A GOVERNAMENTALIDADE Michel Foucault

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1 2008/2009 SOCIOLOGIA JURÍDICA PROFESSOR DOUTOR PIERRE GUIBENTIF A GOVERNAMENTALIDADE Michel Foucault HUGO PEREIRA ROSÁRIO 1400

2 Michel Foucault nasceu em Poitiers em 1926 e faleceu em Paris em Foi um filósofo e professor da cátedra de História dos Sistemas do Pensamento no Collège de France, entre 1970 e As teorias sobre o saber, o poder e o sujeito foram o seu principal motivo de estudo, rompendo com as concepções modernas desses termos, motivo pelo qual é considerado por certos autores, contrariando a própria opinião de si mesmo, um pós-moderno. Foi militante por pouco tempo do Partido Comunista Francês, mas acabara sair por não suportar a disciplina que lhe era imposta, até pela repressão sobre a sua homossexualidade. Esteve envolvido na reforma da universidade depois do Maio de 1968, assim como, e sobretudo, no movimento de apoio social ao reclusos. Começou por estudar o pensamento, distanciando-se dele, isto é, entender o pensamento pela negativa, estudando a loucura Histoire de la folie, Posteriormente a ter analisado a razão pela desrazão, em Les mots et le choses, 1966, vai ver a razão em si, a razão pela experiência da ordem, examinando a evolução da língua nas ciências sociais e naturais. Em Surveiller et punir, Foucault pretende mostrar a evolução dos mecanismos de controlo desde o Antigo Regime à contemporaneidade. Queria avaliar a realidade do poder, através da observação do governo repressivo, interrogando-se, afinal, sobre o que é governar. A interrogação central é a de que por que razão a prisão dos suplícios do Antigo Regime não foi concebida na modernidade como um meio de requalificação dos cidadãos, mas sim, como um dispositivo disciplinar. Assim é, porque controlar/disciplinar são sinónimos de poder, uma vez que comportam mecanismos de apertada vigilância, que permitem às estruturas de poder melhor conhecimento sobre as populações e maior auto-controlo em cada um de nós, sabendo que está a ser vigiado por outros. Há, portanto, nesta obra, uma forte noção de controlo social, que é ainda um tema central em La volonté de savoir, mas que entre 1976 e 1984 dará lugar ao pensamento sobre os sujeitos, isto é, entender como podemos fazer de nós próprios a experiência de sermos sujeitos que pensam. Causas para esta mudança no pensamento, terão sido a vontade de Foucault não deixar o seu pensamento imobilizar-se, mudanças sucessivas do pensamento sobre o governo - começando no estudo de um governo repressivo, que não dava autonomia ao indivíduo, até um governo de si pelos sujeitos com total autonomia -, e a vontade em se afastar da discussão política, depois de ter feito uma apreciação positiva inicial à Revolução Iraniana, em A Governamentalidade surge em 1978, no final do percurso pela temática do controlo social e do poder, como que fazendo uma evocação da evolução das estruturas de poder que ao longo da História se foram formando, dando um contributo para a Revolução Iraniana. 2

3 Procurei ver como surgiu historicamente o problema específico da população, o que conduziu à questão do governo: relação entre segurança, população e governo. E esta temática do governo que procurarei agora inventariar. Foucault, ao percorrer toda a literatura do governo do século XVI ao século XVIII, pretende encontrar como surgiu a categoria população, distinta da família como modelo de governo ( isolar os problemas específicos da população; graças ao isolamento deste nível de realidade, que chamamos a economia, que o problema do governo pôde enfim ser pensado, sistematizado e calculado fora do quadro jurídico da soberania ), mas pensada a partir daquela; população como objectivo final do governo, e não como força do soberano; e como ponto em torno do qual se organizará o Estado. No séc. XVI, de um modo geral, surge o problema do governo dos Estados pelos príncipes. Este problema é contextualizado na convergência de dois processos: um processo de estadualização da sociedade feudal, de centralização organizativa e administrativa territorial, outro que questiona o modo como se quer ser espiritualmente dirigido para alcançar a salvação, que se traduz nos processos de Reforma da Igreja Católica e da Contra-Reforma; e desenvolvido em muitas obras teóricas, como O Príncipe, de Maquiavel e Miroir Politique contenant diverses manières de gouverner, de Guillaume de La Perrière. No séc. XVIII, aquando da Revolução Francesa, e no séc. XIX, aquando da unificação alemã e italiana, questiona-se como e em que condições se pode manter a soberania de um soberano sobre o Estado, evocando as obras do séc. XVI. Em O Príncipe o governante está em relação de singularidade, de exterioridade, de transcendência em relação ao seu principado; recebe o seu principado por herança, por aquisição, por conquista, mas não faz parte dele, é-lhe exterior; os laços que o unem ao principado são de violência, de tradição, estabelecidos por tratado com a cumplicidade ou aliança de outros príncipes, laços puramente sintéticos, sem ligação fundamental, essencial, natural e jurídica, entre o príncipe e seu principado. O objectivo do príncipe é manter, reforçar e proteger este principado, entendido apenas como território que herdou ou adquiriu. A literatura anti-maquiavel que La Perrière representa, não considera O Príncipe como paradigmático do que deve ser a arte de governar, porque é, por natureza, único no seu principado e está em posição de exterioridade. La Perrière, pelo contrário, considera que governantes são as pessoas que governam ( uma casa, almas, crianças, uma província, um convento, uma ordem religiosa, uma família ). Existem muitos governos, que estão dentro da sociedade ou do Estado. Portanto, uma pluralidade de formas de governo e imanência das práticas de governo com relação ao Estado. Outro autor, La Mothe Le Vayer, já no séc. XVII, distingue três tipos de governo: o governo de si mesmo, que diz respeito à moral; a arte de governar adequadamente uma família, que diz respeito à economia; a ciência de bem governar o Estado, que diz respeito à política. Temos aqui três categorias de substrato de poder: o indivíduo, a família e o Estado. 3

4 O importante é que, apesar desta tipologia, as artes de governar postulam uma continuidade essencial entre elas. Continuidade ascendente, na medida em que quem quer governar o Estado, deve saber-se governar e saber governar a sua família; continuidade descendente, na medida em que quando o Estado é bem governado, os pais de família sabem como governar as suas famílias e os indivíduos comportam-se como devem. A pedagogia do príncipe assegura a continuidade ascendente, e a polícia, a descendente. O elemento central é a família, que se chama economia. Economia, como maneira de gerir o indivíduos, os bens, as riquezas, correctamente, no interior da família. O que no séc. XVI, assim como no séc. XVIII (Revolução Francesa) se pretendia era ampliar este esquema de governo para o nível estadual: governar um Estado significará portanto estabelecer a economia ao nível geral do Estado já que a palavra economia designa originariamente o sábio governo da casa para o bem da família, nas palavras de Rousseau. Eis, portanto, o que significa governar e ser governado. Em, segundo lugar, La Perrière faz a seguinte afirmação: "governo é uma correcta disposição das coisas de que se assume o encargo para conduzi-las a um fim conveniente". Enquanto que n O Príncipe o conjunto de objectos sobre os quais se exerce o poder é constituído pelo território e pelos seus habitantes, para La Perrière, coisas são os homens com relações a outras coisas, como riquezas, recursos, meios de subsistência, território e as suas qualidades, clima, costumes, hábitos, formas de agir ou de pensar O essencial do governo, é portanto, o conjunto de coisas e homens; o território e a propriedade são apenas variáveis. Tinha-se como exemplo uma comparação entre a Rússia e a Holanda, nos sécs. XVII e XVIII: o primeiro, um grande território, mas muito pobre e, o segundo, um pequeno território, mas com uma grande riqueza, uma actividade comercial intensa e uma grande frota. Governar as coisas tem, ainda, uma finalidade: o bem comum e a salvação de todos. Para a soberania, a finalidade do governo é o respeito à ordem estabelecida, conforme as leis, quer sejam do soberano terreno ou do absoluto, de Deus. A soberania propõe-se a uma finalidade circular: o bem é a obediência à lei, portanto o bem a que se propõe a soberania é que as pessoas lhe obedeçam. Como, para La Perrière, governar é dispor uma série de coisas, governa-se para conduzi-las a um objectivo adequado a cada uma, o que implica uma pluralidade de fins específicos. E o que é dispor? Dispor é utilizar mais tácticas do que leis, ou utilizar ao máximo as leis como tácticas. Assim, a teoria da arte de governar, esteve ligada, desde o séc. XVI, ao desenvolvimento do aparelho administrativo, ao aparecimento dos aparelhos de governo, mas também a um conjunto de análises de conhecimento do Estado e dos seus elementos, nomeadamente a estatística, isto é, a ciência do Estado. A arte de governar sofreu uma primeira cristalização, no final do séc. XVI, ao se organizar em torno da Razão de Estado: o Estado governa-se segundo as regras racionais que lhe são próprias, que não se deduzem nem das leis naturais ou divinas, nem dos preceitos da sabedoria ou da prudência; o Estado, como a natureza, tem sua racionalidade própria, ainda que de outro tipo. 4

5 Foi também bloqueada, no séc.xvii, por razões de estrutura institucional e mental: a soberania, como princípio de organização política, pelo facto de a arte de governo não se poder desenvolver de modo específico e autónomo. O mercantilismo foi uma tentativa de desbloquear a teoria da soberania, na medida em que se baseava na livre iniciativa da burguesia, fugindo dos tentáculos do soberano. Mas o soberano, com a sua força, leis, ordens, regulamentos, oprimiu esta forma de governo. A arte de governo, marcou passo durante os sécs. XVII e XVIII, limitada, por um lado, pelo quadro rígido e abstracto da soberania (e por isso, no séc. XVII se formulou a teoria do contrato social um compromisso entre o soberano e os súbditos), por outro, pelo modelo bastante restrito, débil, inconsistente da família. O que Foucault nos pretende mostrar é que a arte de governar, neste quadro de por um lado, ter esse quadro geral de soberania, por outro, a família, não encontra a sua dimensão própria. A fraqueza da família, sustenta o reforço de poder do soberano; e este enfraquece ainda mais a família, como modelo de governo, como economia. O momento essencial para esta mudança de paradigma na arte de governar, é o séc. XVII, em que há uma expansão demográfica ligada à abundância monetária e ao aumento da produção agrícola. Com esta expansão demográfica, depois analisada pela estatística ciência de governo a economia centralizou-se noutro nível de realidade, que não já o da família, mas o da população, adquirindo o sentido que hoje conhecemos. A categoria população permite assim desbloquear a arte de governar, eliminando definitivamente o modelo da família e centralizar e noção de economia noutra coisa. A população produz efeitos económicos específicos. A família constitui-se nesse momento como elemento no interior da população. Por outro lado, a soberania já não se exerce apenas para defender o território, mas para melhorar o nível de vida da população, aumentar a sua riqueza. A população aparece como um fim e instrumento do governo que como força do soberano. Aparece como consciente, frente ao governo, daquilo que ela quer e, inconsciente em relação àquilo que se quer que ela faça. A economia saber sobre todos os processos referentes à população constituir-se-à como uma ciência, apreendendo a rede de relações entre população, o território, a riqueza, a que se chamará economia política. Portanto, a passagem de uma arte de governo para uma ciência política, de um regime soberano, para um regime baseado em tácticas de governo. Mas a soberania continua a estar presente na medida em que se procura formular uma definição jurídica e institucional para caracterizar o Estado. A disciplina continua a ser importante na gestão profunda da população. O que Foucault pretende mostrar é a relação histórica entre o movimento que abala a soberania, numa constante evolução da organização estadual, colocando o problema do governo, o movimento que faz surgir a população 5

6 como campo de intervenção do governo e o movimento que isola a economia política como ciência política, como instrumento do governo. E é neste conjunto, nesta tensão, em que vivemos, desde o séc. XVIII. Foucault pretende fazer uma história da governamentalidade, tendo esta palavra três significados: a) o conjunto de instituições, organizações, procedimentos, tácticas, que têm como objecto a população, tendo como instrumentos a economia política e dispositivos de segurança; b) este tipo de poder, pode chamar-se governo, até pelos aparelhos específicos de governo; c) o processo pelo qual o Estado repressivo da Idade Média se tornou no Estado administrativo. Desde o séc. XVIII que vivemos um processo de governamentalização: o modo de o Estado agir sobre a população foi, e continua a ser, a questão política fundamental, o que permite definir o que compete ou não ao Estado. Existe uma evolução do Estado de justiça, da sociedade da lei, tendo como fundamento o território, para um Estado administrativo, uma sociedade de disciplina e, finalmente, para um Estado de governo que é definido pela sua população, e a tem como principal objectivo da sua política, aproveitando a economia política, o que corresponde a uma sociedade controlada por dispositivos de segurança. CONCEITOS MAIS RELEVANTES: Arte de governar: a partir do século XVI até o final do século XVIII, vêse desenvolver uma série considerável de tratados que se apresentam não mais como conselhos aos príncipes, nem ainda como ciência da política. Pode ser definida como um conjunto de concepções sobre governo, como governar e como ser governado. Ao longo do texto, Foucault compara os trabalhos de Maquiavel e de La Perrière para nos mostrar as diferentes artes de governar, governos de Estado na sua forma política. Arte de governar de Maquiavel: não é uma verdadeira forma de arte de governar. É um estado anterior à arte de governar propriamente dita, porque o príncipe está em relação de singularidade, de exterioridade, de transcendência em relação ao seu principado; recebe o seu principado por herança, por aquisição, por conquista, mas não faz parte dele, é-lhe exterior; os laços que o unem ao principado são de violência, de tradição, estabelecidos por tratado com a cumplicidade ou aliança de outros príncipes, laços puramente sintéticos, sem ligação fundamental, essencial, natural e jurídica, entre o príncipe e seu principado. E Foucault acrescenta que conservar seu principado não é de modo algum possuir a arte de governar. Arte de governar de La Perrière: "governante pode ser chamado de monarca, imperador, rei, príncipe, magistrado, prelado, juiz e similares". O governante, as pessoas que governam, a prática de governo são, por um lado, práticas múltiplas, na medida em que muita gente pode governar: o pai de família, o superior do convento, o pedagogo e o professor em relação à criança e ao discípulo. Em contraposição a Maquiavel, La Perrière não considera que apenas existe uma forma de governo a do príncipe -, mas múltiplas práticas de governo. 6

7 Economia: a maneira de gerir correctamente os indivíduos, os bens, as riquezas no interior da família ; o sábio governo da casa para o bem da família. O objectivo da arte de governar é inserir a economia no Estado. Mas torna-se difícil para o Estado, gerir os indivíduos enquanto apenas dispuser da categoria da família, uma unidade bastante restrita, da qual não consegue extrair objectivos aplicáveis a todos os indivíduos, pela grande heterogeneidade que comporta. É necessário o surgimento de uma categoria supra-família para que se torne viável o estudo e aplicação de medidas adequadas e necessárias ao bom desenvolvimento da população. Soberania: o território é o elemento fundamental tanto do principado de Maquiavel quanto da soberania jurídica do soberano, tal como a definem os filósofos e teóricos do direito. Nunca foi dito nem pelos juristas nem afortiori pelos teólogos que o soberano legítimo teria razões para exercer o poder. Para ser um bom soberano, é preciso que tenha uma finalidade: "o bem comum e a salvação de todos". Há bem comum quando os súbditos obedecem, e sem excepção, às leis, exercem bem os encargos que lhe são atribuídos, praticam os ofícios a que são destinados, respeitam a ordem estabelecida, ao menos na medida em que esta ordem é conforme às leis que Deus impôs à natureza e aos homens. Isto quer dizer que o bem público é essencialmente a obediência à lei. A soberania, assim considerada, não prossegue um fim que não seja circular, visto que o bem público que pretende não é o melhoramento das condições de vida das famílias, mas apenas a obediência a si, obediência à lei. Estatística: conjunto de análises e de saberes que se desenvolveram a partir do final do século XVI e que adquiriram toda sua importância no século XVII: essencialmente o conhecimento do Estado, em seus diversos elementos, dimensões e nos factores de sua força, isto é, ciência do Estado. Instrumento fundamental no conhecimento da realidade social, de modo a adaptar as políticas do Estado às necessidades da população. Teve um papel preponderante na relação entre a teoria de governo com a realidade. População: graças á percepção dos problemas específicos da população, graças ao isolamento deste nível de realidade, que chamamos a economia, que o problema do governo pôde enfim ser pensado, sistematizado e calculado fora do quadro jurídico da soberania. A população tem uma regularidade própria: número de mortos, de doentes, regularidade de acidentes, etc. a estatística revela também que a população tem características próprias e que seus fenómenos são irredutíveis aos da família. O surgir deste nível de realidade social, o qual é objecto da estatística tem como principal consequência o desaparecimento da família como modelo de governo. A população aparece como um objectivo do governo, na medida em que este se preocupa em aumentar o seu nível de riqueza e de qualidade de vida. Família: situa-se num nível intermédio, entre o governo de si mesmo e a ciência de bem governar um Estado. Um nível de realidade muito débil, o qual é, quase impossível ao Estado atender permanentemente, e do qual é difícil concluir comportamentos, de modo a corresponder-lhes 7

8 com medidas várias. Por um lado, um quadra muito vasto, abstracto, rígido da soberania e, por outro, um modelo bastante estreito, débil, inconsistente: o da família. Isto é, a arte de governar procurou fundar-se na forma geral da soberania, ao mesmo tempo em que não pôde deixar de se apoiar no modelo concreto da família. Governamentalidade: o conjunto constituído pelas instituições, procedimentos, análises e reflexões, cálculos e tácticas que permitem exercer esta forma bastante específica e complexa de poder, que tem por alvo a população, por forma principal de saber a economia política e por instrumentos técnicos essenciais os dispositivos de segurança; a tendência que em todo o Ocidente conduziu incessantemente, durante muito tempo, à hegemonia deste tipo de poder, que se pode chamar de governo, sobre todos os outros soberania, disciplina, etc. e levou ao desenvolvimento de uma série de aparelhos específicos de governo e de um conjunto de saberes. Resultado do processo através do qual o Estado de justiça da Idade Média, que se tornou nos séculos XV e XVI Estado administrativo, foi pouco a pouco governamentalizado. Estado de governo: não é mais essencialmente definido pela sua territorialidade, pela superfície ocupada, mas pela massa da população, com o seu volume, a sua densidade, e em que o território que ela ocupa é apenas um componente. CONCLUSÕES DO AUTOR Michel Foucault pretendeu, assim, evidenciar as grandes formas de governo ocidentais, percorrendo, historicamente, desde os sécs. XV, XVI até à actualidade. De um Estado de Justiça, de base essencialmente territorial, fundado na sociedade da lei, para um Estado Administrativo que corresponde a uma sociedade de regulamento e disciplina, para, finalmente, um Estado de governo, atento às diversas necessidades da população, tendo como instrumentos de saber a economia e mecanismos de controlo os dispositivos de segurança. EXPERIÊNCIA DE LEITURA Importante para compreender a origem deste texto, é situá-lo no percurso intelectual de labor de Michel Foucault. Este, pretende, depois de analisar os dispositivos de segurança na nossa sociedade, em Surveiller et Punir, saber da origem da população como objectivo principal do governo. Foi muito interessante trabalhar este texto, percebendo a visão do autor (embora simplista ele a reconhece) acerca da evolução das formas de governo assentes numa realidade institucional, o Estado. A forma como Foucault argumenta o seu trabalho recorrendo a uma comparação entre dois autores, Maquiavel e La Perrière para nos mostrar como a teoria do governo dilatava no séc. XVI apaixonadas defesas, em nome de um governo absoluto ou de um governo atento aos problemas da população. Foi necessário, para que o príncipe maquiavélico perdesse o poder absoluto que tinha, baseado no império da lei e na defesa do território, que, no séc. XVII, 8

9 a expansão demográfica e todo o aumento de fluxos económicos que suscitou, fizesse surgir a população como nível da realidade social e base de estudos da ciência do Estado a economia. O modelo de governo absoluto desvitalizava a força da população, no seu sentido restrito como família inviabilizando um progresso na qualidade de vida desta. Com o aparecimento da população como realidade social objectivo estatal, proporcionou uma adaptação das formas de governo, na abertura e disponibilidade, contribuindo para uma quase equiparação de forças entre Estado e Sociedade. 9

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