SUPORTE TEÓRICO O PROBLEMA DA HABITAÇÃO 06/04/2016 ORIGENS DA QUESTÃO HABITACIONAL BRASILEIRA
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- Luís Neves Aquino
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1 Universidade Federal de Juiz de Fora Faculdade de Arquitetura e Urbanismo DPHT ORIGENS DA QUESTÃO HABITACIONAL BRASILEIRA Prof. Dra. Luciane Tasca SUPORTE TEÓRICO A questão habitacional é um dos temas mais presentes na historiografia da arquitetura e do urbanismo. Livros dos mais variados enfoques têm mapeado as políticas e os espaços ligados a habitação. Dentro desse enfoque adotaremos como suporte as obras: Origens da Habitação Social no Brasil (BONDUKI, Nabil, 1998); Avaliação de projetos habitacionais (LEITE, Luiz Carlos Rifrano, 2006) Dos Cortiços aos Condomínios Fechados (RIBEIRO, Luiz César de Queiroz, 1997), Habitação e Cidade (MARICATO, Ermínia, 1997), Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana (MARICATO, Ermínia, 2008) O PROBLEMA DA HABITAÇÃO A habitação no capitalismo é uma mercadoria como qualquer outra, sendo uma das mais importantes áreas de aplicação do capital. Mas como no mercado capitalista quem manda é o consumidor, há ofertas de moradias para todos os gostos e bolsos. No caso do trabalhador de renda baixa e incerta, (fora do mercado de trabalho) o mercado imobiliário nega a possibilidade de habitar no mesmo espaço em que moram os que podem pagar. Dessa CONTRADIÇÃO surge a HABITAÇÃO SOCIAL. Programa Nacional Minha Casa Minha Vida. Bahia Conjunto IAP Penha, Rio de Janeiro 1
2 HABITAÇÃO COMO QUESTÃO SOCIAL O problema da habitação como QUESTÃO SOCIAL, emerge no final do séc. XIX (Primeira República ) com o acentuado crescimento urbano. Fatores como o fim da mão-de-obra escrava (que resultou em mudanças na estrutura urbana e nas formas de moradia/ trabalho doméstico recai sobre a mulher), afluxo de trabalhadores mal remunerados ou desempregados, falta de habitações populares e a expansão descontrolada na malha urbana levaram o Poder Público a intervir para tentar controlar a produção e consumo de habitações. ATUAÇÕES DO PODER PÚBLICO Controle sanitário das habitações (política higienista / controle de epidemias) Legislação e Códigos de Postura Obras de saneamento de baixadas Urbanização da área central Implantação de rede de água e esgoto Rio de Janeiro. Plano de Melhoramentos1875 São Paulo.1890 Avenida Paulista. Inauguração em 1891 Rio de Janeiro. Avenida Central. Pereira Passos Início século XX Cortiço em São Paulo Século XIX FORMAS DE MORADIA CORTIÇOS = equipamentos coletivos VILAS OPERÁRIAS = casa unifamiliar / modelo de habitação econômica e higiênica = ideal a ser atingido CORTIÇOS Antigo cortiço Navio Parado. SP. Sec XX Típico Cortiço. RJ. Final séc XIX, início XX demandas da população pobre, expansão do mercado de trabalho, construção pela iniciativa privada 2
3 Cortiço em São Paulo. Rua 23 de maio Vila Itororó, SP (1920) Hoje cortiço Vila Operária Água Branca. SP, VILAS Vila Operária Vila Isabel. Final século XIX. RJ Vila Operária. SP O PROJETO NACIONAL DESENVOLVIMENTISTA E A IDEOLOGIA DA CASA PRÓPRIA Ditadura Vargas ( ) = estratégia de desenvolvimento nacional baseada na industrialização Tema da HABITAÇÃO SOCIAL emerge com força crescente SUSTENTAÇÃO DO REGIME REPRODUÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO ELEMENTO NA FORMAÇÃO IDEOLÓGICA, POLÍTICA E MORAL DO TRABALHADOR homem-novo/trabalhador padrão AS CARTEIRAS PREDIAIS DOS IAPs Os Institutos de Aposentadoria e Pensões criados nos anos 30 para cada categoria profissional serviam inicialmente como vias institucionais responsáveis pelo atendimento das necessidades dos seus associados. Serviram também para financiar a construção de conjuntos habitacionais e edifícios residenciais. NOVA FORMA DE ATUAÇÃO DO ESTADO INTERFERINDO DIRETAMENTE NA HABITAÇÃO 3
4 A FUDAÇÃO DA CASA POPULAR Entretanto, a habitação sempre apareceu de maneira ambígua entre as finalidades dos IAPs: ora como objetivo importante, ligado à idéia da seguridade social plena, ora como mero instrumento de capitalização dos recursos captados, e portanto, desprovido de fins sociais. (BONDUKI, 1998) Criada em 1946, a Fundação da Casa Popular pretendia atender ao resto da população, já que os IAPs atendiam somente aos seus associados. Chegaram a ser produzidos 143 conjuntos com unidades, mas o projeto fracassou pois os grupos sociais que seriam beneficiados estavam desorganizados e os que se opunham ao projeto, por interesses corporativos, econômicos ou políticos, agiram com eficiência para desmantelá-lo. ARQUITETURA MODERNA E OS IAPs A arquitetura moderna brasileira articulava-se com o modelo de desenvolvimento nacional em implantação entre os anos 30 e 50. Brasília Conjuntos habitacionais dos IAPs INFLUÊNCIAS DE LE CORBUSIER Unidade de Habitação Edificação isolada do traçado urbano Construção em blocos Limitação de altura Uso de pilotis Adoção de apartamentos duplex Processo de construção racionalizado Articulação com os planos urbanos Entrega da casa mobiliada de forma racional Pedregulho. São Cristóvão. RJ. Affonso Reidy e Carmen Portinho Brasília, Plano Piloto. Lúcio Costa,
5 Antigo cortiço Navio Parado. SP. Sec XX Pedregulho Edifício Japurá. SP. Eduardo Kneese de Mello. Década de 40 e 50. Conjunto residencial da Gávea. RJ. Affonso Reidy. Anos 50 Desenhos mostram a valorização do espaço público 5
6 DIVERSIDADE TIPOLÓGICA Conjunto Residencial E Cidades Jardim BNH Entre 1946 e 1950 os IAPs e a FCP produziram um número de unidade superiores ao realizado por qualquer outro governo até 1964, quando foi criado o Banco Nacional de Habitação (BNH). Através do BNH e do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) o Governo passou a coordenar a política habitacional e orientar a iniciativa privada utilizando recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A prioridade da política habitacional se deslocou com o tempo, deixando de privilegiar as classe populares. Depois dos anos 70 o segmento popular vai para a segundo plano e com o agravo da crise econômica ocorre o aumento do desemprego e a retirada do FGTS. A falência do BNH conduziu seu fechamento em 1986 e a transferência de suas atribuições e recursos para a Caixa Econômica Federal (CEF). Edifício do BNH. Santos. SP Sugestões para desenvolvimento CRISE DE HABITAÇÃO NOS ANOS 40 E A AUTO-CONSTRUÇÃO EXPANSÃO DAS PERIFERIAS E DAS HABITAÇÕES POPULARES Obrigada 6
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