Latusa digital ano 2 N 13 abril de 2005

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1 Latusa digital ano 2 N 13 abril de 2005 A clínica do sintoma em Freud e em Lacan Ângela Batista * O sintoma é um conceito que nos remete à clínica, assim como ao nascimento da psicanálise. Freud o investiga em toda a extensão de sua obra, jamais deixando de marcar sua importância. Inicia seu trabalho se perguntando sobre o sentido do sintoma a partir do enigma trazido pelas pacientes histéricas 1, que elegiam um órgão através do qual seu corpo falava. Parte da idéia de que o sintoma é uma formação de compromisso e de que ele poderia ser interpretado caso se seguisse os caminhos do inconsciente, as operações de deslocamento e condensação formuladas na teoria dos sonhos 2. Mais tarde, Freud se confronta com a reação terapêutica negativa e com a compulsão à repetição, em sua busca de saber o que impede a interpretação e o deciframento. 3 Em algumas conferências, define o sentido do sintoma e os caminhos de sua formação, apresentando a seguinte argumentação: os sintomas têm um sentido que é da mesma ordem das formações do inconsciente; por outro lado, o sentido está orientado 4 podemos dizer para o real, para o incurável do * Aderente da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP). 1 FREUD, S. Estudos sobre a histeria: relato de casos ( ). Em: Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 1969, vol. II. 2 FREUD, S. A interpretação dos sonhos (1900), op. cit., vol. IV e V. 3 FREUD, S. Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise: Recordar, repetir e elaborar (1914), op. cit., vol. XII. 4 FREUD, S. O sentido do sintoma ( ), op. cit., vol. XVI, Conferência XVII, parte 3. 1

2 sintoma. Freud sempre marcou a relação do sintoma com a viscosidade da libido, que nada mais é do que um efeito do trauma 5, o sintoma aparecendo como um substituto da satisfação sexual. 6 Em 1919, ao formular a gramática da fantasia fundamental, ele explora o que poderíamos definir, em termos lacanianos, como o invólucro formal do sintoma, dedicando-se sobretudo à explicação do que representa o sintoma em sua vinculação com o masoquismo primário. 7 Pouco tempo depois, ainda centrado no sintoma, ele observa que a exigência da pulsão faz com que o eu a trate como um perigo, o que se evidencia pela angústia, que causa um desprazer que deverá ser evitado 8. A angústia é um sinal de uma poderosa clivagem apontando para o perigo da castração que subtrai a ação do recalque. É interessante observar que Freud chama de mecanismos de defesa os procedimentos utilizados pelo eu para cumprir a tarefa de evitar a angústia. No entanto, o questionamento do conceito de defesa é abordado de maneira mais contundente quando ele se refere à formação do sintoma na neurose obsessiva 9. Freud nos lega um texto 10 considerado como uma verdadeira herança no sentido da transmissão da psicanálise, em que afirma que o sintoma na neurose é a expressão de um conflito entre a pulsão (trieb) e o eu (Ich). Tratando dos obstáculos que impedem o tratamento analítico com relação ao incurável da satisfação substitutiva expressa na compulsão à repetição, ele frisa o caráter irredutível 5 FREUD, S. Fixação aos traumas ( ), op. cit., Conferência XVIII. 6 FREUD, S. Resistência e recalcamento ( ), op. cit., Conferência XIX, parte 3. 7 FREUD, S. Uma criança é espancada: uma contribuição para o estudo da origem das perversões sexuais (1919), op. cit., vol. XIX, partes I, II e III. 8 FREUD, S. Inibições, sintomas e ansiedade (1926), op. cit., vol. XX. 9 Idem, ibidem. No capítulo V Freud desenvolve a diferença entre a formação dos sintomas na histeria e na neurose obsessiva. 10 FREUD, S. Análise terminável e interminável (1937), op. cit., vol. XXIII. 2

3 do sintoma quando se trata de concluir a análise 11. Neste caso, qual o ato analítico capaz de deslocar o sintoma? E qual a direção do tratamento que pode produzir novos efeitos, ainda que haja algo da pulsão que não se move? As contribuições de Jacques Lacan em relação ao conceito de sintoma se inscrevem basicamente em dois momentos do seu ensino, que podem ser assim resumidos. O primeiro é aquele em que o sintoma é pensado como metáfora, referido ao campo das identificações e do sentido, isto é, um tempo no qual o symptôme remete à estrutura e se relaciona ao campo do Outro. Nesse período, as referências cruciais são o complexo de Édipo, o significante do Nome-do-Pai, o diagnóstico diferencial 12. O segundo é o do sinthoma, descrito como prática da letra, relativo ao campo do gozo e também ao da fantasia. A partir da topologia dos nós, especificamente em RSI, Lacan modifica o conceito de sintoma abordando-o pela via da père-version. No lugar do pai, surge um homem que tem seu desejo orientado para uma mulher no lugar de causa. Estamos aqui distantes do pai como metáfora, do primeiro ensino de Lacan. No último ensino de Lacan, temos a dominância do UM que não se reporta ao Outro, havendo uma certa depreciação do saber e a valorização da prática, orientada pelas modalidades de gozo. Assim, o inconsciente aparece menos como um saber que não se sabe, e mais como um savoir y faire 13. Trata-se na clínica de saber manejar o real. O sintoma é pensado como suplência, como aquilo que sustenta o falasser em relação ao incurável do seu sinthoma. A suplência surge como uma forma singular, construída em análise, inventada 11 Freud, S. Analisis Terminable y Interminable (1937). Em: Obras completas de Sigmund Freud. Buenos Aires: Amorrortu Ediciones, 1979, p Cf. as teorizações desenvolvidas por Lacan, em seus vinte primeiros seminários, relativas ao sintoma. Convém destacar as seguintes elaborações dessa época: os esquemas L da dialética intersubjetiva, o esquema R dos três registros e o esquema I para as psicoses; bem como a teoria do significante, o grafo do desejo, a distinção entre Das Ding e o objeto a, as operações constitutivas do sujeito, a alienação e a separação; a lógica da fantasia e a teoria dos discursos como laços sociais. E especialmente, as contribuições do Mais, ainda. 13 MILLER, J-A. O real é sem lei. Em: Opção Lacaniana, nº 35. São Paulo: Edições Eólia, janeiro

4 por cada um para alojar a sua estranheza. O neologismo sinthoma aponta para a forma singular de gozar do inconsciente 14. A suplência não é necessariamente apenas do registro da psicose, como na clínica estrutural, mas uma forma de expressar o matema da inexistência da relação sexual. A direção da análise tem por objetivo localizar no sujeito o seu ponto de incurável e propiciar uma nova solução frente ao gozo. Nesse sentido, coloco uma pergunta: a ética da psicanálise hoje, não deve estar centrada na direção da suplência? Retomo a abordagem do sintoma de 1938, 15 quando Lacan afirma que há algo na estrutura familiar que faz sintoma, apontando assim para uma irredutibilidade em relação à transmissão. Trata-se, podemos dizer, de um impossível que evidencia um real em jogo para todo sujeito. Em seu Seminário, livro 4: A relação de objeto, a criança aparece como sintoma da mãe. A questão fundamental é como a criança se inscreve na relação da mulher com o falo, uma vez que sua tendência é localizar a criança como um substituto deste. Em sua contribuição à terapêutica aplicada à criança, Lacan diz que a criança realiza a presença do objeto a na fantasia da mãe, 16 ao que Miller acrescenta: a criança preenche ou divide a mãe. 17 Tentando esclarecer um pouco mais o nosso tema em termos dos dois ensinos de Lacan, é interessante resumir a contribuição de Jacques-Alain Miller quanto à teoria do gozo, que tem conseqüências clínicas quanto à direção do tratamento e à maneira de pensar o sintoma. Miller 18 nos dá uma referência 14 LACAN, J. Joyce, o Sintoma. Em: Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, LACAN, J. Os complexos familiares (1938). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, LACAN, J. Duas notas sobre a criança (1969). Em: Opção Lacaniana nº 21. São Paulo: Edições Eolia, abril de 1998, p MILLER, J-A. A criança entre a mulher e a mãe (1996). Em: Opção Lacaniana nº 21, op. cit. p MILLER e outros. O sintoma-charlatão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998, p. 30. Ver O amor sintomático, de J-A. Miller, pp

5 crucial para pensarmos essa questão, a teoria do parceiro-sintoma 19 : O sintoma inscreve-se no lugar do que se apresenta como falta, falta do parceiro natural sexual. [...] O sexo não designa um parceiro natural, [...] a relação quando estabelecida é sempre sintomática. Isto quer dizer que não há relação possível entre dois seres da espécie humana que não passe pelo sintoma. Nesse sentido, a relação com o Outro é sempre mediada pelo sintoma: eis porque Lacan pode definir o amor como o encontro, no parceiro, dos sintomas, dos afetos, de tudo que nele e em cada um, marca a relação sexual que não existe 20. Miller apresenta o parceiro essencial do sujeito, o objeto a, a partir da estrutura da fantasia, deste modo: Não é o Outro sujeito, nem a imagem, nem o falo, mas um objeto extraído do corpo do sujeito 21. É por esse caminho que se entende a elaboração de Lacan do parceiro essencial do sujeito, ou seja, o parceiro-gozo do sujeito. Verifica-se uma variação entre significação e satisfação quando se trata de elaborar sobre o tema. A clínica do real nos demonstra que algo na satisfação pulsional é mais forte, o gozo, que explica a fixidez do sintoma. Portanto, é preciso savoir y faire com o sintoma, pois nele há uma pedra no caminho, conforme dito por Carlos Drumond de Andrade em seu poema, uma pedra que não pode ser movida. Trata-se, a meu ver, da direção que faz oposição à rotina, à fixidez, ao retorno do mesmo, como afirmou Freud. 22 Miller nos convida a inventar sempre uma nova prática que possa manejar o incurável do sintoma, transformando-o em efeitos de criação através de novas amarrações do laço social. 19 MILLER, J-A. Le partenaire-symptôme ( ). Aula de 10 de dezembro de Inédito. 20 MILLER, J-A. Os circuitos do desejo na vida e na análise. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria e Editora, 2000, p Ver A teoria do parceiro. 21 Idem, ibidem. 22 FREUD, S. Além do princípio do prazer (1920), op. cit., vol. XVIII. 5

6 Sustentamos aqui a tese de Miller desenvolvida em seis paradigmas do gozo, que ele extrai do percurso do ensino de Lacan. 23 O tratamento possível do gozo pulsional é o ponto de partida e o eixo principal das elaborações do sintoma de Lacan, e tem relação com o final de análise pensado como identificação ao sinthoma. É somente no sintoma que o sujeito se encontra com o gozo sexual e com um pedaço de real que não cessa de não se inscrever, uma suplência à falta do Outro. Para finalizar, tomo então, de forma sintética, algumas formulações de Miller em seu texto Seis paradigmas do gozo 24. No primeiro, chamado a imaginarização do gozo, o sintoma aparece como uma mensagem cifrada, como um enigma endereçado ao Outro. A libido tem um estatuto imaginário e o gozo faz obstáculo à elaboração simbólica. No segundo, o da significantização do gozo, temos o falo como operador fundamental da libido inscrita no significante. No terceiro, o do gozo impossível, o enfoque se centra em Das Ding, algo que se situa fora da experiência, portanto da ordem do real. O sintoma, que nos paradigmas anteriores se relacionava ao recalque e à defesa, está ligado aqui a uma perda natural de gozo, apenas evidenciando a desarmonia entre o gozo e o significante. O quarto paradigma, o do gozo fragmentado, é um índice da parcialidade da satisfação corporal, e o sintoma inscreve-se na estrutura como efeito das operações de alienação-separação. O quinto, o do gozo discursivo, é aquele em que o sintoma é a repetição. A noção de mais-de-gozar traz, em decorrência, algo novo sobre o gozo. Finalmente, no sexto e último paradigma, o do gozo disjuntivo ou da nãorelação, o sintoma é pensado como letra, passando a ser interpretado não mais do lado do significante, mas sim do signo, como signo do que não anda bem no real. 23 MILLER, J-A. La experiencia de lo real en la cura psicoanalítica. Buenos Aires: Paidós, MILLER, J-A. Os seis paradigmas do gozo. Em: Opção Lacaniana, n São Paulo: Edições Eólia, abril de 2000, pp

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