CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: A&U SI PROFª ME. ANA PAULA GURGEL PENSAMENTO URBANÍSTICO NA VIRADA DO SÉC. XX
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1 CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: A&U SI PROFª ME. ANA PAULA GURGEL PENSAMENTO URBANÍSTICO NA VIRADA DO SÉC. XX
2 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Sumário 1. Contextualização 2. Camillo Sitte 3. Ebenezer Howard 4. Tony Garnier 5. Arturro Soria y Mata 6. Culturalistas versus progressistas 7. Referências
3 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL 1. Contextualização
4 Contextualização Após a revolução industrial as pessoas saíram do campo, onde apesar de ar puro e qualidade de vida, foram para as cidades em busca de salário, melhores oportunidades e diversão. No entanto, encontraram uma cidade poluída e inchada. Diante disso, surgiram pensadores e estudiosos no âmbito do urbanismo.
5 Contextualização As respostas utópicas não eram suficientes As reformas burguesas não resolveram os problemas
6 2. Camillo Sitte ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL
7 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arquiteto vienense Era arquiteto formado pela Escola Imperial e Real das Rates Industriais de Viena, pensava a cidade ideal a partir de conceitos da arqueologia medieval e renascentista. (CHOAY, p.205) Em 1883 Sitte foi chamado para organizar a nova Escola Oficial de Artes Aplicadas, neste período, apareceram alguns ensaios sobre construção urbana.
8 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Sitte viveu no período da industrialização europeia, final do século XIX, contemporâneo a grandes pensadores como Marx, Le Corbusier, dentre outros Critica a cidade industrial e o urbanismo que estava sendo feito desde Haussmann (urbanismo técnico onde não há preocupação com a preservação do antigo) É considerado o primeiro esteta = pensador que olha para a cidade do passado sob o ponto de vista estético; na sua visão, esta relação foi perdida na cidade industrial
9 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Camillo Sitte ( ) Estudou arqueologia medieval e renascentista - tem fascínio pela cidade medieval, por como as pessoas se relacionavam, as feiras, os bairros (a relação cidade X pessoas) Pioneiro do urbanismo culturalista
10 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL CRÍTICA AO RINGSTRASSE DE VIENA Segundo ele, um exemplo de mau planejamento e que deveria ser evitado. Entretanto, não se opôs aos estilos dos edifícios escolhida, pois lhe agradava a tendência ao classicismo, e não critica a escolha do estilo histórico de acordo com a função do edifício. Critica a ausência das construções humanizadas, pois aquelas não eram convidativas ao passante, e sim agorafóbico, com fachadas intimidantes e desconectadas com o que a circunda. As ruas largas separavam a construção de usuário, um defeito grave na sua visão.
11 Camillo Sitte ( ) Críticas: a falta de criatividade, a austeridade, a monotonia dos traçados retilíneos; ao isolamento dos monumentos em vastos espaços abertos, principalmente, a ausência de continuidade entre as malhas existentes e aquelas que eram propostas pelos progressistas. E a escassez de motivos e a monotonia dos complexos urbanos modernos. ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) Analisa: os espaços das cidades medievais e antigas e um elemento sempre se repete a praça.
12 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) toda arte verdadeira devia ter em sua base no impulso nacional do povo Preocupava com a estética da cidades defendendo o urbanismo como arte, e com a preservação de monumentos históricos Choay considera que Sitte publicou a primeira teoria significativa depois da Teoria de Cerdá. Os Collins colocam a importância do livro como representante da profissão do planejador. Outro aspecto que faz parte dos conceitos utilizados por Sitte é a noção de pitoresco; sua definição vem de uma categoria estética do final do século XVIII, refere-se a paisagem natural e representada distinto do sublime, valoriza a assimetria, a irregularidade, a espontaneidade e a perspectiva; característico do romantismo. Foi considerado um retrógrado pelas gerações que se seguiram
13 A escolha do termo construção das cidades para o seu livro ao invés de planejamento ou projeto, mostra a perspectiva empírica de sua abordagem, enfatizando a síntese das artes produzida na prática artesanal, no lugar do projeto ou desenho prévio. Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) Sitte fez a análise morfológica de setores das cidades antigas, objetivando uma definição consciente, tanto dos princípios como do método mais adequado para a elaboração de um plano urbanístico. Para ele, questões como zoneamento funcional, infraestrutura, densidades ou índices urbanísticos, não deveriam ser prioritárias no traçado das cidades contemporâneas.
14 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) Praças Para Sitte, a praça é o elemento mais importante da cidade, como local dos acontecimentos públicos, ele critica a função atual da praça, como espaços de circulação de ar e luz, uma interrupção nos blocos de moradias ou como espaço para uma visão mais ampla de um edifício monumental. (SITTE, 1992 p. 17) Hoje em contrapartida, é designado por praça qualquer espaço vazio entre quatro ruas. Talvez esta circunstância seja suficiente em termos de higiene ou de outras considerações técnicas, mas, sob o ponto de vista artístico, um terreno vazio não é uma praça. [...] (SITTE, 1992 p. 47)
15 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) Praças Quando Sitte se refere ao termo ar e luz, acredita-se que esteja fazendo uma crítica direta ao movimento sanitarista, que também é objeto do movimento daquele momento industrial; a ordem era higienizar a cidade, e uma das ideologias preconizadas era aumentar a circulação de ar e luz. Para a manutenção dos conceitos dos espaços públicos, Sitte utiliza como exemplos, das cidades gregas, a ágora, o mercado, o fórum, o templo, todos estes locais eram em espaços abertos, de utilização de grande público. (SITTE, 1992 p. 17)
16 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) O centro das praças devem estar livres Propõe a ausência de construções esculturas, fontes e monumentos no centro das praças dando prioridade á funcionalidade do fluxo de pessoas e a perspectivas visual e paisagística. faz menção a este tratamento no caso das igrejas, citando numerosos exemplos que estão localizados ligado a outros edifícios, que têm apenas um ou dois lados da praça.
17 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) A praça deve ser um recinto fechado Descreve as características que se observam nas praças antigas, assinalando características que devem ser consideradas como princípios a serem replicados Ao adentrar em uma praça, destacar-se-á a vista do edifício principal. As ruas seram dispostas de maneira que desde a praça somente se observe uma vista ao exterior. Não se deve conjugar ruas nas esquinas. Deve-se adicionar elementos e adornos que forneçam às praças e aos edifícios que a definem, sentido, significação e caráter.
18 As igrejas e monumentos não devem ficar no centro da praça, e sim encaixadas entre os edifícios: causarão um melhor efeito quando visto a partir de uma distância adequada. Bergamo, Itália - exemplo de praça fechada Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889)
19 Cada cidade por menor que fosse poderia orgulhar-se de uma praça bela e original, se todos edifícios importantes estivessem ali reunidos como em uma exposição em que um valorizasse o outro. Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889)
20 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) Os modelos dos antigos devem reviver hoje, e não como cópias conscienciosas; é examinando o que há de essencial em suas criações e fazendo sua adaptação as circunstâncias modernas que devemos atirar, num solo aparentemente estéril, um grão capaz de germinar o novo. (Praça da Liberdade, BH/MG)
21 Camillo Sitte ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES SEGUNDO SEUS PRINCÍPIOS ARTÍSTICOS (1889) Choay coloca que Sitte considera 3 condições básicas para as cidades: 1) a irregularidade dos blocos de casas alinhadas, 2) salvar o que resta das cidades antigas e 3) aproximar as criações aos modelos antigos. (CHOAY, 2000 p. 206) É clara a intenção preservacionista de Sitte, que valoriza o ambiente antigo em detrimento ao regular. Quando Sitte trata sobre o verde na paisagem, separa principalmente dois elementos; a água e o verde, que podem ser utilizados de forma: sanitária, tem como função, a saúde, através da circulação do ar e respiração. Sitte defende que os jardins devem ocupar lugares fechados. (SITTE, 1992 p. 177) decorativa, é mais um elemento que irá unir-se aos edifícios e praças para tornar o ambiente mais belo. Associado à água, deve localizar-se nos locais de maior circulação. (SITTE, 1992 p. 181)
22 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL 3. Ebenezer Howard
23 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Não estudou arquitetura. Em Chicago trabalhou como repórter, quando começou a estudar sobre a melhora na qualidade vida. De volta à Inglaterra publica em 1898 o livro Tomorrow: A Peaceful Path to Real Reform, e reeditado com o título de Garden Cities of Tomorrow em Howard em seus estudos, perguntou-se: Para onde as pessoas irão? então considerou três imãs de atração da população, a cidade inchada, o campo vazio, e a cidade-campo, que seria a terceira solução.
24 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) CIDADE afastamento da natureza isolamento das multidões distância do trabalho jornada de trabalho excessiva oportunidades sociais locais de entretenimento ruas bem iluminadas edifícios palacianos CAMPO falta de vida social Desemprego/ salários baixos falta de espírito público beleza da natureza ar fresco, bosques, campinas e florestas sol brilhante
25 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) CIDADE - CAMPO beleza da natureza aluguéis e preços baixos residências e jardins esplêndidos liberdade oportunidades sociais nenhuma exploração afluxo de capital ausência de fumaça e cortiços
26 Ebenezer Howard ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL As cidades-jardim devem ser autosuficientes e devem obter um equilíbrio entre indústria e agricultura. Propõe que 1/6 do terreno seja ocupado por moradias e indústrias e o resto seja destinado à agricultura, localizando em torno do núcleo urbano, um cinturão verde de fazendas.
27 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Segundo Peter Hall (2002), este diagrama, incluído na primeira edição de "Cidades-Jardins de amanhã (1898) e retirado em edições seguintes, pretende invalidar os argumentos de que Howard defendia cidades isoladas e não sistemas articulados de cidades, em torno de uma Cidade Central (ou Cidade Social).
28 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( )
29 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Garden City by Ebenezer Howard (from documentary Urbanized)
30 Mostra os primórdios da divisão de usos e da adoção de baixas densidades. Ebenezer Howard ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Seção da Cidade-Jardim A partir do jardim central estão as edificações públicas, o parque central, o Palácio de Cristal, área residencial dividida em duas pela Grande Avenida, as indústrias e galpões e a via férrea. A cidade deveria ter uma estrutura radial, com 6 grandes boulevards em direção ao centro.
31 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Seção da Cidade-Jardim Defronte à Quinta Avenida e ao Palácio de Cristal, existiria um conjunto de casas ocupando lotes amplos e independentes. Mais adiante, estariam os lotes comuns, de cerca de 6,1 x 40m, em número de A população estaria próxima de habitantes na cidade e no setor agrícola. A Grande Avenida dividiria a cidade em duas partes e possuiria 128 m de largura. Ela constituiria, na verdade, mais um parque, com 46,5 ha, e nela estariam dispostas, em seis grandes lotes, as escolas públicas. Também nessa avenida estariam localizadas as igrejas necessárias para atender à diversidade de crenças existentes na cidade. No anel externo estariam os armazéns, mercados, carvoarias, serrarias, etc., todos defronte à via férrea que circunda a cidade. Dessa forma, o escoamento da produção e a recepção de mercadorias e matéria-prima seria facilitado (e barateado), evitando também a circulação do tráfego pesado pelas ruas da cidade, diminuindo a necessidade de manutenção.
32 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Letchworth, Inglaterra em 1899 funda a Associação das Garden- Cities em 1903 pode adquirir Letchworth, e chamou os arquitetos Parker e Umwin para projetar a cidade, com traçado simples, claro e informal esta cidade atingiu grande êxito, e chamou atenção dos jornais de Londres. A atmosfera na cidade era excitante e prazerosa (alcançou em 1962, habitantes).
33 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Letchworth, Inglaterra
34 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Letchworth, Inglaterra
35 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Welwyn, Inglaterra Após a Primeira Guerra Mundial, Howard convenceu-se de que era mais do que oportuno o inicio da construção de uma segunda Cidade-Jardim. Descobre a quinze quilômetros de Letchworth, propriedade rural a venda e de conformação propicia. traçado sinuoso das ruas culs de sac
36 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Welwyn, Inglaterra
37 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Hermann Muthesius também teve um papel importante na criação da primeira cidade-jardim Alemã Hellerau, próximo a Dresden, que foi fundada em 1909 por Karl Schmidt-Hellerau a única cidade da Alemanha onde as ideias de Howard foram completamente implementadas.
38 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) Ebenezer Howard acreditava ter provado: Que era viável a construção de cidades novas com industrias, conservando o valor da terra. Que cada família poderia possuir uma casa em meio ao verde, com fácil acesso ao trabalho, ao centro da cidade e ao campo. Que se poderia obter uma boa qualidade ambiental, não só nas partes centrais das cidades, mas por todo seu conjunto, evitando-se colocar a área agrícola circundante como uma terra ainda não construída, mas sim como um cinturão verde permanente e integrado a cidade. Que era possível a construção, a baixo custo, de casas de boa qualidade externa e internamente, formando um todo homogêneo e continuo para a cidade.
39 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Ebenezer Howard ( ) CRÍTICAS DE LE CORBUSIER
40 4. Tony Garnier ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL
41 Tony Garnier ( ) Filho de pais operários de Lyon, uma das capitais industriais da França de então e de ainda hoje. Cursou, a custas de grandes dificuldades, a Escola de Belas Artes de Paris. Muitas obras de Garnier foram realizadas através de sua união com o então prefeito de Lyon, na França, Edouard Herriot, que o nomeou como arquiteto-chefe da cidade. Depois de criada essa parceria Garnier realizou algumas obras, como o Matadouro de Mouche (1909/13), o Estádio Olímpico (1913/16), o Hospital de Grange Blanche (1915/30) e o Bairro Residencial Estados Unidos, que era sem pátios internos e a aplicação do verde acabou dispersando o habitat coletivo nesse bairro ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL
42 Tony Garnier ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Cité Industrielle - A cidade industrial ( ) Segundo Pevsner, Garnier ia contra o academismo, acreditava que os cálculos e a técnica construtiva com novos materiais levariam à arquitetura verdadeiramente bela, a arquitetura antiga era um erro, as novas construções deveriam ser projetadas para parecem atuais. O plano linear separava as zonas: existiria o agrupamento racional da indústria, da administração e das residências, além da exclusão dos pátios internos e estreitos, criando uma quantidade suficiente de espaços verdes na cidade. Além dessas características no planejamento urbano, havia também o uso do novo material, o concreto armado, que era a potencialidade estética do século XX. Esta obra editada só mais tarde em 1917, influencia toda uma geração de arquitetos, urbanistas, sociólogos preocupados com o destino da cidade, que iam crescendo assustadoramente e começavam a dar sinais de insustentabilidade.
43 Tony Garnier ( ) 1- Cidade Antiga 2- Estação Central 3- Bairros residenciais 4- Centro 5- Escolas primárias 6- Escolas profissional 7- Hospital 8- Estação 9- Zona industrial 10- Estação industrial 11- Cemitério 12- Matadouro Cité Industrielle ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Projetada para habitantes, o projeto é sensivelmente relacionado com seu entorno, como cita Kenneth Frampton uma cidade socialista sem muros ou propriedade privada, sem igreja ou quartéis, sem delegacia de policia ou tribunal de justiça; uma cidade onde todas as áreas não construídas eram parques públicos.
44 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Tony Garnier ( ) Cité Industrielle ( )
45 Tony Garnier ( ) Cité Industrielle ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL O plano linear de Garnier separava as zonas: existiria o agrupamento racional da indústria, da administração e das residências, além da exclusão dos pátios internos e estreitos, criando uma quantidades uficiente de espaços verdes na cidade. Além dessas características no planejamento urbano, havia também o uso do novo material, o concreto armado, que era a potencialidade estética do século XX. Quartier Vue Ensino Generale Fundamental d'habitation, de l'hopital, Juntos, p. 97 p. (Residential 52 p. 38 (Hospital, (Escola Area) General Primária) c View) c c. 1907
46 Tony Garnier ( ) ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL CONSEQUÊNCIAS A cidade industrial de Tony Garnier é o ponto de partida para o pensamento moderno de cidade, idealizado pela primeira geração de arquitetos racionalistas. Estes urbanistas ditos progressistas separam cuidadosamente as zonas de trabalho das zonas de habitar, e estas dos centros cívicos ou dos locais de lazer. Cada uma destas categorias é por sua vez, dividida em subcategorias igualmente classificadas e ordenadas. Cada tipo de trabalho, burocrático, industrial, comercial recebe sua atribuição. A circulação por sua vez é concebida como uma função separada
47 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL 5. Arturo Soria y Mata
48 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) Nasce em Madrid Ele foi educado de maneira autodidata. Em 1882, o primeiro artigo de Arturo Soria sobre o imaginário da cidade-linear é publicado A partir de 1886 dedicou-se a este projeto, sob a influência das ideias de Spencer e Ildefonso Cerdá. Suas ideias foram construídas como bairro experimental na periferia de Madrid, Espanha, em 1894
49 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) A CIDADE LINEAR tem como característica mais marcante o desenvolvimento em linha, geralmente com uma via central que funciona como estrutura principal, em torno da qual se desenvolvem ramos secundários. está ligada em muitos aspectos à questão do transporte e a crescente importância ao sistema viário no planejamento da cidade industrial Em sua concepção inicial, com Soria y Mata, esteve ligada ao movimento higienista e de igual maneira à questão dos bairros operários. Desde a década de 1880, Soria y Mata acreditava que sua cidade poderia se estender pelo território se ligando a outras e até a diferentes países, em uma grande rede urbana.
50 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) Projeto: Este projeto inovador, que resolveria os problemas de higiene, superlotação e transporte das cidades. Ela consistia de: A construção de uma cidade a partir de uma ou mais cidades puntiformes existentes; rede de triangulação é formada entre os interstícios cidades dedicadas às indústrias e agricultura.
51 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) Projeto: A rua central com largura mínima de 40 metros e em seu centro com uma estrada de ferro elétrica, não se limitando em início comprimento, o que permitiu o crescimento da cidade, de modo que ela se tornaria o articulador do território. Nesta rua central seria concentrada serviços públicos para os cidadãos e as casas dos moradores.
52 Arturo Soria y Mata ( ) Projeto: Os edifícios só poderia ocupar um quinto da terra; Lote mínimo de 400m 2 (80m 2 e 320m habitação 2 para jardim). ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Seria uma pequena cidade isolada de extensas propriedades: cada família, um lar. Em cada casa, um pomar e um jardim.
53 Arturo Soria y Mata ( ) Projeto: As travessas teriam um comprimento de 200 m e uma largura de 20 metros. ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Alamedas para pedestres, bicicletas ou de trem (uma faixa em cada sentido no centro da pista para garantir o comércio rapidamente).
54 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) Os resultados do projeto: Em 1894 tem início a construção de um anel ferroviário no entorno de Madrid Dificuldade para a desapropriação de terras: a perda da regularidade do projeto e as dificuldades financeiras forçar redução a 5 km experimento. Hoje dia é cercado pelo crescimento periférico de Madrid
55 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) Os resultados do projeto: Hoje dia é cercado pelo crescimento periférico de Madrid
56 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) A noção de cidade linear foi utilizada no modernismo a partir do final da década de 1920 embora a interpretação da cidade linear varia segundo cada um dos autores. Para o russo Nikolai Miliutin ela estava ligada ao sistema de produção industrial, Propôs um plano linear única para uma cidade industrial. Era tão novo e fresco que o seu impacto sobre os arquitetos europeus foi quase imediato.
57 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) A noção de cidade linear foi utilizada no modernismo a partir do final da década de 1920 embora a interpretação da cidade linear varia segundo cada um dos autores. Le Corbusier a utiliza para atingir maior liberdade formal e de igual maneira trabalhar livremente o sistema viário dentro de sua proposta de hierarquia viária apresentada também em Sur Les Quatre Routes ( Sobre as 4 Vias ). V.1: estrada nacional ou estadual que atravessa o país ou continente; V.2: via arterial, tipo de artéria essencial em uma aglomeração; 9 V.3: vias reservadas aos transportes mecânicos, não têm calçadas e nenhuma porta de edifício abre- se para ela. As V.3 delimitam um setor; V.4: rua comercial de setor; V.5: penetrando no setor, ela conduz os veículos e os pedestres às portas das casas, com a ajuda das V.6; V.7: via que alimenta as zonas verdes, onde ficam as escolas e as áreas esportivas; V.8: são as ciclovias, sugeridas posteriormente
58 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) A noção de cidade linear foi utilizada no modernismo a partir do final da década de 1920 embora a interpretação da cidade linear varia segundo cada um dos autores. Ernst May desenvolve a relação cidade/indústria proposta por Miliutin no seu projeto para a cidade soviética de Magnitogorsk.
59 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) A noção de cidade linear foi utilizada no modernismo a partir do final da década de 1920 embora a interpretação da cidade linear varia segundo cada um dos autores. No pós-guerra Lúcio Costa adota o partido linear no desenvolvimento do plano piloto de Brasília e depois na Barra da Tijuca.
60 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL Arturo Soria y Mata ( ) A noção de cidade linear foi utilizada no modernismo a partir do final da década de 1920 embora a interpretação da cidade linear varia segundo cada um dos autores. em 1960, Kenzo Tange apresenta um plano monumental de cidade sobre a baía de Tóquio.
61 ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL 6. Culturalistas versus progressistas
62 Culturalistas versus progressistas Urbanismo Culturalista O culturalismo observou a Revolução industrial com pessimismo, acreditando que a industrialização desintegrou a unidade orgânica da cidade. Por isso, seu idealismo não aceitou o cenário desequilibrado e procurou o retorno ao passado, considerando uma situação positiva para a realização da vida social na cidade. A nostalgia usada como estratégia de reconquista das qualidades urbanas do passado. Resgatando as formas dos antigos espaços (em especial as configurações medievais)
63 Culturalistas versus progressistas Urbanismo Culturalista DIRETRIZES: A cidade era circunscrita dentro de limites precisos contrastando com a natureza ao redor Dimensões modestas, baseadas na Idade Média Ausência de geometria - irregularidade e assimetria do traçado urbano Arte e higiene de igual importância Nada de protótipos - cada lote, cada construção tem suas dimensões particulares.
64 Culturalistas versus progressistas Urbanismo Culturalista CULTURALISTAS X PROGESSISTAS A racionalidade moderna, também tinha como um dos seus pressupostos, a higienização das cidades industriais, os progressistas, entendiam a cidade com uma: classificação em funções urbana, multiplicação dos espaços verdes, criação de protótipos funcionais, racionalização do habitat coletivo (CHOAY, 2000 p. 183) Um dos principais representantes do grupo era Le Corbusier, que trabalha a cidade e a arquitetura como uma máquina de morar, baseada na mesma lógica fabril de produção. Sitte irá criticar profundamente o desenho da cidade progressista. A rua, reta, acessível a qualquer ponto da cidade. Esta cidade, Sitte considera fria e insensível.
65 Culturalistas versus progressistas A principal causa da total impossibilidade de um efeito coeso no conjunto urbano é a interrupção contínua das ruas por perpendiculares muito largas, de maneira que, tanto à esquerda quanto à direita, nada resta além de uma série de blocos isolados de edifícios. [...] (SITTE, 1992 p. 96) [...] encara o passado como uma mistura de homens desmiolados. Ele divide os homens entre os que vagueiam pelas ruas em ziguezague, como burros de carga, e os que caminham em linha reta. Afirma que o estilo Burro de Carga é responsável pelo plano de todas as cidades da Europa continental, inclusive Paris. (ADSHED, 1992, p.202)
66 6. Referências ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL
67 Referências ARQUITETURA E URBANISMO - A&U SI - PROFª ME. ANA PAULA GURGEL ADSHED, S.D. Camillo Sitte e Le Corbusier, tradução de João Roberto Martins Filho in: SITTE, C. A Construção das Cidades segundo seus Princípios Artísticos. São Paulo: Ática, BENÉVOLO, L. História da arquitetura moderna. 3ed. São Paulo: Perspectiva, CHOAY, F. O urbanismo: utopias e realidade. São Paulo: Perspectiva, Col. Estudos, n. 67, COLLINS G. R. & COLLINS C. C. Camillo Sitte y el Nacimiento Del Urbanismo Moderno. Barcelona: Gustavo Gili, GIEDION, S. Espaço, tempo e Arquitetura: O desenvolvimento de uma nova tradição. trad: Alvamar Lamparelli. São Paulo: Martins Fontes, GUIMARÃES, P. P. Configuração urbana: evolução, avaliação, planejamento e urbanização. São Paulo: ProLivros, HALL, Peter. Cidades do amanhã: uma história intelectual do planejamento e do projeto urbanos no século XX. São Paulo: Perspectiva, HOWARD, E. Cidades-Jardins de amanhã. São Paulo : Hucitec, LE CORBUSIER. Planejamento urbano. 3ed. São Paulo: Perspectiva, Col. Debates, n. 34, SEGAWA, H. Prelúdio da metrópole: arquitetura e urbanismo em São Paulo na passagem do século XIX ao XX. Cotia SP: Ateliê Editorial, SITTE, C. A Construção das Cidades segundo seus Princípios Artísticos. São Paulo: Ática, TAFURI, M. Projecto e utopia: arquitectura e desenvolvimento do capitalismo. Lisboa: Presença, Col. Dimensões, 1997.
CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: A&U SI PROFª DRª. ANA PAULA GURGEL PENSAMENTO URBANÍSTICO NA VIRADA DO SÉC. XX
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