2 > Ciência Política UNIDADE 2. Maquiavel: a ação política virtuosa que desafia as contingências
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- Therezinha Caldas Figueiroa
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1 2 > Ciência Política UNIDADE 2 Maquiavel: a ação política virtuosa que desafia as contingências
2 Objetivos Discutir o contexto histórico no qual Maquiavel escreveu a obra O Príncipe. Apresentar a obra de Maquiavel como um novo olhar a respeito da política.
3 Bibliografia obrigatória MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 2000.
4 Para saber mais ADVERSE, Helton. Fortuna e virtù. In: Revista Discutindo Filosofia, n. 4, BERBARA, Maria. Florença, trezentos anos no epicentro comercial e cultural do mundo. In: Revista História Viva. n.15, BIGNOTTO, Newton. Maquiavel Republicano. São Paulo: Loyola, BIGNOTTO, Newton. O Príncipe, a história dos homens. In: Revista História Viva. n. 15, BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da Política e as lições dos clássicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
5 Para saber mais MARTINS, José Antônio. Ambiente de Formação. In: Discutindo Filosofia, n. 4, NETO, José Alves de Freitas. A moral do poder. In: Revista História Viva. n. 15, RIBEIRO, Renato Janinie. Maquiavel, do diabo à ética. In: Revista Cult. Ano VI, RUIZ, Rafael. De Aristóteles à tradição moderna. In: Revista História Viva. Nº 15, SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das letras, 1996.
6 Para saber mais SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù. In: WEFOR. Francisco. Os clássicos da Política. São Paulo: Ática, 2003.
7 Maquiavel: Quem foi o pensador Nasceu em Florença (Itália) e viveu entre 1469/1527. Esteve envolvido com o mundo da política durante o tempo em que foi funcionário do governo. O livro O Príncipe (escrito em 1513 e publicado em 1532) não é a única obra do autor, mas é a que o tornou um dos autores mais lidos e comentados da história do pensamento político. Maquiavel é um homem do Renascimento, e seu livro é uma obra renascentista.
8 Cidade de Florença em 1490, às margens do Rio Arno
9 A Itália de Maquiavel vivia um período marcado por disputas políticas e militares. Era um período de conquistas. O principal objetivo dos príncipes da época era a conquista de um novo domínio, a fundação de uma nova ordem e a manutenção do Estado conquistado.
10 Italiano: O contexto histórico A Itália dividida entre vários principados e repúblicas. Período marcado pelas disputas políticas entre os membros da elite de Florença. Os Médicis e o poder político na Florença de Maquiavel. Maquiavel como funcionário do governo de Florença. Maquiavel e o fim da República em Florença. O fim da carreira pública de Maquiavel.
11 Retrato de Maquiavel. Revista História Viva. n. 15
12 Contexto: Político e Social IDADE MÉDIA Princípio orientador da conduta humana M O R A L C R I S T Ã
13 Para o pensamento cristão, o bom governante, em sua vida pública, guiava-se pela moral cristã e conseguia a obediência dos seus súditos a esta moral. O Bom Governante Nesse período, a ligação entre política e religião era tão forte que um papa, ao excomungar um rei, acabava, com esse ato, desobrigando os fiéis do dever de fidelidade a ele.
14 Contexto: Intelectual Influência dos preceitos religiosos ligados à Igreja Católica. Forte influência do pensamento humanista.
15 Fortuna e Virtù Para os gregos, a posse da virtù era o que capacitava os homens para a realização de grandes feitos. O homem que cultivava essa virtù era capaz de atrair a fortuna.
16 Representação da figura humana da Fortuna, que carrega em suas mãos a roda que representa o destino humano.
17 Literatura baseada em conselhos Era ainda comum na época de Maquiavel a produção de um tipo de literatura, feita em tom de aconselhamento, endereçada aos governantes. O fundamento básico desses conselhos se apoiava na idéia de que o governante, para atingir grandes feitos, deveria se orientar pelos princípios da moral cristã.
18 Os conselhos de Maquiavel aos príncipes O que difere Maquiavel dos outros autores é o tipo de conselho que ele oferece aos príncipes. Maquiavel rompe com o tipo de conselho dado até então.
19 Virtù para Maquiavel Maquiavel usa a virtù no sentido de astúcia, ou seja, daquele que sabe analisar o contexto e agir de acordo com o que o contexto lhe pede. Virtù para Maquiavel Astúcia, capacidade de perceber o jogo de forças que caracterizam a política e agir de acordo com o que pede o contexto.
20 Maquiavel Para Maquiavel, um príncipe de virtù não deve se valer dos princípios da moral cristã em todos os assuntos. Separa moral religiosa da política. Homem privado e homem público.
21 Capítulo XV Vaitantadiferençaentreocomoseviveeo modo por que se deva viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez doquesefazaprendeantesaruínaprópria, do que o modo de se preservar; e um homem que quiser fazer profissão de bondade, é natural que se arruíne entre tantos que são maus.
22 Capítulo XV Eu sei que cada qual reconhecerá que seria muito louvável que um príncipe possuísse, entre todas as qualidades referidas as que são tidas como boas; mas a condição humana é tal, que não consente a posse completa de todas nem ao menos a sua prática consistente [...].
23 Capítulo XVIII...o príncipe não precisa possuir todas as qualidades acima citadas, bastando que aparente possuí-las [...] de um lado parecer e ser efetivamente piedoso, fiel, humano, íntegro, religioso, e de outro, ter o ânimo de, sendo obrigado pelas circunstâncias, de não o ser, tornando-se o contrário.
24 Astúcia e fortuna Capítulo XXV... A sorte é mulher, e para dominá-la é preciso bater-lhe e contrariá-la.[...] a sorte como mulher é sempre amiga dos jovens, por que são menos circunspectos, mais ferozes e com maior audácia a domina.
25 Compreendendo Maquiavel Para Maquiavel há uma diferença entre o governante que é forçado pela necessidade a usar da violência visando ao bem coletivo e o tirano, que age por capricho ou interesse próprio. Maquiavel não defende o político imoral, corrupto e tirano, mas sim a libertação do governante dos escrúpulos imobilistas da moral individual. Ele não rejeita a moral própria da ação política: a pressão e as responsabilidades dos interesses coletivos.
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