Unidade II. O Pensamento Político Moderno e Formação do Estado Moderno. Maquiavel. Pensador Político Absolutista 1469 à 1527
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- Linda Clementino Gesser
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1 Unidade II O Pensamento Político Moderno e Formação do Estado Moderno Maquiavel Pensador Político Absolutista 1469 à 1527 O Governante deve manter-se no Poder; A descentralização política na Itália dessa época incitava muitos a procurarem homens fortes para reestabelecer a ordem e a buscarem proteção contra invasões estrangeiras. A Teoria de Maquiavel ganha grande relevância. Como manter-se no Poder e por fim a instabilidade Política. 1
2 Autonomia da Política Teoria do Estado Independente: defende a construção de um Estado fora da Igreja governado de modo autônomo, Maquiavel é considerado um dos fundamentadores dos ideais defendidos pelos reformadores. Político Moral Diferente Realismo Privado Moral Weffort Maquiavel foi muito influenciado pelo meio em que viveu, no período de transição entre a Idade Média e Moderna. Como nasceu na Itália, berço do Renascimento com o desenvolvimento das cidades e do comércio, Maquiavel acaba tendo contato com diversas culturas. Isso deve-se principalmente pela importância que o Mar Mediterrâneo, principal rota de ligação entre os países teve até aproximadamente
3 a política tem uma ética e uma lógica próprias. Weffort Maquiavel descortina um horizonte para se pensar e fazer política que não se enquadra no tradicional moralismo piedoso. Moral individual e Moral Política Os valores morais só possuem sentido a partir da vida social, apresentando-se como momentos de uma luta que está na raiz do Poder e lhe dá sentido. Com isto Maquiavel está afirmando que temos virtudes que podem arruinar um Estado e vícios que podem salvá-lo o que, na análise moral tradicional seria condenável, mas na Ética Política poderia ser plenamente aceitável. 3
4 Proposta de Maquiavel Nova ética, com um novo conceito de virtude, voltada mais para a política e não para o ideal moral do pensamento medieval. É uma moral prática, que olha para o bem do Estado e se apresenta inversa à perspectiva tradicional. Questões de virtude pode ser prejudicial e do vício que pode ser bom. Exemplo: generosidade excessiva, leva o Príncipe à ruína financeira e os súditos a sentirem-se oprimidos, o que suscitaria o ódio. Sobriedade, que seria identificável com a avareza, tornando a figura do Príncipe antipática, possibilitaria gestos de grandeza reconhecidos pelos súditos sem que estes se sentissem oprimidos. Ao se indagar sobre a possibilidade de se fazer uma aliança com a Fortuna, esta não é mais uma força impiedosa, mas uma deusa boa, tal como era simbolizada pelos antigos. Ela é mulher, deseja ser seduzida e está sempre pronta a entregar-se aos homens bravos, corajosos, aqueles que demonstram ter virtù. Virtù e Fortuna Fortuna, portanto, não está relacionado à sorte ou predestinação, mas sim ao exercício da virtù no mais alto grau. É aproveitar a ocasião dada pelas circunstâncias para amoldar as coisas como melhor aprouver ao virtuoso. 4
5 I Mas sendo meu propósito escrever coisa útil para quem a entende, pareceu-me mais conveniente seguir a verdade efetiva (verità effettuale) das coisas, do que o que delas se possa imaginar. E muitos imaginaram repúblicas e principados que nunca foram vistos nem se teve conhecimento de existirem verdadeiramente; é tão distante o modo como se vive e o modo como se deveria viver, que aquele que deixa aquilo que faz pelo que deveria fazer, aprende antes a arruinar-se do que a preservar-se. II Deixando de lado, pois, as coisas imaginadas relativamente aos príncipes e discorrendo sobre as que são verdadeiras, digo que todos os homens, e principalmente os príncipes, por estarem situados mais no alto, são notados por alguma daquelas qualidades que lhes acarretam reprovação ou louvor. 5
6 III a "... alguns são tidos como liberais, outros como miseráveis (...); alguns são tidos como pródigos, outros como rapaces; alguns cruéis, outros piedosos; um perjuro, o outro leal; efeminado e pusilânime ou truculento e animoso; afável ou soberbo; lascivo ou casto; íntegro ou astucioso; enérgico ou condescendente; grave ou leviano; religioso ou incrédulo, e assim por diante." III b "E sei que cada um admitirá que seria muito louvável que um príncipe possuísse, entre todas as qualidades acima citadas, aquelas que são tidas como boas... " IV "... um homem que quiser em todo lugar fazer profissão de bondade, não pode evitar sua ruína entre tantos que não são bons. Assim, é necessário a um príncipe, querendo manter-se, que aprenda a poder não ser bom, e que se utilize ou deixe de utilizar-se disso segundo a necessidade. 6
7 V... um príncipe, especialmente um príncipe novo, não pode observar todas aquelas coisas pelas quais os homens são considerados bons, sendo frequentemente obrigado, para manter o Estado, a agir contra a caridade, contra a fé, contra a humanidade, contra a religião. VI... porque se se considerar tudo muito bem, encontrar-se-ão algumas coisas que parecem virtudes e que, sendo seguidas, lhe acarretariam a ruína; e outras que poderão parecer vícios, mas, sendo seguidas, lhe trazem segurança e bem estar. 7
8 VII Todos veem aquilo que tu pareces, poucos sentem o que tu és... Porque os homens se alimentam tanto das aparências como daquilo que é: até, muitas vezes, comovem-se mais com as coisas que parecem do que com aquelas que são. VIII O príncipe não precisa possuir de fato todas as qualidades acima citadas, mas é necessário que aparente possuí-las. Antes, teria a audácia de afirmar que, possuindo-as e praticando-as todas, elas seriam prejudiciais, ao passo que, aparentando possuí-las, são úteis; por exemplo: parecer piedoso, fiel, humano, íntegro, religioso, e sê-lo efetivamente, mas ter o ânimo disposto de tal modo que, não podendo sê-lo, o príncipe possa e saiba tornar-se o contrário. 8
9 IX - O príncipe frequentemente tem necessidade, para manter o Estado, de agir contra a fé, contra a caridade, contra a humanidade, contra a religião. (...) deve, no entanto, ter muito cuidado para que nunca lhe escapem da boca palavras que não estejam plenas das cinco qualidades acima citadas, e pareça, à vista e ao ouvido, ser todo piedade, todo fé, todo integridade, todo humanidade, todo religião. X - Alguns imperadores romanos, apesar de terem vivido sempre exemplarmente e demonstrado possuir grande força moral, perderam o poder ou foram mortos pelos seus, que conspiraram contra eles. E aqui se deve notar que o ódio se adquire tanto pelas boas ações, como pelas más. 9
10 XI... ainda que o povo fosse por ele oprimido, Severo pôde sempre reinar com felicidade (...); sua altíssima reputação o defendeu sempre daquele ódio que o povo teria podido conceber contra ele em razão de suas pilhagens. XII Quanto seja louvável num príncipe manter a fé e viver com integridade e não com astúcia, cada um o entende; não obstante, se vê por experiência em nossos tempos, príncipes que fizeram grandes coisas, mas em pouca conta tiveram a palavra dada, e souberam, pela astúcia, transtornar (aggirare) a cabeça dos homens, superando, enfim, aqueles que se basearam na lealdade. 10
11 XIII Tendo, portanto, um príncipe necessidade de saber bem utilizar a natureza da besta, deve dela tomar a raposa e o leão; porque o leão não tem defesa contra as armadilhas, e a raposa contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para amedrontar os lobos. XIV... a um príncipe nunca faltaram razões legítimas para encobrir sua falta de fidelidade. Sobre isso poder-se-ia dar infinitos exemplos modernos e mostrar quantos acordos e quantas promessas tornaram-se nulas e vãs pela infidelidade dos príncipes: e aquele que melhor soube fazer-se de raposa, saiu-se melhor. 11
12 XV... tão simples são os homens, e obedecem tanto às necessidades presentes, que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar.... nas ações de todos os homens, especialmente dos príncipes, onde não há juiz a quem reclamar, o que se olha é o êxito. Procure, pois, um príncipe vencer e conservar o Estado: os meios empregados serão sempre considerados honrosos e louvados por cada um... XVI Se ele [o vulgo] se deixa cegar pela aparência, não é apenas porque o príncipe é 'grande simulador e dissimulador', mas também porque consegue vencer seus adversários e manter o Estado. 12
13 XVII que possua ânimo disposto a voltar-se para a direção a que os ventos da fortuna e a variação das coisas lhe ordenam, e, como se disse acima, não partir do bem, podendo, mas saber entrar no mal, se necessário. XVIII... nunca um espírito sábio reprovará a alguém as ações extraordinárias que empregou para ordenar um reino ou constituir uma república. Se o fato o acusa, convém que o resultado (effetto) o excuse. 13
14 Maquiavel Ética Cristã (igreja) Ética Política (maquiavel) Salvar a Alma Salvar a cidade Sempre ser Bom Ser mau (quando necessário) Maquiavel Crueldades bem Usadas Máscaras Ser amado e ser temido O tempo e as boas açoes Virtú e Fortuna(Deusa) Virtú= Virtuoso Fortuna= Sorte Quem é virtuoso para Maquiavel tem chance de ter mais sorte 14
15 Thomas Hobbes Considerado como um dos teóricos do poder absolutista em vigor na Idade Moderna o Estado deveria ser a instituição fundamental para regular as relações humanas, dado o caráter da condição natural dos homens que os impele à busca do atendimento de seus desejos de qualquer maneira, a qualquer preço, de forma violenta, egoísta, isto é, movida por paixões. Hobbes Absolutismo : Obra Leviatã ( 1651) inicialmente o homem vive em estado de natureza (estágios primitivos da história e desordem) guerra de todos contra todos. O homem no estado da natureza é egoísta, luxurioso, inclinado a agredir os outros e insaciáveis, condenando-se por isso, a uma vida solitária, pobre, repulsiva, animalesca e breve. 15
16 Hobbes sentimento de igualdade natural causa medo de perder bens aos outros, uma vez que qualquer um é capaz disso. Estado de desconfiança gera agressão antes que sofram alguma. interfere então a razão humana = levando a celebração do contrato social. Supera o estado de natureza e estabelece o estado social Leis de Hobbes 1) esforço pela paz, enquanto houver esperança de alcançá-la; quando não puder obtê-la, deve usar ajudas e vantagens da guerra. 2) renunciar ao seu direito e a todas as coisas, se necessário para a paz e a defesa de si mesmo. 16
17 Contratualismo Hobbes Em algum momento da história da humanidade, um pacto é realizado. Um pacto social destinado a proteger os mais fracos e desassistidos dos mais fortes. Contratualismo Hobbes Um mandante, na forma de um soberano, de um rei, ou do estado, então, é escolhido para exercer este poder. Essa cessão ou transferência de poderes a esta figura exercida pelo soberano, rei ou estado se dá através de uma espécie de contrato social. 17
18 Contratualismo Hobbes O contrato social seria, segundo Hobbes, a única opção racional para os indivíduos saírem do estado natural de guerra de todos contra todos, atribuindo-se ao soberano um poder visível e concreto que seria capaz de manter, valendo-se da imposição e mesmo da força, a obrigação de cada um em respeitar este pacto de convivência. Contratualismo Hobbes Para Hobbes, os pactos sem a espada não passam de palavras ( There is no word without sword ). 18
19 Hobbes se dois homens desejam a mesma coisa [...] eles se tornam inimigos. Todos seriam livres e iguais para buscarem o lucro, a segurança e a reputação Hobbes Nas palavras de Francisco Welfort, em sua obra intitulada Os Clássicos da Política (2006), a igualdade entre os homens, na visão de Hobbes, gera ambição, descontentamento e guerra. A igualdade seria o fator que contribui para a guerra de todos contra todos, levando-os a lutar pelo interesse individual em detrimento do interesse comum. 19
20 Hobbes Obviamente, isso seria resultado da racionalidade do homem, uma vez que, por ser dotado de razão, possui um senso crítico quanto à vivência em grupo, podendo criticar a organização dada e, assim, nas palavras de Hobbes, julgar-se mais sábio e mais capacitado para exercer o poder público. Hobbes Absolutista Obra-> O leviatã Os homens todos tem estado natural Selvageria O Homem é lobo do homem Não há progresso, não há paz, não há desenvolvimento, não há segurança 20
21 Hobbes CONTRATO COM O SOBERANO : Rei responsável pela proteção e pelo progresso dos cidadãos Faz que os homens não voltem ao estado natural, sem leis. Rei= estado Soberano não admitirá nenhum tipo de constestação ou revolução Poder do Rei é absoluto 21
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