O Espectador Emancipado Jacques Rancière
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- Martín Palmeira Candal
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1 O Espectador Emancipado Jacques Rancière Capítulo: Paradoxos da arte política o banal torna-se belo como rastro do verdadeiro DOUTORANDO: LUIZ GUILHERME DOS SANTOS JÚNIOR (PUCRS) BOLSISTA: CAPES/FAPESPA ORIENTADORA: DOUTORA CRISTIANE FREITAS GUTFREIND (PUCRS)
2 O conceito de Político em Jacques Rancière
3 O Desentendimento (Política e Filosofia) Chamamos geralmente pelo nome de política o conjunto dos processos pelos quais se operam a agregação e o consentimento das coletividades, a organização dos poderes (...) (p. 41). A polícia é, na sua essência, a lei, geralmente implícita, que define a parcela ou a ausência de parcela das partes (p. 42). é uma ordem do visível e do dizível que faz com que essa atividade seja visível e outra não o seja, que essa palavra seja entendida como discurso e outra como ruído (p. 42). Não há política porque os homens, pelo privilégio da palavra, põem seus interesses em comum (p. 40). A atividade política é a que desloca um corpo do lugar que lhe era designado ou muda a destinação de um lugar; ela faz ver o que não cabia ser visto, faz ouvir um discurso ali onde só tinha lugar o barulho (...) (p. 42)
4 Conceito de A Partilha do Sensível (Estética e Política)
5 A vontade de repolitizar a arte manifesta-se assim em estratégias e práticas muito diversas. Essa diversidade não traduz apenas a variedade dos meios escolhidos para atingir o mesmo fim. Reflete uma incerteza mais fundamental sobre o fim em vista e sobre a própria configuração do terreno, sobre o que é a política e sobre o que a arte faz. [...] geralmente consideram ponto pacífico certo modelo de eficácia: a arte é considerada política porque mostra os estigmas da dominação, porque ridiculariza os ícones reinantes ou porque sai de seus lugares próprios para transformar-se em prática social etc (Rancière, 2010, p.52).
6 O MODELO PEDAGÓGICO DA ARTE Daremos a isso o nome de modelo pedagógico da eficácia da arte. Esse modelo continua marcando a produção e o julgamento de nossos contemporâneos (p.53). [...] a eficácia da arte não consiste em transmitir mensagens dar modelos ou contramodelos de comportamento ou ensinar a decifrar as representações (p. 55). a suspensão de qualquer relação determinável entre a intenção do artista, a forma sensível apresentada num lugar de arte, o olhar de um espectador e um estado de comunidade (p.57). Eficácia estética significa propriamente a eficácia da suspensão de qualquer relação direta entre a produção das formas da arte e a produção de um efeito determinado sobre um público determinado (p.58).
7 A ARTE COMO DISSENSO O que entendo por dissenso não é o conflito de ideias ou sentimentos. É o conflito de vários regimes de sensorialidade. É por isso que a arte, no regime da separação estética, acaba por tocar na política. Pois o dissenso está no cerne da política (p.59). A política é a atividade que reconfigura os âmbitos sensíveis nos quais se definem objetos comuns. Ela rompe a evidência sensível da ordem natural que destina os indivíduos e os grupos ao comando ou à obediência, à vida pública ou à vida privada, voltando-os sobretudo a certo tipo de espaço ou tempo, a certa maneira de ser, ver e dizer. A política é a prática que rompe a ordem da polícia que antevê as relações de poder na própria evidência dos dados sensíveis. Ela o faz por meio da intervenção de uma instância de enunciação coletiva que redesenha o espaço das coisas comuns (p.59-60).
8 ESTRUTURAÇÃO DA EXPERIÊNCIA SENSÍVEL O resultado não é a incorporação de um saber, de uma virtude ou de um habitus. Ao contrário, é a dissociação de certo corpo de experiência (p. 60). Arte e política têm a ver uma com a outra como formas de dissenso, operações de reconfiguração da experiência comum do sensível. Há uma estética da política no sentido de que os atos de subjetivação política redefinem o que é visível, o que se pode dizer dele e que sujeitos são capazes de fazê-lo. Há, assim, uma política da arte que precede a política dos artistas, uma política da arte como recorte singular dos objetos da experiência comum, que funciona por si mesma, independentemente dos desejos que os artistas possam ter de servir esta ou aquela causa (p. 63). No regime estético da arte, isso quer dizer constituição de espaços neutralizados, perda da destinação das obras e sua disponibilidade indiferente (p. 64).
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