Números Transcendentes: Números de Liouville e a Constante de Chapernowne

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Números Transcendentes: Números de Liouville e a Constante de Chapernowne"

Transcrição

1 205: Trabalho de Conclusão de Curso do Mestrado Profissional em Matemática - PROFMAT Universidade Federal de São João del Rei - Campus Alto Paraopeba - CAP/UFSJ Sociedade Brasileira de Matemática - SBM Números Transcendentes: Números de Liouville e a Constante de Chapernowne Diogo Oliveira Mariana Garabini Cornelissen Hoyos 2 Resumo: Os números ue não são raízes de nenhum polinômio com coeficientes inteiros são chamados números transcendentes. Neste trabalho fazemos um estudo dos números reais transcendentes, apresentando a demonstração da existência de tais números e também de sua não enumerabilidade, ou sea, mostramos ue esses números de fato existem e não são poucos. Os primeiros exemplos conhecidos de números transcendentes são os chamados números de Liouville, em homenagem à Joseph Liouville, ue mostrou o fato de o número l k 0 k!, conhecido como constante de Liouville, é um número transcendente. Apresentamos também um estudo sobre essa classe de números transcendentes, os números de Liouville e, por fim, exibimos um número transcendente conhecido como constante de Champernowne e ue é o número decimal obtido através da concatenação de todos os números naturais, a saber, 0, mas ue não é um número de Liouville, mostrando ue nem todo número transcendente é necessariamente um número de Liouville. Palavras-chave: transcendente, números de Liouville, constante de Chapernowne. Introdução Por volta de 500 a.c., Pitágoras e seus discípulos acreditavam ue toda medida era comensurável, ou sea, todo segmento podia ser representado por um fração p em ue p, Z com 0. Dito de outra forma, eles acreditavam ue todo número era racional. Porém, Hipaso de Metaponto, discípulo da escola pitagórica mostrou ue a medida da hipotenusa de um triângulo retângulo e isósceles de lado uma unidade é igual à 2 e ue este por sua vez não era um segmento comensurável. Estávamos ali diante do primeiro número irracional. Mas, os números racionais e o número 2 possuem uma propriedade em comum: ambos são raízes de polinômios com coeficientes inteiros, x p e x 2 2, respectivamente. Todo número com esta propriedade de ser raiz de um polinômio com coeficientes inteiros é chamado número algébrico. Já os números ue não gozam de tal propriedade são ditos transcendentes. Observe ue todos os números transcendentes são irracionais. Aluno de Mestrado Profissional em Matemática, Turma 203 Instituição: Universidade Federal de São João del-rei - Campus Alto Paraopeba - CAP/UFSJ diogooliveira2704@gmail.com 2 Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso Departamento de Física e Matemática - DEFIM, CAP/UFSJ mariana@ufs.edu.br

2 A teoria dos números transcendentes foi originada por Joseph Liouville em 844 a partir de um teorema ue caracteriza os números algébricos. A ideia de Liouville para construir números transcendentes foi encontrar um propriedade satisfeita por todos os números algébricos e depois construir um número ue não satisfizesse tal propriedade. Dessa forma, Liouville construiu uma classe de números, os números de Liouville e, em 85, exibiu o primeiro número transcendente da história: l n 0 n!, conhecida como constante de Liouville. Outros matemáticos continuaram os estudos a respeito dos números de Liouville e mostraram ue o conunto desses números é não-enumerável, apesar de nem todo número transcendente ser um número de Liouville. Em 933, D.G. Champernowne apresentou o número c 0, , conhecida como constante de Champernowne, ue consiste da concatenação de todos números naturais, e em 96, Kurt Mahler mostrou ue esse número é transcendente e depois mostrou-se ue essa constante não é um número de Liouville. 2 Números Transcendentes Nesta seção falaremos dos números algébricos e transcendentes, obeto de estudo desse trabalho, apresentando exemplos e propriedades desses números. Definição 2. Qualuer solução real de uma euação polinomial da forma a n x n + a n x n + + a x + a 0 0 onde n N, a i Z para todo i, 2,..., n é chamado número algébrico. O conunto destes números será denotado por Q. Exemplo 2. Todo número racional é algébrico, pois, conforme á citado anteriormente, todo número da forma p com p, Z, 0 é raiz do polinômio x p. Entretanto, nem todo número algébrico é racional, á ue 2 é algébrico e não é racional. Exemplo é um número algébrico pois é solução da euação x 6 6x 4 6x 3 + 2x 2 36x + 0. Definição 2.2 Os números ue não são algébricos são chamados transcendentes e o conunto destes números será denotado por T. Observe ue, por definição, o conunto T é o complementar do conunto Q, também denotado por T Q c. Com essas definições, surgem as seguintes perguntas: existem números transcendentes? Ou sea, existem números ue não são raízes de nenhum polinômio com coeficientes inteiros? E se existirem tais números, são muitos? Vamos mostrar ue a resposta a essas duas perguntas é sim. Mas, vamos começar pela segunda pergunta, ou sea, mostraremos primeiro ue, se existirem tais números, eles são muitos. Com isso, mostraremos sua existência e, posteriormente, exibiremos números transcendentes. Para isso, precisaremos de uma nova definição e alguns resultados cuas demonstrações podem ser encontradas em []. Definição 2.3 Um conunto A é dito enumerável se A é finito ou se existe uma bieção f : N A. 2

3 Exemplo 2.3 Z é enumerável á ue é claramente uma bieção. f : N Z x { x 2 x+ 2, ) se x é par, se x é ímpar Exemplo 2.4 O conunto dos números pares, denotado por 2Z, é enumerável, pois a função gfx)) onde fx) é a função do exemplo anterior e gx) é dada por é uma bieção. g : Z 2Z x 2x Teorema 2. As seguintes afirmações são verdadeiras:. O conunto dos números reais, R, é não enumerável. 2. A união enumerável de conuntos enumeráveis é enumerável. 3. Se o conunto A é enumerável então A n A A A é enumerável. As demonstrações destes fatos se encontram em []. Teorema 2.2 O conunto Z[x] {a n x n + a n x n + + a x + a 0 n N, a n 0, a i Z i, 2, 3,, n} é enumerável. Demonstração: Como Z é enumerável é fácil ver ue Z também é enumerável e pelo Teorema 2. segue ue Z Z... Z é enumerável. Considere a função f : Z Z... Z Z[x] a 0, a, a 2,..., a n ) a n x n + a n x n + + a x + a 0 Note ue f é obviamente bietora, á ue admite inversa igual a f a n x n + a n x n + + a x + a 0 ) a 0, a, a 2,..., a n ) donde podemos concluir ue Z[x] é enumerável, como ueríamos demonstrar. Sabemos ue um polinômio não nulo, de grau n e com coeficientes em um domínio de integridade possui no máximo n raízes nesse domínio. Logo, dado um polinômio não nulo px) a n x n + a n x n + + a x + a 0 em ue a i Z para todo i, 2, 3,, n temos ue o conunto R p {k R pk) 0} é finito e, portanto, enumerável. 3

4 Teorema 2.3 Q é enumerável. Demonstração: Observe ue Q p Z[X] donde Q é uma união enumerável de conuntos enumeráveis e assim pelo teorema 2.) segue ue o conunto dos números algébricos é enumerável. Agora sim estamos prontos para responder às nossas duas perguntas feitas anteriormente. Com os resultados acima, á podemos concluir ue os números transcendentes são muitos. Veamos: temos ue R Q T e sabemos ue R é não enumerável. Logo, T é não enumerável pois senão teríamos ue R é a união enumerável de conuntos enumeráveis, o ue implicaria ue R é enumerável, um absurdo. Com este fato podemos concluir também ue existem números transcendentes, pois, se T teríamos novamente o absurdo de R Q ser enumerável. E, mais do ue isso, concluímos ue existem mais números transcendentes do ue algébricos. Na próxima seção, apresentaremos os primeiros números não algébricos ue foram conhecidos, os números de Liouville. 3 Números de Liouville No século XIX, os matemáticos á sabiam da existência dos números transcendentes, entretanto, não era conhecido nenhum exemplo desse tipo de número. Somente em 844, Joseph Liouville mostrou ue o número l k 0 k!, conhecido como constante de Liouville, é transcendente. Mais tarde foi mostrado ue π e e também não são algébricos ver []). A ideia de Liouville para encontrar números transcendentes foi encontrar alguma propriedade ue fosse satisfeita por todos os números algébricos e, em seguida, construir algum número ue não possuísse tal propriedade. Definição 3. Dizemos ue α Q é de grau n se o polinômio px) de menor grau tal ue pα) 0 tem grau n. Esse polinômio é chamado de polinômio mínimal de α. R p, Teorema 3. Teorema de Liouville Se α Q tem grau n 2 então existe c cα) tal ue α p > c, n para todo p, Z e 0. Demonstração: Sea fx) a n x n + a n x n + + a x + a 0 Z [x] o polinômio minimal de α, ou sea, pα) 0. Sabemos ue existe δ > 0 tal ue [α δ, α + δ] R f {α} onde R f é o conunto das raízes reais de fx) do contrário poreriamos R f um conunto infinito. ou p Dados p, Z e 0, e p, ), temos duas possibilidades: / [α δ, α + δ]. 4 p [α δ, α + δ]

5 Se p α / [α δ, α + δ] então p > δ δ Se p [α δ, α + δ], como fx) é contínua e derivável em [α, p n. ] aui, sem perda de ) generalidade estamos supondo α, p > α) logo, pelo Teorema do Valor Médio, existe d p tal ue ) p fα) f f d) α p ) donde ) p f f d) α p [ ] [ ] Como f é contínua em α, p então existe M R tal ue f x) M para todo x α, p. Assim, temos ue ) p f M α p ) Observe ue p α á ue α tem grau maior ou igual a 2 por hipótese e todo racional tem ) grau. Logo, f 0 e daí p f Portanto, por ) temos ue p ) an p n n + a n p n n + a p + a 0 anpn +a n p n + +a n p+a 0 n n anpn +a n p n + +a n p+a 0 n n n, α p M n Tomando cα) min { } δ, M temos em ambos os casos ue α p c n como ueríamos demonstrar. Exemplo 3. 2 é algébrico de grau 2 com polinômio minimal igual a fx) x 2 2. De acordo com o Teorema 3., tomando δ obtemos c 2 tal ue 2+) p 2 > ) 2 para todo p Q. 5

6 Após demonstrar o Teorema 3., Liouville apresentou um conunto de números ue não atendem à definição 3.. Esses são os números de Liouville e seu conunto é denodato por L. Definição 3.2 Um número real α é chamado número de Liouville se existir uma seuência p de racionais em ue p, Z e para todo, tal ue ) α p,. Proposição 3. A seuência ) na definição acima é ilimitada. Demonstração: Note ue α p,. Agora suponha ue ) é limitada, ou sea, suponha ue exista M R tal ue M para todo. Dessa forma, temos ue α p α p M Lembrando ue a b a b para todo a, b R, segue ue p α α p M donde p M + α M + α M, + α )M o ue implica ue a seuência p também é limitada. E, portando, chegamos à contradição de ue p ) é finita. A partir da proposição acima, podemos concluir ue um número racional não pode ser um número de Liouville. De fato, se α p Q é de Liouville então > α p p p p p donde o ue contradiz o fato de ) ser ilimitada. 6

7 Teorema 3.2 Todo número de Liouville é transcendente, ou sea, se α L então α T. Demonstração: Suponha ue α L e algébrico de grau n 2. Segue pelo Teorema 3. ue existe c R + tal ue > α p > c para todo racional p. Daí > c n n ) Dessa forma temos ue se > n + então n > c n) n c, contradizendo a proposição 3.. Portanto, α T. Mas, apesar de todo este trabalho, Liouville ainda não havia exibido nenhum número transcendente. A partir daí bastava encontrar um número de Liouville para obter o primeiro transcendente. A constante de Liouville, ue será apresentada no exemplo abaixo, foi o primeiro número não algébrico apresentado. Exemplo 3.2 Temos ue l k é um número de Liouville. Assim, c 0 k! 0, De fato, defina p k 0! k! e 0!. Observe ue p, Z para todo e p k 0 k! l p k+ 0 k! 0 +)! )! )! + 0 +)! )! +)! )! +)! + ) 0 +)! ) 0 0 +)! 9 0 +)!. 7

8 Logo, Agora basta provar ue + )!!, o ue ocorre pois + )! + )!! +!! l p o ue implica ue l é um número de Liouville e, portanto, transcendente! Podemos generalizar o exemplo acima e construir infinitos outros números de Liouville, exibindo assim infinitos números transcendentes distintos, como pode ser visto no exemplo abaixo. Exemplo 3.3 Os números da forma α k a k 0 k! 0, a a 2 000a a , onde a k {, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} para todo k N são números de Liouville. A demonstração deste fato é completamente análoga à demonstração do Exemplo 3.2. O próximo exemplo nos mostra ue existem também números de Liouville em outros formatos. Exemplo 3.4 Dada a seuência então β n a n pertence a L. { a0 a n 0 a n Fazendo p a + n0 0a a n e a temos ue Sendo assim, basta provar ue β p n+ a n 0 a + 0 a a a 0 a ) a + a 0 a +2 a ) 0 0 a 9 0 a, 0 a a 0 a ) 0 a. o ue euivale a mostrar ue 0 a 0 a 8

9 Ou sea, devemos mostrar De fato, a + 0 a a + a 0. 0a a ) + 0 a ) + 0 a +a 0 a +) 0 a a 0 0a a + e, portanto, β L. Um resultado surpreendente é o fato de ue todo número real pode ser escrito como soma de dois números de Liouville. Para mostrar esta afirmação precisaremos de alguns resultados preliminares ue se encontram abaixo. Lema 3. α L se, e somente, se para todo n N existe p α p n Q tal ue Demonstração: Se α é um número de Liouville então existe existe pela definição 3.2) uma sucessão de racionais p Fazendo n e p pn n ) tal ue temos ue α p α p Agora, se α é tal ue n > 0 existe p pn n Q e tal ue α p n p considere a seuência n n de forma ue )n α p n, donde α L. n n n n Lema 3.2 Dado α R se existirem c > 0 e uma seuência de racionais tais ue α p c, então α L. p ) com 9

10 Demonstração: Se 0 c então α p c e segue o resultado. Se c >, observe ue a seuência ) é ilimitada esta observação pode ser demonstrada de forma análoga à proposição 3.). Assim, temos ue existe 0 tal ue para todo > 0 tem se ue c 0 donde α p c 0 0. Para todo 0, considere a seuência de números naturais n 0. Dessa forma, temos ue para todo n N existe p p tal ue α p n e pelo lema 3.) temos ue α é um número de Liouville. Lema 3.3 Se existirem uma seuência ilimitada w k ) k de números reais positivos e uma seuência de racionais então α L. p k k )k tais ue 0 α p k k w k k 0,, k N, Demonstração: Sea s k ) k w k ) k uma subseuência ilimitada em ue s k > para a todo k N e k b k tais ue )k p k k )k 0 α a k b k b s, k N. k k Agora tome uma seuência de números reais r k ) k com r k > 0 para todo k N tal ue s k r k k, então α a k b k b s k k b s k r k, k N. b k k Logo pelo lema 3.) temos o resultado. Teorema 3.3 Se α L e p Q com, então:. α p L k 0

11 2. ) α + p L Demonstração: Se α L então existe uma seuência de racionais α p p ) tal ue. Sea α log donde α. Observe ue lim + α + e ainda αp pp α p pp α α p pp +α Por outro lado, observe ue existe k R tal ue p k então α p pp p α p. p p α ) p α + p α + α + α ) + k α + α + α ) + α + α + α ) + k Agora, sabemos do Cálculo Diferencial e Integral ue se uma função fx) é ilimitada fx) então pelo teorema de L hospital lim e assim lim x + + fx) x fx) x + + fx) +. Logo, ) α + lim + α + k +, e segue pelo lema 3.3) ue α p L. 2. Como no item anterior tem-se ) α + p p + p ) ) α + p ) α + p ) α + p ) p + p ) p + p α p + p +α )

12 Por outro lado, ) α + p p + p ) α p α ) Mas, á sabemos ue lim + α α +α +α ) α + α + donde pelo lema 3.3 segue ue ) α + p L. Agora podemos provar ue ualuer número real pode ser escrito como soma de dois números de Liouville. Teorema 3.4 Teorema de Erdös Dado β R então existem l, l 2 L tais ue β l + l 2 Demonstração: De fato, se β L então pelo teorema 3.3 basta tomar l l 2 β L. 2 Se β Q tomemos ualuer α L e assim pelo teorema 3.3 ) β+α 2 e β α ) 2 L com β β α + β+α. 2 2 Agora, se β / Q então β [β]) / Q onde [β] é a parte inteira de β. E assim podemos estudar apenas o caso em ue β 0, ) Q c. Sea e defina β 0, a a 2 a 3... a n..., em ue a n {0,, 2, 3,..., 9} l n λ n 0 n e l 2 n δ n 0 n em ue para n! k n + )! temos { λk a k e δ k 0 se n / 2N λ k 0 e δ k a k se n 2N. É fácil ver ue β l + l 2. Falta mostrar ue l, l 2 L. Para l, tomemos p n 2n)! k λ k 0 2n)! +k) e n 0 2n)!, daí l p n n k2n)! λ k 0 k Lembrando ue para 2n)! k 2n + )! tem-se λ k 0 então 2

13 l pn n k2n+)! k2n+)! λ k 0 k 9 0 k 9 0 2n!+) ) n!+) 9 0 2n!+) 0 n2n)! ) 0 2n)! ) n. n Logo l L. De modo análogo pode-se provar ue l 2 L. Como conseuência deste fato temos ue o conunto L é não-enumerável. Isto ocorre pois, pelo Teorema de Erdös, podemos estabelecer uma bieção de R em S L L f : R S L L β l, l 2 ) o ue implica ue S é não-enumerável e portanto L L também é não enumerável. Logo, temos ue L é não-enumerável, pois do contrário teríamos L L enumerável o ue seria uma contradição. Mas, apesar da não-enumerabilidade de L e T, temos ue L T. Veremos na próxima seção ue existem números transcendentes ue não são números de Liouville. 4 A Constante de Champernowne David Gawen Champernowne, em 934, apresentou o número c 0, , conhecida como constante de Champernowne, e ue consiste da concatenização de todos números naturais. Mais tarde, em 937, Kurth Mahler mostrou em [6] ue tal número é transcendente porém não é de Liouville. Nesta seção apresentaremos uma outra demonstração desses fatos, também realizada por Mahler em 968 e ue faz uso de um resultado conhecido como Teorema de Roth. 4. O Teorema de Roth Muitos matemáticos procuraram uma aproximação melhor ue a apresentada por Liouville em seu teorema 3., mas, apenas em 955 k. F. Roth demonstrou o seguinte resultado ue lhe rendeu a honrosa medalha Fields no ano de

14 Teorema 4. Seam α um número algébrico e irracional e ɛ > 0. Então o conunto { p Q α p } 2+ɛ é finito. Como conseuência desse resultado, pode-se mostrar ue: Corolário 4. Seam α um número algébrico e irracional e ɛ > 0. Então existe k kα, ɛ) tal ue para todo p Q α p > c 2+ɛ Estes dois resultados renderam a medalha Fields a Roth e suas demonstrações podem ser encontradas em [3]. 4.2 A constante de Champernowne é transcendente Sea c 0, a constante de Champernowne. Começamos por construir p uma seüência ue possa contradizer o corolário 4.). Tome ) Daí Faça p r. Em seguida, tome r c r ,5 0, r , Assim obtemos ue 09 c o ue implica em c A ue A Agora fazendo p 2 2 A tem-se c p ,5 2 E assim sucessivamente, de forma à encontrarmos uma seüência e { 9 2, , ,... 0 n k 0 k ) 2,... } tal ue c p 4 4,5. p ) em ue p N

15 Agora podemos provar ue a constante de Champernowne não é um número algébrico. Suponha ue c sea algébrico. Logo, pelo corolário 4., temos ue dado ɛ > 0 existe k > 0 tal ue c p > k 2+ɛ, p Q. Portanto para ɛ 0, 5 e a seüência construída anteriormente segue ue k 2,5 c p 4,5, N donde k 2. Mas, como ) é ilimitada temos uma contradição. Logo a constante de Champernowne é um número transcendente. 4.3 A constante de Champernowne não é um número de Liouville Na seção anterior mostramos ue a constante de Champernowne é um número transcendente e, portanto, irracional. Dessa forma, podemos calcular sua medida de irracionalidade de acordo com a definição abaixo. Definição 4. Dado α Q c, chamamos de medida de irracionalidade de α o número real positivo µα) µ tal ue α p >, µ para todo p Q. Masaki Amou mostrou em [4] ue µc) 0, isto é, c p >, 0 para todo p Q. donde p Portanto, se c L então existe uma seuência 0 c p 0. ) tal ue o ue contradiz a proposição 3.. Logo, c não é um número de Liouville. 5

16 5 Considerações Finais Os números irracionais são abordados no Ensino Fundamental e Médio apenas como números ue não podem ser escritos na forma de uma fração, isto é, números ue não são racionais. Isso permite uma boa compreensão da irracionalidade de 2, mas, somente essa definição não permite mostrar ue outros números, como por exemplo, π e e também são irracionais. A proposta desse trabalho foi apresentar um texto sobre números transcendentes e, portanto, sobre números irracionais, para ue professores do ensino básico possam aprofundar seus conhecimentos sobre esse tema e até mesmo conhecer outros números transcendentes diferentes dos tradicionais π e e, como a constante de Champernowne. Referências [] FIGUEREIDO,Dairo G. Números Irracionais e Transcendentes. 3 a ed. Rio de Janeiro: SBM,20.Coleção de Iniciação Científica. [2] HEFEZ, Abramo e VILLELA, Maria L.T. Polinômios e Euações Algébricas. a ed.rio de Janeiro: SBM,202. Coleção PROFMAT. [3] LEQUAIN, Y. Aproximação de um Número Real Por Números Racionais. a ed.rio de Janeiro: Impa, 993. [4] AMOU, M.:Approximation to Certain Transcendental Decimal Fractions by Algebraic Numbers. Journal of Numbers Theory, volume 37, page 23-24,99) [5] MARQUES, D. Teoria dos Números Transcendentes. Rio de Janeiro: SBM, 203. Coleção Textos Universitários. [6] MAHLER, K. Arithmetische Eigenschaften der Lösungen einer Klasse von Funktionalgleichungen, Math. Annalen, t ), p

Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciẽncias Físicas e Matemáticas Departamento de Matemática. Liana Garcia Ribeiro

Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciẽncias Físicas e Matemáticas Departamento de Matemática. Liana Garcia Ribeiro Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciẽncias Físicas e Matemáticas Departamento de Matemática Liana Garcia Ribeiro Introdução aos Números Algébricos Florianópolis 2018 2 Introdução Para fazer

Leia mais

Uma Conversa Sobre Números Transcendentes

Uma Conversa Sobre Números Transcendentes Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciência e Tecnologia Unidade Acadêmica de Matemática Programa de Educação Tutorial Tutor: Prof. Dr. Daniel Cordeiro de Morais Filho Uma Conversa Sobre Números

Leia mais

Conjuntos Enumeráveis e Não-Enumeráveis

Conjuntos Enumeráveis e Não-Enumeráveis Conjuntos Enumeráveis e Não-Enumeráveis João Antonio Francisconi Lubanco Thomé Bacharelado em Matemática - UFPR jolubanco@gmail.com Prof. Dr. Fernando de Ávila Silva (Orientador) Departamento de Matemática

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos Capítulo 2 Conjuntos Infinitos Não é raro encontrarmos exemplos equivocados de conjuntos infinitos, como a quantidade de grãos de areia na praia ou a quantidade de estrelas no céu. Acontece que essas quantidades,

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito Capítulo 2 Conjuntos Infinitos Um exemplo de conjunto infinito é o conjunto dos números naturais: mesmo tomando-se um número natural n muito grande, sempre existe outro maior, por exemplo, seu sucessor

Leia mais

Semana Olímpica 2019

Semana Olímpica 2019 Semana Olímpica 2019 Prof a Ana Paula Chaves apchaves.math@gmail.com Nível U Formas Lineares em Logaritmos à la Baker 1. Algébricos x Transcendentes Um número algébrico é qualquer raiz, real ou complexa,

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito Capítulo 2 Conjuntos Infinitos O conjunto dos números naturais é o primeiro exemplo de conjunto infinito que aprendemos. Desde crianças, sabemos intuitivamente que tomando-se um número natural n muito

Leia mais

Aritmética. Somas de Quadrados

Aritmética. Somas de Quadrados Aritmética Somas de Quadrados Carlos Humberto Soares Júnior PROFMAT - SBM Objetivo Determinar quais números naturais são soma de dois quadrados. PROFMAT - SBM Aritmética, Somas de Quadrados slide 2/14

Leia mais

1 Conjuntos, Números e Demonstrações

1 Conjuntos, Números e Demonstrações 1 Conjuntos, Números e Demonstrações Definição 1. Um conjunto é qualquer coleção bem especificada de elementos. Para qualquer conjunto A, escrevemos a A para indicar que a é um elemento de A e a / A para

Leia mais

Relações de Recorrência de 3ª Ordem

Relações de Recorrência de 3ª Ordem Relações de Recorrência de 3ª Ordem Gustavo Franco Marra Domingues Universidade Federal de Uberlândia - Faculdade de Matemática Graduando em Matemática - Programa de Educação Tutorial gmarra86@ hotmail.

Leia mais

1 Congruências de Grau Superior. Dado um polinômio f(x) Z[x] e um número natural n, vamos estudar condições para que a congruência. f(x) 0 (mod n).

1 Congruências de Grau Superior. Dado um polinômio f(x) Z[x] e um número natural n, vamos estudar condições para que a congruência. f(x) 0 (mod n). Polos Olímpicos de Treinamento Curso de Teoria dos Números - Nível 3 Carlos Gustavo Moreira Aula 10 Congruências de Grau Superior 1 Congruências de Grau Superior Dado um polinômio f(x Z[x] e um número

Leia mais

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes Notas Sobre Sequências e Séries 2015 Alexandre Fernandes Limite de seqüências Definição. Uma seq. (s n ) converge para a R, ou a R é limite de (s n ), se para cada ɛ > 0 existe n 0 N tal que s n a < ɛ

Leia mais

A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário

A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário Renan de Oliveira Pereira, Ouro Preto, MG, Brasil Wenderson Marques Ferreira, Ouro Preto, MG, Brasil Eder Marinho

Leia mais

Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia

Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia Giselle Moraes Resende Pereira Universidade Federal de Uberlândia - Faculdade de Matemática Graduanda em Matemática - Programa de Educação Tutorial

Leia mais

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais Matemática I 1 Propriedades dos números reais O conjunto R dos números reais satisfaz algumas propriedades fundamentais: dados quaisquer x, y R, estão definidos a soma x + y e produto xy e tem-se 1 x +

Leia mais

Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov

Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov 1 Motivação Considere as equações diferenciais que modelam o oscilador harmônico sem amortecimento e sem força aplicada, dada por: M z + Kz = 0 Escolhendo-se x 1 = z e x

Leia mais

Limites de Funções. Bases Matemáticas. 2 o quadrimestre de o quadrimestre de / 57

Limites de Funções. Bases Matemáticas. 2 o quadrimestre de o quadrimestre de / 57 2 o quadrimestre de 2017 2 o quadrimestre de 2017 1 / Visão Geral 1 Limites Finitos Limite para x ± 2 Limites infinitos Limite no ponto Limite para x ± 3 Continuidade Definição e exemplos Resultados importantes

Leia mais

Bases Matemáticas. Como o Conhecimento Matemático é Construído. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. Definições Axiomas.

Bases Matemáticas. Como o Conhecimento Matemático é Construído. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. Definições Axiomas. 1 Bases Matemáticas Aula 2 Métodos de Demonstração Rodrigo Hausen v. 2012-9-21 1/15 Como o Conhecimento Matemático é Construído 2 Definições Axiomas Demonstrações Teoremas Demonstração: prova de que um

Leia mais

Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados

Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados UFPB/CCEN/DM Matemática Elementar I - 2011.2 Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados 1. Sejam p, q e r proposições. Mostre que as seguintes proposições compostas são tautologias:

Leia mais

Universidade Federal de Goiás Câmpus Catalão Aluno: Bruno Castilho Rosa Orientador: Igor Lima Seminário Semanal de Álgebra

Universidade Federal de Goiás Câmpus Catalão Aluno: Bruno Castilho Rosa Orientador: Igor Lima Seminário Semanal de Álgebra Universidade Federal de Goiás Câmpus Catalão Aluno: Bruno Castilho Rosa Orientador: Igor Lima Seminário Semanal de Álgebra Notas de aula 1. Título: Subgrupos finitos de. 2. Breve descrição da aula A aula

Leia mais

como aproximar bem números reais por números racionais

como aproximar bem números reais por números racionais Frações contínuas: como aproximar bem números reais por números racionais Carlos Gustavo Moreira - IMPA A teoria de frações contínuas é um dos mais belos assuntos da Matemática elementar, sendo ainda hoje

Leia mais

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais:

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: Espaços Euclidianos Espaços R n O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: R n = {(x 1,..., x n ) : x 1,..., x n R}. R 1 é simplesmente o conjunto R dos números

Leia mais

Análise I Solução da 1ª Lista de Exercícios

Análise I Solução da 1ª Lista de Exercícios FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS Centro de Ciências e Tecnologia Curso de Graduação em Matemática Análise I 0- Solução da ª Lista de Eercícios. ATENÇÃO: O enunciado

Leia mais

Números naturais e cardinalidade

Números naturais e cardinalidade Números naturais e cardinalidade Roberto Imbuzeiro M. F. de Oliveira 5 de Janeiro de 2008 Resumo 1 Axiomas de Peano e o princípio da indução Intuitivamente, o conjunto N dos números naturais corresponde

Leia mais

XIX Semana Olímpica de Matemática. Nível 3. Polinômios em Z[x] Matheus Secco

XIX Semana Olímpica de Matemática. Nível 3. Polinômios em Z[x] Matheus Secco XIX Semana Olímpica de Matemática Nível 3 Polinômios em Z[x] Matheus Secco O projeto da XIX Semana Olímpica de Matemática foi patrocinado por: Polinômios em Z[x] N3 Professor Matheus Secco 1 Ferramentas

Leia mais

Soluções dos Exercícios do Capítulo 2

Soluções dos Exercícios do Capítulo 2 A MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO Volume 1 Soluções dos Exercícios do Capítulo 2 2.1. Seja X = {n N; a + n Y }. Como a Y, segue-se que a + 1 Y, portanto 1 X. Além disso n X a + n Y (a + n) + 1 Y n + 1 X. Logo

Leia mais

Números de Liouville: o início da teoria transcendente.

Números de Liouville: o início da teoria transcendente. Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Físicas e Matemáticas Números de Liouville: o início da teoria transcendente. Ben Hur Eidt Florianópolis, de julho de 206 Sumário Introdução 3

Leia mais

NÚMEROS ALGÉBRICOS E TRANSCENDENTES

NÚMEROS ALGÉBRICOS E TRANSCENDENTES Luis Eduardo Fritsch NÚMEROS ALGÉBRICOS E TRANSCENDENTES Florianópolis 2018 Luis Eduardo Fritsch NÚMEROS ALGÉBRICOS E TRANSCENDENTES Artigo científico desenvolvido para apresentação na disciplina de Introdução

Leia mais

Teorema. Existe alguma raiz primitiva módulo n se, e só se, n = 2, n = 4, n = p k ou n = 2p k onde p é primo ímpar.

Teorema. Existe alguma raiz primitiva módulo n se, e só se, n = 2, n = 4, n = p k ou n = 2p k onde p é primo ímpar. raízes primitivas Uma raiz primitiva módulo n é um inteiro b tal que {1, b, b 2,... ( mod n)} = U(n). Teorema. Existe alguma raiz primitiva módulo n se, e só se, n = 2, n = 4, n = p k ou n = 2p k onde

Leia mais

MA14 - Aritmética Unidade 6 - Parte 3 Resumo

MA14 - Aritmética Unidade 6 - Parte 3 Resumo MA14 - Aritmética Unidade 6 - Parte 3 Resumo A Equação Pitagórica Abramo Hefez PROFMAT - SBM Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina e o seu estudo não garante o domínio

Leia mais

TEORIA ERGÓDICA, SISTEMAS DINÂMICOS E MEDIDAS INVARIANTES

TEORIA ERGÓDICA, SISTEMAS DINÂMICOS E MEDIDAS INVARIANTES TEORIA ERGÓDICA, SISTEMAS DINÂMICOS E MEDIDAS INVARIANTES Aluno: Juliana Arcoverde V. L. Ribeiro Orientador: Lorenzo Justiniano Díaz Casado Introdução A Teoria dos Sistemas Dinâmicos, ou mais exatamente

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I

Cálculo Diferencial e Integral I Cálculo Diferencial e Integral I Complementos ao texto de apoio às aulas. Amélia Bastos, António Bravo Julho 24 Introdução O texto apresentado tem por objectivo ser um complemento ao texto de apoio ao

Leia mais

Capítulo 3. Séries Numéricas

Capítulo 3. Séries Numéricas Capítulo 3 Séries Numéricas Neste capítulo faremos uma abordagem sucinta sobre séries numéricas Apresentaremos a definição de uma série, condições para que elas sejam ou não convergentes, alguns exemplos

Leia mais

extensões algébricas.

extensões algébricas. META: Determinar condições necessárias e/ou suficientes para caracterizar extensões algébricas. OBJETIVOS: Ao final da aula o aluno deverá ser capaz de: Reconhecer se uma dada extensão é algébrica. PRÉ-REQUISITOS

Leia mais

Errata da lista 1: Na página 4 (respostas), a resposta da letra e da questão 13 é {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17} (faltou o número 17)

Errata da lista 1: Na página 4 (respostas), a resposta da letra e da questão 13 é {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17} (faltou o número 17) Errata da lista 1: Na página 4 (respostas), a resposta da letra e da questão 13 é {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17} (faltou o número 17) Lista 1 - Bases Matemáticas Elementos de Lógica e Linguagem Matemática 1

Leia mais

obs: i) Salvo menção em contrário, anel = anel comutativo com unidade. ii) O conjunto dos naturais inclui o zero.

obs: i) Salvo menção em contrário, anel = anel comutativo com unidade. ii) O conjunto dos naturais inclui o zero. Lista 1 - Teoria de Anéis - 2013 Professor: Marcelo M.S. Alves Data: 03/09/2013 obs: i) Salvo menção em contrário, anel = anel comutativo com unidade. ii) O conjunto dos naturais inclui o zero. 1. Os conjuntos

Leia mais

= 2 sen(x) (cos(x) (b) (7 pontos) Pelo item anterior, temos as k desigualdades. sen 2 (2x) sen(4x) ( 3/2) 3

= 2 sen(x) (cos(x) (b) (7 pontos) Pelo item anterior, temos as k desigualdades. sen 2 (2x) sen(4x) ( 3/2) 3 Problema (a) (3 pontos) Sendo f(x) = sen 2 (x) sen(2x), uma função π-periódica, temos que f (x) = 2 sen(x) cos(x) sen(2x) + sen 2 (x) 2 cos(2x) = 2 sen(x) (cos(x) sen(2x) + sen(x) cos(2x) ) = 2 sen(x)

Leia mais

Um Estudo Sobre a Enuberabilidade do Conjunto Q dos Números Racionais

Um Estudo Sobre a Enuberabilidade do Conjunto Q dos Números Racionais UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA Relatório de Pesquisa Um Estudo Sobre a Enuberabilidade do Conjunto Q dos Números Racionais Laís Ribeiro

Leia mais

MA14 - Aritmética Unidade 3. Divisão nos Inteiros (Divisibilidade)

MA14 - Aritmética Unidade 3. Divisão nos Inteiros (Divisibilidade) MA14 - Aritmética Unidade 3 Divisão nos Inteiros (Divisibilidade) Abramo Hefez PROFMAT - SBM Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina e o seu estudo não garante o domínio

Leia mais

Aula 7 Os teoremas de Weierstrass e do valor intermediário.

Aula 7 Os teoremas de Weierstrass e do valor intermediário. Os teoremas de Weierstrass e do valor intermediário. MÓDULO - AULA 7 Aula 7 Os teoremas de Weierstrass e do valor intermediário. Objetivo Compreender o significado de dois resultados centrais a respeito

Leia mais

A TRANSFORMAÇÃO DE GAUSS

A TRANSFORMAÇÃO DE GAUSS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA A TRANSFORMAÇÃO DE GAUSS Tales Villas Boas dos Santos São Carlos - SP Dezembro - 200 UNIVERSIDADE

Leia mais

Binomiais e Primos. p p 2 + p 3 + p k. Demonstração. No produto n! = n, apenas os múltiplos de p contribuem com um fator p.

Binomiais e Primos. p p 2 + p 3 + p k. Demonstração. No produto n! = n, apenas os múltiplos de p contribuem com um fator p. Polos Olímpicos de Treinamento Curso de Teoria dos Números - Nível 3 Carlos Gustavo Moreira Aula 16 Binomiais e Primos Começamos lembrando a Proposição 1 (Fatores do Fatorial) Seja p um primo Então a maior

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Transporte de medidas Teoria da Medida e Integração (MAT505) Transporte de medidas e medidas invariantes. Teorema de Recorrência de Poincaré V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia

Leia mais

Análise Real. IF Sudeste de Minas Gerais. Primeiro semestre de Prof: Marcos Pavani de Carvalho. Marcos Pavani de Carvalho

Análise Real. IF Sudeste de Minas Gerais. Primeiro semestre de Prof: Marcos Pavani de Carvalho. Marcos Pavani de Carvalho IF Sudeste de Minas Gerais Prof: Primeiro semestre de 2014 Proposição: É uma afirmação que pode ser classificada em verdadeira ou falsa, mas que faça sentido. Exemplo: Sejam as proposições: A: A soma dos

Leia mais

Enumerabilidade. Capítulo 6

Enumerabilidade. Capítulo 6 Capítulo 6 Enumerabilidade No capítulo anterior, vimos uma propriedade que distingue o corpo ordenado dos números racionais do corpo ordenado dos números reais: R é completo, enquanto Q não é. Neste novo

Leia mais

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A.

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A. Capítulo 1 Números Reais 1.1 Conjuntos Numéricos Um conjunto é uma coleção de elementos. A relação básica entre um objeto e o conjunto é a relação de pertinência: quando um objeto x é um dos elementos

Leia mais

Números irracionais: uma pequena introdução

Números irracionais: uma pequena introdução Números irracionais: uma pequena introdução Doherty Andrade - UEM -2013 Introdução Page 1 of 48 1. Introdução O conceito de número irracional é recente na história da Matemática, embora a questão da representação

Leia mais

Unidade 7 - Bases e dimensão. A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa. 10 de agosto de 2013

Unidade 7 - Bases e dimensão. A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa. 10 de agosto de 2013 MA33 - Introdução à Álgebra Linear Unidade 7 - Bases e dimensão A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa PROFMAT - SBM 10 de agosto de 2013 Nesta unidade introduziremos dois conceitos

Leia mais

Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise

Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise Professor: André Luiz Galdino Gabarito da 1 a Lista de Exercícios 1. Prove que para todo x 0 IR

Leia mais

MA14 - Aritmética Unidade 2 Resumo. Divisão Euclidiana

MA14 - Aritmética Unidade 2 Resumo. Divisão Euclidiana MA14 - Aritmética Unidade 2 Resumo Divisão Euclidiana Abramo Hefez PROFMAT - SBM Aviso Este material é apenas um resumo de parte da disciplina e o seu estudo não garante o domínio do assunto. O material

Leia mais

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito. c1 + c 2 = 1 c 1 + 4c 2 = 3. a n = n. c 1 = 1 2c 1 + 2c

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito. c1 + c 2 = 1 c 1 + 4c 2 = 3. a n = n. c 1 = 1 2c 1 + 2c MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL ENQ 2019.1 Gabarito Questão 01 [ 1,25 ::: (a)=0,50; (b)=0,75 ] Resolva as seguintes recorrências: (a) a n+2 5a n+1 + 4a n = 0, a 0 = 1, a 1 = 3. (b)

Leia mais

Notas sobre conjuntos, funções e cardinalidade (semana 1 do curso)

Notas sobre conjuntos, funções e cardinalidade (semana 1 do curso) Notas sobre conjuntos, funções e cardinalidade (semana 1 do curso) Roberto Imbuzeiro Oliveira 8 de Janeiro de 2014 1 Conjuntos e funções Neste curso procuraremos fundamentar de forma precisa os fundamentos

Leia mais

Teoremas de uma, duas e três séries de Kolmogorov

Teoremas de uma, duas e três séries de Kolmogorov Teoremas de uma, duas e três séries de Kolmogorov 13 de Maio de 013 1 Introdução Nestas notas Z 1, Z, Z 3,... é uma sequência de variáveis aleatórias independentes. Buscaremos determinar condições sob

Leia mais

Semana 3 MCTB J Donadelli. 1 Técnicas de provas. Demonstração indireta de implicação. indireta de. Demonstração por vacuidade e trivial

Semana 3 MCTB J Donadelli. 1 Técnicas de provas. Demonstração indireta de implicação. indireta de. Demonstração por vacuidade e trivial Semana 3 por de por de 1 indireta por de por de Teoremas resultados importantes, Os rótulos por de por de Teoremas resultados importantes, Os rótulos Proposições um pouco menos importantes, por de por

Leia mais

Lista 1 - Cálculo Numérico - Zeros de funções

Lista 1 - Cálculo Numérico - Zeros de funções Lista 1 - Cálculo Numérico - Zeros de funções 1.) De acordo com o teorema de Bolzano, se uma função contínua f(x) assume valores de sinais opostos nos pontos extremos do intervalo [a, b], isto é se f(a)

Leia mais

Resolução dos Exercícios 31/05-09/06.

Resolução dos Exercícios 31/05-09/06. Resolução dos Exercícios 31/05-09/06. 1. Seja A um domínio de integridade. Mostre que todo subgrupo finito de U(A) é cíclico. Seja K o corpo de frações de A. Então A é um subanel de K (identificado com

Leia mais

Lista 2 - Bases Matemáticas

Lista 2 - Bases Matemáticas Lista 2 - Bases Matemáticas (Última versão: 14/6/2017-21:00) Elementos de Lógica e Linguagem Matemática Parte I 1 Atribua valores verdades as seguintes proposições: a) 5 é primo e 4 é ímpar. b) 5 é primo

Leia mais

Polinômios Ciclotômicos e o Teorema dos Primos de Dirichlet

Polinômios Ciclotômicos e o Teorema dos Primos de Dirichlet Polinômios Ciclotômicos e o Teorema dos Primos de Dirichlet Antonio Caminha 15 de fevereiro de 2003 Resumo Neste artigo definimos e provamos as principais propriedades dos polinômios ciclotômicos, objetivando

Leia mais

Aula 5 Aula 6 Aula 7. Ana Carolina Boero. Página:

Aula 5 Aula 6 Aula 7. Ana Carolina Boero.   Página: E-mail: ana.boero@ufabc.edu.br Página: http://professor.ufabc.edu.br/~ana.boero Sala 512-2 - Bloco A - Campus Santo André Números naturais Como somos apresentados aos números? Num primeiro momento, aprendemos

Leia mais

1. Funções Reais de Variável Real Vamos agora estudar funções definidas em subconjuntos D R com valores em R, i.e. f : D R R

1. Funções Reais de Variável Real Vamos agora estudar funções definidas em subconjuntos D R com valores em R, i.e. f : D R R . Funções Reais de Variável Real Vamos agora estudar funções definidas em subconjuntos D R com valores em R, i.e. f : D R R D x f(x). Uma função é uma regra que associa a cada elemento x D um valor f(x)

Leia mais

MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo. Divisibilidade

MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo. Divisibilidade MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo Divisibilidade Abramo Hefez PROFMAT - SBM Julho 2013 Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina e o seu estudo não garante o domínio do

Leia mais

1 Séries de números reais

1 Séries de números reais Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PROFMAT MA 22 - Fundamentos de Cálculo - Professora: Mariana Villapouca Resumo Aula 0 - Profmat - MA22 (07/06/9) Séries de números reais Seja (a n ) n uma sequência

Leia mais

PARTE I EQUAÇÕES DE UMA VARIÁVEL REAL

PARTE I EQUAÇÕES DE UMA VARIÁVEL REAL PARTE I EQUAÇÕES DE UMA VARIÁVEL REAL. Introdução Considere f uma função, não constante, de uma variável real ou complexa, a equação f(x) = 0 será denominada equação de uma incógnita. EXEMPLO e x + senx

Leia mais

Lista 1 - Bases Matemáticas

Lista 1 - Bases Matemáticas Lista 1 - Bases Matemáticas Elementos de Lógica e Linguagem Matemática Parte I 1 Atribua valores verdades as seguintes proposições: a) 5 é primo e 4 é ímpar. b) 5 é primo ou 4 é ímpar. c) (Não é verdade

Leia mais

Para provar uma implicação se p, então q, é suficiente fazer o seguinte:

Para provar uma implicação se p, então q, é suficiente fazer o seguinte: Prova de Implicações Uma implicação é verdadeira quando a verdade do seu antecedente acarreta a verdade do seu consequente. Ex.: Considere a implicação: Se chove, então a rua está molhada. Observe que

Leia mais

Conjuntos Numéricos Aula 6. Conjuntos Numéricos. Armando Caputi

Conjuntos Numéricos Aula 6. Conjuntos Numéricos. Armando Caputi Conjuntos Numéricos Aula 6 Conjuntos Numéricos E-mail: armando.caputi@ufabc.edu.br Página: http://professor.ufabc.edu.br/~armando.caputi Sala 549-2 - Bloco A - Campus Santo André Conjuntos Numéricos Aula

Leia mais

Fórmulas de Taylor - Notas Complementares ao Curso de Cálculo I

Fórmulas de Taylor - Notas Complementares ao Curso de Cálculo I Fórmulas de Taylor - Notas Complementares ao Curso de Cálculo I Gláucio Terra Sumário 1 Introdução 1 2 Notações 1 3 Notas Preliminares sobre Funções Polinomiais R R 2 4 Definição do Polinômio de Taylor

Leia mais

3 O Teorema de Ramsey

3 O Teorema de Ramsey 3 O Teorema de Ramsey Nesse capítulo enunciamos versões finitas e a versão infinita do Teorema de Ramsey, além das versões propostas por Paris, Harrington e Bovykin, que serão tratadas no capítulos subseqüentes.

Leia mais

Curso de Atualização para Professores de Matemática Médio Atividades da Tarde

Curso de Atualização para Professores de Matemática Médio Atividades da Tarde Curso de Atualização para Professores de Matemática Médio Atividades da Tarde do Ensino Problemas de Proporcionalidade (Prof. Elon Lages Lima) Respostas. (i) Sejam x; y R: f(x) + f(y) = (ax + b) + (ay

Leia mais

Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Físicas e Matemáticas Departamento de Matemática. Corpos p-ádicos

Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Físicas e Matemáticas Departamento de Matemática. Corpos p-ádicos Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Físicas e Matemáticas Departamento de Matemática MTM5263 - Introdução à Teoria de Galois 1 o semestre de 2016 Corpos p-ádicos Professor: Eliezer

Leia mais

Análise Matemática I 1 o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI)

Análise Matemática I 1 o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI) Análise Matemática I o Exame (Grupos I, II, III, IV, V e VI) 2 o Teste (Grupos IV, V e VI) Campus da Alameda 5 de Janeiro de 2003 LEC, LET, LEN, LEM, LEMat, LEGM Apresente todos os cálculos e justificações

Leia mais

Aula 05 - Limite de uma Função - Parte I Data: 30/03/2015

Aula 05 - Limite de uma Função - Parte I Data: 30/03/2015 bras.png Cálculo I Logonewton.png Aula 05 - Limite de uma Função - Parte I Data: 30/03/2015 Objetivos da Aula: Definir limite de uma função Definir limites laterias Apresentar as propriedades operatórias

Leia mais

MEDIDAS COM SINAL.. Uma medida com sinal σ-aditiva (ou, simplesmente, uma medida com sinal) µ(a n ) def = lim

MEDIDAS COM SINAL.. Uma medida com sinal σ-aditiva (ou, simplesmente, uma medida com sinal) µ(a n ) def = lim MEDIDAS COM SINAL DANIEL V. TAUSK 1. Definição. Seja C uma coleção de conjuntos tal que C. Uma medida com sinal finitamente aditiva em C é uma função µ : C R tal que: µ( ) = 0; se (A n ) t é uma seqüência

Leia mais

ALGORITMO DE EUCLIDES

ALGORITMO DE EUCLIDES Sumário ALGORITMO DE EUCLIDES Luciana Santos da Silva Martino lulismartino.wordpress.com lulismartino@gmail.com PROFMAT - Colégio Pedro II 25 de agosto de 2017 Sumário 1 Máximo Divisor Comum 2 Algoritmo

Leia mais

Números e Funções Reais, E. L. Lima, Coleção PROFMAT.

Números e Funções Reais, E. L. Lima, Coleção PROFMAT. 1/12 Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina. O material completo a ser estudado encontra-se no Capítulo 4 - Seções 4.1 e 4.2 do livro texto da disciplina: Números e Funções

Leia mais

Expansão decimal de números reais e conjuntos de medida total

Expansão decimal de números reais e conjuntos de medida total Expansão decimal de números reais e conjuntos de medida total Decimal expansion of real numbers and sets of total measure Leandro Batista Morgado Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Departamento

Leia mais

MA14 - Aritmética Unidade 15 - Parte 2 Resumo

MA14 - Aritmética Unidade 15 - Parte 2 Resumo MA14 - Aritmética Unidade 15 - Parte 2 Resumo Aplicações de Congruências Abramo Hefez PROFMAT - SBM Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina e o seu estudo não garante

Leia mais

Teorema Do Ponto Fixo Para Contrações 1

Teorema Do Ponto Fixo Para Contrações 1 Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 20 anos c Publicação Eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit Teorema Do Ponto Fixo

Leia mais

Começamos relembrando o conceito de base de um espaço vetorial. x = λ 1 x λ r x r. (1.1)

Começamos relembrando o conceito de base de um espaço vetorial. x = λ 1 x λ r x r. (1.1) CAPÍTULO 1 Espaços Normados Em princípio, os espaços que consideraremos neste texto são espaços de funções. Isso significa que quase todos os nossos exemplos serão espaços vetoriais de dimensão infinita.

Leia mais

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁLGEBRAS DE LIE TRIDIMENSIONAIS

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁLGEBRAS DE LIE TRIDIMENSIONAIS CLASSIFICAÇÃO DAS ÁLGEBRAS DE LIE TRIDIMENSIONAIS 7 José Paulo Rodrigues da Silveira, Fernando Pereira de Sousa Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS, Campus de Três Lagoas. Bolsista do Grupo

Leia mais

Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina.

Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina. Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina. O material completo a ser estudado encontra-se no Capítulo 11 - Seção 1.3 do livro texto da disciplina: Aritmética, A. Hefez,

Leia mais

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito. a(x x 0) = b(y 0 y).

MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL. ENQ Gabarito. a(x x 0) = b(y 0 y). MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL ENQ 016.1 Gabarito Questão 01 [ 1,00 ::: (a)=0,50; (b)=0,50 ] (a) Seja x 0, y 0 uma solução da equação diofantina ax + by = c, onde a, b são inteiros

Leia mais

Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios sugeridos

Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios sugeridos MAT 1351 Cálculo para funções uma variável real I Curso noturno de Licenciatura em Matemática 1 semestre de 2016 Docente: Prof. Dr. Pierluigi Benevieri Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios

Leia mais

NÚCLEO EDUCAFRO KALUNGA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA PROFESSOR DEREK PAIVA

NÚCLEO EDUCAFRO KALUNGA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA PROFESSOR DEREK PAIVA NÚCLEO EDUCAFRO KALUNGA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA PROFESSOR DEREK PAIVA NOTAS DE AULA: REPRESENTAÇÕES DECIMAIS A representação decimal é a forma como escrevemos um número em uma única base, e como essa

Leia mais

Propriedades das Funções Contínuas

Propriedades das Funções Contínuas Propriedades das Funções Contínuas Prof. Doherty Andrade 2005- UEM Sumário 1 Seqüências 2 1.1 O Corpo dos Números Reais.......................... 2 1.2 Seqüências.................................... 5

Leia mais

P1 de Análise Real ou Análise I Data: 16 de abril de 2008

P1 de Análise Real ou Análise I Data: 16 de abril de 2008 P1 de Análise Real ou Análise I 2008.1 Data: 16 de abril de 2008 Serão contadas as quatro melhores questões. 1. Seja (a n ) uma seqüência de números reais. Prove que se (a n ) 2 converge então a nn também

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE UNIÃO DA VITÓRIA COLEGIADO DE MATEMÁTICA GERMANO VIER ALVES DUAS FORMAS DE REPRESENTAR OS NÚMEROS REAIS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE UNIÃO DA VITÓRIA COLEGIADO DE MATEMÁTICA GERMANO VIER ALVES DUAS FORMAS DE REPRESENTAR OS NÚMEROS REAIS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE UNIÃO DA VITÓRIA COLEGIADO DE MATEMÁTICA GERMANO VIER ALVES DUAS FORMAS DE REPRESENTAR OS NÚMEROS REAIS UNIÃO DA VITÓRIA 204 2 GERMANO VIER ALVES DUAS FORMAS DE

Leia mais

Polinômios com TN. Semana Olimpíca/ Nível 3. Prof. Armando Barbosa. 22 de janeiro de 2019

Polinômios com TN. Semana Olimpíca/ Nível 3. Prof. Armando Barbosa. 22 de janeiro de 2019 Polinômios com TN Semana Olimpíca/019 - Nível 3 Prof. Armando Barbosa de janeiro de 019 Há algum tempo, no mundo das olimpíadas de matemática, tem aparecido questões que misturam assuntos como, por exemplo,

Leia mais

Capítulo 1. Introdução

Capítulo 1. Introdução Capítulo 1 Introdução O objeto de estudo de Mat-1 são as funções reais de variável real. Estudaremos nesta disciplina os conceitos de limite, continuidade, derivabilidade e integrabilidade de funções reais

Leia mais

Uma Curva de G. de Rham: mais propriedades

Uma Curva de G. de Rham: mais propriedades Uma Curva de G de Rham: mais propriedades Guilherme Henrique de Paula Reis (e-mail: guilhermedwg@gmailcom) Goiânia, 5 de Junho de 20 Resumo No trabalho de iniação científica [2], Uma Curva de G de Rham,

Leia mais

Teoria dos Conjuntos. (Aula 6) Ruy de Queiroz. O Teorema da. (Aula 6) Ruy J. G. B. de Queiroz. Centro de Informática, UFPE

Teoria dos Conjuntos. (Aula 6) Ruy de Queiroz. O Teorema da. (Aula 6) Ruy J. G. B. de Queiroz. Centro de Informática, UFPE Ruy J. G. B. de Centro de Informática, UFPE 2007.1 Conteúdo 1 Seqüências Definição Uma seqüência é uma função cujo domíno é um número natural ou N. Uma seqüência cujo domínio é algum número natural n N

Leia mais

Fórmulas de Taylor. Notas Complementares ao Curso. MAT Cálculo para Ciências Biológicas - Farmácia Noturno - 1o. semestre de 2006.

Fórmulas de Taylor. Notas Complementares ao Curso. MAT Cálculo para Ciências Biológicas - Farmácia Noturno - 1o. semestre de 2006. Fórmulas de Taylor Notas Complementares ao Curso MAT0413 - Cálculo para Ciências Biológicas - Farmácia Noturno - 1o. semestre de 2006 Gláucio Terra Sumário 1 Introdução 1 2 Notações 1 3 Notas Preliminares

Leia mais

O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES SIMÉTRICOS. Marco Antonio Travassos 1, Fernando Pereira Sousa 2

O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES SIMÉTRICOS. Marco Antonio Travassos 1, Fernando Pereira Sousa 2 31 O TEOREMA ESPECTRAL PARA OPERADORES SIMÉTRICOS Marco Antonio Travassos 1, Fernando Pereira Sousa 2 1 Aluno do Curso de Matemática CPTL/UFMS, bolsista do Grupo PET Matemática/CPTL/UFMS; 2 Professor do

Leia mais

Gabarito da lista de Exercícios sobre Técnicas de Demonstração

Gabarito da lista de Exercícios sobre Técnicas de Demonstração Universidade Federal Fluminense Curso: Sistemas de Informação Disciplina: Fundamentos Matemáticos para Computação Professora: Raquel Bravo Gabarito da lista de Exercícios sobre Técnicas de Demonstração

Leia mais

Códigos Corretores de Erros e Teoria de Galois. Helena Carolina Rengel Koch Universidade Federal de Santa Catarina 2016

Códigos Corretores de Erros e Teoria de Galois. Helena Carolina Rengel Koch Universidade Federal de Santa Catarina 2016 Códigos Corretores de Erros e Teoria de Galois Helena Carolina Rengel Koch Universidade Federal de Santa Catarina 2016 1 Sumário 1 Introdução 3 2 Corpos finitos e extensões de corpos 4 2.1 Polinômios....................................

Leia mais

Questão 01 EB EA = EC ED. 6 x = 3. x =

Questão 01 EB EA = EC ED. 6 x = 3. x = Questão 0 Seja E um ponto eterno a uma circunferência. Os segmentos EA e ED interceptam essa circunferência nos pontos B e A, e, C e D, respectivamente. A corda AF da circunferência intercepta o segmento

Leia mais

Aula 14 DOMÍNIOS FATORIAIS META. Estabelecer o conceito de domínio fatorial. OBJETIVOS

Aula 14 DOMÍNIOS FATORIAIS META. Estabelecer o conceito de domínio fatorial. OBJETIVOS Aula 14 DOMÍNIOS FATORIAIS META Estabelecer o conceito de domínio fatorial. OBJETIVOS Aplicar a definição de domínio fatorial na resolução de problemas. Estabelecer a definição de máximo divisor comum

Leia mais

Limites e Continuidade

Limites e Continuidade MAT111 p. 1/2 Limites e Continuidade Gláucio Terra glaucio@ime.usp.br Departamento de Matemática IME - USP Revisão MAT111 p. 2/2 MAT111 p. 3/2 Limite de uma Função num Ponto DEFINIÇÃO Sejam f : A R R,

Leia mais

Polinômios. 02) Se. (x 1), então. f(x) (x 2) (x 1) 5ax 2b, com a e b reais, é divisível por a b 1. 04) As raízes da equação

Polinômios. 02) Se. (x 1), então. f(x) (x 2) (x 1) 5ax 2b, com a e b reais, é divisível por a b 1. 04) As raízes da equação Polinômios 1. (Ufsc 015) Em relação à(s) proposição(ões) abaixo, é CORRETO afirmar ue: 01) Se o gráfico abaixo representa a função polinomial f, definida em por f(x) ax bx cx d, com a, b e c coeficientes

Leia mais