NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARTE GERAL

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARTE GERAL"

Transcrição

1 NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARTE GERAL

2

3 LEI PENAL 1 Conceito de Lei Penal: é a fonte imediata do Direito Penal, uma vez que, por expressa determinação constitucional, tem a si reservado, exclusivamente, o papel de criar infrações penais e lhes cominar as penas respectivas. 2 Classificação: as leis penais apresenta diversas divisões. Podem ser: 2.1 Incriminadoras: são as que criam crimes e cominam penas. Obs.: são conhecidas como tipos penais incriminadores e possuem a função de definir as infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob ameaça de pena. São as normas penais em sentido estrito, proibitivas ou mandamentais. Obs.2: Ao observarmos os tipos penais incriminadores, percebemos que existem duas espécies de preceitos: 1º - preceito primário preceptum iuris faz a descrição detalhada e perfeita de uma conduta que se procura proibir ou impor. 2º - preceito secundário sanctio iuris individualiza a pena e a cominando em abstrato. Obs.3: o criminoso na realidade não viola a lei penal, e sim a proposição que lhe prescreve o modelo de sua conduta, que é um preceito não escrito. Obs.4: ELEMENTOS QUE INTEGRAM O TIPO Os elementos que integram o tipo podem ser OBJETIVOS e SUBJETIVOS. Os ELEMENTOS OBJETIVOS descrevem a ação, o objeto da ação, o resultado (se for o caso), as circunstâncias externas do fato, a pessoa do autor e o sujeito passivo (se for o caso). O objetivo dos elementos subjetivos é fazer com que o agente tome conhecimento de todos os dados necessários à caracterização da infração penal. Os ELEMENTOS OBJETIVOS podem ser normativos ou descritivos. Elementos objetivos descritivos têm a finalidade de traduzir o tipo penal, ou seja, evidenciar o que pode ser facilmente constatado pelo intérprete. Elementos objetivos normativos são criados e traduzidos por uma norma ou que, para sua devida compreensão, carecem de valoração por parte do intérprete. Ex.: conceitos como mulher honesta, sem justa causa, decoro. Os ELEMENTOS SUBJETIVOS dizem respeito à vontade do agente. Quer dizer elemento anímico (ânimo). O dolo é, por excelência, o elemento subjetivo do tipo. Existe também a culpa e outros elementos explícitos no corpo do tipo penal. Ex.: artigo 159, do CP: Art Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Obs.5: ELEMENTOS ESPECÍFICOS DOS TIPOS PENAIS São elementos encontrados em todos os tipos penais: - núcleo; - sujeito ativo; - sujeito passivo; - objeto material. a) NÚCLEO DO TIPO é o verbo que descreve a conduta proibida pela lei penal. O núcleo será sempre verbo de ação, visto não poder uma pessoa ser incriminada por um estado ou por uma situação qualquer em que não concorra de forma ativa (positiva ou negativa / ação ou omissão). Tipos penais com um só verbo tipos uni-nucleares; Tipos penais com mais de um verbo tipos plurinucleares, ou crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado. b) SUJEITO ATIVO é aquele que pode praticar a conduta delituosa descrita no tipo. Se qualquer um pode ser o sujeito ativo do crime, ou seja, se a conduta pode ser praticada por qualquer pessoa, o crime é tido como CRIME COMUM. Mas se somente um grupo de pessoas pode praticar o crime, dadas determinadas condições pessoais, o crime é tido como CRIME PRÓPRIO. Somente o homem, aqui entendido como pessoa humana, pode praticar delitos. Societas delinquere non potest. Mas e quanto à possibilidade de responsabilização da Pessoa Jurídica por crimes ambientais? O autor é contrário à ideia da responsabilização penal da pessoa jurídica, tendo em vista: - a impossibilidade de ser adaptar à teoria do crime, notadamente à análise dos elementos subjetivos da conduta típica; 2

4 - a desnecessidade de intervenção do Direito Penal, pois os outros ramos do Direito são ágeis e fortes o suficiente para inibir atividades nocivas por ela (pessoa jurídica) levadas a efeito. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA. c) SUJEITO PASSIVO pode ser formal ou material. SUJEITO PASSIVO FORMAL é sempre o Estado, que sofre danos toda vez que suas leis são desobedecidas. SUJEITO PASSIVO MATERIAL é o titular do bem jurídico tutelado sobre o qual recai a conduta criminosa. Em alguns casos, pode ser o Estado. Ex.: crimes contra a Administração Pública. A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de delitos, com algumas ressalvas, como o caso do crime de injúria, tendo em vista que a pessoa jurídica não possui o que a doutrina costuma chamar honra subjetiva. d) OBJETO MATERIAL é a pessoa ou a coisa contra a qual recai a conduta delituosa do agente. Não é o mesmo que bem jurídico tutelado, que é de natureza subjetiva (vida, propriedade). O objeto material possui natureza objetiva (corpo humano, veículo automotor). Nem todos os tipos penais possuem objeto material, pois sua existência depende de uma alteração da realidade fática para a consumação do delito. Ex.: crimes formais ou de mera conduta. 2.2 Não-incriminadoras: são as que não criam crimes nem cominam penas. Subdividem-se em: Permissivas justificantes: autorizam a prática de condutas típicas, ou seja, são as causas de exclusão da ilicitude Permissivas exculpantes: estabelecem a nãoculpabilidade do agente (excludentes de culpabilidade) ou ainda a impunidade de determinados delitos (escusas absolutórias ou extinção da punibilidade) Interpretativas: esclarecem o conteúdo e o significado de outras leis penais. Exemplos: arts. 150, 4º (conceito de casa), e 327 (conceito de funcionário público para fins penais) do Código Penal. Art. 150, 4º, do CP - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. Funcionário público Art. 327 do CP - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública De aplicação, finais ou complementares: delimitam o campo de validade das leis incriminadoras. Exemplos: arts. 2º e 5º do Código Penal. Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional Diretivas: são as que estabelecem os princípios de determinada matéria. Exemplo: princípio da reserva legal (Art. 1º do CP). Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal Integrativas ou de extensão: são as que complementam a tipicidade no tocante ao nexo causal 3

5 nos crimes omissivos impróprios (art. 13, 2º, CP), à tentativa (art. 14, II, CP) e à participação (art. 29, caput). Relevância da omissão Art. 13, 2º, do CP - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Art. 14 do CP - Diz-se o crime: Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Art. 29 do CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 2.3 Completas ou perfeitas: apresentam todos os elementos da conduta criminosa. 2.4 Incompletas ou imperfeitas: reservam a complementação da definição da conduta criminosa a uma outra lei, a um ato da Administração Pública (leis penais em branco) ou ao julgador (tipos penais abertos). Obs.: as leis penais em branco podem ser HOMOGÊNEAS ou HETEROGÊNEAS. Homogêneas: também conhecidas como leis penais em branco em sentido amplo ou homólogas quando o seu complemento é oriundo da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento. As homogêneas podem ser: homoviletina quando a norma penal é complementada por outra norma penal. Ex.: art. 338 do CP, que é complementado pelo art. 5º, 1º, do CP; heterovitelina quando a norma penal é complementada por outra, de outro ramo do direito. Ex.: art. 237 do CP, que possui o complemento no Código Civil (pois fala quais são os impedimento para o casamento). Código Penal Reingresso de estrangeiro expulso Art Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso: Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena. Código Penal Art. 5º 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. Código Penal Conhecimento prévio de impedimento Art. 237 do CP - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena - detenção, de três meses a um ano. Código Civil Dos Impedimentos Art Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Heterogêneas: também conhecidas como leis penais em branco em sentido estrito ou heterólogas quando o seu complemento é oriundo de fonte diversa daquela que a editou. Ex.: art. 28 da Lei de Drogas Lei /2006, que possui seu complemento na portaria 344 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. 4

6 Art. 28 da Lei de Drogas. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL AULA 05 1 Conceito: interpretação é a tarefa mental que procura estabelecer a vontade da lei, ou seja, o seu conteúdo e significado. Obrigatoriedade da interpretação. 2 Classificação: pode a interpretação ser classificada: 2.1 Quanto ao sujeito: autêntica, judicial ou doutrinária Autêntica ou legislativa: é aquela de que se incumbe o próprio legislador, quando edita uma lei com o propósito de esclarecer o alcance e o significado de outra. Ex.: Causa, funcionário público. Tem eficácia retroativa (ex tunc). Pode ser contextual (no próprio corpo da lei a ser interpretada) ou posterior (surge ulteriormente) Judicial ou jurisprudencial: é a interpretação executada pelos membros do Poder Judiciário, na decisão dos litígios que lhes são submetidos. Tem força obrigatória em dois casos: no caso concreto e quando constituir súmula vinculante (CF, art. 103-A, e Lei /2006). Art. 103-A da Constituição Federal CF. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso." Doutrinária ou científica: é a interpretação exercida pelos doutrinadores, escritores e articulistas, enfim, comentadores do texto legal. 2.3 Quanto ao resultado: declaratória, extensiva e restritiva Declaratória, declarativa ou estrita: e aquela que resulta da perfeita sintonia entre o texto da lei e a sua vontade. Nada resta a ser retirado ou acrescentado Extensiva: é a que se destina a corrigir uma fórmula legal excessivamente estreita. A lei disse menos do que desejava. Ex.: art. 159 cárcere privado. Extorsão mediante sequestro Art. 159 do CP - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos. Sequestro e cárcere privado Art Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos Restritiva: é a que consiste na diminuição do alcance da lei, concluindo-se que a vontade, manifestada de forma ampla, não permite seja atribuído à sua letra todo o sentido que em tese poderia ter. A lei disse mais do desejava. 2.5 Interpretação analógica. Interpretação analógica ou intra legem É meio de interpretação. Na interpretação analógica, aplica-se a lei penal a casos análogos por expressa determinação legal. É 5

7 a que se verifica quando a lei contém em seu bojo uma fórmula casuística (um exemplo) seguida de uma fórmula genérica. Ex.: motivo torpe. Obs.: admite-se a interpretação analógica in malam partem. Obs.: ANALOGIA não é meio de interpretação. 1 Conceito: Não se trata de interpretação da lei penal. Cuida-se, dessa forma, de integração ou colmatagem do ordenamento jurídico. A lei pode ter lacuna, mas não o ordenamento jurídico. Obs.2: No Direito Penal, somente pode ser utilizada em relação às leis não incriminadoras, em respeito ao princípio da reserva legal. 1.1 Espécies: a analogia apresenta as seguintes espécies: Analogia in malam partem: é aquela pela qual aplica-se ao caso omisso um lei maléfica ao réu, disciplinadora de caso semelhante. Não é admitida em homenagem ao princípio da reserva legal Analogia in bonam partem: é aquela pela qual se aplica ao caso omisso uma lei favorável ao réu, reguladora de caso semelhante. É possível no Direito Penal, exceto no que diz respeito às leis excepcionais, que não admitem analogia, justamente por seu caráter extraordinário. Ex.: Art. 218, CP instigar. Corrupção de menores Art Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Obs.: por analogia abrange também a expressão instigar, pois, caso o contrário, o agente responderia por estupro de vulnerável em concurso com a pessoa que teria sua lascívia satisfeita. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL AULA 05 1 Princípios Constitucionais do Direito Penal. 1.1 conceito: Normas de funcionam como alicerce do ordenamento jurídico, servindo de base para a interpretação, integração, conhecimento e aplicação das leis penais. 1.2 Princípios Constitucionais Explícitos: Legalidade: Art. 1º, CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Art. 5º, XXXIX, CF - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Obs.: o princípio da legalidade abrange também as contravenções penais e não apenas o crime. Obs.2: o princípio da legalidade abrange ainda as medidas de segurança e não somente a pena Reserva legal: somente lei ordinária e lei complementar podem criar crime e cominar pena. Obs.: A legalidade deve ser formal e material. a) Legalidade formal: diz respeito à obediência aos trâmites procedimentais, previstos pela Constituição, para que determinado diploma legal possa vir a fazer parte de nosso ordenamento jurídico. b) Legalidade material: devem ser obedecidas não somente as formas e procedimentos impostos pela Constituição, mas, também, e, principalmente, o seu conteúdo, respeitando-se suas proibições e imposições para a garantia de nossos direitos fundamentais por ela previstos. Aqui, adota-se não a mera legalidade, mas, sim, como preleciona Ferrajoli, um princípio de estrita legalidade. Obs.: União competência privativa da União (Lei Geral) Obs.: Pelo princípio da reserva legal, exigência de determinação, no que se refere não só à descrição das condutas delitivas, mas também à fixação dos marcos penais (penas cominadas entre o mínimo e o máximo), é garantia de caráter absoluto, que justifica a escolha do Legislativo como único detentor do poder normativo em sede penal no assunto, por legitimação democrática, fazendo que o seu exercício não seja arbitrário tratados? Somente possuem mandados de criminalização assim como as Emendas Constitucionais Medida Provisória pode regular matérias penais? não, por expressa previsão constitucional trazida pela EC nº 32 no art. 62, 1º, I, b, da CF/88. 6

8 Art. 62 da CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; Anterioridade: significa que uma lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto, caso tenha tido origem antes da prática da conduta para a qual se destina (art. 5º, XXXIX, CF e art. 1º do CP). A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor. Não pode retroagir, salvo se beneficiar o réu. É proibida a aplicação da lei penal inclusive aos fatos praticados durante o hiato de sua vacatio legis. Embora publicada e vigente, a lei ainda não estará em vigor e não alcançará as condutas praticadas em tal período. Art. 5º, XXXIX, CF - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Art. 1º, CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal Taxatividade: significa que as condutas típicas, merecedoras de punição, devem ser suficientemente claras e bem elaboradas, de modo a não deixar dúvida por parte do destinatário da norma Retroatividade da lei penal benéfica ou irretroatividade da lei penal: é natural que, havendo anterioridade obrigatória para a lei penal incriminadora, não se pode permitir a retroatividade de leis, especificamente as prejudiciais ao acusado. Abre-se exceção à vedação à irretroatividade quando se trata de lei penal benéfica. Esta pode voltar no tempo para favorecer o agente, ainda que o fato tenha sido decidido por sentença condenatória com trânsito em julgado (art. 5º, XL, CF; art. 2º, parágrafo único do CP). Art. 5º, XL, CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Lei penal no tempo Art. 2º, parágrafo único, CP - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado Personalidade ou da responsabilidade pessoal ou da intranscendência: significa que a punição, em matéria penal, não deve ultrapassar a pessoa do delinquente (art. 5º, XLV, CF), ou seja, ninguém pode ser responsabilizado por fato cometido por terceira pessoa. Como reconhecido pelo STF: o postulado da intranscendência impede que sanções e restrições de ordem jurídica superem a dimensão estritamente pessoal do infrator. Art. 5º, XLV, CF - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Individualização da pena: significa que a pena não deve ser padronizada, cabendo a cada delinquente a exata medida punitiva pelo que fez. Não teria sentido igualar os desiguais, sabendo-se, por certo, que a prática de idêntica figura típica não é suficiente para nivelar dois seres humanos. Assim, o justo é fixar a pena de maneira individualizada, seguindo-se os parâmetros legais, mas estabelecendo a cada um o que lhe é devido (art. 5º, XLVI, CF). Esse princípio repousa no princípio de justiça, segundo o qual se deve distribuir a cada indivíduo o que lhe cabe, de acordo com as circunstâncias específicas do seu comportamento o que em matéria penal significa a aplicação da pena levando em conta não a norma penal em abstrato, mas, especialmente, os aspectos subjetivos e objetivos do crime. O Ministro do STJ Vicente Cernicchiaro, em julgado seu, afirma que a Constituição da República consagra o Princípio da Individualização da Pena. Compreende três fases: cominação, aplicação e execução. Individualizar é ajustar a pena cominada, considerando os dados objetivos e subjetivos da infração penal, no momento da aplicação e da execução 1. Art. 5º, XLVI, CF - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; 1 STJ 6ª Turma Rel. Min. Vicente Cernicchiaro, DJU de 7/6/1993, p

9 b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Proibição de determinadas penas Art. 5º, XLVII não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; 1.3 Princípios Constitucionais Implícitos: Intervenção mínima (subsidiariedade): significa que o direito penal não deve interferir em demasia na vida do indivíduo, retirando-lhe autonomia e liberdade. Afinal, a lei penal não deve ser vista como a primeira opção (prima ratio) do legislador para compor conflitos existentes em sociedade, os quais, pelo atual estágio de desenvolvimento moral e ético da humanidade, sempre estarão presentes. Há outros ramos do Direito preparados a solucionar as desavenças e lides surgidas na comunidade, compondo-as sem maiores traumas. O direito penal é considerado a ultima ratio, isto é, a última cartada do sistema legislativo, quando se entende que outra solução não pode haver senão a criação de lei penal incriminadora, impondo sanção penal ao infrator. O Direito Penal só deve preocupar-se com a proteção dos bens jurídicos mais importantes e necessários à vida em sociedade. Ressaltando o caráter subsidiário do Direito Penal, Claus Roxin assevera: a proteção de bens jurídico não se realiza só mediante o Direito Penal, senão que nessa missão cooperam todo o instrumental do ordenamento jurídico. O Direito Penal é, inclusive, a última dentre todas as medidas protetoras que devem ser consideradas, quer dizer que somente se pode intervir quando falhem outros meios de solução social do problema como a ação civil, os regulamentos de polícia, as sanções não penais, etc. Por isso se denomina a pena como a ultima ratio da política social e se define sua missão como proteção subsidiária de bens jurídicos. 2 2 ROXIN, Claus. Derecho penal. t. l, p Da intervenção mínima decorrem outros princípios: Princípio da lesividade ou ofensividade: os princípios da intervenção mínima e da lesividade são como que duas faces de uma mesma moeda. Se, de um lado, a intervenção mínima somente permite a interferência do Direito Penal quando estivermos diante de ataques a bens jurídicos importantes, o princípio da lesividade nos esclarecerá, limitando ainda mais o poder do legislador, quais são as condutas que poderão ser incriminadas pela lei penal. Esse princípio impossibilita a atuação do Direito Penal caso um bem jurídico relevante de terceira pessoa não esteja sendo efetivamente atacado Funções do princípio da lesividade: Proibir a incriminação de uma atitude interna ninguém pode ser punido por aquilo que pensa o mesmo por seus sentimentos pessoais Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor o Direito Penal também não poderá punir aquelas condutas que não sejam lesivas a bens de terceiros, pois que não excedem ao âmbito do próprio autor, a exemplo do que ocorre com a autolesão ou mesmo com tentativa de suicídio Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais impedir que o agente seja punido por aquilo que ele é, e não pelo que fez. Busca-se, assim, impedir que seja erigido um autêntico direito penal do autor Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico não se pode punir alguém pelo simples fato de não gostar de tomar banho regularmente, por tatuar o próprio corpo ou por se entregar, desde que maior e capaz, práticas sexuais anormais Princípio da adequação social: a teoria da adequação social, concebida por Hans Welzel, significa que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. O princípio da adequação social, na verdade, possui dupla função. Uma delas é a de restringir o âmbito de abrangência do tipo 8

10 penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. A sua segunda função é dirigida ao legislador em duas vertentes. A primeira delas orienta o legislador quando da seleção das condutas que deseja proibir ou impor, com a finalidade de proteger os bens considerados mais importantes. A segunda vertente destina-se a fazer com que o legislador repense os tipos penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre aqueles bens cujas condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução da sociedade Fragmentariedade: como corolário dos princípios da intervenção mínima, da lesividade e da adequação social temos o princípio da fragmentariedade do Direito Penal, que significa que nem todas as lesões a bens jurídicos protegidos devem ser tutelados e punidos pelo direito penal que, por sua vez, constitui somente parcela do ordenamento jurídico. Fragmento é apenas a parte de um todo, razão pela qual o direito penal deve ser visto, no campo dos atos ilícitos, como fragmentário, ou seja, deve ocupar-se das condutas mais graves, verdadeiramente lesivas à vida em sociedade, passíveis de causar distúrbios de monta à segurança pública e à liberdade individual Insignificância ou criminalidade de bagatela: significa que o Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico. Obs.1: Funciona como causa de exclusão da tipicidade, desempenhando uma interpretação restritiva do tipo penal. E, para o STF, são requisitos objetivos autorizadores desse princípio os seguintes: a) Mínima ofensividade da conduta; b) A ausência de periculosidade social da ação; c) O reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) A inexpressividade da lesão jurídica. Obs.2: Exige-se também requisitos subjetivos. Na esteira da orientação do STJ: há que se conjugar: a) A importância do objeto material para a vítima, levando-se em consideração a sua condição econômica; b) O valor sentimental do bem; c) Como também as circunstâncias e o resultado do crime. Tudo de modo a determinar, subjetivamente, se houve relevante lesão Culpabilidade: possui três sentidos fundamentais: Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa; Culpabilidade como princípio medidor da pena art. 59, CP como circunstância judicial; Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva, ou seja, o da responsabilidade penal sem culpa ou princípio da responsabilidade penal subjetiva: impõe a subjetividade da responsabilidade penal. Não cabe, em direito penal, uma responsabilidade objetiva, derivada tão-só de uma associação causal entre a conduta e um resultado de lesão ou perigo para um bem jurídico. É necessário assim a presença de dolo ou de culpa na conduta do agente. Obs.1: De acordo com o STJ, o Direito Penal moderno é Direito Penal da culpa. Não se prescinde do elemento subjetivo. Intolerável a responsabilidade pelo fato de outrem. À sanção, medida políticojurídica de resposta ao delinquente, deve ajustar-se a conduta delituosa. Conduta é fenômeno ocorrente no plano de experiência. É fato. Fato não se presume. Existe, ou não existe. Obs.2: É de todo inadmissível no direito penal moderno a responsabilidade objetiva. O princípio da CULPABILIDADE veda a responsabilização com fundamento apenas no nexo material, ou seja, em razão da conduta e do resultado. Obs.3: Ao vedar toda forma de responsabilidade pessoal por fato de outrem, a Constituição expressou o princípio segundo o qual a aplicação da pena pressupõe a atribuibilidade psicológica de um fato delitivo à vontade contrária ao dever do indivíduo. Obs.4: A culpabilidade deve ser analisada sob três perspectivas, quais sejam, da responsabilidade pessoal, da responsabilidade subjetiva e da função de limitação e garantia do cidadão ao poder punitivo estatal. Obs.5: Resquícios da responsabilidade penal objetiva: a) Rixa qualificada art. 137, parágrafo único do CP; 9

11 Rixa Art. 137 do CP - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. b) Punição das infrações penais praticadas em estado de embriaguez voluntária culposa, decorrente da ação da teoria da actio libera in causa art. 28, II do CP. Art Não excluem a imputabilidade penal: Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos Proporcionalidade: significa que as penas devem ser harmônicas com a gravidade da infração penal cometida, não tendo cabimento o exagero, nem tampouco a extrema liberalidade na cominação das penas nos tipos penais incriminadores Vedação da dupla punição pelo mesmo fato ou ne bis in idem: quer dizer que ninguém deve ser processado e punido duas vezes pela prática da mesma infração penal. (Convenção Americana sobre Direitos Humanos art. 8º, n. 4: O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos). APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO 1 Princípio da continuidade das leis: somente lei pode revogar lei (exceções: leis temporárias e leis excepcionais, que se auto revogam). Os costumes, destarte, não revogam leis. 1.1 Revogação: é a retirada da vigência de uma lei Quanto ao alcance, a revogação pode ser: absoluta ou total, conhecida como ab-rogação; ou parcial, denominada derrogação Quanto ao modo pelo qual se verifica, a revogação pode ser: expressa: ocorre quando uma lei indica em seu corpo os dispositivos legais revogados. Ex.: o art. 75 da Lei /2006 revogou expressamente as Leis 6.368/1976 e /2002. Art. 75 da Lei /2006 (Lei de Drogas). Revogamse a Lei n o 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei n o , de 11 de janeiro de Tácita: ocorre no caso em que a lei nova se revela incompatível com a anterior, apesar de não haver menção expressa à revogação. 2 Direito Penal intertemporal e o conflito de leis penais no tempo 2.1 Como a lei pode ser revogada, instauram-se situações de conflito. As regras e princípios que buscam solucionar o conflito de leis penais no tempo constituem o direito penal intertemporal A regra geral é a da prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, vale dizer, aplica-se a lei vigente quando da prática da conduta (tempus regit actum) As exceções se verificam, por outro lado, na hipótese de sucessão de leis penais que disciplinem, total ou parcialmente, a mesma matéria. E, se o fato tiver sido praticado durante a vigência da lei anterior, cinco situações podem ocorrer: Obs.: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado art. 2º, parágrafo único, CP. Obs.2: Princípio da extra-ativididade da lei penal é a capacidade que tem a lei penal de se movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo depois de ter sido revogada, ou de retroagir no tempo, a fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua vigência, desde que benéfica ao agente. Extra-atividade, portanto, é gênero cujas espécies são a ultra atividade e a retroatividade Novatio legis incriminadora: a lei cria uma nova figura penal. Somente tem eficácia para o futuro. Não retroagirá, em hipótese alguma, conforme determina o art. 5º, XL, da CF; 10

12 Art. 5º, XL, da CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Novatio legis in pejus ou lex gravior: a lei posterior se mostra mais rígida em comparação com a lei anterior. Se mais grave, a lei terá aplicação apenas a fatos posteriores à sua entrada em vigor. Jamais retroagirá, conforme expressa determinação constitucional (art. 5º, XL, CF). Pode ocorrer, assim, ultratividade da lei mais benéfica, dada a irretroatividade da lei penal mais grave; Art. 5º, XL, da CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Novatio legis in mellius ou lex mitior: a lei posterior é benigna em relação a sanção penal ou à forma de seu cumprimento. Ex.: art. 28 da Lei de Drogas, que deve, de acordo com o STJ, retroagir para alcançar os fatos cometidos sob a égide da Lei 6.368/1976, por ser aquela mais branda com o usuário ; Art. 28 da Lei /2006. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo Abolitio criminis: a lei posterior extingue o crime. Encontra previsão legal no art. 2º, caput, do CP (Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória) e tem natureza de causa de extinção da punibilidade (art. 107, III, CP). Art. 2º do CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Extinção da punibilidade Art Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso (abolitio criminis); IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei Lex Tertia - Lei posterior contém alguns preceitos mais rígidos e outros mais brandos. Pode ocorrer o conflito entre duas leis penais sucessivas no tempo, cada qual com partes favoráveis e desfavoráveis ao réu. Ex.: A Lei X comina a certo crime as penas de reclusão, de um a quatro anos, e multa. Posteriormente, tal lei é revogada por outra, Y, a qual prevê ao mesmo delito a pena de reclusão de dois a seis anos, sem multa. O cerne da questão reside em definir se cabe ou não ao Poder Judiciário a formação de uma lex tertia, ou seja, de uma lei híbrida Lei penal intermediária É possível, em caso de sucessão de leis penais, a aplicação de uma lei intermediária mais favorável ao réu, ainda que não seja a lei em vigor quando da prática da infração penal ou a lei vigente à época do julgamento. Ex.: ao tempo da conduta estava em vigor a lei A, sucedida pela lei B, encontrando-se em vigor ao tempo da sentença a lei C. Nada impede a aplicação da lei B, desde que se trate, entre todas, da mais favorável ao agente. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL Lei penal temporária e lei penal excepcional. Essas leis são auto revogáveis. São também ULTRATIVAS, conforme se extrai do art. 3º do CP Lei penal temporária: é aquela que tem a sua vigência predeterminada no tempo, isto é, o seu final é explicitamente previsto em data certa do calendário. A lei diz, por exemplo, que sua validade se limita ao dia 31 de dezembro do ano em que foi editada Lei penal excepcional: por outro lado, é a que se verifica quando a sua duração está relacionada à situação de anormalidade. Ex.: é editada uma lei que diz ser crime, punido com reclusão de seis meses a dois anos, tomar banho com mais de dez minutos de duração durante o período de racionamento de energia. TEMPO DO CRIME 11

13 1 Três teorias buscam explicar o momento em que o crime é cometido: 1.1 Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), pouco importando o momento do resultado; 1.2 Teoria do resultado ou do evento: reputa praticado o crime no momento em que ocorre a consumação. É irrelevante a ocasião da conduta; 1.3 Teoria mista ou da ubiquidade: busca conciliar as anteriores. Para ela, momento do crime tanto é o da conduta como também o do resultado. Obs.1: O CP escolheu a teoria da atividade em seu art. 4º: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Obs.2: Súmula 711 do STF: a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. LUGAR DO CRIME 1 A aplicação do princípio da territorialidade da lei penal no espaço depende da identificação do lugar do crime. Nesse diapasão, várias teorias buscam estabelecer o lugar do crime. Destacam-se três: 1.1 Teoria da atividade ou da ação: lugar do crime é aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão); 1.2 Teoria do resultado ou do evento: lugar do crime é aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado, pouco importando o local da prática da conduta; e 1.3 Teoria mista ou da ubiquidade: lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Obs.1: Foi adotada pelo CP, em seu artigo 6º, a teoria da ubiquidade: Art. 6º do CP Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Obs.3: O lugar do crime tem relevância em relação aos crimes à distância, isto é, aqueles em que a conduta é praticada em um país e o resultado vem a ser produzido em outro. Exige-se a pluralidade de países. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO 1 O Código Penal brasileiro limita o campo de validade da lei penal com observância de dois vetores fundamentais: a territorialidade (art. 5º) e a extraterritorialidade (art. 7º). Com base neles se estabelecem princípios que buscam solucionar os conflitos de leis penais no espaço. 1.1 A territorialidade é a regra: Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Em termos jurídicos, território e o espaço em que o Estado exerce sua soberania política De acordo com a art. 5º do CP, o território brasileiro compreende: O espaço territorial, bem como o respectivo subsolo; O mar territorial, que corre ao longo da costa como parte integrante do território brasileiro e que tem uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da baixa-mar do litoral continental e insular brasileira, na forma definida para Lei 8.617/1993. Respeita-se, entretanto a passagem inocente; A plataforma continental, medindo 200 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro, como zona econômica exclusiva; O espaço aéreo, compreendido a dimensão estatal da altitude; Os navios e aeronaves, de natureza particular, em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente ao altomar; Os navios e aeronaves, de natureza pública, onde quer que se encontrem; Obs.2: dica para não se confundir no dia da prova: LUTA Lugar do crime Ubiquidade e Tempo do crime Atividade. 12

14 Obs.: Compreende, dessa forma, território brasileiro por extensão, de acordo com o art. 5º, 1º do CP, os itens e Excepcionalmente, admitem-se outros princípios para o caso de extraterritorialidade (aplicação da lei brasileira ao crime praticado no estrangeiro), que são: Princípio da personalidade ou da nacionalidade: esse princípio autoriza a submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro por autor brasileiro (ativa) ou contra vítima brasileira (passiva); Princípio do domicílio: o autor do crime deve ser julgado em consonância com a lei do país em que for domiciliado, pouco importando a sua nacionalidade Princípio da defesa, real ou da proteção: permite submeter à lei penal brasileira os crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito Princípio da justiça universal: é característico da cooperação penal internacional, porque todos os Estados da comunidade internacional podem punir os autores de determinados crimes que se encontrem em seu território, de acordo com as convenções ou tratados internacionais, pouco importando a nacionalidade do agente, o local do crime ou o bem jurídico atingido Princípio da representação, do pavilhão, da bandeira, subsidiário: deve ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves em embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em território estrangeiro e aí não sejam julgados. EXTRATERRITORIALIDADE 1 Conceito: Extraterritorialidade é a aplicação da legislação penal brasileira aos crimes cometidos no exterior. 1.1 Justifica-se pelo fato de o Brasil ter adotado, relativamente à lei penal no espaço, o princípio da territorialidade temperada ou mitigada (art. 5º, CP), o que autoriza, excepcionalmente, a incidência da lei penal brasileira a crimes praticados fora do território nacional. Obs.: A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada Extraterritorialidade incondicionada não está sujeita a nenhuma condição, pois o 1º do art.7º do CP diz que o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro nos casos previstos no art. 7º, I, CP, quais sejam: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Obs.: O art. 8º permite a detração das penas, impedindo o bis in idem. Pena cumprida no estrangeiro Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Art. 7º do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Extraterritorialidade condicionada relaciona-se aos crimes indicados pelo art. 7º, II, CP, quais sejam: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; 13

15 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados; e d) art. 7º, 3º, do CP. A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no 2º deste artigo: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. TEORIA GERAL DO CRIME 1. Infração Penal art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal (LICP): o Direito Penal brasileiro adotou o sistema dicotômico para conceituar infração penal, pois infração penal é gênero cujas espécies são: 1.1 crimes ou delitos: são aqueles que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isolada, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. 1.2 contravenções penais: são aqueles a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. Obs.: O Direito Penal brasileiro adota, quanto à classificação das infrações penais, a divisão bipartida, em crimes ou delitos e contravenções, sendo a diferença apenas quanto à gravidade da conduta e à natureza da sanção. Os crimes são punidos quantitativamente com pena privativa de liberdade, restritiva de direitos e multa. Art. 1º da LICP Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. Obs.1: ato infracional (o crime ou a contravenção penal praticados pela criança ou pelo adolescente) não é considerado infração penal. Obs.2: não obstante o art. 28 da Lei /2006 (posse de droga para consumo pessoal) cominar penas diversas da descrita no art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal, O Supremo Tribunal Federal STF entende que esta infração penal se trata de CRIME. (HABEAS CORPUS Nº SP (2008/ )) Art. 28 da Lei /2006 Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 2 Conceito de crime: o crime pode ser conceituado sob três acepções: 2.1 formal: crime é toda conduta que atente, que colida frontalmente contra a lei penal formalmente editada pelo Estado. 14

16 2.2 material: crime é toda conduta que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. 2.3 analítico: crime é toda conduta típica, antijurídica e culpável (conceito tripartido de crime). Para quem adota o conceito bipartido, crime é apenas fato típico e antijurídico. 3 elementos do conceito analítico de crime: 3.1 fato típico o fato típico possui quatro elementos (conduta, resultado, nexo causal e tipicidade): conduta conceito de conduta (ação ou omissão): depende da teoria causal-natural: conduta é ação. É um movimento humano voluntário produtor de uma modificação no mundo exterior Franz Von Liszt e Ernst Von Beling. A principal característica dessa teoria (causalista ou naturalista) refere-se ao dolo e à culpa, que fazem parte da culpabilidade finalista: conduta é o exercício de uma atividade voltada a um fim Hans Welzel. A principal característica dessa teoria (finalista) é a retirada do dolo e da culpa da culpabilidade e sua colocação dentro da conduta, ou seja, do fato típico. Obs.: Com a reforma da parte geral do Código Penal em 1984, o sistema penal brasileiro passou a adotar a teoria finalista elementos da conduta. A conduta possui dois elementos (elemento objetivo e o elemento subjetivo): elemento objetivo: ação, que constitui em um fazer (conduta comissiva quando o agente faz aquilo que a norma proibia) ou omissão, que consiste em um não fazer o que estava obrigado (conduta omissiva quando deixa de fazer aquilo que a norma o obrigava) art. 13, caput, in fine, CP; ou omissão imprópria art. 13, 2º, CP. Art. 13 do CP - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a AÇÃO OU OMISSÃO sem a qual o resultado não teria ocorrido. Art. 13, 2º, CP - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado conduta omissiva própria, pura ou simples: quando a omissão vem prevista expressamente no tipo penal. Nelas existe o chamado dever genérico de proteção. Ex.: crime de omissão de socorro art. 135 do CP. Omissão de socorro Art Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte conduta omissiva impropria, omissiva qualificada ou comissiva por omissão: quando o agente, em virtude de sua posição de garantidor, prevista pelo art. 13, 2º, do CP, DEVIA e PODIA agir a fim de evitar o resultado. Ex.: mãe que, podendo, não socorre seu filho que estava se afogando na piscina. Obs.1: o dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (dever legal ex.: policial que, ao ver o marido bater na mulher e podendo agir não faz nada; ou o bombeiro que, podendo agir, presencia uma criança afogando na piscina não faz nada); b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (garante ou garantidor ex.: salva vidas de um clube, professor de natação); c) com o seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado (ingerência ex.: colega que joga o outro no rio). 15

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei 1 -Aplicação da Lei Penal no Tempo ART. 1o do CP PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL 2 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Funções do Princípio da Legalidade: Proibir a

Leia mais

I Princípio da Legalidade: Constituição Federal: Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

I Princípio da Legalidade: Constituição Federal: Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; * Princípios* I Princípio da Legalidade: Constituição Federal: Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Código Penal: Art. 1º - Não há crime sem

Leia mais

POLÍCIA FEDERAL. Agente da Polícia Federal

POLÍCIA FEDERAL. Agente da Polícia Federal POLÍCIA FEDERAL Agente da Polícia Federal Noções de Dto. Penal Prof. Guilherme Rittel EMENTA NOÇÕES DE DIREITO PENAL: 1 Princípios básicos. 2 Aplicação da lei penal. 2.1 A lei penal no tempo e no espaço.

Leia mais

Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.

Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco 2012 Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL Reserva legal - Art. 1.º do CP

Leia mais

Direito Penal. Aplicação da Lei Penal. Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Aplicação da Lei Penal. Professor Joerberth Nunes. Direito Penal Aplicação da Lei Penal Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal CÓDIGO PENAL PARTE GERAL TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal (Redação dada pela Lei nº 7.209,

Leia mais

Intervenção Mínima: O Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais relevantes

Intervenção Mínima: O Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais relevantes LEGALE Intervenção Mínima: O Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais relevantes Proporcionalidade: A criação de tipos penais gera um ônus para os cidadãos e, por isso deve conter na essência

Leia mais

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA POLÍCIA FEDERAL 2012 AGENTE/ESCRIVÃO PROF. EMERSON CASTELO BRANCO DISCIPLINA: DIREITO PENAL 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 1.1 PRINCÍPIO DA

Leia mais

SEFAZ DIREITO PENAL Da Aplicação Penal Prof. Joerberth Nunes

SEFAZ DIREITO PENAL Da Aplicação Penal Prof. Joerberth Nunes SEFAZ DIREITO PENAL Da Aplicação Penal Prof. Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal DA APLICAÇÃO PENAL CÓDIGO PENAL PARTE GERAL TÍTULO I Da Aplicação Da Lei Penal Anterioridade da

Leia mais

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço Prof.ª Maria Cristina Em que local o crime é praticado? Art. 6º do CP Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a

Leia mais

1 Direito Administrativo Aula 01

1 Direito Administrativo Aula 01 1 Direito Administrativo Aula 01 2 Direito Administrativo Aula 01 Direito Penal Crime x Contravenção Penal. Princípios do direito penal Sumário Ilícito... 4 Lei de introdução ao código Penal... 4 Princípios

Leia mais

DIREITO PENAL Professor: Eduardo Fernandes - Dudu

DIREITO PENAL Professor: Eduardo Fernandes - Dudu DIREITO PENAL Professor: Eduardo Fernandes - Dudu www.eduardofernandesadv.jur.adv.br LEI PENAL E LUGAR DO CRIME; APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO O LUGAR DO CRIME: Teoria da Ubiquidade (Teoria Mista),

Leia mais

Direito Penal. Eficácia Espacial

Direito Penal. Eficácia Espacial Direito Penal Eficácia Espacial Lugar do Crime Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado

Leia mais

PRINCÍPIOS. (continuação)

PRINCÍPIOS. (continuação) LEGALE PRINCÍPIOS (continuação) Ofensividade (ou Lesividade) : Não há infração penal quando a conduta não tiver oferecido ao menos perigo de lesão ao bem jurídico Intranscendência (ou da Personalidade):

Leia mais

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO No rol de princípios constitucionais aplicáveis ao direito penal encontram-se: 1. Princípio da presunção de inocência ; 2. Princípio da responsabilidade pessoal

Leia mais

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29 Sumário Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 1. Introdução... 1 2. Princípios... 4 2.1. Princípio da legalidade... 5 2.2. Princípio da anterioridade da lei penal... 5 2.3. Princípio da irretroatividade

Leia mais

Direito Penal 1 (Material de apoio)

Direito Penal 1 (Material de apoio) APLICAÇÃO DA LEI PENAL PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (Art. 1º CP e Art 5º, XXXIX, CF) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (cláusula pétrea da Constituição Federal

Leia mais

Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase

Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal CERT Promotor de Justiça 6ª fase Período 2010-2016 1) VUNESP Analista de Promotoria MPE/SP - 2010 Com relação à aplicação da lei penal no tempo e ao princípio

Leia mais

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª MariaCristina

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª MariaCristina Direito Penal Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço Prof.ª MariaCristina Em que local o crime é praticado? Art. 6º do CP Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a

Leia mais

EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES São hipóteses em que a lei brasileira é aplicada aos crimes ocorridos fora do Brasil. Exportação da Lei Brasileira. Obs: intraterritorialidade

Leia mais

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33 CAPÍTULO 1 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL... 13 1. Noções preliminares...13 2. Peculiaridades dos princípios do Direito Penal...13 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal...14 3.1 Abrangência do princípio

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 SUMÁRIO Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal... 20 3.1. Abrangência

Leia mais

GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO

GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO 1 Qual das afirmações abaixo define corretamente o conceito do princípio da reserva legal? a) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal. b)

Leia mais

Direito Penal Militar

Direito Penal Militar Direito Penal Militar Aplicação da Lei Penal Militar Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal Militar DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969 Código Penal Militar Os

Leia mais

DIREITO PENAL. d) II e III. e) Nenhuma.

DIREITO PENAL. d) II e III. e) Nenhuma. DIREITO PENAL 1. Qual das afirmações abaixo define corretamente o conceito do princípio da reserva legal? a) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal. b) A pena só pode ser imposta

Leia mais

índice Teoria da Norma Penal

índice Teoria da Norma Penal Teoria da Norma Penal índice CAPíTULO I - O DIREITO PENAL 1. Conceito do Direito Penal....... 17 2. Direito Penal objetivo e subjetivo.. 18 3. Direito Penal material e formal 19 4. Caracteristicas do Direito

Leia mais

tempo do crime lugar do crime LEIS DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA Art. 3º do CP

tempo do crime lugar do crime LEIS DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA Art. 3º do CP TEORIA GERAL DA NORMA tempo do crime Art. 4º, CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. lugar do crime Art. 6º, CP - Considera-se praticado

Leia mais

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL 1.1. Princípios da legalidade e da anterioridade Princípio da legalidade - é aquele segundo o qual não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal.

Leia mais

Aula 1 DIREITO PENAL

Aula 1 DIREITO PENAL Professor: 1 Aula 1 DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL: 1) ART. 1 : PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: ARTIGO 5º,XXXIX C.F. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Origem

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 SUMÁRIO Capítulo 1 Princípios do Direito Penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva legal... 20 3.1. Abrangência

Leia mais

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP APLICAÇÃO DA LEI PENAL Art. 1º ao 12 do CP LEI PENAL NO TEMPO Princípio da Legalidade ou Reserva Legal Art. 5º, inciso XXXIX da CR/88: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19 SUMÁRIO Apresentação da Coleção... 5 Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19 1. Noções preliminares... 19 2. Peculiaridades dos princípios do direito penal... 20 3. Princípio da legalidade ou da reserva

Leia mais

Direito Penal. Infração Penal: Teoria geral

Direito Penal. Infração Penal: Teoria geral Direito Penal Infração Penal: Teoria geral Sistemas de Classificação a) Sistema tripartido: Crimes, delitos e contravenções. Ex: França e Espanha. b) Sistema bipartido: Crimes ou delitos e contravenções.

Leia mais

Conceito e Denominações

Conceito e Denominações Prof. Mauro Stürmer Conceito e Denominações Direito Penal - Conceito Formal conjunto de normas jurídicas pelas quais os Estado proíbe determinadas condutas (ação ou omissão), sob a ameaça de determinadas

Leia mais

TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL(arts. 1º a 12) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL(arts. 1º a 12) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Anterioridade da lei TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL(arts. 1º a 12) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém

Leia mais

Sumário PARTE GERAL... 7 TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL (Redação dada pela Lei nº 7.209, de )... 7 TÍTULO II DO CRIME...

Sumário PARTE GERAL... 7 TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL (Redação dada pela Lei nº 7.209, de )... 7 TÍTULO II DO CRIME... Sumário PARTE GERAL... 7 TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)... 7 TÍTULO II DO CRIME... 13 TÍTULO III DA IMPUTABILIDADE PENAL... 20 TÍTULO IV DO CONCURSO DE

Leia mais

DIREITO PENAL PREPARATÓRIO

DIREITO PENAL PREPARATÓRIO DIREITO PENAL PREPARATÓRIO WWW.EDUARDOFERNANDESADV.JUR.ADV.BR A INFRAÇÃO PENAL (CRIME EM SENTIDO AMPLO) NO BRASIL A INFRAÇÃO PENAL É DIV IDIDA EM CRIME OU CONTRAVENÇÃO. A DEFINIÇÃO LEGAL DE CRIME E CONTRAVENÇÃO

Leia mais

UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto. Direito Penal. Geraldo Domingos Cossalter

UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto. Direito Penal. Geraldo Domingos Cossalter UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto Direito Penal Geraldo Domingos Cossalter Ribeirão Preto Outubro 2012... 1 Geraldo Domingos Cossalter RA B35759-2 Direito Penal Trabalho apresentado ao

Leia mais

TEORIA GERAL DO DELITO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

TEORIA GERAL DO DELITO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES TEORIA GERAL DO DELITO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 Introdução 1.1 - Infração penal no Brasil O Brasil é adepto do sistema dualista ou dicotômico, ou seja, divide a infração penal em duas espécies:

Leia mais

Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha)

Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha) TEORIA DO DELITO Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha) b) Critério Bipartido ( Alemanha, Itália) Espécies

Leia mais

CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 13/08/2016 DISCIPLINA DIREITO PENAL PARTE GERAL PROFESSOR FRANCISCO MENEZES

CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 13/08/2016 DISCIPLINA DIREITO PENAL PARTE GERAL PROFESSOR FRANCISCO MENEZES CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 13/08/2016 DISCIPLINA DIREITO PENAL PARTE GERAL PROFESSOR FRANCISCO MENEZES MONITOR LUCIANA FREITAS AULA: 02 LEI PENAL NO ESPAÇO Ementa Na aula de

Leia mais

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores NOÇÕES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DA POLÍCIA FEDERAL focada no cespe/unb SUMÁRIO UNIDADE 1 Aplicação da Lei Penal 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade 1.2 Lei penal no tempo e no espaço

Leia mais

DIREITO PENAL PARTE GERAL I. Princípios Penais Constitucionais... 002 II. A Lei Penal... 004 III. Teoria Geral do Crime... 019 IV. Concurso de Crime... 026 V. Teoria do Tipo... 033 VI. Ilicitude... 043

Leia mais

TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28.

TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28. TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28. 24 ART.1 - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. XXXIX-CF/88 Para Delmanto o enunciado do art. 1º

Leia mais

Série Resumos. Direito Penal Parte Geral FORTIUM. Brasília, DF (81) G971d

Série Resumos. Direito Penal Parte Geral FORTIUM. Brasília, DF (81) G971d Série Resumos VYVYANY VIANA NASCIMENTO DE AZEVEDO GULART Promotora de Justiça do Distrito Federal; Professora universitária; Professora de cursos preparatórios para concursos; Ex-Delegada da Polícia Civil

Leia mais

Princípio da Territorialidade (regra): É o espaço em que o Estado exerce a sua soberania política. Compreende: - espaço delimitado por fronteiras,

Princípio da Territorialidade (regra): É o espaço em que o Estado exerce a sua soberania política. Compreende: - espaço delimitado por fronteiras, LEGALE LEI PENAL NO ESPAÇO Princípio da Territorialidade (regra): É o espaço em que o Estado exerce a sua soberania política. Compreende: - espaço delimitado por fronteiras, sem solução de continuidade

Leia mais

Tempo do Crime. Lugar do Crime

Tempo do Crime. Lugar do Crime DIREITO PENAL GERAL Professores: Arnaldo Quaresma e Nidal Ahmad TEORIA GERAL DA NORMA Tempo do Crime Lugar do Crime Art. 4º, CP: teoria da atividade. Considerado praticado o crime no momento da ação ou

Leia mais

CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS

CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS LEGALE CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS Incriminadoras : Não-incriminadoras: (permissivas, exculpantes, interpretativas, complementares, diretivas, integrativas) Completas (ou perfeitas) : Incompletas (ou

Leia mais

Profº Leonardo Galardo Direito Penal Aula 01

Profº Leonardo Galardo Direito Penal Aula 01 LEI PENAL NO TEMPO Várias teorias tentam explicar o Tempo do Crime: TEORIA Teoria da Atividade Teoria do Resultado Teoria Mista Ou Teoria da Ubiquidade TEMPO DO CRIME Momento da ação ou da omissão (conduta)

Leia mais

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR Princípio da Legalidade / Princípio Legalidade / Princípio da Anterioridade Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Lei

Leia mais

Interpretação e integração da lei penal Interpretação...11

Interpretação e integração da lei penal Interpretação...11 Sumário Notas Preliminares Finalidade do Direito Penal...2 Bens que podem ser protegidos pelo Direito Penal...2 Códigos do Brasil...3 Código Penal atual...3 Direito Penal...3 Garantismo...3 Garantias...4

Leia mais

Capítulo 1 Introdução ao Direito Penal...1

Capítulo 1 Introdução ao Direito Penal...1 S u m á r i o Capítulo 1 Introdução ao Direito Penal...1 1.1. Conceito de Direito Penal...1 1.2. As Fontes do Direito Penal...3 1.3. As Funções do Direito Penal...4 1.4. Objeto do Direito Penal...5 1.5.

Leia mais

Profº Leonardo Galardo Direito Penal Aula 02

Profº Leonardo Galardo Direito Penal Aula 02 A EXCEÇÃO é a Extraterritorialidade: (Artigo 7º do Código Penal) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República.

Leia mais

Analise as seguintes assertivas acerca da norma penal:

Analise as seguintes assertivas acerca da norma penal: QUESTÃO 1 Banca: MPE-BA Órgão: MPE-BA Prova: Promotor de Justiça Substituto (+ provas) Analise as seguintes assertivas acerca da norma penal: I Após a realização das operações previstas em lei para o cálculo

Leia mais

IUS RESUMOS. Norma Penal. Organizado por: Samille Lima Alves

IUS RESUMOS. Norma Penal. Organizado por: Samille Lima Alves Norma Penal Organizado por: Samille Lima Alves SUMÁRIO I. NORMA PENAL... 3 1. Caracterizando a norma penal... 3 1.1 A Teoria de Binding e a norma penal... 3 1.2 Classificação das normas penais... 4 1.3

Leia mais

1 CONCEITO DE DIREITO PENAL

1 CONCEITO DE DIREITO PENAL RESUMO DA AULA DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL PARTE 01 1 CONCEITO DE DIREITO PENAL; 2 FONTES DO DIREITO PENAL; 3 LEI PENAL; 4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL; 5 APLICAÇÃO DA LEI PENAL; 6 QUESTÕES COMENTADAS.

Leia mais

Sumário FUNDAMENTAIS DO DIREITO ... PENAL ...

Sumário FUNDAMENTAIS DO DIREITO ... PENAL ... Sumário CAPITULO 1 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PENAL... 1 1.1. Princípio da Legalidade - art. l fi do CP e art. 5 Q, inc. XXXIX, CF... 1 1.1.1. Funções e princípios decorrentes da legalidade ou

Leia mais

NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 1. ITER CRIMINIS CAMINHO DO CRIME FASE INTERNA COGITAÇÃO ( irrelevante para direito penal) 2. FASE EXTERNA

Leia mais

Introdução... 1 ( ) 1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A 2ª FASE DO EXAME DE ORDEM Orientações específicas... 1

Introdução... 1 ( ) 1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A 2ª FASE DO EXAME DE ORDEM Orientações específicas... 1 Sumário Introdução... 1 ( ) 1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A 2ª FASE DO EXAME DE ORDEM... 1 1.1 Orientações específicas... 1 PARTE I Resumo dos Principais Temas de Direito Penal Material... 5 ( ) 1. PRINCÍPIOS

Leia mais

20/11/2014. Direito Constitucional Professor Rodrigo Menezes AULÃO DA PREMONIÇÃO TJ-RJ

20/11/2014. Direito Constitucional Professor Rodrigo Menezes AULÃO DA PREMONIÇÃO TJ-RJ Direito Constitucional Professor Rodrigo Menezes AULÃO DA PREMONIÇÃO TJ-RJ 1 01. A Constituição Federal de 1988 consagra diversos princípios, os quais exercem papel extremamente importante no ordenamento

Leia mais

Sumário COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO PREFÁCIO... 19

Sumário COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO PREFÁCIO... 19 Sumário COLEÇÃO SINOPSES PARA CONCURSOS... 15 GUIA DE LEITURA DA COLEÇÃO... 17 PREFÁCIO... 19 Capítulo I DIREITO PENAL MILITAR: CONCEITO E PRINCÍPIOS... 21 1. Conceito... 21 2. Princípio da legalidade

Leia mais

TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 - Conceito de Pena: Uma das espécies de sanção penal, ao lado da medida de segurança. É a resposta estatal consistente na privação ou restrição de um

Leia mais

Direito Penal. Contravenção Penal e Lei de Drogas

Direito Penal. Contravenção Penal e Lei de Drogas Direito Penal Contravenção Penal e Lei de Drogas Infrações Penais: Crimes x Contravenção Noção Geral: Infração (ou o ilícito) penal = conduta em relação de contradição com a programação normativa esperada

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Penal Teoria do Crime. Período CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Teoria do Crime Promotor de Justiça Período 2010 2016 1) COMISSÃO EXAMINADORA PROMOTOR DE JUSTIÇA MPE SP (2015) Após a leitura dos enunciados abaixo, assinale a alternativa

Leia mais

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL Os princípios podem ser encontrados de maneira explícita, positivados (lei) ou implícitos. Para compreendermos melhor essa maneira muito importante devemos separar as

Leia mais

LEIS MARCADAS COM OS PRINCIPAIS PONTOS JÁ COBRADOS! Entenda as marcações deste material. Tomamos por base a prova de ANALISTA JUDICIAL!

LEIS MARCADAS COM OS PRINCIPAIS PONTOS JÁ COBRADOS! Entenda as marcações deste material. Tomamos por base a prova de ANALISTA JUDICIAL! LEIS MARCADAS COM OS PRINCIPAIS PONTOS JÁ COBRADOS! Entenda as marcações deste material. Tomamos por base a prova de ANALISTA JUDICIAL! Todo artigo que estiver de vermelho representa temática que mais

Leia mais

Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança.

Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança. DIREITO PENAL Direito Penal é o ramo de Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança. I N F R A Ç Ã O P E N A L INFRAÇÃO PENAL Existe diferença entre

Leia mais

Princípios Constitucionais do Direito Penal. Princípios Expressos. 1. Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal (Art. 5º, XXXIX, CF/88).

Princípios Constitucionais do Direito Penal. Princípios Expressos. 1. Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal (Art. 5º, XXXIX, CF/88). ENCONTRO 01 Princípios Constitucionais do Direito Penal Princípios são mandamentos basilares de um sistema jurídico. Estabelecem valores fundamentais, orientando a exata compreensão, interpretação e aplicação

Leia mais

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2 NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2 1) (Polícia Civil - Delegado\2013 Maranhão) Tem efeito retroativo a lei que: a) Elimina a circunstância atenuante

Leia mais

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL Princípio da legalidade Art. 5.º, XXXIX, da CF e art. 1.º do CP. nullum crimen, nulla poena sine lege: ninguém pode ser punido se não existir uma lei que considere o

Leia mais

ÍNDICE SISTEMÁTICO. Nota do Autor. Parte I Prolegômenos. Capítulo I Controle Social Capítulo II O Poder-Dever de Punir

ÍNDICE SISTEMÁTICO. Nota do Autor. Parte I Prolegômenos. Capítulo I Controle Social Capítulo II O Poder-Dever de Punir ÍNDICE SISTEMÁTICO Nota do Autor Parte I Prolegômenos Capítulo I Controle Social Capítulo II O Poder-Dever de Punir 2.1. O poder-dever do Estado 2.2. Fundamentos do poder-dever de punir 2.3. Limites do

Leia mais

7.3 Crime doloso Teorias sobre o dolo Espécies de dolo Outras categorias Mais classificações 7.4 Crime culposo 7.4.

7.3 Crime doloso Teorias sobre o dolo Espécies de dolo Outras categorias Mais classificações 7.4 Crime culposo 7.4. Sumario CAPÍTULO 1 DIREITO PENAL CAPÍTULO 2 DIREITOS DE PROTEÇÃO: EXCESSO E PROIBIÇÃO DE INSUFICIÊNCIA CAPÍTULO 3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 3.1 Princípios da Legalidade e da Anterioridade da Lei Penal 3.2 Garantismo

Leia mais

CEM. Magistratura Federal. Direito Penal. Lei Penal

CEM. Magistratura Federal. Direito Penal. Lei Penal CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Período 2010 2016 1) CESPE - JF TRF2/TRF 2/2013 Assinale a opção correta acerca da interpretação da lei penal. a) A interpretação extensiva é admitida em direito penal

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal Tempo do crime (art. 4º, CP) Muitas são as perguntas referentes ao tempo do crime. Para solucionar tal questão, a doutrina elaborou três teorias: a da atividade, a do resultado e a mista ou da ubiqüidade.

Leia mais

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER REGIME PENAL 1. Conforme entendimento do STF, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação

Leia mais

2. Distinguir Direito Penal Adjetivo de Direito Penal Substantivo

2. Distinguir Direito Penal Adjetivo de Direito Penal Substantivo UD I DIREITO PENAL MILITAR Assunto 01 A Lei Penal Militar e a Justiça Militar 1. Distinguir Direito Penal de Direito Penal Militar A ordem jurídica militar, que se encontra inserida na ordem jurídica geral

Leia mais

Tempo do Crime. Lugar do Crime

Tempo do Crime. Lugar do Crime DIREITO PENAL GERAL Professores: Arnaldo Quaresma e Nidal Ahmad TEORIA GERAL DA NORMA Tempo do Crime Lugar do Crime Art. 4º, CP: teoria da atividade. Considerado praticado o crime no momento da ação ou

Leia mais

3) Com relação ao princípio da anterioridade da lei, marque a alternativa correta.

3) Com relação ao princípio da anterioridade da lei, marque a alternativa correta. 1) Qual das afirmações abaixo define corretamente o conceito do princípio da reserva legal? a) Não há crime sem lei que o defina; não há pena sem cominação legal. b) A pena só pode ser imposta a quem,

Leia mais

4.8 Comunicabilidade das condições, elementares e circunstâncias 4.9 Agravantes no concurso de agentes 4.10 Cabeças 4.11 Casos de impunibilidade

4.8 Comunicabilidade das condições, elementares e circunstâncias 4.9 Agravantes no concurso de agentes 4.10 Cabeças 4.11 Casos de impunibilidade Sumário NDICE SISTEMÁTICO EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO CÓDIGO PENAL MILITAR 1. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR 1.1 O princípio da legalidade e suas funções de garantia 1.2 Abolitio criminis e novatio legis

Leia mais

1 LEI PENAL NO TEMPO RESUMO DA AULA LEI PENAL NO TEMPO TODAVIA, PODE OCORRER CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO, POIS... ART.5, INC.XL, DA C.F.

1 LEI PENAL NO TEMPO RESUMO DA AULA LEI PENAL NO TEMPO TODAVIA, PODE OCORRER CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO, POIS... ART.5, INC.XL, DA C.F. DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL PARTE 02 RESUMO DA AULA 1 LEI PENAL NO TEMPO; 2 LEI PENAL NO ESPAÇO; 3 CONTAGEM DE PRAZO EM DIREITO PENAL; 4 QUSTÕES COMENTADAS. 1 2 LEI PENAL NO TEMPO 1 LEI PENAL

Leia mais

Direto do concurso NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DIREITO PENAL

Direto do concurso NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DIREITO PENAL DIREITO PENAL NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Características do Direito Penal 1. Ciência: o Direito Penal é algo que é estudado e aplicado. É uma ciência cultural, pois busca o dever-ser, ou seja, o comportamento

Leia mais

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível?

3- Qual das seguintes condutas não constitui crime impossível? 1- Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva e vinha se recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria pelos meios amistosos, José decide obter a

Leia mais

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Anterioridade da Lei (Princípio Reserva Legal/Princípio Anterioridade) Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Qual quer lei pode definir crimes? Não,

Leia mais

MANDAMENTOS PARA A APROVAÇÃO CONHEÇA E RESPONDA A PROVA

MANDAMENTOS PARA A APROVAÇÃO CONHEÇA E RESPONDA A PROVA MANDAMENTOS PARA A APROVAÇÃO CONHEÇA E RESPONDA A PROVA 1 DIREITO PENAL 1.1 Espécies de normas penais 1.2 Norma penal em branco 1.3 Princípio da legalidade 1.4 Princípio da intervenção mínima 1.5 Princípio

Leia mais

PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 11 DIREITO PENAL para concursos Parte Geral CAPÍTULO 1 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 1.1 Princípios Constitucionais do Direito Penal 1.1.1

Leia mais

Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 7 Crimes Omissivos

Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 7 Crimes Omissivos Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 7 Crimes Omissivos 1. Conceito Jurídico-Penal De Omissão Omissão não é inércia, não é não-fato, não é a inatividade corpórea, não é, em suma, o simples não

Leia mais

PROVA Delegado ES (2019)

PROVA Delegado ES (2019) QUESTÃO NUMERO: 01 O Código Penal Brasileiro adotou como fins da pena tanto a visão retributiva quanto a preventiva, assumindo um perfil eclético ou misto. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade,

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal DAS PENAS FINALIDADES DA PENA Por que punir? O que é pena? O que se entende por pena justa? Teorias sobre as finalidades da pena: 1) Absolutas: a finalidade da pena é eminentemente retributiva. A pena

Leia mais

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s)

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s) Programa de DIREITO PENAL I 2º período: 80 h/a Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. OBJETIVOS Habilitar

Leia mais

DIREITO PENAL MILITAR: CONCEITO E PRINCÍPIOS...

DIREITO PENAL MILITAR: CONCEITO E PRINCÍPIOS... Sumário Capítulo I DIREITO PENAL MILITAR: CONCEITO E PRINCÍPIOS... 25 1. Conceito... 25 2. Princípio da legalidade (ou da reserva legal) e da anterioridade... 26 3. Princípio da Intervenção Mínima (ou

Leia mais

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS DEPARTAMENTO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PENAL I

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS DEPARTAMENTO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PENAL I UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS DEPARTAMENTO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PENAL I EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE Acadêmico: Rafael Mota Reis EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE

Leia mais

Professor: Lúcio Valente

Professor: Lúcio Valente DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL Professor: Lúcio Valente (luciovalente@pontodosconcursos.com.br) 1. Princípio da legalidade (art. 5º XXXIX, CF e art. 1º do CP): não há crime (ou contravenção) sem lei anterior

Leia mais

EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL

EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL 1) O Código Penal Brasileiro estabelece, em seu artigo 137, o crime de rixa, especificamente apresentando os elementos a seguir. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Leia mais

Sumário STJ Prefácio, xi

Sumário STJ Prefácio, xi STJ00093375 Sumário I Prefácio, xi 1 Direito Tributário, 1 1.1 Introdução, 1 1.1.1 Conceito, 1 1.1.2 Posição enciclopédica do Direito Tributário, 3 1.1.3 Autonomia do Direito Tributário, 4 LIA Relacionamento

Leia mais

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA. NOÇÕES DE DIREITO PENAL Decreto-Lei n. 2.848, de 07/12/1940 Código Penal - Parte Geral (arts. 1º ao

Leia mais

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções. 1 PROCESSO PENAL PROCESSO PENAL PONTO 1: Pena Privativa de Liberdade PONTO 2: Princípio da Individualização da Pena PONTO 3: Individualização Judicial São três: a) Reclusão b) Detenção c) Prisão Simples

Leia mais

CURSO: DIREITO NOTURNO - CAMPO BELO SEMESTRE: 2 ANO: 2017 C/H: 67 AULAS: 80 PLANO DE ENSINO

CURSO: DIREITO NOTURNO - CAMPO BELO SEMESTRE: 2 ANO: 2017 C/H: 67 AULAS: 80 PLANO DE ENSINO CURSO: DIREITO NOTURNO - CAMPO BELO SEMESTRE: 2 ANO: 2017 C/H: 67 AULAS: 80 DISCIPLINA: DIREITO PENAL I PLANO DE ENSINO OBJETIVOS: * Compreender as normas e princípios gerais previstos na parte do Código

Leia mais

ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado.

ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado. 01) No Código Penal brasileiro, adota se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir se o resultado. ( ) CERTO

Leia mais

Teorias da Conduta/Omissão

Teorias da Conduta/Omissão Teorias da Conduta/Omissão Teoria Normativa juizo post facto Teoria Finalista (Não) fazer com um fim a ser atingido (Johannes Welzel e Francisco Muñoz Conde) Dever/Poder de agir AUSÊNCIA DE CONDUTA - Movimentos

Leia mais

TEORIA DA NORMA PENAL (ART. 2º - 12, CP).

TEORIA DA NORMA PENAL (ART. 2º - 12, CP). TEORIA DA NORMA PENAL (ART. 2º - 12, CP). e. Tempo do Crime: São 3 teorias: Atividade: o crime é praticado no momento da conduta. O CP adota, em seu art. 4º, a presente teoria; Resultado: o crime é praticado

Leia mais