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1 Latusa digital ano 0 N 3 outubro de 2003 Perguntas e respostas Sara Perola Fux * Sabemos que toda pergunta já contém em si mesma a resposta. Então, se deduz que a resposta antecede à pergunta é esta a estrutura da palavra. Isso significa que não há palavra sem resposta e, por conseqüência, a mensagem inclui a resposta do Outro. No Discurso de Roma 1, Lacan evoca que, tanto na estrutura da pergunta quanto do discurso, as respostas deixam vincos no inconsciente e são marcadas pelo traço significante. Estas marcas, concentradas, escritas no inconsciente, são, pois, do registro do Real. No seu texto L Étourdit, Lacan trabalha a função da resposta, considerando o Real enquanto impossível, o Real como o impossível da relação sexual 2. Assim, de que se trataria cada pergunta? De que se trataria cada demanda dirigida ao analista? Da relação homem-mulher enquanto que, precisamente por habitarem a linguagem, fossem apropriados para fazer enunciado dessa relação 3. Não se trata, então, de dar ênfase à pergunta, mas, ao contrário, à resposta: e a resposta que a [relação homem-mulher] sustenta, por ser aquilo que a estimula a se repetir, é o Real 4. Vemos então que aquilo que a * Analista praticante AP. Membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) e da Associação Mundial de Psicanálise (AMP). 1 LACAN, J.- Fonction et champ de la parole et du language, Écrits, Paris, Seuil, LACAN, J.- El Atolondradicho, versão em castelaño de L Etourdit, Escansion, Buenos Aires, Editorial Paidos, 1984, p. 24,25. 3 Idem, ibidem, p Idem, ibidem. 1

2 Psicanálise apreendeu de Lacan, o privilégio da psicanálise, é a relação unívoca que ela sustenta ao Real. 5 Finalmente, o que cada pergunta contém é a questão da relação entre o homem e a mulher. Como é que eles se reproduzem? O que os atrai e os leva a copular? É exatamente porque habitam a linguagem que a única resposta possível é: falando. Homem e mulher se atraem e copulam no significante, no simbólico. É falando e perguntando que homem e mulher se reproduzem, é falando e perguntando que a copulação entre os significantes da cadeia supre o Real, o impossível da relação sexual. A vida, sem dúvida, se reproduz, mas a resposta só se faz pergunta ali onde não há relação sexual... Como se reproduz o homem? [...] Reproduzindo a resposta [...] ou [...] para fazer falar [...] por ex-sistir 6. Foi exatamente isso que Freud apreendeu das histéricas. Ele ouvia que, a cada uma das questões, a resposta as precedia, o que as punha a continuar falando, já que falar era o que lhes restava fazer. Sempre que um sujeito busca o analista, ele traz consigo uma pergunta que não conseguiu de per si responder. Ele foi abalado pelo Real. Sua divisão foi afetada e o equilíbrio da fantasia desestabilizado. O analista, ao acolher o sujeito, não visa restaurar ou obturar a divisão. Ao fazê-lo falar, e falar tem o poder coalizante, ele visa mostrar o mais além das significações que o próprio sujeito se dá para o seu sofrimento. Diferentemente da psicoterapia, que visa restaurar ou obturar as brechas através de significados, a psicanálise visa uma subversão topológica: o efeito de separação entre sujeito e o objeto da fantasia, a fim de produzir um novo sujeito. Assim, se o analista aceita determinado sujeito para tratamento, a resposta implícita é que ele será capaz de apaziguar o seu sofrimento. O sujeito precisa dessa garantia e da promessa de felicidade, que o analista jamais enunciou. A resposta que obtém do analista, porém, é o pedido de que fale, fale sem restrições ou censura. Esta, digamos, é a primeira e a única demanda que o analista lhe fará durante todo o decorrer do tratamento. Assim, a regra analítica desvela que a resposta já está na própria queixa, mesmo que o texto que o analisando enuncie não 5 MILLER, J-A. L Autre quin existe pas et ses Comités d Éthique, lição de 20/11/96, inédito. 6 LACAN J.- El Atolondradicho, op.cit, p

3 contenha os seus elementos, mesmo que ele não os contenha ainda explicitamente. Dessa forma, àquele que se dirige a um analista suposto saber, a única resposta possível é: o texto é seu e é nele que estão as respostas. Eis porque o analista cala e o sujeito fala, fala e demanda, porque demandar... é só isso que ele sabe fazer... O analisando já chega com a interpretação prêtà-porter de seus sintomas, apesar de, mesmo assim, se endereçar ao Outro. Com o advento da transferência, as significações vão sendo desconstruídas, da mesma forma que ocorre o desdobramento do Outro, e vai se desvelando que o sujeito é polifônico. Enquanto fala, o sujeito busca saber o que é, o que quer, ou melhor, o que o Outro me quer, evocando o inconsciente, as marcas do inconsciente. Suas demandas, então, apesar de serem endereçadas ao Outro, não se dirigem a ele. O analisando, na verdade, nada quer saber sobre o que o Outro pensa ou deseja. Isso aponta o declínio do Outro. Miller nos esclarece que: em Lacan, não temos um único estatuto do Outro. Há o estatuto do Outro unitário e consistente, designado pelo A, e, também, o estatuto de um Outro inconsistente, A barrado, um Outro em déficit, em declínio, que, eventualmente, é desejante, por estar marcado por uma falta, de tal forma que possa até faltar sua própria existência, a tal ponto que dele nada reste senão um único significante. 7 A suposta promessa de felicidade oferecida pelo analista no início não basta. Após enunciar a regra fundamental e o convite a que o sujeito fale livremente, é preciso que o analisando emita ao menos duas associações. Só então o analista está autorizado a interpretar. Foi o que Lacan evocou na Direção da Cura : o analista é livre na tática, ou seja, nada o limita naquilo que decide que é tempo de dizer. Em L Étourdit, porém, Lacan foi mais além: ele escreve que a liberdade para interpretar é completa, mas é preciso servir-se dela somente onde e quando convém para determinada finalidade. As intervenções do analista devem ser modestas: algumas exclamações, cortes oportunos, pequenas frases, resmungos ou muchochos, que pretendem manter no horizonte sua ética essencial, a ética do desejo. Se a linguagem põe a 7 MILLER J-A.- Op.cit., aula de 27/11/96. 3

4 trabalhar a palavra analítica, quais serão, então, as respostas possíveis que a estrutura do discurso analítico abre? Foi para trabalhar essa questão que Lacan enuncia em L Étourdit : Que se diga permanece esquecido detrás do que se diz no que se ouve. O que se ouve, sabemos, é o significante. O que se diz, então, fica do lado do significado, é aquilo que tentamos alcançar enquanto verdade. O que o sujeito quer dizer? Segundo Lacan, o dito não anda sem dizer. Se o dito é sempre um meio-dito a que se outorga sempre o valor de verdade, o dizer só se acopla aí por exsistir, ou seja, por não ser da dimensão da verdade 8. Assim, o dizer não é livre, pois circula por sob os ditos. Para que a experiência analítica se produza, pois, é necessário restituir o dizer que constitui o discurso da análise. Esse discurso toca o Real, o Real enquanto o impossível de dizer tudo. O que se diga denuncia que o sujeito é modal, pois se modula gramaticalmente, já que evoca muito mais a existência do que a memória. O modal, através das mudanças dos tempos verbais, nos indica as diferentes posições do sujeito. Lacan se refere a isso afirmando que: o tempo subjuntivo com que se modula o sujeito o testemunha 9. Assim, embora pareça uma asserção, enquanto afirmativa que fixa a posição subjetiva, essa enunciação [... o que se diga ] é modal pois apreende o modo de ser, a existência peculiar a cada sujeito num determinado momento. O ato de enunciar os ditos do sujeito o representam, deixando, porém, sempre um resto a dizer. Assim, o sujeito é sempre significado pelos seus ditos, é efeito dos ditos. Se o que se diga é o ato de enunciar, não nos interessa interrogar os ditos sobre a sua verdade, como o faz uma psicoterapia. Interrogando o que se diga, ou melhor, o ato de enunciar, a psicanálise trata o dizer como significante. O dizer não significa nem a verdade nem o sujeito. Ele significa a ex-sistência. Assim, se os ditos significam o sujeito, o dizer tem uma significação de ex-sistência que, sem dúvida, está implicada nos ditos, pois não há dito sem dizer. 8 LACAN J.- El Atolondradicho, op.cit., p Idem, ibidem, p. 17 4

5 Lacan define o dizer como um momento de existência, situando-o numa estrutura lógica, estrutura que é a mesma da exceção, a de um termo que exsiste ao conjunto. Ou seja, para se poder dizer todos os ditos, é preciso que ao menos UM, um dizer, que seja parte do conjunto dos ditos, permaneça fora deles. Concluindo: o que a interpretação busca é o sujeito, o sujeito da enunciação cujo dizer ex-síste aos ditos e desliza sob eles. Como ter acesso a esse dizer? É necessário... que se diga como ato que se expressa pelo verbo. O dizer é inferido e só se tem acesso a ele através de uma operação lógica. Para exemplificar isso, Lacan fala do dizer de Freud, dizer que Freud nunca enunciou na verdade. Assim, não é um dito de Freud que dá a fórmula do dizer de Freud que existe no dito do inconsciente. O dizer de Freud é inferido a partir da lógica que toma como fonte o dito do inconsciente. É na medida em que Freud descobriu esse dito que ele ex-siste 10, e a fórmula que Lacan dá como dizer de Freud é não há relação sexual, dizer jamais proferido, mas incluído em todos os ditos. Assim, toda vez que um analisando associa e faz deslizar a cadeia significante, não há relação sexual... É disso que o sujeito sofre sem o saber. Segundo Lacan, tudo o que se diz numa análise contém um dizer de demanda, que, no final das contas, nada mais é que uma demanda de interpretação. 10 Idem, ibidem, p

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