento das preferências é empiricamente irrelevante para explicar o Paradoxo de Leontief, por dois motivos: a) não parece que exista um grande enviezamento das preferências entre países;e b) os residentes dos países industrializados, com elevados rendimentos, tendem a preferir mais produtos do tipo trabalho intensivos (por ex., artigos de luxo feitos à mão), do que produtos capital intensivos (ou seja, apresentam um enviezamento das preferências a favor de bens trabalho intensivos). 3

4 2) AS BARREIRAS AO COMÉRCIO: O modelo de Hecksher-Ohlin baseia-se na hipótese de que o comércio é livre, sem barreiras de qualquer espécie. Portanto, ao observarmos os padrões de comércio actuais, num mundo pleno de barreiras, não conseguimos identificar se o comércio se faz devido à presença de vantagens comparativas, baseadas nas dotações dos factores ou, por qualquer outro motivo (como, por ex., devido às barreiras protectoras). Seria necessário identificar as várias barreiras ao comércio e usar essa informação para medirmos os padrões do comércio na sua ausência. Só assim é que poderíamos testar a validade das previsões do modelo de Hecskher-Ohlin. Mas a maioria dos países não possui dados sobre essas barreiras, tais como, por exemplo, tarifas, quotas e outras mais. Por outro lado, não só as tarifas e as quotas são muito diferentes de país para país, como, os países, hoje em dia, impõem restrições ao comércio muito mais subtís e difíceis de identificar e de medir. 3) A CLASSIFICAÇÃO DOS FACTORES: Existem muitos factores de produção para além do trabalho e, do capital. Os factores mais comuns são: a terra arável, as matérias primas ou recursos naturais, o capital humano, o capital fisico e, o trabalho não qualificado. As diferentes dotações de todos estes factores podem ajudar a explicar os padrões de comércio internacional, utilizando versões modificadas do modelo básico de Hecksher- Ohlin. Assim, os U.S.A. são abundantes em terra arável e em capital humano (trabalho qualificado). Isto explica as exportações de produtos intensivos em alta tecnologia e em investigação e desenvolvimento, tais como os computadores. A sua abundância em terra arável, por exemplo, explica as suas exportações de produtos agrícolas. No caso dos U.S.A. a separação das dotações em recursos naturais, em capital humano e em capital físico, permite explicar muito melhor os padrões de comércio observados neste país. Os U.S.A. importam muitos produtos minerais. Como a produção desses produtos minerais é muito capital intensiva, poderá parecer num primeiro teste, quando não consideramos separadamente as dotações em recursos naturais e em capital (isto é, quando apenas consideramos as dotações em capital e trabalho), que os U.S.A. estariam a importar bens capital intensivos. Mas, no fundo, os U.S.A. estavam a importar bens intensivos em recursos minerais, cujas dotações são relativamente pequenas neste país. Assim se resolveria o aparente Paradoxo de Leontief, ao fazer desaparecer as importações de produtos minerais da categoria de importações capital intensivas e, ao incluí-las na categoria de importações de bens intensivos em recursos minerais. Portanto, os USA ao importarem produtos minerais também estão a importar, 4

5 indirectamente, bens intensivos em capital. No entanto, importam esses bens não porque o capital seja escasso, mas sim porque os recursos minerais são escassos. É que se aplicarmos os testes de Hecskher-Ohlin aos USA, distinguindo apenas os factores capital e trabalho, então as importações que são, na realidade, intensivas em recursos minerais aparecem como se fossem importações intensivas em capital. Concluindo, os resultados do teste estão distorcidos e parece indicarem que os U.S.A. importam bens capital intensivos, o que não é verdadeiro porque o teste não está correcto (não está a identificar correctamente os factores produtivos envolvidos). Fazendose uma correcta classificação dos factores, desaparece o Paradoxo de Leontief. O facto do trabalho não ser um factor homogéneo, também ajuda a explicar o Paradoxo de Leontief. Os investimentos feitos em qualificações, educação e treino, criam capital humano. Os U.S.A. tem dotações abundantes de capital humano, com uma força de trabalho mais educada e treinada do que em outros países. Logo os U.S.A. exportam bens que usam intensivamente esse factor capital humano, como é o caso dos computadores. Quando se aplicavam os testes de Hecskher-Ohlin ao comércio dos USA, verificava-se que, como só se consideravam os factores capital e trabalho, as suas exportações de computadores apareciam incluídas na categoria de intensivas em trabalho genérico apenas (em que os USA são escassos), sem distinguir o trabalho qualificado do restante trabalho, quando elas são intensivas em capital humano (trabalho qualificado), em que os USA são abundantes. Mais uma vez, isto ajuda a explicar o aparente Paradoxo de Leontief, pois os USA, que apareciam nos testes ao comércio como exportadores de bens intensivos em trabalho, estavam mas era a exportar bens intensivos em trabalho qualificado (ou capital humano). Ao fazermos a separação entre trabalho não qualificado e trabalho qualificado desapareceu, assim, o Paradoxo de Leontief. 4) A TECNOLOGIA, A PRODUTIVIDADE E A ESPECIALIZAÇÃO: O modelo de Hecksher-Ohlin assenta na hipótese de tecnologias idênticas 1 entre os países. Mas, na realidade, observamos que as tecnologias diferem de país para país. Existem várias fontes responsáveis pelas diferenças de tecnologia. Por exemplo existem países em que as firmas investem em investigação e desenvolvimento (R&D), descobrindo novas tecnologias, que registam em patentes, usando-as em exclusividade. A posse dessas novas tecnologias diferenciam estes países de outros países que afectam menos recursos à investigação e ao desenvolvimento. Logo, as previsões do modelo de Hecksher-Ohlin podem ser diferentes se admitirmos diferenças de tecnologias entre países. Concluindo, para explicarmos alguns padrões de comércio internacional temos de utilizar modelos diferentes e complementares ao modelo de Hecksher-Ohlin, tais como: 1 Mas as técnicas de produção podem ser distintas (tecnologias são as funções de produção, ou seja, o tipo de isoquantas; as técnicas são pontos das isoquantas, que correspondem a várias combinações de factores produtivos) 5

6 O MODELO DO COMÉRCIO INTRA-INDUSTRIAL Definições e medida: A medida mais utilizada do comércio intra-industrial, ou seja, o comércio, entre países, de um mesmo bem, X, é o índice de comércio intra-industrial. ICI X = 1 - ( ( Exportações X Importações X ) / ( (Exportações X + Importações X ) Este índice varia entre 0 e 1. Quando é igual a zero é porque ou as Exportações X são iguais a zero, ou as Importações X são iguais a zero. Isto é, tanto num caso, como no outro, quando não há comércio. É igual a um, quando as Importações X são iguais às Exportações X, isto é, quando existe o maior volume possível de comércio internacional. No entanto esta medida varia muito com as definições, de produtos, ou indústrias, utilizadas. Por exemplo, um estudo passado revela que 66% do comércio da indústria química era comércio intra-industrial. Como a indústria química é grande e variada, não admira que alguns países importem alguns tipos de químicos e exportem outros. O índice também serve para comparar diferentes níveis de comércio intra-industrial entre as várias indústrias. Neste caso temos de utilizar uma classificação industrial compatível. Isto significa que não seria apropriado compararmos o valor do índice entre países para uma classe de bens específica, como motores de automóveis, com o valor do indíce entre países para vários outros produtos mais genéricos produzidos, por exemplo, pela indústria transformadora, ou mesmo pela indústria automóvel, como peças para automóvel, que é um bem mais genérico. O índice de comércio intra-industrial pode ser aplicado ao total do comércio de um país. Neste caso calculam-se tanto as exportações como as importações em todas as indústrias de um país e usa-se essa informação para calcular o rácio do índice para cada indústria individual. Finalmente, somam-se os rácios para obter o índice agregado, que é dado pela expressão: ICI = 1 - ( ( Σ i Exportações i - Importações i ) /Σ i ( (Exportações i + Importações i ) Porque razão é que um país escolhe exportar e importar o mesmo bem, ou seja, envolver-se no comércio intra-industrial? As explicações diferem consoante se trata, de bens homógeneos ou, de bens diferenciados. 6

7 COMÉRCIO INTRA-INDUSTRIAL COM BENS HOMOGÉNEOS O comércio intra-industrial de bens homogéneos pode ser explicado pelos custos de transporte e pela sazonalidade do comércio. A influência dos transportes pode ser vista na Fig Os consumidores em ambos os países, A e B, compram os mesmos produtos e as firmas F A e F B produzem os mesmos produtos, os quais são pesados e de difícil transporte. No caso desta figura, devido à localização e correspondentes custos de transporte, o consumidor do país B, C B, não compra o bem ao fornecedor do mesmo país F B, mas sim ao fornecedor F A do outro país A, situado mais perto; pela mesma razão, o comprador do pais A, C A, não compra o bem ao fornecedor do seu país F A, mas antes ao fornecedor do outro país F B, por este se encontrar mais perto. Portanto, cada consumidor compra o mesmo bem que é exportado pelo seu país, mas a um país diferente. A sazonalidade também pode explicar algum tipo de comércio intra-industrial. Assim, por exemplo, um país do Norte da Europa pode exportar bens agrícolas no Verão e, importá-los no Inverno dos países do Sul da Europa. O COMÉRCIO INTRA-INDUSTRIAL DE BENS DIFERENCIADOS A explicação mais óbvia para o comércio intra-industrial é a diferenciação 2 de produtos. Como os consumidores têm gostos variados, eles satisfazem-se melhor com produtos importados em certos casos, e com produtos domésticos, em outros. A teoria do comércio internacional clássica admite que os bens são homogéneos. A homogeneidade implica que o mesmo país não pode importar e, exportar, um mesmo bem. Isto, porque, como o produto doméstico satisfaz as necessidades dos consumidores de igual modo que o mesmo produto importado (assumindo que existem custos de transporte), então o país escolheria produzir e consumir mais do produto para consumo interno, pelo que seria obrigado a diminuir as exportações, dados os recursos limitados. No entanto, a hipótese de homogeneidade não é satisfeita pela maioria dos bens da indústria transformadora. O exemplo clássico é o caso dos automóveis. Existe, a nível mundial, uma grande variedade de tipos e marcas de automóveis. Todas as principais economias mundiais tanto exportam, como importam carros. Isto acontece porque para a maioria dos consumidores os automóveis não são substitutos perfeitos. Portanto, temos de considerar o papel da diferenciação do produto e do comércio intra-industrial que a mesma origina. Mas, para compreendermos o comércio intra-industrial é ainda necessário juntar um outro elemento. Assim, suponhamos que a maioria dos Italianos está satisfeita com os automóveis da marca Fiat produzidos no seu país e que a maioria dos Alemães está satisfeita com os automóveis da marca Volkswagen produzidos no seu país. No entanto, alguns Italianos desejam comprar a marca BMW e, alguns Alemães desejam adquirir a marca Fiat. Porque é que os Italianos não produzem alguns substitutos de BMW e os Alemães alguns substitutos de Fiats? Para explicarmos porque razão não se produz esta adaptação aos gostos minoritários e que, em vez 2 Mercados de produtos diferenciados mas com características de concorrência perfeita, são chamados de mercados de concorrência monopolística. 7

8 disso, ocorre o comércio intra-industrial, temos de juntar o conceito de rendimentos crescentes à escala. IMPLICAÇÕES DO COMÉRCIO INTRA-INDUSTRIAL. Ao contrário do comércio baseado nas vantagens comparativas, o comércio intraindustrial dá-se sobretudo entre países industrializados, com dotações de factores idênticas, o mesmo nível de qualificações e de inovação tecnológica. As indústrias que exibem maior volume de comércio intra-industrial são as caracterizadas pela diferenciação de produtos e por economias de escala. O comércio intra-industrial baseado nos custos de transporte, no comércio sazonal ou, na diferenciação do produto, produz menos argumentos a favor de medidas proteccionistas do que o comércio interindustrial baseado nas vantagens comparativas. Relembremos que se dava a redistribuição do rendimento como resultado do comércio interindustrial, porque as diferentes intensidades de factores entre as indústrias implicam que a abertura ao comércio provoca uma alteração na procura relativa dos diversos factores, mudando a intensidade dos factores e, logo, mudam os seus preços relativos. Por sua vez, o comércio intra-industrial diz respeito ao comércio de bens pertencentes à mesma indústria e, portanto, produzidos com as mesmas intensidades de factores (não as mesmas quantidades absolutas, mas com as mesmas quantidades relativas) 3. Daqui resulta que as mudanças na procura de factores e nos seus preços relativos resultantes do comércio intra-industrial tendem a ser menores. Isto explica, em parte, o padrão de liberalização do comércio que se verificou desde a Segunda Guerra Mundial. O maior sucesso na eliminação de barreiras ao comércio ocorreu na indústria transformadora, que é objecto do comércio intra-industrial dos países industrializados. Pelo contrário, continuam a existir pesadas barreiras em sectores onde é de esperar que se verifique a existência de vantagens comparativas e, logo, de comércio interindustrial, tais como a agricultura ou, os produtos primários. Os detentores dos factores no primeiro caso não se sentem tão prejudicados e assim, não formam lobbies (grupos de pressão) contra o comércio intra-industrial. COMÉRCIO NA PRESENÇA DE ECONOMIAS DE ESCALA O custo médio da produção de alguns bens depende da escala do produto, ou seja, do número de unidades produzidas. Se o custo médio de produção por unidade de produto cai, à medida em que a mesma aumenta, então dizemos que o processo produtivo exibe rendimentos crescentes à escala, ou economias de escala. Alguns tipos de economia de escala dificultam a concorrência entre as pequenas firmas e as grandes firmas. As economias de escala conferem vantagens às grandes firmas, dependendo das economias de escala serem internas, ou externas, à firma. 3 Isto significa que uma indústria pode ter diferentes rácios capital/trabalho (distintas técnicas) mas ser sempre caracterizada por uma tecnologia capital (trabalho) intensiva; por exemplo, ela será sempre considerada capital intensiva se o rácio capital/trabalho for superior à unidade, mas existem vários rácios possíveis superiores à unidade, cada um dizendo respeito a uma combinação de um certo montante de capital, com um certo montante de trabalho (inferior à do capital), ou seja a uma certa técnica. 8

9 As economias de escala internas ocorrem quando o custo médio de produção cai à medida em que aumenta o produto da firma. Isto pode analisar-se através do painel (a) da Figura 5.2. As principais fontes de economias de escala internas são a existência de custos fixos elevados mas que se podem derramar por toda a produção, logo, quanto maior for a produção. Temos, como exemplos, os gastos em investigação e desenvolvimento (R&D), ou as técnicas de montagem em série, tal como a robótica. A firma que produz um pequeno volume de produto, X S, numa indústria caracterizada por esse tipo de economias, enfrenta custos médios elevados, AC S. Por outro lado, a firma que produz um grande volume de produto, X L, numa indústria caracterizada por esse tipo de economias, enfrenta custos médios baixos, AC L, pois consegue dividir os seus custos fixos totais por um maior volume de produto, obtendo custos unitários mais baixos. Estes custos mais baixos permitem à firma grande vender o seu produto a preços mais baixos, pelo que a sobrevivência da firma pequena, no longo-prazo, é muito difícil. Um exemplo de uma indústria caracterizada por economias de escala é o da indústria de automóveis. A maioria dos estudos sugere que uma fábrica de automóveis pequena com uma produção de poucos carros enfrentaria custos médios por carro mais elevados do que gigantes como a Toyota ou, a General Motors. No caso em que as economias de escala são internas à firma, então as grandes firmas têm uma vantagem de custos em relação às firmas pequenas. A concorrência perfeita é substituída por concorrência imperfeita, em que a firma dominante possui algum controlo sobre os preços. As economias externas à firma dão-se quando baixa o custo médio de produção da firma à medida em que aumenta o produto total da indústria (sector) a que a firma pertence. Quando aumenta o produto de toda a indústria, pode-se formar uma bolsa de trabalhadores (pool de trabalhadores), especializados, a quem a firma pode recorrer, facilmente, e pagando menos, e um grupo de fornecedores de materiais, a preços também mais baixos, o que lhe faz baixar os custos médios. É o caso de Silicon Valley na California onde se localiza um elevado número de firmas de computadores. Neste caso, ilustrado no painel (b) da Figura 5.2, o custo médio de uma firma de computadores quando a indústria é de pequena dimensão, é dado por AC 0, isto quando a indústria atinge o nível de produto X 0. Pelo contrário, o custo médio de uma firma de computadores quando a indústria é de grande dimensão é dado por AC 1, isto quando a indústria atinge o nível de produto X 1. O que acontece é que os custos de produção (incluindo os custos fixos) diminuem porque são repartidos por um maior número de clientes (maior procura, que confere maior dimensão à indústria) que pagam menos por produtos com custos fixos elevados. As economias de escala internas, ou externas possuem implicações importantes para o comércio internacional. Estas economias actuam como um estímulo extra para a especialização produtiva. Em vez de produzir poucas unidades de cada produto para o mercado doméstico, diversificando a produção e trocando menos, os países podem especializar-se na produção de poucos produtos nas indústrias em que conseguem economias de escala e importar os restantes produtos. Portanto, as economias de escala são uma fonte de comércio (pois dão origem a custso de oportunidade mais baixos), mesmo entre países com gostos idênticos e fronteiras de possibilidades de produção idênticas (tecnologias idênticas). Relembremo-nos de que nos capítulos II e III, eram as diferenças de tecnologia e de preferências (determinantes de diferenças nos preços relativos) que constituiam as bases da especialização produtiva e, logo, do comércio baseado nas vantagens comparativas. 9

10 Na Figura 5.3 ambos os países A e B têm os mesmos gostos e as mesmas fronteiras de possibilidades de produção, pois as curvas de indiferença são as mesmas e a fronteira de possibilidades de produção comum é dada pela mesma curva convexa em relação à origem, que passa pelos pontos Bp e Ap. Estes pontos são, respectivamente, o ponto de especialização produtiva completa do país B no bem Y e o ponto de especialização produtiva completa do país A no bem X. A forma convexa da fronteira de possibilidades de produção significa que, à medida em que o país se especializa na produção de um bem, diminuem os seus custos de oportunidade. Isto porque esse bem vai ficando cada vez mais barato em relação ao outro bem (com custos mais baixos), uma vez que, devido às economias de escala, os custos médios são decrescentes com a produção. Os custos de oportunidade do bem X são dados pelo valor absoluto da inclinação da tangente à fronteira de possibilidades de produção em cada ponto, Y/ X. Esse valor vai diminuindo à medida em que produzimos mais do bem X, pois cada vez cedemos menos do bem Y por cada unidade adicional do bem X, o que significa que o bem X vai ficando cada vez mais barato em termos do bem Y. No mesmo gráfico o custo de oportunidade do bem Y, i.e., o que temos de ceder de X por cada unidade adicional de Y, X/ Y. Ora esse rácio corresponde ao inverso do rácio anterior. Assim, quando o país B se especializa na produção do bem Y, o custo de oportunidade desse bem também vai diminuindo, pois ele é dado por 1/( Y/ X)= X/ Y e, Y/ X vai aumentando, em valor absoluto, quando caminhamos em direçção ao ponto Bp, que é o ponto de especialização produtiva do país B. Quando o país A só produz do bem X, no ponto Ap e, o país B só produz do bem Y no ponto Bp, a quantidade total produzida de cada bem é maior do que antes da especialização produtiva que conduz às trocas. Notemos que aquela quantidade antes da troca corresponde, respectivamente, aos pontos A*=B*. Depois, cada pais irá trocar segundo o rácio de preços, que corresponde à inclinação da recta dos termos de troca mundiais (-p X /p Y ) TT, a qual une os pontos Ap e Bp. Isto permite aumentar o consumo e, logo, o bem-estar em ambos os países, atingindo uma curva de indiferença mais acima e à direita U A 1=U B 1. Em autarcia eles produziam e consumiam no ponto A*=B*, enquanto que com a abertura ao comércio o país A passa a produzir OAp de X, a consumir OAc e, a exportar Ap-Ac para o país B; este, por sua vez, o país B passa a produzir OBp de Y, a consumir OBc e, a exportar Bp-Bc para o país A. ECONOMIAS DE ESCALA INTERNAS As economias de escala internas permitem aos consumidores consumirem uma maior variedade de bens a preços mais baixos. Neste caso, os custos médios de produção baixam com a abertura ao comércio. Desde que não hajam barreiras à entrada e saída de firmas do mercado o preço será igual ao custo médio de longo prazo, pois, caso contrário os lucros seriam positivos, estimulando a entrada de novas firmas até esses lucros desaparecerem, ou, negativos, estimulando a saída de firmas, até esses prejuízos desaparecerem. De um modo geral, quanto maior a variedade de bens destinados ao consumo, tanto maior o bem-estar dos consumidores, pois: 1) no caso de alguns bens o mesmo consumidor pode preferir consumir em variedade, como, por exemplo, as roupas, em que as pessoas gostam de variar; 2) no caso de outros bens, o mesmo indíviduo pode preferir consumir apenas de um só tipo, mas diferentes consumidores podem gostar 10

11 mais de consumir em variedade. Isto sucede quando, por ex., um indíviduo prefere um carro de uma marca só, mas diferentes indivíduos preferem carros de marcas variadas. Mas, porque é que o comércio traz um aumento na variedade? Sem o comércio as firmas produzem apenas para o mercado doméstico. A população pode dar valor à variedade, mas se o mercado for pequeno as firmas só produzem e oferecem uma variedade reduzida, para poderem gozar de economias de escala. Por exemplo, se a população doméstica comprar um milhão de carros por ano, a produção doméstica poderá ser de meio milhão de cada uma de duas variedades, e não de cem mil carros de dez variedades. Com essas dez variedades para uma população tão pequena não se conseguia atingir um nível de produção capaz de gozar de economias de escala. Com o comércio, como o mercado consumidor se expande, já é possível às firmas variarem mais a produção, pois podem atingir economias de escala num maior número de variedades. Então, as firmas em cada país concentram-se num certo número de variedades e o comércio internacional permite às respectivas populações consumirem mais variedade, não só a produzida internamente mas, também a importada. Este princípio aparece ilustrado na Figura 5.4. Os quatro painéis representam os mercados para os bens X e Y nos países A e B. Admitimos a hipótese de que os custos de cada bem são os mesmos em ambos os países. Portanto, quer os custos médios do bem X nos painéis (a) e (c), quer os custos médios do bem Y nos painéis (b) e (d) são idênticos. Por outras palavras, estamos a dizer que nenhum dos países exibe qualquer padrão de vantagens comparativas (vantagens comparativas significam custos médios de produção mais baixos e desvantagens comparativas significam custos médios de produção mais altos). Para podermos isolar os efeitos das economias de escala no comércio, admitimos, ainda, que as preferências são idênticas em relação a cada um dos bens em ambos os países, pelo que as curvas de procura de cada bem, em cada país, são iguais. Assim, no painel (a), a curva D X A representa procura pelo bem X em A e, a curva D X A+B é a curva da procura total pelo bem X em ambos os países. Logo, a diferença entre estas duas curvas, medida na horizontal, i.e., a cada preço, é a procura pelo bem X no país B. No painel (c), a curva D X B (idêntica à curva D X A ), representa a procura pelo bem X em B e, a curva D X A+B, idêntica em ambos os países, é a curva da procura total pelo bem X nos países A e, B. Logo, a diferença entre estas duas curvas, medida na horizontal, i.e., a cada preço, é a procura pelo bem X no país A. Sem comércio internacional, ou seja, em autarcia, as firmas, em cada país, apenas produzem para o mercado doméstico. Os níveis de produto seriam X 0 A, Y 0 A, X 0 B e Y 0 B, nos quatro mercados. Estes níveis são dados pela intersecção entre as curvas da procura (p X ) e, as curvas de custos médios (CT X /X), ou seja: p X = CT X /X p X X = CT X RT X = CT X π X = 0. Esta condição de lucro nulo é a condição de equilíbrio de longo-prazo em mercados de concorrência perfeita. Como os níveis de produto que as firmas escolhem produzir são pequenos, elas não atingem os pontos das curvas de custo médio que lhes permite gozar de economias de escala. Assim, os custos médios, designados na Figura com os subscritos 0, (AC X 0, AC Y 0 ) 4 são elevados. E os consumidores pagam preços, correspondentes, que são elevados também. Se os dois países entrarem no comércio, cada um se especializará num produto apenas. Como os países são idênticos nos gostos e nos custos, não tem importância 4 Para o bem X e para o bem Y em ambos os países. 11

12 qual dos países produz qual dos bens. Vamos admitir que, o país A se especializa na produção do bem X e, que o país B se especializa no bem Y. O país A produziria X 1 A e forneceria todo o mercado do bem X; o seu custo médio e preço cairiam para o nível AC X 1. O país B produziria Y 1 B e forneceria todo o mercado do bem Y; o seu custo médio e preço cairiam para o nível AC Y 1. Notemos que, quanto mais pequeno for o mercado doméstico em relação ao mercado mundial, tantos maiores serão os ganhos com o comércio de bens, que exibem economias de escala internas à firma (é que neste caso, tanto maior é a distância horizontal, i.e., a cada preço, entre a curva da procura doméstica e a curva da procura mundial). As economias de escala ajudam a explicar o comércio intra-industrial de produtos diferenciados. Em indústrias que exibem essas economias, as firmas domésticas possuem um incentivo para produzirem para a maioria do mercado interno de massas, ou seja, ignorando pequenos grupos de consumidores domésticos com preferências por produtos diferentes. Os custos da produção em pequena escala para satisfazer as preferências das minorias resultariam em preços de produtos muito elevados. Contudo, se, por ex., os gostos das minorias do país A coincidirem com os gostos das maiorias no país B, então esses gostos podem ser satisfeitos importando os bens do país B, onde são produzidos com economias de escala, portanto, com preços mais baixos. Ao mesmo tempo uma minoria de consumidores do país B podem satisfazer os seus gostos pelo produto do tipo A (que agrada à maioria dos consumidores do país A), através de importações, mais baratas, desse país. ECONOMIAS DE ESCALA EXTERNAS As economias de escala externas podem ajudar a explicar o fenómeno de aglomeração industrial, ou seja, a tendência para as firmas se estabelecerem em grupos, ou nichos de especialização produtiva homógenea (clusters) em determinadas localizações geográficas. Temos, por exemplo, o caso da indústria de Turismo 5, da indústria dos relógios na Suíça, da moda e vestuário na Itália e da indústria financeira em Nova Iorque e Londres. As economias de escala externas costumam a aparecer quando os grupos industriais homógeneos (clusters) atingem um tamanho adequado para atrair o estabelecimento de mercados de serviços especializados, tais como, por exemplo, mercados de trabalho qualificado e mercados de factores especializados. As pequenas firmas permanecem viáveis quando se localizam em indústrias com economias de escala externas porque as reduções nos custos não advém da firma em si, mas da indústria. Os efeitos de aglomeração resultantes das economias de escala externas, podem conferir aos acasos históricos um papel importante na determinação dos padrões de produção e de comércio. Assim, suponhamos que algumas firmas da moda decidem localizarse na Itália, facto a que podemos chamar de acaso histórico, pois aconteceu por acaso no passado. Neste caso, as próximas firmas de moda devem decidir também localizar-se na Itália, onde podem tirar partido da existência de mercados de factores especializados que se tornaram viáveis devido à presença das primeiras firmas e, assim, podem obter custos médios de produção mais baixos. Este padrão 5 Ver o artigo intitulado Governo com modelo de crescimento do século XXI. Semanário Económico, sexta-feira, 19 de Fevereiro de

13 geográfico de localização tende a reforçar-se e a perpetuar-se. Pode até acontecer que ninguém se recorde porque é que este ou aquele grupo de firmas, que constituem nichos de especialização (cluster), teve origem em dado local. A interacção entre as economias de escala externas e o comércio internacional pode ter efeitos benéficos, ou não, dependendo de existirem, ou não, vantagens comparativas. Consideremos, em primeiro lugar, o caso em que os custos de uma indústria que exibe economias de escala externas, são idênticos em ambos os países. Ou seja, nenhum dos países exibe vantagens comparativas. Então a análise feita na Figura 5.4 aplica-se sem qualquer alteração, substituindo, apenas, no eixo horizontal, o produto da firma, pelo produto da indústria. Neste caso, a única justificação para o comércio reside nas economias de escala externas, uma vez que não existe nenhuma vantagem comparativa. Os benefícios do comércio para ambos os países são um maior volume de produto a preços mais baixos. Contudo, nem sempre as coisas são tão simples. Vejamos a Figura 5.5. Neste caso, a indústria do bem X exibe economias de escala externas e, o país A exibe, ainda, uma vantagem comparativa na produção de X (custos médios sempre inferiores). Isto significa que se pode produzir qualquer quantidade do bem X a um preço mais baixo no país A, do que no país B. Isto leva a que a curva de custo médio se desloque para baixo no país A, paralelamente a si própria. Para mantermos a análise simples, continuamos a admitir que os gostos são iguais em ambos os países, ou seja, ambos enfrentam a mesma curva da procura. Se, ambos os países começarem de uma posição de autarcia, produzem as quantidades X 0 A e X 0 B, aos custos médios de AC A e AC B, nos pontos em que AC X = p X. Quando se abrem ao comércio, o país A, na presença de economias de escala, decide especializar-se na produção do bem X, obtendo um produto total de X 1 unidades de X, a um custo médio (= preço) mais baixo, de AC 1. Notemos que os consumidores tanto do país A, como do país B, beneficiam, pois neste último caso, passam a adquirir mais de X do que em autarcia, a um preço AC 1, mais baixo do que AC B, em autarcia. É que o produto total X 1, agora produzido apenas pelo país A, é maior do que a soma do produto que era produzido no país A em autarcia, X 0 A, e do produto produzido no país B em autarcia, X 0 B. A vantagem comparativa do país A na produção do bem X reforça a sua competitividade em relação ao país B (deslocando a curva do custo médio para baixo), pois permite, apesar das economias de escala também estarem presentes no país B (custo médio decrescente), obter mais produto do que em B (X 1 > X 2 ) e a um preço ainda mais baixo (AC 1 < AC 2 ). Claro que os consumidores do país B beneficiam mais do que os do país A, pois a descida de preços foi maior (AC B - AC 1 > AC A - AC 1 ) e o aumento nas quantidades consumidas maior (X 1 - X 0 B > X 1 - X 0 A ). Perguntamos, agora, quais as conclusões se, pelo contrário, ambos os países tivessem começado já numa posição inicial com comércio e não de autarcia, como no caso acima? Se o país A se especializou primeiro na produção de X, o resultado seria idêntico ao caso anterior, onde as economias de escala reforçam as suas vantagens comparativas. Se, pelo contrário, fosse o pais B a começar o comércio, produziria a quantidade X 2 para todo o mercado, ao preço AC 2. Neste caso seria muito difícil para as firmas do país A entrarem no mercado, apesar da sua curva de custos médios ser mais baixa, porque a entrada em primeiro lugar de B dá-lhe as vantagens resultantes da especialização e do aproveitamento das suas economias de escala. Ou seja, como o país B inicia o comércio, ele vai logo parar para o ponto AC 2. Era necessário que a curva de custos médios do país A se situasse desde o nível de produto zero, abaixo do nível de 13

14 custos AC 2. Mas repare-se que quando o produto é nulo (X=0) a indústria do país A exibe custos médios AC 3, correspondentes a um nível superior a AC 2 no país B. Consequentemente, tem dificuldades em entrar em concorrência com as firmas do país B, que tem uma desvantagem comparativa na produção de X. Este, é o exemplo de um caso em que o comércio pode causar problemas. Isto porque o mercado deixou que no início se instalasse uma firma que não detém vantagens comparativas na produção do bem, mas que apenas exibia economias de escala. Este facto veio mais tarde a impedir, criando barreiras à entrada de novas firmas com vantagens comparativas, que os consumidores beneficiassem dos custos mais baixos e do maior nível de produto dessas novas firmas. O acaso histórico que permitiu que um país se abrisse ao comércio com firmas que não detinham vantagens comparativas, mas que reforçavam a sua posição através da combinação desse acaso histórico com economias de escala (combinação que acabou por se sobrepor à influência das vantagens comparativas no padrão do comércio), criou ineficiências no mercado. Será que o lançamento de medidas proteccionistas pode ajudar no caso da Figura 5.5, em que as economias de escala jogam contra as vantagens comparativas? Pode ser que sim, e pode ser que não! A Figura 5.6 ilustra os dois casos, o que sim e o que não. No painel (a) apresentamos o caso de firmas que possuem pequenas economias de escala e em que as firmas do país A exibem grandes vantagens comparativas em relação ao país B. Se o governo do país A adoptasse medidas restritivas, proibindo as importações do bem X e mantivesse o mercado doméstico do seu país para as suas firmas domésticas, essas firmas obteriam economias de escala parciais e produziriam a quantidade X 4, ao preço AC 4. Isto permitir-lhes-ia revender mais barato do que as firmas do país B (que com a abertura ao comércio vendem ao preço AC 2 ), e capturarem o resto do mercado às firmas do país B, que detinham uma vantagem inicial resultante da sua especialização produtiva (AC 2 < AC A ). Neste caso o país A passaria a produzir X 5 ao preço AC 5. Os consumidores de ambos os países poderiam beneficiar de preços mais baixos e de maiores quantidades, porque as vantagens comparativas do país A se sobrepuseram às economias de escala das firmas do país B. No entanto, em alguns casos esta estratégia proteccionista pode não funcionar, no sentido de que os consumidores de ambos os países podem não sair beneficiados (painel (b)). Vejamos, no painel (b) da Figura 5.6, o caso de firmas que possuem grandes economias de escala, e em que as firmas do país A possuem pequenas vantagens comparativas em relação ao outro país B. Neste caso, mesmo que o país A proibisse as importações e, se especializasse na produção do bem X, como as suas vantagens comparativas são relativamente pequenas, as suas firmas não conseguem, através da especialização produtiva trazida pelo comércio, produzir e vender no seu mercado interno a um preço inferior ao praticado pelas firmas do país B (AC 2 ). Estas já se encontram instaladas com economias de escala que lhes permite vender a um preço inferior(ac 2 ) ao praticado pelas firmas do país A (AC 6 ). A perda do mercado do país A pelas firmas do país B (devida à mencionada proibição de importações), pode, no início, fazer com que as firmas do país B se movam para cima e para a esquerda ao longo da sua curva de custos médios, à medida em que a quantidade oferecida diminui, como consequência daquela perda. A amplitude da elevação dos preços e da diminuição na quantidade produzida de X, devido às medidas proteccionistas do país A, depende: a) 14

15 do horizonte temporal e, b) da fonte das economias de escala externas presentes no país B. De modo geral, o país B continua a beneficiar de um mercado de trabalho qualificado e de outros factores especializados por algum tempo. Assim, o aumento nos custos de produção do país B, causado pelo proteccionismo do país A, pode darse de uma forma relativamente lenta. Quanto menor e mais lento for o aumento dos custos no país B, menor é a probabilidade de que o proteccionismo dado às firmas do país A lhes permita capturar o mercado e atingir o ponto da sua especialização produtiva pois mais tempo levam as firmas do país B a subirem os seus preços. Repare-se que, só se os custos no país B subissem para um ponto acima de AC 6 é que as firmas do país A se poderiam especializar e vender ao preço AC 6. Portanto, no caso em que os custos no país B sobem, pouco e lentamente, as medidas proteccionistas adoptadas pelo país A não são suficientes para que as suas pequenas vantagens comparativas se possam sobrepor às fortes economias de escala das firmas do país B. Notemos que, neste caso, o proteccionismo faz com que os consumidores do país B beneficiam, mas não os do país A. Resumindo, a combinação da intensidade das economias de escala externas (determinada pela inclinação das curvas de custo médio-quanto maior a inclinação tanto maiores as economias de escala, pois tanto maior é a redução nos custos médios no eixo vertical, por unidade adicional de produto no eixo horizontal), e das vantagens comparativas (determinada pela distância vertical entre as curvas de custo médioquanto maior a distância entre as curvas de custo médio, tanto maiores as vantagens comparativas e vice-versa), determina qual é o caso que ocorre. Assim, com pequenas economias de escala e fortes vantagens comparativas das firmas do país A - painel (a)- a protecção do mercado do país A (proibindo as importações de X), permite às suas firmas expulsarem as firmas já estabelecidas do país B. Isto permite ao país A especializar-se de acordo com as suas fortes vantagens comparativas, vendendo uma quantidade maior a um preço mais baixo para todo o mercado em ambos os países (pois o país B não tomou medidas proteccionistas). Daqui resulta um beneficio, pois aumenta o bem-estar de todos. Já no caso de grandes economias de escala e de pequenas vantagens comparativas das firmas no país A - painel (b)- a protecção do mercado do país A, não permite às suas firmas expulsarem as firmas já estabelecidas do país B. Mesmo que permita ao país A tentar especializar-se de acordo com as suas fracas vantagens comparativas, estas por serem fracas podem não destruir as economias de escala externas das firmas do país B, e logo, não permite expulsá-las. Mas, se tentasem especializar-se, as firmas do país B, venderiam a qualquer preço inferior ao preço do país A (ou seja, um preço maior ou igual do que AC 2, mas menor do que AC 6 ) beneficiando, portanto, o bem-estar apenas dos consumidores do país B (os do país A, devido às medidas proteccionistas continuam a pagar o preço AC 6 ). ECONOMIAS DINÂMICAS EXTERNAS Em alguns casos as curvas de custo médio das firmas não dependem do nível de produto corrente (ou, actual) da indústria, mas do nível de produto acumulado no passado pela indústria. Isto ocorre quando o processo de aprendizagem joga um importante papel nas reduções de custos. De facto, a curva que capta a relação existente entre o produto acumulado da indústria e os custos médios da firma, possui uma inclinação 15

16 negativa. Esta curva, chamada curva de aprendizagem, aparece ilustrada na Figura 5.7, como sendo a curva LC. As economias que lhe estão associadas são as chamadas economias externas dinâmicas (porque resultam de um processo dinâmico, i.e., que se desenrola ao longo do tempo durante o qual se processa a aprendizagem). Estas economias podem reforçar ou, contrariar, as vantagens comparativas. Na Figura 5.7 em que o país A tem uma vantagem comparativa na produção do bem X, a aprendizagem pode reforçar as vantagens comparativas, para, através do comércio, resultarem no maior produto, a preços mais baixos (X 0, AC 0 ). Mas isto acontece, apenas, no caso em que seja a indústria X do país A a primeira a instalar-se no mercado e a adquirir experiência. Se, pelo contrário, qualquer acaso histórico fez com que fosse a indústria X no país B, a primeira a instalar-se no mercado, então, o comércio resultaria no nível de produto X 1 a um preço AC 1, o que é, nitídamente, um resultado inferior. As firmas do país A, apesar da sua vantagem comparativa, não possuem experiência de produção, acumulada ao longo dos anos, que lhes tenha permitido gerar economias externas dinâmicas( as firmas do país A em autarcia não aprendem com o país B). Assim, essas firmas não conseguiram entrar no mercado dominado pelas firmas do país B, devido aos seus elevados custos iniciais (AC 2 ), mesmo que fossem capazes de produzir maior quantidade de produto a um preço mais baixo. Notemos que toda a discussão de economias externas tem partido da hipótese de que a o produto relevante era sempre o produto da indústria doméstica. Uma outra hipótese é a de que os custos da firma dependem do produto da indústria mundial, quer seja o produto corrente, ou, o produto histórico acumulado. Ou seja, as firmas domésticas podem aprender com as firmas do outro país, beneficiando das economias dinâmicas externas estrangeiras trazidas por estas firmas (por exemplo, importação de experiências). Neste caso, desapareceriam os argumentos a favor do proteccionismo, baseados nas economias externas, apresentados no painel (a) da Figura 5.6. Vejamos porquê? Na Figura 5.7, vamos admitir que as firmas do país B captaram o mercado por um mero acaso histórico. Se as firmas do país A conseguem absorver os conhecimentos resultantes da experiência acumulada pelas firmas do país B, do mesmo modo como poderiam aprender os conhecimentos resultantes da experiência acumulada pelas firmas domésticas na ausência de comércio, então estas mesmas firmas domésticas do país A podem começar a produzir a um preço AC 3 e não AC 2. Depois isto permite às firmas do país A venderem a um preço inferior (AC 3 < AC 1 ) ao das suas rivais do país B, quando estas já exploravam todas as suas economias de dinâmicas externas (de aprendizagem) e capturarem o mercado, baseadas nas suas vantagens comparativas. Neste caso as firmas do país A produziriam o nível de produto X 0, a um preço AC 0. Como as recomendações de política podem depender do facto das economias de escala externas dinâmicas serem geradas pelo nível de produto doméstico ou mundial, a resposta a esta pergunta revela-se crucial. Infelizmente tem sido muito difícil de medir as economias externas. Contudo, numa indústria em que pensamos existirem fortes economias externas, como, por ex., a indústria semiconductora, a evidência recente parece sugerir que a aprendizagem efectiva pode acontecer, baseada, quer na experiência produtiva doméstica acumulada, quer na experiência produtiva mundial acumulada. Neste último caso desaparece qualquer argumento a favor do proteccionismo. Concluindo, as economias de escala podem constituir uma fonte de comércio, mesmo na ausência de vantagens comparativas, como vimos em secções anteriores. 16

17 Em mercados caracterizados por economias de escala internas, o comércio internacional permite o consumo de uma maior variedade de bens a preços mais baixos, resultantes das reduções de custo que acompanham a produção em larga escala. O comércio resultante é o comércio intra-industrial. Este comércio pode gerar menos pressões a favor da protecção do que o comércio interindustrial, devido ao seu menor impacto sobre as procuras relativas dos factores, sobre os preços relativos dos factores e, sobre a distribuição do rendimento. O comércio baseado em economias de escala externas pode ser benéfico ou, prejudicial, dependendo: 1) da importância das economias de escala em relação às vantagens comparativas; 2) dos acasos históricos determinantes dos padrões de produção históricos actuarem, ou não, a favor das vantagens comparativas; 3) da base para a existência de economias de escala externas ser adquirida através do nível de produto da indústria doméstica, ou da indústria mundial. As economias de escala, como factor determinante do comércio, traduzem apenas um dos modos como as características das tecnologias de produção disponíveis afectam o padrão de comércio internacional. A próxima secção introduz a idéia de que as mudanças nas tecnologias de produção podem alterar o padrão das importações e das exportações ao longo do tempo. O COMÉRCIO INTERNACIONAL COM BASE NA TECNOLOGIA: A TEORIA DO CICLO-DE-VIDA DO PRODUTO O modelo de Hecskher-Ohlin admite que todos os países tem acesso e usam as mesmas tecnologias. Mas, continua a ser verdade que, embora a tecnologia possa ser idêntica entre países, cada país pode produzir o mesmo bem com técnicas distintas, ou seja, em pontos diferentes das isoquantas. Esses pontos correspondem a distintos rácios capital/trabalho, devido a diferentes rácios de preços relativos desses factores causados por diferentes dotações dos factores. Contudo, quando se dá a abertura ao comércio internacional, o modelo prevê que os preços relativos dos factores se igualizam e que as firmas usem no final todas as mesmas técnicas de produção. Esta hipótese de idênticas tecnologias entre países pode não descrever a situação em muitas indústrias. Vejamos, por exemplo, o caso da indústria de electricidade. Os países com grandes dotações de rios de caudais rápidos têm acesso a uma tecnologia para a produção de electricidade que outros países desérticos (sem água) não têm. Este é apenas um exemplo. Outras fontes de diferenças tecnológicas incluem tecnologias mantidas secretas por razões de segurança, tais como, as tecnologias nucleares, as tecnologias de computadores, ou incluem ainda restrições de ordem legal, tais como patentes, que retardam as imitações. A história é fértil em exemplos de inovações tecnológicas que só muito mais tarde foram imitadas por outros países, tais como: a Revolução Industrial na Inglaterra do século XVIII; a segunda e a terceira Revolução Industrial na América dos séculos XIX e XX; a Revolução dos Computadores na América do século XX. Os economistas afirmam que as diferenças de tecnologias entre países podem afectar o comércio internacional de várias maneiras. Vamos focar a nossa atenção numa explicação para as mudanças observadas no padrão do comércio internacional, baseada na tecnologia. É a hipótese do ciclo-de-vida do produto. A idéia básica por detrás da 17

18 hipótese do ciclo-de-vida do produto é a de que certos países tendem a especializarse na produção de novos produtos baseados na inovação tecnológica, enquanto que outros países se especializam na produção de produtos com tecnologia já conhecida. A primeira consequência desta teoria é a de que à medida em que o produto evolui ao longo do seu ciclo-de-vida, mudará a sua localização geográfica abrindo novos parceiros ao comércio. O ponto de vista do país inovador (que iniciou a inovação) é apresentado na Figura 5.8, a qual representa a relação entre a produção doméstica, o consumo e as exportações ao longo das fases do ciclo-de-vida de um produto. Vernon defendia que na Fase I, tanto a inovação tecnológica, como o simultâneo desenvolvimento de um novo produto, tendem a ocorrer nos países industrializados, em especial, nos USA. Isto porque se trata de países abundantes em mão-de-obra altamente qualificada e educada e com elevados gastos em investigação e desenvolvimento (R&D). A fase inicial da produção de um novo produto caracteriza-se por um fraco nível de produção, à medida em que a firma inovadora testa os métodos de produção e corrige eventuais erros. As firmas dirigem esta fraca produção inicial sobretudo para os mercados domésticos, porque a produção, nesta fase, deve localizarse, preferencialmente, junto dos consumidores, que fornecem as suas opiniões sobre o produto (fornecem um feed-back sobre o produto). A firma doméstica é a única detentora da tecnologia, pelo que a produção só ocorre no país onde se localiza a firma doméstica inovadora. A fase II do ciclo-de-vida do produto começa quando a firma aperfeiçoa o produto e, apesar de continuar a produzir sobretudo para o mercado doméstico, inicia a exportação. Tanto o consumo doméstico, como a produção doméstica, crescem, mas a produção cresce mais rapidamente para fazer face às exportações. A tecnologia ainda é, nesta fase, controlada pela firma doméstica. A fase III começa à medida em que a tecnologia se torna estandardizada. Neste caso é mais rentável para a firma doméstica fazer o licenciamento da tecnologia, através, por exemplo, de um contrato de franchising, concedido tanto a firmas domésticas, como a firmas no estrangeiro. Torna-se, então, possível deslocar a produção para outros países com custos de produção em série mais baixos, pois já não é necessário o emprego de mão-de-obra altamente qualificada, ligada à investigação e desenvolvimento. Nesta fase continua um certo nível de produção doméstica, mas as exportações estabilizam, à medida em que os novos produtores licenciados pela firma inovadora, os quais são mais baratos, vão conquistando o mercado das exportações. A fase IV começa quando o mercado de consumo doméstico passa a ser servido através das importações e não através da produção doméstica. A tecnologia está completamente difundida e expiraram as patentes. A produção doméstica cai rapidamente, à medida em que a indústria doméstica perde os seus mercados doméstico e de exportação. Finalmente, na fase V, o produto atravessou todo o seu ciclo-de-vida. Embora continue o consumo doméstico do bem, esse consumo é satisfeito pelas importações. O país inovador dirige os seus esforços para novos produtos. Existem vários exemplos de produtos que terminaram o seu ciclo-de-vida, tais como, as televisões a preto e branco, os pagers, canalizações de ferro, etc.. A indústria têxtil é um bom exemplo do funcionamento da teoria do ciclo-de-vida do produto. A Revolução Industrial conferiu à Inglaterra uma grande vantagem tecnológica na produção de textêis. À medida em que as novas tecnologias se espalharam, a produção de textêis deslocou-se primeiro para os USA e, depois, para outros países 18

19 onde a mão-de-obra mais barata produzia segundo processos estandardizados, a um custo mais baixo. Hoje, os maiores centros de produção de textêis localizam-se em países de mão-de-obra barata, como os países Asiáticos. A migração geográfica da indústria continua pois, à medida em que sobem os salários em centros, tais como, Hong-Kong e, Singapura, a indústria textil desloca-se para novos centros, tais como a Malásia, as Filipinas e a China. A teoria do ciclo-de-vida do produto explica o comércio internacional com base em distintas características do processo produtivo entre os vários países. Agora, vamos apresentar um outro tipo de teoria que explica o comércio com base nas diferentes características da procura em distintos países. O COMÉRCIO INTERNACIONAL COM BASE NAS PROCURAS SOBREPOSTAS Os modelos de Ricardo e de Hecksher-Ohlin defendem que os países têm interesse em se abrir ao comércio com outros países diferentes. As bases do comércio podem ser diferenças nas fronteiras de possibilidades de produção, nas preferências, ou, em ambas. Isto levar-nos-ia a esperar poder observar um grande volume de comércio entre países diferentes, em especial, entre países desenvolvidos, abundantes em capital físico e capital humano, e países em desenvolvimento, abundantes em trabalho pouco qualificado e recursos minerais. Contudo, as estatísticas do comércio internacional não confirmam esta expectativa. A maior quota de comércio mundial centra-se na troca de bens da indústria transformadora entre países desenvolvidos. Uma explicação para este fenómeno assenta nas economias de escala, e não nas vantagens comparativas. O economista Staffan Linder encontrou uma explicação alternativa, baseada nas semelhanças da procura entre os dois países, em especial no caso dos bens da indústria transformadora. A análise de Linder assenta na idéia de que as firmas não produzem apenas para exportar, mas também para os mercados domésticos. Se um país apenas desenvolver a produção no caso de existir um mercado doméstico para o respectivo produto, passará a exportá-lo para outros países onde existam gostos semelhantes. Para formular uma teoria que possa ser testada empiricamente, vamos apresentar a hipótese de Linder de modo mais formal. Linder defende que a qualidade de um bem procurado em determinado país depende, em primeiro lugar, do nível de rendimento existente nesse país. Assim, os consumidores com elevados rendimentos tendem a consumir produtos da indústria transformadora que exibam grande qualidade. Isto é representado por uma recta com inclinação ascendente na Figura 5.9. Claro que os níveis de rendimento dos consumidores variam. Na Figura 5.9, os rendimentos do país A variam entre os níveis I A min e I A max. Dados estes níveis de rendimento os consumidores do país A procuram bens com uma qualidade contida dentro dos seguintes limites: Q A min e Q A max. Se, de acordo com Linder, é necessária a existência de um mercado doméstico para se produzir um bem, o país A produzirá bens entre os limites de qualidade Q A min e Q A max. A Figura 5.10 introduz um segundo país, B, com rendimentos situados entre os níveis I B min e I B max, e com a procura situada entre os níveis de qualidade Q B min e Q B max. As indústrias do país B produzirão entre os níveis Q B min e Q B max. 19

20 A sobreposição nas qualidades procuradas entre os dois países, indicada na Figura 5.10, por Q B min e Q A max, representa os produtos que serão comercializados internacionalmente. Quanto mais sobrepostos forem os rendimentos, tanto maior será a sobreposição das qualidades procuradas, e maior será o potencial de comércio. A evidência empírica é mista. A observação de intenso comércio entre países desenvolvidos joga a favor da hipótese de Linder. No entanto, testes do comércio internacional mais cuidadosos revelam-se menos a favor daquela hipótese. Isto porque temos de tomar em consideração a distribuição do rendimento entre países. Assim, consideremos um exemplo extremo. Neste exemplo existe um país A em que todos os habitantes, excepto um, auferem o rendimento mínimo e, aquele habitante ganha o rendimento máximo (o rendimento máximo está todo concentrado nas mãos de um só indivíduo); existe, ainda, um país B em que todos os habitantes, excepto um, auferem o rendimento máximo e, aquele habitante ganha o rendimento mínimo (o rendimento mínimo está todo concentrado nas mãos de um só indivíduo). O potencial para o comércio é muito mais baixo do que o que é sugerido pela sobreposição da procura de qualidade. É que a sobreposição de qualidades dá-se para uma só pessoa no país A e para uma só pessoa no país B. Este problema obriga a corrigir os testes da teoria de Linder com as desigualdades na distribuição do rendimento. Mas, como existem poucos dados sobre esta variável, torna-se difícil medir empiricamente a hipótese de Linder. Outra dificuldade com este modelo é que as suas previsões confundem-se com as previsões do modelo de comércio intra-industrial baseado nas economias de escala, o qual prevê elevado comércio entre parceiros semelhantes. Assim, é difícil de atribuir as previsões observadas ao primeiro ou, ao segundo modelo. Todos estes últimos modelos explicativos do comércio que foram apresentados são baseados nas características quer da produção, quer da procura, mas sempre nas características que ditam o processo de trocas. Vamos, agora, apresentar modelos explicativos do comércio baseados em factores externos ao comércio, tais como, por exemplo, os custos de transporte. O COMÉRCIO INTERNACIONAL BASEADO NOS CUSTOS DE TRANSPORTE Existem alguns bens que não são trocados (comercializados) internacionalmente. Esses bens são chamados bens não-transaccionáveis. A razão reside no facto das suas transacções comportarem elevados custos de transporte de um país para o outro. O exemplo clássico é o caso dos cortes de cabelo. Embora possam haver grandes diferenças nos preços dos cortes de cabelo entre países, o seu comércio não se desenvolve enviando cortes de cabelo de países em que tem preços baixos para países em que possuem preços elevados. O elevado custo de transporte, quer do barbeiro, quer do cliente, ultrapassa o diferencial de preços entre países. Existe um outro tipo de bens em que os custos de transporte não são proibitivos de modo a impedirem o estabelecimento de qualquer comércio, mas que, ainda assim, são suficientemente elevados para determinarem o padrão do comércio. Por exemplo, os bens muito pesados tendem a ter custos de transporte mais elevados. Para este bens a relação entre o seu peso e o seu valor torna-se importante. Os automóveis são o exemplo de um bem comercializável que possui um elevado peso e um elevado valor, sendo por essa razão comercializáveis. A brita, pelo contrário, não é comercializável 20

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