CASA BARRA DO UNA. Figura 2: Declividade do terreno e implantação da Casa Barra do Una SIAA Arquitetos Fonte: RODRIGUES, Web G. P., 2015.

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Vítor Vilaverde Chaves
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CASA BARRA DO UNA Local: Barra do Una - São Sebastião, SP.

Rodrigues, Wilton Medeiros e Ana Elísia da Costa Implantação e Partido Formal Localizada na região

apenas no entorno uma densa arborização natural e o clima litorâneo.

SIAA Arquitetos. Fonte: (a) http://litoralsustentavel.org.

1 CASA BARRA DO UNA Local: Barra do Una - São Sebastião, SP. Ano: 2004 Escritório: SIAA Autores: Web Gabner P. Rodrigues, Wilton Medeiros e Ana Elísia da Costa Implantação e Partido Formal Localizada na região litorânea de São Sebastião, no estado de São Paulo, a Casa na Barra do Una, é uma residência praiana presume-se que de uso esporádico. A localização exata da residência e os limites do seu lote não foram identificados, reconhecendo-se apenas no entorno uma densa arborização natural e o clima litorâneo. (Figura 1) Figura 1: (a) Paisagem da Barra do Una; (b) Localização da Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos. Fonte: (a) (b) Google Earth. O terreno estreito, comprido e com considerável declividade requereu a configuração de um talude na parte posterior do lote e a implantação dos volumes no sentido longitudinal do terreno. (Figura 2) Figura 2: Declividade do terreno e implantação da Casa Barra do Una SIAA Arquitetos

A implantação dos volumes térreos que compõem a casa segue um eixo central, resultando numa configuração em U com um pátio ao centro não totalmente

(Figura 3) Figura 3: Arranjo em U da Casa Barra do Una, 2004.

seus ambientes. Estes estão elevados do solo em noventa 90 centímetros.

2 A implantação dos volumes térreos que compõem a casa segue um eixo central, resultando numa configuração em U com um pátio ao centro não totalmente fechado. Configura-se assim uma composição aditiva, com três volumes organizados a partir do referido eixo central. (Figura 3) Figura 3: Arranjo em U da Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos Quanto à individualidade dos três volumes, observa-se que dois deles são paralelos e possuem arranjos simétricos quanto à disposição dos seus ambientes. Estes estão elevados do solo em noventa 90 centímetros. O tratamento de suas superfícies constitui-se de paredes de pedra nas suas fachadas longitudinais e nas suas fachadas transversais destacam-se as grandes aberturas. (Figura 4) Figura 4: Tratamento das fachadas dos blocos simétricos. Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos Fonte: (a) (b) RODRIGUES, Web G. P., 2015.

Outro volume difere-se dos demais por sua orientação longitudinal e pelo prolongamento de seus beirais, contando

Neste volume longitudinal, predominam as superfícies envidraçadas, com esquadrias em madeira e portas abrindo-se

Oposta ao pátio, encontra-se a fachada opaca de alvenaria, contendo os equipamentos elétricos e hidro-sanitários.

SIAA Arquitetos Fonte: (a) http://www.siaa.arq.br/2011/05/casa-barra-do-una/; (b) RODRIGUES, Web G. P., 2015.

3 Outro volume difere-se dos demais por sua orientação longitudinal e pelo prolongamento de seus beirais, contando cada um deles com um comprimento equivalente à metade da área edificada. Neste volume longitudinal, predominam as superfícies envidraçadas, com esquadrias em madeira e portas abrindo-se ao pátio. Oposta ao pátio, encontra-se a fachada opaca de alvenaria, contendo os equipamentos elétricos e hidro-sanitários. (Figura 5) Figura 5: Tratamento das fachadas do bloco transversal. Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos Fonte: (a) (b) RODRIGUES, Web G. P., Conferem unidade ao conjunto as coberturas em duas águas de cada um dos volumes e o volume de pedra central que, em uma de suas extremidades longitudinais, se dilui e assume a feição de planos. (Figura 6) Figura 6: Arranjo volumétrico do conjunto. Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos

4 Configuração Funcional A divisão funcional da casa se dá de maneira bastante legível, servindo-se da mesma ordenação linear compositiva. O volume longitudinal é destinado ao setor social e os volumes transversais ao uso íntimo. O serviços ocupam as extremidades do volume de pedra central. (Figura 7) O conjunto é regido por um eixo de circulação principal, desenvolvido ao longo do volume de pedra central. Dali, derivam eixos secundários, protegidos pelos beirais da cobertura, que conduzem aos blocos dedicados ao setor íntimo. Assim, percebe-se que há uma autonomia de uso entre os setores. No volume longitudinal, o layout da planta-livre sugere duas circulações longitudinais e periféricas. Nos quartos, observa-se que as disposições da porta de acesso e do mobiliário sugerem percursos pouco padronizados e eficientes. (Figura 8) Setor Social Setor Íntimo Serviços Figuras 7 e 8: Zoneamento e circulação. Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos

5 Merece ainda menção a disposição controlada dos elementos irregulares de composição (cozinha, área de serviço e banheiros) no arranjo espacial. Na ala social, a cozinha se dilui em nichos que, integrados ao estar, favorecem a configuração da planta livre. Na ala central, estes elementos são dispostos nos seus dois extremos longitudinais, liberando o espaço central para circulação. Por fim, na ala íntima, os banheiros são agrupados configurando uma faixa central entre os quartos, o que libera as aberturas dos ambientes para as duas fachadas transversais. (Figura 9) Banheiros Equipamentos da cozinha Figura 9: Elementos de composição irregulares. Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos Espacialidade Como a casa não possui um hall de ingresso, uma das varandas do bloco longitudinal funciona como espaço de transição entre o exterior e o interior. Dali, a grande superfície envidraçada antecipa a experiência espacial ambígua entre dentro-fora que a sala irá promover. O ingresso na sala revela uma experiência dinâmica, com múltiplos pontos focais e duas atmosferas distintas. Em um quadrante, o espaço se faz mais intimista, isolado do exterior pelos nichos que abrigam a lareira e os equipamentos da cozinha. Em outro quadrante, o espaço se abre para o exterior, através das grandes superfícies envidraçadas que se abrem para o eixo de circulação central, revelando ao fundo o pátio entre as duas alas íntimas. No conjunto, contudo, revela-se a predominância da relação com o exterior, acentuada pelos vazios entre a cobertura e os planos verticais. (Figura 10)

Figura 10: Espacialidade da sala de estar. Casa Barra do Una, 2014. SIAA Arquitetos Fonte: http://www.siaa.

é ainda dinâmica e aberta, já que este percurso ocorre através de uma varanda aberta para o pátio central.

O ingresso nos quartos revela uma maior contração espacial, condicionada pela geometria do espaço.

comprometendo o isolamento de seus usuários.

6 Figura 10: Espacialidade da sala de estar. Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos Fonte: Da sala para o corredor dos volumes de uso privado, a experiência espacial é ainda dinâmica e aberta, já que este percurso ocorre através de uma varanda aberta para o pátio central. (Figura 11). O ingresso nos quartos revela uma maior contração espacial, condicionada pela geometria do espaço. Contudo, a opção por grandes janelas revela o desejo de promover contato com a mata circundante, comprometendo o isolamento de seus usuários. Estas janelas definem pontos focais no quarto, revelando uma tensão unidirecional. (Figura 12) Figuras 11 e 12: Espacialidades do corredor íntimo e do quarto. Casa Barra do Una, SIAA Arquitetos Fonte: (11) (12) RODRIGUES, Web G. P., 2015.

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