Escrita nos Programas de. Básico -que ensino(s)? Aurora Cerqueira Betina Martins

Transcrição

1 Escrita nos Programas de Português do Ensino Básico -que ensino(s)? Aurora Cerqueira Betina Martins 1

2 Resultado Esperado da oficina Representações da escrita na escola Referenciais curriculares Pressupostos e modelos teóricos PPEB/ MA; Orientações de gestão. Dispositivo didáctico de escrita Análise de atividades de escrita propostas em manuais escolares, escolhidas aleatoriamente, a partir de grelha orientadora

3 Consciencializaros professores da necessidade de fazer um trabalho continuado e fundamentado para ensinar a escrever. Sensibilizar para a possibilidade das propostas de escrita dos manuais escolares não estarem devidamente construídas para a concretização de um trabalho continuado e fundamentado do ensino da escrita.

4 Às vezes, é testes, como é que eu hei de dizer, fazemos os testes e depois a professora manda-nos fazer as perguntas outra vez, tudo de novo, como se fizéssemos um teste.(ana, 5.º ano) Rascunho? Faço em casa quando a professora manda fazer, porque na escola não dá tempo [ ] é muito cansativo.(marcelo, 5.º ano) Aprendemos muitas coisas a escrever, porque aperfeiçoamos a letra e é bom escrever. (Ana, 5.º ano) PEREIRA & CARDOSO, 2007: )

5 É escrever de forma limpa e bonita ou seja, com caligrafia legível e sem rasuras ( voz dos alunos) Os momentos de escrita privilegiados e avaliados por excelência são os testes, onde a escrita é parcelar, sem considerar os subprocessos compositivos, os rascunhos. Serve para aprender, estudar, ler, fazer testes e composições, não existindo a convicção da utilidade futura da escrita em termos profissionais PEREIRA & CARDOSO, 2007: )

6 A escrita escolar é geralmente artificial e descontextualizada sem outros destinatários para além do professor (Barbeiro, 2003:19) O aluno escreve, quase exclusivamente, para ser avaliado, e é-o, apenas em relação ao produto final de escrita (Amor, citada por Carvalho, 2003: 20)

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8 Pressupostos e modelos teóricos PPEB Metas de Aprendizagem

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10 CNEB PPEB MA Capacidade para produzir textos escritos com diferentes objetivos comunicativos Conhecimento de técnicas básicas de organização textual Planificar textos de acordo com o objetivo, o destinatário, o tipo de texto e os conteúdos: Recolher a informação em diferentes suportes; Organizar a informação. Seleciona o conhecimento relevante para construir o texto. Regista palavras e ideiaschave sobre o tema do texto a escrever. Organiza o plano do texto com apoio de instrumentos fornecidos (e.g.: esquemas; grelhas)

11 CNEB PPEB MA Responder a questionários com finalidades escolares Redigir com correção enunciadospara responder a diferentes propostas de trabalho: Organizaras respostas de acordo com o foco da pergunta ou pedido; Controlaras estruturas gramaticais mais adequadas à resposta a fornecer Elaborarespostas escritas a questões sobre temas das disciplinas curriculares. Usa técnicas de contração de parágrafos e de textos.

12 CNEB PPEB MA Capacidade para usar multifuncionalmente a escrita, com a consciênciadas escolhas decorrentesda função, forma e destinatário. Conhecimento dos géneros textuais e das técnicas de correcçãoe aperfeiçoamento dos produtosdo processo de escrita. Utilizar os recursos tecnológicos para desenvolver projetos e circuitos de comunicação escrita. (ETPC) Explicita as relações que pretendeestabelecer por meio da configuração gráfica adoptada no texto [ ] Integra no documento outros modos de expressão [ ] Divulga os seus textos e interage com os leitores, participando numa comunidade construída em torno da escrita e da leitura

13 Programa de Português 2009 Competência Metas de Aprendizagem (2010) Domínio de competência Programa de Português 2009 Grandes linhas orientadoras Metas de Aprendizagem (2010) Subdomínios Planificação do texto Elaborar e Divulgar Textos Escrever para construir e expressar conhecimento Redação do Texto Revisão do Texto Difusão do Texto Escrita Conhecimento de Técnicas e Formatos de Textos para Narrar Reconhecer e Produzir Diferentes Géneros e Tipos de Textos Escrever em termos pessoais e criativos Conhecimento de Técnicas e Formatos de Textos para Construir e Transmitir Saberes Conhecimento de Técnicas e Formatos de Textos para Argumentar

14 APRENDIZAGEM DA ESCRITA COMPETÊNCIAS GRÁFICA ORTOGRÁFICA 1.º CEB COMPETÊNCIA COMPOSITIVA Do 1.º ao 3.º CEB

15 3.º CEB 2.º CEB 1.º CEB

16 produção de múltiplos textos regulados por modelos termos pessoais e criativos processo não linear combinação e manipulação intencional de diferentes formatos novas configurações e efeitos

17 Criação de situações de escrita significativas. Vivência de situações diversificadas, aprendendo a produzir diferentes tipos de texto, com focagem no(s) aspecto(s) a trabalhar Desenvolvimento de competências gráfica, ortográfica e compositiva Tempo mais generoso para escrever > DD mais complexos Apoio explícito aos processos de planificação, textualização e revisão, com apoio nas TIC Relação indissociável entre escrita e leitura (produção /receção)

18 Ferramentas TIC Oficina de escrita Circuitos de divulgação dos escritos Blogue Jornal de turma/ escola Materiais de apoio diversificados: ficheiros, formulários, dicionários, prontuários, gramáticas

19 Modelosde ensino da escrita

20 A escrita é das tarefas cognitivas mais difíceis que o ser humano pode empreender. Complexidade da escrita: Textos Sujeitos Contextos Dimensões individuais e sociais da linguagem escrita e dimensões cognitivas do processo de escrita

21 Que dispositivos didácticos são susceptíveis de: i. favorecer a relação do aluno com a escrita e a sua mobilização na realização de tarefas de escrita escolar? ii. ser facilitadores do processo de escrita, permitindo ultrapassar dificuldades escriturais diagnosticadas?

22 Dois enfoquespara a construção dos dispositivos de ensino: Relação com a escrita (sujeitos) colaboração, suportes virtuais de escrita, escrita mais livre - verbalização. Processo (textos, contextos) acompanhamento de diferentes fases, estruturação do texto, problemas linguísticos - consciencialização.

23 Conjunto de actividades escolares, organizado de forma sistemática. Objectivo: ajudar o aluno a dominar um género de texto para que possa escrever de modo mais adequado numa determinada situação de comunicação. Trabalho estruturado num conjunto coerente de sessões, organizadas em torno de projectos de acção claramente determinados. Deve incidir sobre os géneros que os alunos não dominam/em que evidenciam um domínio insuficiente ou géneros pouco acessíveis para a maioria dos alunos. Deve facilitar o acesso a práticas de linguagem novas e de relativa complexidade.

24 Protótipo textual É um modelo mental, construído por abstração a partir de características textuais gerais. Cada protótipo define-se por um determinado grupo de características, podendo umas ser constantes e outras variáveis. Género textual Remete para uma situação de comunicação específica Protagoniza um ou vários protótipos, possibilitando a prática das mesmas ou de diferentes estruturas discursivas

25 Contexto de pré-intervenção Instrumento de consciencialização do funcionamento do texto Texto mentor Critérios de êxito Contexto de ensino e aprendizagem Modelo Instrumento de descoberta das regularidades do género textual

26 Sequência Didáctica Seg. Cardoso, Inês Discurso, texto, frase Escrita inicial Módulo 1 Módulo 2 Módulo n Escrita final Desconstrução de textos mentores Elaboração de modelos de funcionamento de textos pelo professor Análise de dificuldades dos alunos (construção de instrumentos de análise, como grelhas, listas ) Eleição de alguns aspectos para melhorar Trabalho colectivo, de grupos, de pares, individual Elaboração de instrumentos de reescrita, revisão auto e hetero Listas de verificação Revisão Última produção Classificação

27 Que estratégias pressupõem as atividades que vos vamos distribuir, retiradas de alguns manuais de 7.º ano editados em 2011? Preenchimento de uma grelha,com descritores que foram elaborados tendo em conta os princípios, orientações e pressupostos que vos apresentámos (25 min.)

28 Análise conjunta será feita a partir de questões colocadas por cada grupo: Modo como a atividade operacionaliza o descritor sobre o descritor Questões Alternativa para concretizar o descritor

29 BARBEIRO, L. F. (2003). Escrita: Construir a Aprendizagem. Braga: Universidade do Minho. BARBEIRO, L. F., L. Á. PEREIRA (2007). O Ensino da Escrita: A Dimensão Textual. Lisboa: ME DGIDC. CARDOSO, I. & PEREIRA, M.L.A. (2007). O Aluno Sujeito, a escola e a escrita; O Eu joveme o Outro Aluno, in, Eu e o Outro, Estudos Multidisciplinares sobre Identidade(s),Diversidades(s) e Práticas Interculturais, Porto, Areal Editores, pp CARVALHO, J.A.Brandão(2003). Escrita: Percursos de Investigação. Braga, I.E.P., Universidade do Minho, pp e OFICINA NPPEB_GRUPO FORMAÇÃO_CFAEAVEIRO

30 CASTELLÓ, M. (2008). Escribir para aprender: estrategias para transformar el conocimiento. In Aprender a escribir, escribir para aprender. Aula de Innovación Educativa 175, pp.7-9. PEREIRA, M.ª L. Á. (2002). Das Palavras aos Actos. Lisboa: IIE,. PEREIRA, M.ª L. Á. (2004). Escrever em Português: Didácticas e Práticas. Porto: Asa. OFICINA NPPEB_GRUPO FORMAÇÃO_CFAEAVEIRO