Título: Financiamento de Capital Empreendedor para ENBTs: O Caso das Empresas Incubadas na Incamp
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- Eliza Marreiro Lombardi
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1 Código: 488 Título: Financiamento de Capital Empreendedor para ENBTs: O Caso das Empresas Incubadas na Incamp Tema: Los instrumentos de inversión como herramientas para el desarrollo de las empresas innovadoras (capital de riesgo, capital semilla, Start-up, Spin-off) Autores: - Frick, Silvia T. F. Stratmarket Consultoria em Negócios Empresariais silvia@stratmarket.com.br Brasil - Sales, Davi I. Incamp (Unicamp) davi@unicamp.br Brasil - Frick, Oscar Osvaldo Stratmarket Consultoria em Negócios Empresariais oscar@stratmarket.com.br Brasil Resumo O trabalho tem como objetivo a avaliação dos resultados obtidos da implantação, na incubadora da Universidade Estadual de Campinas (Incamp, localizada em São Paulo/Brasil), de um modelo de investimento denominado Capital Empreendedor Colaborativo (CEC) para atender empresas incubadas. O estudo abrange comportamentos, modelos de tomada de decisão e de construção de negócios, assim como expectativas dos agentes (investidores e empreendedores) em relação ao retorno do investimento e outros fatores que influenciam o desempenho das Empresas Nascentes de Base Tecnológica (ENBTs). A experiência de sete anos da Incamp buscando modelos de gestão que levassem ao sucesso de empresas incubadas serviu como base para a construção do novo modelo. O CEC é composto por um fundo de financiamento semente, constituído com recursos de anjos que, ao mesmo tempo, são pessoas-chave para o negócio. Essas pessoas complementam as competências dos empreendedores agregando conhecimento técnico, comercial e de gestão empresarial e tornando a ENBT uma empresa capaz de se estruturar e promover negócios. A entrada de venture capital
2 na ENBT é um segundo passo, quando os negócios já se encontram modelados e o processo de inovação está adiantado. Para avaliar esse modelo, considerando a complexidade das interações típicas de uma ENBT, foi necessário utilizar duas dimensões de observação: uma subjetiva, apoiada em análise qualitativa, e outra de natureza quantitativa, a partir de indicadores de desempenho. Os resultados do trabalho indicam que para que uma ENBT alcance sucesso, é preciso disponibilizar muito mais do que recursos financeiros. É necessário fornecer, também, as condições básicas de desenvolvimento empresarial. O estudo mostra que as ENBTs que adotaram o modelo CEC estão no caminho de alcançar sucesso em período inferior a dois anos, sendo capazes de promover negócios inovadores de forma sustentável. 1. Introdução A principal força para o avanço tecnológico de um país reside na capacidade de interação entre a atividade técnico-científica e empresarial. Nesse sentido, o papel de incubadoras de empresas de universidades e centros de pesquisa torna-se fundamental para que o país obtenha essa capacidade. Empresas nascendo das universidades a partir da iniciativa de professores e alunos que anseiam que suas descobertas e invenções se transformem em novos produtos para o mercado são essenciais para aumentar o nível de eficiência e inovação técnica de um país. A experiência de sete anos da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), localizada em São Paulo/Brasil, na busca de modelos de gestão que levassem ao sucesso de empresas incubadas serviu como base para a construção de um novo modelo de financiamento denominado Capital Empreendedor Colaborativo (CEC). O CEC é composto por um fundo de financiamento semente, constituído com recursos de anjos que, ao mesmo tempo, são pessoas-chave para o negócio. Essas pessoas complementam as competências dos empreendedores agregando conhecimento técnico, comercial e de gestão empresarial e tornando a ENBT uma empresa capaz de se estruturar e promover negócios. A entrada de venture capital na ENBT é um segundo passo, quando os negócios já se encontram modelados e o processo de inovação está adiantado. O trabalho tem como objetivo a avaliação dos resultados obtidos da implantação do CEC na Incamp. O estudo abrange comportamentos, modelos de tomada de decisão e de construção de negócios, assim como expectativas dos agentes (investidores e empreendedores) em relação ao retorno do investimento e outros fatores que influenciam o desempenho das Empresas Nascentes de Base Tecnológica (ENBTs). Para avaliar esse modelo, considerando a complexidade das interações típicas de uma (ENBT), utilizam-se duas dimensões de análise: uma subjetiva, qualitativa, e
3 outra de natureza quantitativa, a partir de indicadores de desempenho da pequena empresa. No presente trabalho discute-se, em primeiro lugar, o papel do financiamento em empresas nascentes de base tecnológica. Posteriormente, é feita a avaliação do modelo CEC. Finalmente, são apresentadas as considerações finais e conclusões. 2. O Papel do Financiamento nas Empresas O financiamento para empresas nascentes de base tecnológica pode ser dividido em quatro categorias, conforme o estágio da empresa: semente, start-up, início do crescimento, expansão (Figura 1). Figura 1. Estágios da empresa de base tecnológica. Seed Startup Early Stage Expansão Maturidade Fonte: Silveira e Frick, As empresas de base tecnológica (EBTs) brasileiras, independentemente do seu tamanho e estágio de desenvolvimento, podem obter recursos financeiros em fontes internas ou externas. Dentre as internas pode ser mencionada a retenção de lucros e rotatividade do crédito (com fornecedores, por exemplo), e, dentre as externas, os recursos de terceiros (reembolsáveis e não reembolsáveis) e próprio (capital social e capital de risco). O investimento possui dois lados: o do investidor e o do tomador de financiamento. Cada lado toma suas decisões considerando fatores diferentes. O investidor toma suas decisões de investimento identificando as oportunidades, avaliando as alternativas e selecionando o empreendimento com base na expectativa do retorno futuro. Por sua vez, a empresa toma a decisão de receber financiamento considerando as alternativas disponíveis; o montante a ser captado; o período de tempo para realização das ações pré-determinadas; o custo; e a estrutura de financiamento. Como pode se observar na Figura 1, a empresa de base tecnológica percorre diversos estágios de evolução até alcançar a maturidade. No primeiro estágio, o de nascimento, a principal fonte de recursos vem de subvenções oferecidas por órgãos governamentais. 1 Nesse estágio, somente há uma idéia do negócio, não existindo ainda um protótipo, plano de negócio ou estudo de mercado. Os recursos são destinados a avaliar a viabilidade técnica, produzindo, em alguns casos, um protótipo. 1 Ocasionalmente, algumas empresas possuem recursos iniciais advindos dos próprios empreendedores ou das empresas onde o projeto da EBT se originou, como é o caso das spin-offs.
4 No segundo estágio, não há pessoas dedicadas em tempo integral ao projeto. Estão em curso ações iniciais, como, por exemplo, elaboração do plano de negócios, pesquisa de marketing e os primeiros contatos com o mercado. 2 As fontes de financiamento neste estágio se misturam entre recursos não reembolsáveis e reembolsáveis com juros baixos, além de capital de risco. A destinação dos recursos é para três áreas: técnica (finalização de produtos); comercial (identificação de clientes e plano de marketing 3 ); e financeira (análises de viabilidade econômica). No caso de capital de risco, que pode ser do tipo anjo ou venture capital, os recursos são também utilizados para ações de governança corporativa e organizacionais. No terceiro estágio (Early Stage) a empresa já possui clientes e se encontra funcionando normalmente, mas ainda não cobre suas despesas. Nesse estágio, ainda podem ser utilizadas algumas linhas especiais de recursos não reembolsáveis, mas aumenta a importância dos reembolsáveis. O momento é ideal para obtenção de capital de risco, com o objetivo de melhorar a estrutura de vendas e distribuição, aumentar a produtividade e reduzir os custos. No estágio de expansão, a empresa está estabilizada no mercado e possui potencial grande de crescimento. Começam a ser superadas as barreiras em todas as áreas. Há uma segunda geração de produtos. O plano de marketing está dando resultados. As equipes trabalham com processos e procedimentos bem definidos. É o momento da entrada de capital tipo private equity, com o objetivo de preparar a empresa para uma eventual abertura de capital, fusão ou aquisição. A empresa também pode se financiar através de bancos. No momento da maturidade a empresa chega ao ápice de seu potencial, financiando-se por meio da abertura do seu capital (emissão de ações, negociadas em bolsa o não) ou de empréstimos bancários. Os recursos captados são aplicados na operação da empresa, em itens como desenvolvimento de novos produtos, renovação dos equipamentos ou, mesmo, construção de prédios. 2.1 Financiamento para ENBTs no Brasil As empresas nascentes de base tecnológica (ENBTs) brasileiras passaram por um processo de transformação na última década, em grande parte devido aos incentivos que receberam de fontes de financiamento não reembolsáveis. As primeiras a receber estes incentivos foram as software houses, a partir de um programa do governo para fomentar a exportação de software, o Programa Softex. 4 2 Por meio de pesquisa de marketing, a EBT obtém informação sobre a situação e necessidades dos potenciais demandantes de seus produtos. 3 No plano de marketing a empresa fixa seus objetivos de médio e longo prazo visando tornar a empresa conhecida, criar uma identidade, etc. 4 Criado em 1992 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD), o Projeto DESI tinha como um de seus três programas o SOFTEX 2000 Programa Nacional de Software para Exportação, para estimular o surgimento de uma Indústria Brasileira de Software voltada para a exportação. Em 1994, com a Portaria MCT nº 200, o Ministério da Ciência e Tecnologia considerou o SOFTEX 2000 como Programa Prioritário em Informática para fins de aplicação dos incentivos da Lei nº 8.248/91. (
5 De acordo com Ferraz Filho (1998), até 1996 a principal fonte de recursos não reembolsáveis colocada à disposição das empresas eram bolsas do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Estes recursos eram direcionados, através das unidades do Softex (os chamados Núcleos Softex) para o desenvolvimento e aprimoramento de produtos e para participação em feiras e estágios no exterior. As bolsas variavam de R$ 300,00 a R$ 3.000,00. 5 Entre 1993 e 1997 estes recursos alcançaram a soma de cerca de R$ 14 milhões. As empresas incentivadas, em geral, faturavam entre zero e R$ 100 mil. Em 1997, foram colocados à disposição das empresas desenvolvedoras de software R$ 25 milhões pela Financiadora de Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia. O programa foi denominado CNS (Chamada Nacional Softex) por ser distribuído por médio do Softex. Os recursos da Finep eram complementados por bolsas CNPq, que atingiram o valor total de R$ 6 milhões. A linha era voltada para incentivo à exportação de software. Tratava-se de um financiamento de longo prazo, com juros baixos (4% a.a.), carência de 12 meses para pagamento do principal e dos juros e amortizações em 24 meses. O financiamento não exigia garantias reais. Os valores da Finep por empresa variavam de R$ 200 mil a R$ 400 mil, e as bolsas do CNPq eram de até R$ 250 mil. As empresas selecionadas para estes recursos foram, em geral, maiores, mas 15% eram empresas novas, com faturamento variando entre R$ 100 mil e R$ 500 mil. Em 1998, foi lançada uma nova linha de financiamento, desta vez pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (Bndes) em parceria com o Softex. A linha também era voltada ao financiamento para comercialização de software no exterior, mas, alguns anos depois, o foco mudou, sendo direcionada para o crescimento da empresa, independente do mercado de atuação. Inicialmente, o Bndes colocou à disposição das empresas R$ 30 milhões. 6 A linha foi prorrogada depois de um período de teste, tendo sido apoiadas até o momento mais de 100 empresas, com recursos para cada uma delas variando entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões. As empresas precisam alterar sua constituição jurídica para sociedade anônima e apresentar plano de negócios. A avaliação dos projetos é feita através de consultores contratados pelo Softex. Depois de obtidos os recursos, o Softex, através de seus consultores, é responsável pelo acompanhamento das empresas, com relatórios trimestrais sobre o andamento dos projetos. Em resumo, durante os anos noventa, as linhas de financiamento para empresas de tecnologia apresentavam algumas características em comum: 1. Eram voltadas para o setor de software; 2. Participava, de alguma forma, do Programa Softex; 3. O foco principal era financiar a exportação; historico.asp, acesso em 28/02/2009). 5 Entre julho de 1994 e dezembro de 1997, a cotação do dólar americano no Brasil oscilou entre valores mínimos próximos aos R$0,80/US$1,00 e R$1,10/US$1,00, respectivamente. 6 Em 1998, a taxa de câmbio média do dólar dos Estados Unidos variou entre R$1,10 e R$ 1,20 por US$ 1,00, aproximadamente.
6 4. Os recursos eram subvencionados ou sem exigência de garantias reais. Em 2000, surge o Projeto Inovar, da Finep, com um escopo mais abrangente no que diz respeito aos segmentos apoiados. O objetivo do programa é promover o desenvolvimento das pequenas e médias empresas brasileiras de base tecnológica. Para alcançar seu objetivo o programa precisou criar instrumentos de financiamento, especialmente de capital de risco. O Programa criou a Incubadora de Fundos Inovar; o Fórum Brasil de Inovação; o Portal Capital de Risco Brasil; e a Rede Inovar de Prospecção e Desenvolvimento de Negócios, além de desenvolver programas de capacitação e treinamento de agentes de capital de risco (Frick, 2003, p. 24). No final de 2005, a Finep lançou uma subprograma do Inovar, o Inovar Semente, com o objetivo de investir R$ 300 milhões em empresas nascentes de base tecnológica. 7 A meta do programa é apoiar 340 empreendimentos inovadores, com aportes que variam entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. 8 Para isso, seriam criados 24 fundos de capital de risco semente com aporte de R$ 12 milhões cada um. Esse montante deveria corresponder a, no máximo, 40% do patrimônio do fundo. Outros 40% seriam providos por bancos de desenvolvimento (como o BID) e 20% por investidores privados. No início de 2009, já tinham sido selecionados os fundos e começado a ser operacionalizado o programa. O Inovar Semente está sendo muito importante para conseguir superar a barreira de comunicação existente entre os investidores e empresas em estágio inicial, quando ainda não é possível realizar uma avaliação dos negócios nos padrões utilizados normalmente pelos fundos. Na mesma linha da Finep, o Bndes lançou, em 2008, um programa de capital de risco semente, o Programa Criatec. Com um orçamento de R$ 80 milhões, o programa tem como finalidade capitalizar as empresas inovadoras e lhe fornecer apoio gerencial adequado ( Outro programa para a inovação é o Subvenção Econômica, também da Finep, que apóia projetos de empresas em determinadas áreas tecnológicas, consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país. 9 O programa, com edital anual, já está em sua quarta edição e a cada ano são modificados os segmentos a serem apoiados. Os recursos outorgados às empresas têm um mínimo (inicialmente fixado em R$ 1 milhão e modificado para R$ 500 mil), mas não tem exigências quanto ao máximo. São disponibilizados, ao todo, R$ 450 milhões. Recentemente, a Finep lançou um novo programa para ENBTs, a ser executado por 18 incubadoras selecionadas previamente em função de sua atuação: o Programa Primeira Empresa, ou PRIME como ficou conhecido. Uma delas acabou não entrando nesta primeira edição do programa. Cada incubadora deve selecionar entre 50 e 120 empresas com até dois anos de fundação, que no primeiro ano receberão, individualmente, o valor de R$ 120 mil não reembolsáveis, e, no segundo ano, R$ 7 Para conversão em dólares americanos, considere-se uma taxa de câmbio média de R$2,5/US$ 1,00. 8 Universia, Programa Inovar, da Finep, Pretende Apoiar Empresas Nascentes. 16/12/05, acesso em 30/03/09. 9 A definição das áreas prioritárias é matéria de uma Portaria Interministerial do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior.
7 120 mil reembolsáveis, mas sem juros. Os recursos são destinados a três atividades: técnicas (pagamento para os sócios se voltarem integralmente à empresa), consultoria de mercado (terceirizada) e financeira (contratação de um controller). Com esses recursos, a Finep espera auxiliar a empresa na etapa inicial de atuação, fazendo com que, desde o início, sejam seguidos procedimentos adequados de operação. As empresas brasileiras de base tecnológica também se viram beneficiadas pelo surgimento de um número grande de incubadoras e parques tecnológicos espalhados pelo país, que oferecem recursos para ações de pesquisa de mercado, consultorias, etc. O Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) é a principal instituição que apóia estas entidades em todo o país. O principal resultado gerado é a redução do índice de mortalidade das empresas no início da presente década, de 42% para 23% (Frick, 2003 p. 24). Os bancos, especialmente o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal (duas empresas mistas), também têm linhas específicas de financiamento para micro e pequenas empresas, com devolução no longo prazo. O investimento privado mais utilizado por ENBTs é o denominado 'anjo', em geral de pessoas físicas que decidem apostar no sucesso de um empreendimento. Trata-se de um investimento direto em empresas em estágio inicial, em troca de um pequeno percentual das ações ou quotas da empresa. Além de recursos, o anjo oferece em geral consultoria comercial ou financeira e uma rede de contatos. De acordo com Silveira e Frick (2007), é possível identificar três tipos de investidor anjo conforme privilegiem a experiência profissional, o rendimento financeiro ou o empreendedorismo. O primeiro funciona como um consultor, orientando os empreendedores de acordo com sua vivência profissional. O segundo focaliza suas atividades no aumento do rendimento financeiro da empresa, através de políticas de valorização. O terceiro atua como empreendedor, do lado dos demais sócios. O investimento anjo apresenta vantagens e desvantagens. Segundo Dornelas et al (2008), podem ser mencionadas como vantagens: ser capaz de agregar valor; ser menos exigentes que o venture capital no processo de avaliação; procurar pequenos acordos; preferir start-ups; investir em vários setores; possuir amplo networking. Por outro lado, as desvantagens são: investir pouco; sempre querer ser ouvido na firma; poder se transformar em inimigo; estabelecer relações informais com a empresa; não existir, no Brasil, regulamentação que controle este tipo de investimento.
8 Algumas características do investimento anjo nos EUA são apresentadas no Quadro 1. Quadro 1 Características do Investimento Anjo nos EUA e no Brasil Característica EUA Brasil Quantia disponível De U$ 40 mil a U$ 1 mi Até R$ 500 mil Quantia por empresa De U$ 25 mil a U$ 500 mil De R$ 40 mil a R$ 500 mil % de participação De 1% a 50% Até 10% % de co-investimentos De 20% a 100% s/d Retorno esperado s/d 20% a.a. Tempo de investimento s/d 3 a 7 anos Outras características Idade média do investidor entre anos Fonte: elaboração própria e Participa da gestão; seleciona com base em análise técnica e instinto; prefere investimentos em tecnologias que conhece e empresas nascentes Fundos de investimento constituídos por recursos de empresas privadas, fundos de pensão e entidades governamentais constituem outras formas alternativas de financiamento para as empresas, usualmente aproveitados mais por empresas em estágio de desenvolvimento mais avançado. A atuação destes fundos no Brasil é normatizada pela comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que propicia maior segurança a investidores e investidos. Os fundos são administrados por empresas gestoras que, em geral, aproximam empreendedores e investidores e avaliam o empreendimento. Gráfico 1 Crescimento do Venture Capital nos EUA ( ) Fonte:
9 Nos Estados Unidos este tipo de financiamento teve um crescimento acelerado no final da década passada, como pode se observar no Gráfico 1, mas declinou no início da presente década retomando crescimento gradual a partir de No Brasil, a evolução dos recursos comprometidos em operações de venture capital ou private equity mantiveram um nível baixo até 2007, quando deram um grande salto passando de US$ 5,58 bilhões (em 1999 eram US$ 3,71) para US$ 16,72 bilhões ( Este tipo de investidor espera um retorno entre 300% e 500% em prazo de quatro a sete anos. As empresas de participação são também uma fonte de investimento de risco privado, que apresentam as seguintes características (Airoldi, 2009): 1. Capacidade de Investimentos / Diluição de Riscos: capacidade de diluição de riscos dentro do seu portfólio de investimentos, na medida em que se pode ter participação em algumas empresas ou setores diferentes; capacidade para adquirir boa participação em uma empresa de porte maior, já consolidada e de menor risco; participação ativa na gestão das empresas investidas. 2. União de experiências, habilidades e conhecimentos técnicos. Perfis complementares. São exemplos de empresas de participações no Brasil: Bradespar ( constituída em 2000, através da cisão do Banco Bradesco, que transferiu seus investimentos em empresas não financeiras, é uma S.A. de capital aberto com ações negociadas na BM&FBOVESPA. Dentre as empresas investidas encontram-se a mineradora Vale do Rio Doce e a CPFL Energia (distribuidora de energia no Estado de São Paulo, Brasil). As condições de entrada (investimento) privilegiam: segmentos maduros da economia.(empresas no estágio 5); retornos consistentes de longo prazo; mecanismos de participação nos Conselhos de Administração das investidas; oportunidades de desinvestimento (continuamente avaliadas); e forte governança corporativa. Ideiasnet ( S/A de capital aberto, com ações negociadas na BM&FBOVESPA. Em sua estratégia de atuação sobressai a constituição de uma rede de empresas concentrada no setor de Tecnologia Mídia e Telecomunicações, compartilhando experiências e know-how. Sua carteira, que tem mais de 15 empreendimentos investidos, é formada por empresas de grande porte ou empresas em estado de desenvolvimento com grande potencial. Para a escolha de investimentos e condições de entrada, a Ideiasnet considera primordialmente: empresas nos estágios 3, 4 e 5; participação ativa nos Conselhos de Administração; investimento sem prazo para desinvestimento; empresas que agreguem valor às investidas.
10 Observa-se, no Brasil, uma ampla diversidade de recursos financeiros, reembolsáveis e não reembolsáveis, à disposição das ENBTs. Entretanto, ainda há muitas dificuldades para que os recursos cheguem, no momento certo, às empresas. A dificuldade própria dos negócios de base tecnológica, e muitas vezes a falta de compreensão por parte dos investidores da tecnologia (e, portanto, da inovação), criam barreiras que devem ser transpostas com a ajuda de órgãos voltados a promover esse tipo de empresa. Esta constatação está levando às incubadoras brasileiras a buscar instrumentos para aproximar o investidor da empresa. Um desses casos, o da Incamp, é descrito a seguir. 3. O Modelo CEC da Incamp 3.1 A Incamp A Incamp foi criada em 2001 com o objetivo de implantar uma estrutura que favorecesse o surgimento de novas empresas de base tecnológica. Inicialmente, a instituição estava diretamente ligada à Universidade de Campinas (Unicamp), fundada em A Unicamp tem forte tradição de ensino e pesquisa tecnológica e ocupa posição de destaque internacional. Possui mais de 40 mil alunos e professores, 96% deles com título de doutor. A Unicamp tem forte tradição na pesquisa tecnológica, com sólida vinculação com o setor produtivo. É nesse entorno que foi instalada a Incamp. Em 2003, a Incamp passou a formar parte da Agência de Inovação da Unicamp, a Inova, que tem como objetivo fortalecer as ações de parceria da universidade com os setores público e privado. Desde sua fundação, foram incubadas 29 empresas e graduadas 17. A incubadora desenvolveu uma metodologia de gestão com base em quatro processos: prospecção, seleção, incubação e pós-incubação. Para cada um desses processos definiu uma série de procedimentos que estão sendo aprimorados com o tempo. No Plano de Negócios da Incamp de 2008 foram definidas como oportunidades: a) demanda crescente de empreendedores por incubação, com foco em áreas tecnológicas diversas: telecomunicações, eletrônica, informática, novos materiais, química fina, biotecnologia, etc.; b) possibilidade de realizar parcerias com empresas do setor privado com vocação tecnológica, localizadas na região de Campinas; c) localização geográfica privilegiada; d) existência de parques tecnológicos; e) incentivos fiscais; f) ampla rede de comunicação por fibra óptica;
11 g) existência de um grande número de centros de pesquisa de alta tecnologia. A Incamp determinou, como fatores crítico de sucesso, a seleção criteriosa das empresas a serem incubadas; a prestação de serviços de excelência para essas empresas; e o acompanhamento sistemático das incubadas com oferecimento de consultorias especializadas de alto nível. 3.2 O Modelo CEC Dentro dos processos definidos pela incubadora encontra-se a realização de ações para facilitar o acesso das incubadas a financiamento de capital de risco. Nesse sentido, a Incamp desenvolveu um modelo inovador de financiamento para suas empresas, o Capital Empreendedor Colaborativo (CEC), implantado oficialmente em outubro de 2008, mas que já vinha atuando de forma experimental desde agosto de Inicialmente, o CEC estava composto por uma única empresa de participações que iniciou sua operação junto a quatro ENBTs. Depois de alguns meses de participação ativa junto às ENBTs, foram escolhidas duas dessas empresas para realizar o aporte do capital inicial, no montante de R$ 141 mil, dos quais R$ 16 mil foram aportados pela própria incubadora como pagamento de serviços de pesquisa. No início de 2008, o CEC foi ampliado mediante seleção de novos investidores, escolhidos entre pessoas físicas e empresas de participação que se aproximaram da incubadora em busca de projetos promissores. Depois de uma cuidadosa avaliação, foram selecionados três investidores pessoas físicas e uma empresa de participação que, junto com a empresa que já vinha operando, constituíram uma Sociedade Anônima de Capital Fechado. 10 Os integrantes da sociedade apresentam características complementares, que permitem que o modelo atue conforme descrito a seguir. 11 Estratégia: - Contribui ativamente na criação do negócio: plano de negócios, estudos de mercado, contatos com clientes potenciais, etc. - É responsável pelas atividades administrativas e financeiras das empresas, conforme modelo de Governança Corporativa. - Realiza aportes de Capital Inicial e Capital de Giro entre R$ 50 mil e R$ 200 mil. 10 Empresa na qual o capital social representado pelas ações está normalmente dividido entre poucos acionistas, a pessoa física que quiser comprar essas ações, terá de convencer um dos atuais acionistas a vendê-las e irá precisar fazer uma escrituração da transferência da propriedade das ações no livro de tranferência de ações nominativas da companhia. Essas ações, ao contrário de uma empresa de capital aberto não são comercializadas em bolsas de valores ou no mercado de balcão. 11 Características levantadas junto a um dos integrantes da Sociedade Anônima, em entrevista realizada em 8 de abril de 2009.
12 - Prepara a ENBT para receber capital de risco através de ações para aumentar seu valor; aplicação de técnicas de valuation; e negociação com fundos de venture capital. - Tem como meta, no período entre dois e quatro anos, alcançar R$ 10 milhões de valor da empresa para proceder à entrada de venture capital. Empresas investidas: - Hoje investe em cinco empresas. Pontos Fortes do CEC: - know-how em empresas nascentes de base tecnológica; - união de habilidades: sócios com diferentes perfis e visões; processo decisório compartilhado, portanto, mais seguro; - ampla rede de contatos; - aberta a novos investidores; - possui modelo de gestão baseado em comitês e no método Ágil Scrum. 12 Escolha de Investimentos e condições de entrada: - empresas nos estágios 1 (Seed) e 2 (Startup); - confiança total nos empreendedores e nos projetos; - contrato de opção de compra: empresas investidas continuam no formato jurídico de Sociedade de Responsabilidade Limitada. O CEC participa das empresas como se fosse sócio, mas não compõe a sociedade uma vez que todas as empresas estão constituídas juridicamente como Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada. 13 Para garantir a participação futura na sociedade, o CEC utiliza um instrumento de acordo entre as partes, que lhe permite ter uma opção de compra de 30% de participação para ser exercida no prazo máximo de quatro anos. Caso a empresa consiga se estabelecer e consolidar no mercado, o CEC exercerá sua opção de compra. A entrada dos recursos fornecidos às empresas é feita através de contratos de mútuo, gerando uma dívida da empresa a favor do CEC. No exercício da opção de compra, a dívida é compensada com o valor da aquisição das quotas ou ações, caso se transforme em sociedade anônima. A expectativa é que as empresas consigam alcançar um estágio de desenvolvimento, no prazo máximo de dois anos, que possibilite a entrada de capital de risco, com participação em torno de 20% (inferior à que costuma ser acordada por estes fundos, uma vez que grande parte do trabalho do investidor de risco já teria 12 Método para gerenciamento de projetos concebido inicialmente para uso em empresas de fabricação de automóveis e produtos de consumo. Consiste no uso de equipes pequenas e multidisciplinares. Junta conceitos de desenvolvimento iterativo ( 13 Sociedade cujo capital social é representado por quotas. A responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social. Os sócios respondem somente pela integralização do capital, sem ter outra responsabilidade com a sociedade ou com terceiros (
13 sido realizado). A porcentagem implica na diluição proporcional de todos os sócios, incluindo a porcentagem do CEC. O CEC é um modelo misto de investimento anjo (recursos financeiros) e venture capital (assessoria altamente especializada). A assessoria do CEC é compatível com a oferecida por fundos de capital de risco, que em geral destinam os recursos investidos para a profissionalização da empresa, com o pagamento de profissionais e consultorias de alto nível. Dessa forma, empreendimentos em estágio ainda inicial, que teriam dificuldade em captar capital de risco, podem ser beneficiados pela entrada de recursos humanos e financeiros que lhe permitiriam crescer de forma acelerada, encurtando o período de incubação que na maioria dos casos se estende por três anos. Para avaliar o resultado do CEC, foram contatados os principais empreendedores das cinco empresas investidas. Ao todo, foram realizadas quatro entrevistas (visto que uma pessoa é sócia de duas empresas) que duraram, em média, duas horas. O resumo da percepção dos empreendedores sobre o CEC á apresentado a seguir. Empresa 1 (E1) Empresa de biotecnologia fundada em 2004 que permaneceu incubada até Manteve faturamento pequeno e oscilante. O CEC iniciou o acompanhamento dos negócios em outubro de Devido à falta de experiência administrativa, financeira e comercial da empresa, o CEC envolveu-se diretamente oferecendo condições para que os sócios se concentrassem no desenvolvimento dos produtos, de alto valor agregado e que demandavam muita dedicação. No final de 2008 foi formalizada a participação de 30% do CEC na empresa. No início de 2009, a partir de ações de parceria induzidas pelo CEC, a empresa estruturou uma rede comercial que está possibilitando o acesso ao mercado de forma crescente. O parceiro, uma empresa distribuidora de produtos de biotecnologia que detêm 95% do mercado, acabou transformando-se em sócio, fazendo com que a situação da ENBT mudasse completamente, iniciando vendas de forma consistente de produtos mais simples. Os produtos de maior valor agregado somente serão lançados no mercado em Empresa 2 (E2) Surgiu em agosto de 2008, como spin-off da E1 para atender um foco específico de mercado que demanda competências técnicas diferentes. O CEC promoveu essa divisão e participou desde a fundação da nova empresa como responsável pelas áreas financeira, administrativa e comercial. O uso do método Ágil Scrum implantado pelo CEC para gestão dos projetos mostrou-se muito apropriado para a empresa, que precisa conciliar competências diversas com oportunidades de mercado o que demanda muita iteratividade entre as áreas comercial e técnica. A identificação, com ajuda do CEC, do cliente-piloto foi fundamental para o acesso da empresa ao mercado. Trata-se de uma multinacional que forneceu o material e as informações necessárias para o desenvolvimento do produto. Hoje, o CEC está envolvido ativamente na construção de uma rede comercial, fundamental para a atuação no mercado brasileiro. A E2 encontra-se em processo de incubação na Incamp.
14 Empresa 3 (E3) Empresa de software fundada em outubro de De acordo com o empreendedor, o apoio oferecido pelo CEC foi decisivo na definição da linha de negócios; na disponibilização da rede de contatos que lhe possibilitou acesso ao cliente-piloto com quem vem trabalhando; e nos recursos monetários fornecidos, que lhe permitem desenvolver o piloto. O fato de não ter que se preocupar pelas atividades administrativo-financeiras (apesar de o principal empreendedor ter conhecimento nessa área), também conta a favor, uma vez que a empresa pode se dedicar por inteiro ao desenvolvimento de seus produtos, de longa maturação. A E3 encontra-se em processo de incubação na Incamp. Empresa 4 (E4) O empreendimento surgiu em início de 2008, com projeto na área de novos materiais aprovado pela Incamp para incubação. A empresa foi fundada em outubro de O auxílio do CEC na definição das linhas de negócio e das estratégias de mercado também foi fundamental neste caso, assim como a escolha de parceiros técnicos hoje incorporados na empresa. Além da participação do CEC através de contrato de opção de compra, a empresa decidiu associar um dos anjos no seu quadro societário para atuar diretamente na área comercial, identificando negócios e parceiros comerciais. Empresa 5 (E5) Iniciou suas atividades em junho de 2007, quando foi incubada na Incamp, com foco na área de biometria. Recentemente apoiada pelo CEC, a empresa já sentiu os benefícios do trabalho realizado na área financeira. Apesar de faturar desde sua criação, por ter surgido como spin-off de outra firma, o perfil técnico dos sócios estava dificultando o crescimento da empresa, tendo que desistir de alguns negócios que, se atendidos, podiam exigir um nível de organização superior ao que possui hoje. O entrevistado se mostrou otimista em relação à parceria iniciada com o CEC. Dados da Incamp, revelam que, em março de 2009, as empresas investidas apresentaram, a partir do auxílio do CEC, os resultados resumidos no Quadro 2.
15 Quadro 2 Resultados Obtidos pelo CEC nos Primeiros Meses de Operação Empresa Faturamento Subsídios Clientes Emprego Capital investido* 1 R$ 100 mil previstos para 2009 Finep: R$ 800 mil, em avaliação 2 R$ 5 mil/mês PIPE: > R$ 500 mil Pré-selecionada no Prime: R$ 120 mil 3 Ainda não fatura Pré-selecionada no Prime: R$ 120 mil 4 Ainda não fatura Pré-selecionada no Prime: R$ 120 mil 5 R$ 150 mil a.a., mas ainda não recebeu auxílio comercial do CEC Pré-selecionada no Prime: R$ 120 mil *Recursos investidos até abril de 2009 pelo CEC. Aumento de mais de 100% no número de clientes. Conquista do cliente-piloto e dos primeiros 8 clientes. Conquista do cliente-piloto Conquista do cliente-piloto Ainda não foram iniciadas as ações comerciais 1 novo colaborador 2 novos colaboradores 1 novo colaborador 1 novo colaborador Ainda não foram contratados novos colaboradores R$ 150 mil R$ 80 mil R$ 25 mil R$ 20 mil Ainda não investiu O modelo desenvolvido pela Incamp apresenta como principal vantagem ter unido duas modalidades de investimento que possibilita disponibilizar para as empresas recursos de investimento anjo com assessoria do nível que é oferecido pelo venture capital nas áreas de gestão, inovação, governança e redes de contatos. 4. Considerações Finais e Conclusões As empresas de base tecnológica passam por diferentes estágios de desenvolvimento até alcançar a maturidade. Para cada estágio, é possível definir tipos de financiamento mais adequados. A escolha de cada tipo deve ser cuidadosamente planejada, de forma a fazer uso eficiente dos recursos. As empresas nascentes de base tecnológica (ENBTs) brasileiras passaram por um processo de transformação na última década devido, em grande parte, aos incentivos que receberam de fontes de financiamento não reembolsáveis. Hoje, observa-se no Brasil uma ampla variedade de recursos, reembolsáveis e não reembolsáveis, que podem ser utilizados pelas ENBTs. Dentro da categoria dos não reembolsáveis está o capital de risco, que encontra dificuldades para ser aplicado em empresas em estágios iniciais de desenvolvimento.
16 O trabalho mostra que o modelo desenvolvido pela Incamp, o CEC, está no caminho certo. A principal inovação encontra-se no fato de ter juntado duas modalidades de investimento (atuando como anjo e venture capital), fornecendo recursos e mantendo participação ativa, dentro da empresa investida, nas áreas administrativa, financeira e comercial, além de disponibilizar uma ampla rede de contatos. As ENBTs investidas no modelo CEC estão alcançando resultados muito rápidos. Todas elas encontram-se desenvolvendo seus produtos em contato direto com o mercado. Na visão dos empreendedores, o CEC tem sido fundamental nesta iteração e na velocidade com que as empresas investidas vêm se desenvolvendo. 5. Bibliografia Airoldi Túlio Empresas de Participação. Texto de discussão, Incamp, abril. Dornelas, José et al Como Conseguir Investimentos para seu Negócio: da Idéia à Abertura de Capital. Campus. Ferraz Filho, Galeno Tinoco A Experiência Exportadora do Setor de Software Brasileiro. Projeto Funcex/IEES/MICT, março. Frick, Silvia, Políticas Públicas e de Financiamento para o Setor de Software, Economia & Tecnologia, v6, n3, 2003 p. 24. Plano de Negócios da Incamp, Silveira, Rodrigo Lanna Franco da e Frick, Oscar Fontes de Financiamento. Texto de discussão, Incamp, novembro.
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