Psicologia da Educação
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- Rebeca Ramires Henriques
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1 Psicologia da Educação Disciplina na Sala de Aula ANTECEDENTES HISTÓRICOS A DISCIPLINA E O MITO DA EDUCAÇÃO DO CARÁCTER DISCIPLINA: UMA PERSPECTIVA DESENVOLVIMENTISTA NÍVEIS DE DISCIPLINA Copyright, 2006 José Farinha, Prof. Adjunto ANTECEDENTES HISTÓRICOS O problema da disciplina/indisciplina na sala de aula não é um problema particular da actualidade; existe desde que existe escola; tem que ser enquadrado nos modelos de ensino e no que os professores consideram ser um aluno disciplinado. Tradicionalmente: - a disciplina servia essencialmente para manter um ambiente de sala de aula em que todas as crianças estão sentadas, sossegadas e a ouvir o professor; Actualmente: - a disciplina é parte da aprendizagem e desenvolvimento do aluno. 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 2 1
2 A DISCIPLINA E O MITO DA EDUCAÇÃO DO CARÁCTER Indisciplina é vista como um problema individual um sinal de mau carácter; São ignorados factores sociais e grupais; A obediência e o conformismo são vistos como objectivos educativos fundamentais. 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 3 DISCIPLINA: UMA PERSPECTIVA DESENVOLVIMENTISTA A abordagem da indisciplina, tanto em termos de factores causais, como de intervenção, deve ter em conta o nível de desenvolvimento dos alunos; Estádios do desenvolvimento moral segundo Kohlberg: 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 4 2
3 Estádios de desenvolvimento: disciplina do aluno ESTÁDIO 1 Utilização de meios físicos para exigir conformismo. Obediência devido à desigualdade de poder. Geralmente eficaz a curto prazo. Colocar uma criança numa sala de exclusão temporária. Segurar os braços de uma criança no meio de uma birra. Aproximar-se da criança, ficar de pé junto dela. Estabelecer contacto visual. Indicar de forma não-verbal que o comporta/o não é aceitável. Dar murros ou pontapés, partir ossos para dar uma lição à criança. Fechar a criança num quarto escuro. Dar murros na criança com os punhos. 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 5 ESTÁDIO 2 Utilização de consequências materialistas, tais como recompensas ou retirada de privilégios, para comportamentos aceitáveis ou não aceitáveis. Geralmente eficaz a curto prazo, enquanto os reforços estão em vigor (quer positivos quer negativos). Utilização de reforços positivos (Skinner), através de uma economia de fichas. Um equilíbrio entre reforços positivos e punições (retirada de privilégios). Reforços positivos selectivos. Comentários positivos do professor superando os negativos numa proporção de 2 para 1. Sinalizar e relembrar de forma positiva as regras. Uso exclusivo de consequências aversivas. Uso exclusivo de punições (por exemplo retirada de comida ou restrição das rações, pão e água; uso da crítica; sarcasmo). Uso predominante de comentários verbais negativos. 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 6 3
4 ESTÁDIO 3 Utilização do grupo social (pressão dos pares e dos adultos) para promover o conformismo individual às normas do grupo e às regras da sala de aula. Preocupação com os sentimentos do grupo. Pode ser altamente eficaz durante períodos de tempo prolongados, desde que o indivíduo permaneça no grupo. Estabelecer as regras da sala de aula com a participação do grupo. Realizar reuniões de turma para discutir as consequências gerais do mau comporta/o. Utilização de pressão positiva dos pares. Recompensar o grupo no seu conjunto para promover a aprendizagem cooperativa. Promover a coesão do grupo. Materiais de aprendizagem cooperativa. Utilização de «mensagens. Eu». Transformar a turma num tribunal para fazer de uma criança o bode expiatório. Utilizar o grupo para envergonhar ou marginalizar publicamente um aluno. Utilizar o grupo para fazer alunos sentirem-se rejeitados (fazer um aluno sentar-se na cadeira do «burro»; etc.). 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 7 ESTÁDIO 4 Administração de sanções de acordo com os regulamentos. É acentuada a responsabilidade individual e a escolha. Decisão individual e orientações interiores face às leis e regras. Pode ser muito eficaz durante longos períodos de tempo. Observância escrupulosa dos direitos individuais. Compreensão clara das razões subjacentes às regras da escola. Sistema de pontos e contratos para a avaliação. Consequências para os comporta/os inaceitáveis que sejam compreensíveis e razoáveis. Ensino de competências de autocontrolo aos alunos. Treino de auto-afirmação. Apoio escessivo na competição individual pelas notas. Ênfase excessivo na responsabilidade e sucesso individual. Interpretação estrita das leis e regras, sem considerar os princípios que lhes estão subjacentes. 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 8 4
5 ESTÁDIO 5 Administração e sanções baseadas em princípios democráticos gerais: - justiça, igualdade, tolerância, liberdade de pensamento e outros semelhantes. Regras e leis desenvolvidas com a participação aberta de adultos e alunos. Utilização de processos juridicamente correctos. Procedimento de assembleia de cidadãos, cada pessoa dispõe de um voto. Ênfase na autonomia individual e na responsabilidade para com o grupo. Noção de interdependência sempre presente. Só adequado para alunos do ensino secundário, ou mais velhos. 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 9 NÍVEIS DE DISCIPLINA 4 Questões fundamentais: 1.Quem estabelece as regras? 2.Quem mantém as regras? 3.Como são aplicadas as regras? 4.Por que razão obedecem os alunos às regras? 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 10 5
6 Estádios Regras Quem estabelece? e os alunos e os alunos Os alunos e o Quem mantém? (forma positiva) (forma positiva) e os alunos Os alunos e o Os alunos e o Como são aplicadas? Porquê são cumpridas? Presença física do Receio da punição ou obtenção de aprovação física Recompensa s materiais concretas Ganhar ou evitar perder recompensas Discussões em grupo e reuniões de turma Pertencer à turma enquanto grupo, evitar isolamento Os alunos controlam os seus próprios contratos Desenvolver responsabilidade individual ou destacar-se do grupo Assembleias e comissões disciplinares controladas pelos alunos Compreensão do sentido de justiça, respeito de direitos e liberdades 2006/2007 Psicologia da Educação, 2º EB1 11 6
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